IEDI na Imprensa - Indústria de SP cai 5,4%, puxada por montadoras
O Estado de São Paulo
Daniela Amorim
O recuo de 3,8% em agosto na produção industrial brasileira – que botou a perder cinco meses de avanços – foi consequência de perdas generalizadas em todo o País. A indústria registrou retração em 11 dos 14 locais investigados na passagem de julho para agosto, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O receio gerado por este resultado não se deve apenas ao fato de ter sido o segundo mês seguido de fraco desempenho da indústria e do perfil generalizado das quedas, mas também porque o declínio da produção atingiu grandes centros industriais do País, interrompendo, em alguns casos, uma sequência de resultados positivos que vinham dando esperança de estar em curso o início de uma recuperação”, avaliou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).
No maior parque industrial do País, São Paulo, o recuo foi ainda mais acentuado, -5,4%, o pior resultado desde janeiro de 2012. A região responde por cerca de 35% de toda a produção nacional. “Parece que o pior já passou, mas essa queda de agosto foi forte. São Paulo devolveu todo o crescimento registrado nos dois meses anteriores”, confirmou Fernando Abritta, economista da Coordenação de Indústria do IBGE.
A indústria paulista vinha de avanços na produção em junho (+1,3%) e julho (2,5%), acumulando uma alta de 3,9% em dois meses. Com a retração de agosto, a produção voltou ao patamar de dezembro de 2008, auge da crise financeira internacional. O parque industrial de São Paulo está operando 25,1% abaixo do pico de produção registrado em março de 2011.
A pesquisa não informa dados desagregados por atividades na comparação com o mês anterior, mas é provável que a atividade de veículos automotores explique que a perda no Estado tenha sido mais aguda do que a média nacional. A atividade de veículos automotores deu a maior contribuição para a queda na indústria em agosto ante julho, sob forte influência da paralisação de uma fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, por conta de problemas com um fornecedor.
As demais perdas na indústria foram registradas no Paraná, Espírito Santo, Amazonas, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.