IEDI na Imprensa - Exportação de manufaturado fica estável
Valor Econômico
Ana Conceição
As exportações brasileiras de produtos manufaturados cresceram 7,4% em 2018 sobre 2017, quando subiram 9,4%. Mas, segundo cálculo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), se não forem consideradas as vendas de plataformas de petróleo (que tem efeito apenas contábil) a alta das exportações foi de apenas 1,5%.
Uma mudança tributária no Repetro (regime fiscal aduaneiro do setor de petróleo) fez com que novas plataformas não precisem mais passar por uma "exportação fictícia" - elas não saem do Brasil. Elas são, na realidade, compradas de fornecedores brasileiros por subsidiárias no exterior e depois "internalizadas" no Brasil como se estivessem sendo "alugadas", mesmo sem saírem do país fisicamente. No ano passado houve o registro contábil dessas operações na balança.
Segundo o IEDI, uma das principais causas dessa perda de dinamismo dos manufaturados foi a queda nas exportações de veículos, puxada pela retração das compras da Argentina, principal cliente brasileiro. Em 2018, as vendas externas de automóveis de passageiros caíram 23,2%, e as de veículos de carga, 20%.
"Ao minguar neste último ano, o resultado das exportações de manufaturados tornou-se um dos componentes da perda de fôlego da recuperação industrial, tornando mais distante a completa recomposição dos níveis de produção e vendas anteriores à grave crise recente", afirma o IEDI, em nota que analisa as exportações brasileiras de 2018, divulgadas na quarta pelo governo.
No ano passado, o Brasil obteve um superávit comercial de US$ 58,3 bilhões, queda de 13,3% em relação a 2017, no critério da média diária. O saldo resultou de exportações de US$ 239,5 bilhões e de importações de US$ 181,2 bilhões. Houve uma elevação muito maior das importações, de 19,7%, do que dos embarques, que cresceram 9,6%, sempre na média diária.