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                          IEDI na Imprensa - Indústria e comércio sinalizam retomada lenta depois da greve

                          Publicado em: 18/06/2018

                          Valor Econômico

                          Hugo Passarelli

                          A retomada do setor produtivo depois do fim da paralisação dos caminhoneiros está mais lenta que o previsto. Dados preliminares do Estado de São Paulo sinalizam atividade ainda fraca da indústria e do comércio na primeira quinzena de junho, indicativo que a volta à normalidade ainda é gradual.

                          Para entidades setoriais e analistas, a recuperação está sendo travada pelos debates em torno do tabelamento do preço do frete e pela diminuição da confiança dos consumidores e empresários. O cenário só reforça o que ficou consolidado desde a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, no fim de maio: o ritmo da atividade arrefeceu e fica cada vez mais provável um crescimento entre 1% e 2% neste ano. Abaixo da expectativa e pouca coisa melhor que em 2017.

                          Levantamento da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, obtido com exclusividade pelo Valor, mostra que as vendas da indústria paulista caíram 13%, ou R$ 635,5 milhões, nas duas semanas seguintes ao fim da greve. O estudo usa as notas fiscais eletrônicas e compara o faturamento das empresas com os mesmos dias úteis do ano anterior.

                          A perda de fôlego também é sentida no varejo paulista, cujo ritmo de compra de bens, um indicador da atividade esperada para o setor, está 4,4% abaixo ante igual período de 2017. A fraqueza no comércio tira encomendas da indústria. "Maio foi um desastre e deixa uma memória. Você tem estoques que vão se acumulando por causa da frustração de vendas", diz André Grotti, assessor de política tributária da Secretaria da Fazenda de São Paulo.

                          A paralisia nos negócios também afeta o nível esperado de arrecadação. Até o dia 15 de junho, houve uma frustração de R$ 80 milhões no recolhimento do Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS) de São Paulo. A cifra ainda pode aumentar: as principais datas de pagamento de impostos, em especial o dia 20, ainda não ocorreram.

                          "Não dá para dizer que o faturamento e a arrecadação vão fechar o mês em queda ou que essa será trajetória até o fim do ano. Por ora, a retomada está lenta e não recupera o nível perdido na greve", afirma Grotti.

                          A interrupção da atividade econômica também levou ao menos dois Estados - Espírito Santo e Paraná - a adiarem a data para recolhimento do ICMS. A medida atendeu a pedido de empresários que alegaram descasamento do fluxo de caixa por causa da queda no faturamento.

                          No Espírito Santo, o adiamento foi restrito à indústria. O secretário da Fazenda do Estado, Bruno Funchal, diz que a arrecadação vinha crescendo em torno de 12% ao mês, em valores nominais, até abril. "Agora, esperamos perda razoável de receita em junho, condizente com o problema vivido em maio", diz.

                          Pesquisa nacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com 395 sindicatos, associações e federações, aponta que o tempo médio informado para volta do ciclo normal de produção após o fim da greve foi de 19,76 dias e que, durante os 11 dias de paralisação, a queda média de faturamento foi de 54%.

                          "Existe uma curva de retomada de produção, como mostra a pesquisa. Mas, com o aumento de custos em função do tabelamento, vários setores estão sem embarcar ou com as linhas prejudicadas", diz Pablo Cesário, gerente executivo da CNI. Segundo ele, esses impactos são mais sentidos no transporte de alguns produtos, como commodities industriais, agregados para a construção civil e insumos petroquímicos.

                          No segmento de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, a corrida é para recuperar o tempo perdido nas vendas, uma vez que a produção foi antecipada para atender a demanda esperada por televisores antes da Copa do Mundo. No primeiro trimestre do ano, a produção de televisores cresceu 46% ante o ano anterior, segundo a Eletros, entidade que representa o setor. A alta também reflete a expectativa pela troca de aparelhos devido à mudança do sinal analógico para digital.

                          O encarecimento dos fretes, porém, está jogando contra a viabilidade econômica do escoamento de produção. Segundo a Eletros, há aumentos expressivos nos fretes com origem no Nordeste. Da Bahia para São Paulo houve alta de 256% no frete de eletrônicos em relação ao período anterior à tabela de preços.

