IEDI na Imprensa - 2018, o ano em que a economia anda de lado
O Globo
Com o cenário eleitoral incerto, empresas, investidores e consumidores ficam em ‘compasso de espera’. Indicadores alternam altos e baixos a cada mês e deixam qualquer chance de recuperação para o ano que vem
João Sorima Neto e Ana Paula Ribeiro
Aguardado como o mom entoem que a economia brasileira deslancharia ,2018 passará para a história como o ano da “paralisia”, dizem analistas. A incerteza sobre quem vai dirigir o país após a eleição leva empresas a suspenderem projetos, fundos a adiarem investimentos, consumidores a postergarem compras. Na prática, a economia anda de lado, com indicadores que alternam, a cada mês, resultados positivos e negativos. — No fim do ano, pode até aparecer um dado positivo no Produto Interno Bruto (PIB) ou na indústria, mas o que importa é a qualidade da recuperação, sem tendência definida — diz o economista Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). —O perfil está dado: será o ano em que os agentes econômicos trabalharam em compasso de espera. Para Cagnin, a incerteza e os riscos de uma eleição presidencial indefinida foram subestimados. No início do ano, havia previsões decrescimentode até 3% do PIB. Agora, já se fala em 1%. O economista afirma que a eleição está pesando mais que o esperado porque virou uma incógnita:
— Essa incerteza sobre o que vai acontecer com apolítica paralisou a economia. Investir no Brasil ficou mais arriscado. Só este ano, investidores internacionais já retiraram R$ 2,6 bilhões da Bolsa, a B3. Segundo o boletim Focus, do BC, a previsão de investimento estrangeiro direto no ano caiu de US$ 80 bilhões em janeiro para US$ 67 bilhões.