IEDI na Imprensa - Indicador de Serviços tem Queda em Agosto e Aponta para Possível Piora
Publicado em: 06/09/2016
Indicador de Serviços tem Queda em Agosto e Aponta para Possível Piora
DCI - 06/09/2016
Vislumbrar o fim do túnel está cada vez mais difícil para empresas da área. Apesar do ganho de confiança do empresariado, mercado depende de retomada do emprego e melhora da renda fixa
Vivian Ito
São Paulo - Nem as promoções ajudaram o setor de serviços a não chegar, no mês de agosto, na 18ª retração consecutiva. Ao contrário de setores como varejista e industrial, o segmento de serviços não viu sinais de retomada, e a luz do fim do túnel ainda não apareceu.
Segundo o Indicador Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês), realizado pelo Markit, o setor de serviços passou de 45,6 pontos em julho para 42,7 em agosto. Já o PMI composto, que leva em consideração a produção industrial, caiu para 44,4 pontos contra 46,4 em julho. Ambos ficaram abaixo da marca de 50 pontos, que separa crescimento de contração.
Apesar de ter sido um período com muitas promoções, entrevistados apontam tentativa de crescimento frustrada. Isso porque o volume de novos negócios diminuiu pelo 18° mês consecutivo. "Nesse momento, nem com promoção você consegue a contratação de novos serviços, porque as empresas estão no limite de suas condições", diz o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin.
Para ele, a crise está entrando em uma nova etapa com a redução do patamar de queda industrial e o efeito de propagação no comércio e nos serviços. "Os setores estão cada vez mais relacionados e agora vamos ver um desdobramento", comenta. A piora, segundo ele, vai dos serviços prestados às famílias aos técnico-administrativos, passando pelos serviços terceirizados. "A situação no setor não aponta para reversão", comentou Cagnin ao DCI. Segundo a pesquisa PMI, cinco das seis categorias monitoradas pela pesquisa observaram uma redução na atividade, com exceção da área de Intermediação Financeira.
Prognóstico
Como forma de reduzir os custos, as empresas do setor também diminuíram os postos de trabalho, o que deve agravar ainda mais a condição do setor nos próximos meses. Para o economista do Iedi, o mercado ainda pode ver nos próximos meses algum sinal de arrefecimento. "Mas ainda será pouco para reverter o patamar de queda", comenta.
Ainda segundo o executivo, outro fator que pode prejudicar a retomada do setor é o arrefecimento "instável" do setor industrial. "Nesse momento, um dos dinamizadores era a exportação, mas com a apreciação cambial isso pode mudar", complementa.
Para estabilizar os setores, ele aponta que são necessários estímulos adicionais da esfera governamental, como, o investimento em infraestrutura com as concessões, novas parcerias público-privadas (PPPs), redução da taxa de juros, estancamento da apreciação cambial e o reestabelecimento do Reintegra para exportadores.
"A retomada depende de que os elementos dinamizadores continuem estabilizando, além de elementos adicionais [incentivos]", finalizou o economista.