                          "O tabelamento do frete está sendo um dificultador da retomada da atividade no segmento de eletrônicos", diz José Jorge Nascimento Júnior, presidente da Eletros. O setor trabalhava com a previsão de alta nas vendas entre 10% e 15% e agora deve rever essa estimativa.

                          "Capacidade produtiva existe, o ponto é se vai ter mercado para isso. Não quer dizer que o que se deixou de consumir lá atrás, em uma duas semanas, vai ter um rebote agora em junho" diz Rafael Caghin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). Para ele, a greve ilustra os potenciais efeitos deletérios dos conflitos políticos sobre a trajetória de recuperação da economia e reduz a condição de retomar projetos de investimento.

                          Na região de Manaus, já há relatos de que fabricantes de eletrônicos estudam dar férias ou licença diante da paralisia dos negócios, segundo Wilson Périco, presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam). As fabricantes de motocicletas, revela, decidiram antecipar em uma semana a tradicional parada de meio do ano.

                          A maior parte dos setores da indústria segue em ritmo lento ou ainda enfrenta efeitos da greve no processo produtivo. A produção de celulose, papel e painéis de madeira só deve ser normalizada em um mês, de acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), entidade que representa o setor de florestas plantadas para fins industriais.

                          A presidente-executiva da associação, Elizabeth de Carvalhaes, diz que o setor ainda está fazendo as estimativas, mas os primeiros números indicam que cerca de 280 mil toneladas de celulose e 310 mil toneladas de papel deixaram de ser produzidas devido à greve. O escoamento de produtos para o mercado externo também foi afetado, mas não há risco de desabastecimento uma vez que as empresas trabalham, no caso da celulose, com estoques para 30 dias. "A preocupação é garantir o fornecimento nos mercados contratados", diz Elizabeth.

                          Na semana passada, a Suzano Papel e Celulose informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que teve perda total de produção de celulose de cerca de 80 mil toneladas devido à greve. O volume equivale a 2,2% da capacidade produtiva total da companhia.

                          A indústria de embalagens de papelão ondulado revisou para baixo a previsão de crescimento das expedições em 2018. A expectativa de alta baixou de 3,8% - projetados no início de maio - para de 2,8% no volume expedido de caixas, acessórios e chapas. A presidente da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), Gabriella Michelucci, conta que a revisão se deu exclusivamente em função da greve. A produção do setor já voltou ao normal, diz.

                          O faturamento da indústria farmacêutica teve perda de R$ 1,6 bilhão, estima o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). A entidade afirma que os efeitos da greve persistiam na semana passada, com interrupções nas linhas de produção por falta de insumos e matérias-primas. "O que mais nos preocupa é a dificuldade de acesso da população aos nossos produtos, o que pode trazer consequências indesejáveis", diz em nota o presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini.

                          Na indústria química, a perda com a greve é estimada em pelo menos US$ 1,2 bilhão - um quarto do faturamento mensal -, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Para a Abiquim, se extrapolado para outros segmentos de uso final (tintas, cosméticos, farmacêuticos, fertilizantes, fibras sintéticas, sabões e detergentes), o prejuízo sobe a US$ 2,5 bilhões em uma semana. Empresas como a Braskem reduziram as atividades na semana passada.

                          A Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer) calcula que a demanda do setor caiu 17% em função da paralisação dos caminhoneiros. "O ganho de janeiro a abril foi perdido", diz o diretor superintendente da entidade, Antônio Carlos Kieling. Segundo ele, os números de junho ainda irão refletir impactos da greve. A entidade mantém a estimativa de crescimento de 4,8% a 5% no ano.

                          No agronegócio, um dos setores mais afetados foi de produção de carne de aves. Foram mais de 70 milhões de pintos sacrificados nos dez dias de paralisação, o que deve se refletir na queda da produção deste e do próximo mês. Os preços da carne de frango já subiram 40% no atacado.

                          De acordo com o analista do Rabobank Adolfo Fontes, o fluxo de produção de carne de frango só deverá se normalizar dentro de 30 a 60 dias. (Colaboraram Thais Carrança, Alexandre Melo, Stella Fontes, Chiara Quintão, Adriana Mattos, João José Oliveira e Alda do Amaral Rocha)

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