IEDI na Imprensa - Transformação acelerou crescimento no segundo trimestre
Valor Econômico
Ana Conceição
Os dados do IBGE divulgados ontem mostraram que em meio às turbulências do segundo trimestre a indústria de transformação continuou a crescer no período e em ritmo mais acelerado que o primeiro, na série com ajuste sazonal. A alta reflete os ganhos dos meses de abril e maio, já que em junho, houve uma pequena queda dessa atividade (-0,2%). Em 12 meses, o setor continua a apontar para saída uma gradual dos resultados negativos que se repetem desde 2014, mas ainda longe do azul.
No segundo trimestre, o setor de transformação produziu 1,36% mais ante o primeiro, quando a alta tinha sido de 0,85%. É um resultado em parte concentrado na fabricação de veículos, mas ainda assim é um alento. Esse segmento aumentou sua produção de 1,17% de janeiro a março e outros 5,80% de abril a junho, ainda na série com ajuste sazonal. A produção da indústria geral desacelera entre o primeiro e o segundo trimestre, de 1,10% para 0,9%, na série com ajuste sazonal, por causa do segmento extrativo, que saiu de alta de 1,94% para queda de 1,71% no período.
Fora os veículos, os demais ramos industriais alternaram altas e baixas como tem sido comum em 2017, um ano em que o setor tateia em busca de recuperação, dividido entre um desempenho melhor nas exportações e um consumo interno ainda baixo.
Como mostrou o Valor na edição de ontem, enquanto a demanda doméstica ainda é frágil, a indústria de transformação tem sido ajudada pelas exportações. No primeiro semestre do ano, o déficit comercial do setor foi o menor desde 2008, de US$ 1,249 bilhão, segundo o Iedi. Um dado importante na balança da indústria é o aumento na importação de intermediários, que são insumos para a produção.
Mas as compras de máquinas e equipamentos ainda encolhem, indicando que o empresário do setor ainda está reticente em investir. O alto de índice de ociosidade industrial, perto de 25% também não é um incentivo aos investimentos. Para a indústria firmar de fato o pé ainda faltam sinais mais consistentes da demanda e de menos incertezas no horizonte.
No acumulado do ano, o setor de transformação está praticamente em linha com o que produziu no ano passado (queda de 0,2%) e em 12 meses cai 2,2%, uma melhora relativa com relação ao pior momento do segmento, em março de 2016, quando chegou a uma baixa de 10,6%. Nessa comparação, a trajetória negativa da indústria de transformação se iniciou em março de 2014, quando caiu 0,7%. Desde então, não houve resultados positivos.
Na indústria geral, a queda diminuiu de 9,7% em junho de 2016 para baixa de 1,9% nos 12 meses até junho, uma redução expressiva, mas ainda com algum caminho pela frente até alcançar a alta de 0,83% em 2017 prevista pelo mercado no mais recente boletim Focus.