Destaque IEDI - O descompasso internacional da indústria brasileira
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A recuperação econômica pouco ganhou consistência em 2018. O indicador do Banco Central do nível de atividade aponta para uma alta de +1,1% do PIB em 2018, o mesmo ritmo verificado pelo IBGE em 2017.
O ritmo de crescimento da produção refluiu de +2,5% em 2017 para apenas +1,1% em 2018.
Fraco dinamismo exportador e avanço significativo das importações se somaram para levar o saldo de manufaturados de US$ -3,2 bilhões para US$ -25,2 bilhões em apenas um ano.
Não houve recuperação para a indústria no final do ano passado, já que a produção voltou a ficar no negativo no último trimestre.
A reação do emprego em 2018 não foi muito significativa. A ocupação cresceu, mas o suficiente apenas para estabilizar a taxa de desemprego que, por sinal, manteve-se em patamar bastante elevado: 12,3%. A perda de dinamismo industrial ao longo do ano passado está na raiz dos resultados insuficientes, sobretudo para o trabalho formal que ainda está no vermelho.
À medida que os dados oficiais vão sendo divulgados, vai ficando claro que nos últimos meses de 2018 a economia custou a sair do lugar.
A China se tornou um forte concorrente às exportações do Brasil em seus principais mercados de produtos manufaturados (Mercosul, Aladi e Nafta). Depois da crise global de 2008, perdemos muito espaço para os produtos chineses, uma realidade que vem mudando.
A recuperação industrial pode ser ainda mais lenta do que se imaginava. 2017 foi o ano de saída da crise, mas já em 2018 houve uma inflexão.
Recuperação é um processo que implica ir retomando, mesmo que gradualmente, o padrão de crescimento anterior à crise. Não é o que está acontecendo em 2018 para a indústria.
No 3º trimestre de 2018, a recuperação da economia teve continuidade com a variação de +0,8% do PIB na série com ajuste.