IEDI na Imprensa - O oscilante comportamento dos serviços
O Estado de São Paulo
Na comparação com outubro de 2016, o recuo de 0,3% foi menor que o de setembro, quando se registrou queda de 3,2%
Editorial Econômico
A maioria dos indicadores da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de outubro do IBGE ficou no campo negativo, tanto no que diz respeito ao volume como à receita real – apenas em termos nominais houve elevação. Alguns itens com peso relevante na PMS, como os serviços às famílias, apresentaram oscilações bruscas nas últimas três pesquisas, influenciando o resultado final. Em outubro, poucos itens, entre eles transportes, registraram comportamento positivo.
Entre setembro e outubro, o volume de serviços recuou 0,8%, resultado pior do que a queda de 0,3% verificada no mês anterior. Mas, na comparação com outubro de 2016, o recuo de 0,3% foi menor que o de setembro, quando se registrou queda de 3,2%. Na avaliação dos economistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), há “uma certa moderação das quedas”, embora estas sejam disseminadas.
Na comparação entre os primeiros 10 meses de 2016 e 2017, o volume de serviços só não recuou nos Estados do Paraná e Mato Grosso. No Amapá houve queda recorde de 14,6% e o recuo superou 11% no Tocantins, Sergipe, Rondônia, Roraima e Distrito Federal. A queda foi menor em São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.
O melhor resultado veio dos transportes terrestres, cujo comportamento depende mais intimamente da evolução da economia e que cresceu 9% na comparação entre outubro de 2016 e outubro de 2017. O transporte aquaviário evoluiu ainda mais, mas seu peso é pequeno na PMS.
A queda da atividade de serviços prestados às empresas – profissionais, administrativos e complementares, inclusive técnico-profissionais – evidencia as dificuldades que as pessoas jurídicas têm para superar problemas que se agravaram na recessão. O esforço de muitas companhias ainda está centrado no corte de custos.
É possível que fatores episódicos tenham influenciado o setor terciário mais do que se poderia esperar, caso das liberações do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e das liquidações da Black Friday. Mais importante, no entanto, é que os serviços dependem da situação geral da economia, não refletida plenamente na PMS, que não inclui itens como instituições financeiras e serviços públicos. Isto pode tornar seus resultados divergentes em relação a outros indicadores, como o IBC-Br, que cresceu 0,3% em outubro.