Análise IEDI
O Brasil no ranking mundial da indústria
Em 2017, a indústria brasileira inaugura uma nova etapa. A série de resultados expressivamente negativos, verificados especialmente em 2015 e 2016, deram lugar a uma trajetória em que variações positivas e negativas se intercalam de um mês para outro. Consequência disso é um desempenho muito próximo da estabilidade.
No acumulado dos seis primeiros meses de 2017, tomados os dados sem ajuste sazonal, a alta da produção industrial chegou a apenas 0,5% frente a igual período do ano anterior. Se considerarmos os dados com ajuste sazonal, o resultado geral é de +1,1% em igual comparação.
A partir dos dados coletados pela OCDE, Eurostat e pelo National Bureau of Statistics of China, o IEDI montou um ranking internacional de crescimento da indústria geral com 48 países. Para que o tamanho da amostra fosse o maior possível, optou-se por trabalhar apenas com as séries com ajuste sazonal, ainda que as comparações utilizadas sejam frente ao mesmo período do ano anterior. Usualmente, o IBGE calcula as comparações interanuais a partir das séries sem ajuste.
Desse modo, o Brasil, que ocupava em 2016 a 47ª colocação, referente a um desempenho de -6,8% no ano como um todo, avançou, na primeira metade de 2017, para a 37º posição. Como dito anteriormente, 2017 representou um retorno ao campo positivo: +1,1% no acumulado do ano com dados dessazonalizados.
Deixamos de estar entre os últimos colocados, mas ainda nos encontramos entre aqueles com as menores taxas de crescimento. Com resultados muito semelhantes ao brasileiro estão Reino Unido (36º), Macedônia (38º) e França (39º), todos com expansão da ordem de 1,1% em 2017. A indústria dos EUA (35º) apresentou um dinamismo um pouco melhor, de +1,2%, enquanto a da Noruega (40º) ficou logo abaixo, com +1,0%.
O dinamismo da indústria brasileira também ficou aquém do crescimento do setor no mundo. Segundo estimativas do CPB Netherlands Bureau for Economic Policy Analysis, o resultado da indústria mundial foi de +3,1% no acumulado até maio de 2017, puxado pela Ásia emergente (+5,7%). Em oposição, coube à indústria da América Latina o pior desempenho regional (-1,6%).
Vale observar que em função da celeridade na divulgação dos dados da indústria pelos institutos de pesquisa estatística de cada país, o cômputo do resultado acumulado em 2017 para alguns casos considera o período janeiro-maio, enquanto que para outros, como o Brasil, o período de referência é janeiro-junho. À medida que o ano avança, menos influência esse aspecto exerce sobre o ranking.
Entre as primeiras colocações, estão os países emergentes da Europa Oriental, tais como Estônia (1º), Romênia (2º), Letônia (3º) e Eslovênia (4º). A China aparece em sexto lugar, com uma expansão da produção industrial de 6,9% ante o primeiro semestre de 2016, a partir de dados sem ajuste sazonal, implicando uma aceleração ante o desempenho de 2016. Já as últimas posições são ocupadas por países como Montenegro (48º), Luxemburgo (47º), Islândia (46º) e Irlanda (45º).