IEDI na Imprensa - São Paulo atenua os problemas da indústria
O Estado de São Paulo
Crescimento da produção industrial paulista entre janeiro e fevereiro evitou um recuo nacional
Editorial
O crescimento de 2,6% da produção industrial paulista entre janeiro e fevereiro evitou um recuo da produção nacional, que avançou 0,7% no período e foi muito afetada pelos resultados de Minas Gerais e do Espírito Santo. Sem embargo dos enormes custos sociais evidenciados pela morte ou pelo desaparecimento de cerca de três centenas de pessoas, o custo econômico da tragédia de Brumadinho tornou-se ainda mais claro na pesquisa Indicadores Conjunturais da Indústria - Resultados Regionais, distribuída há pouco pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda da produção industrial mineira foi de 4,7% e a da capixaba, de 9,7%.
Nove dos 15 locais pesquisados mostraram, entre janeiro e fevereiro, dados positivos, a começar de Bahia (+6,5%), Região Nordeste (+6,2%) e Pernambuco (+5,9%). Mas foi o ritmo da indústria paulista que fixou a tendência, pois outros Estados desenvolvidos apresentaram números menores, como Paraná (+1,1%) e Santa Catarina (+0,5%).
A melhora da indústria paulista em fevereiro se deveu a itens como bebidas, veículos automotores, reboques e carrocerias, produtos têxteis e máquinas e equipamentos. Em parte, o crescimento apenas compensou os maus resultados anteriores.
Como notaram os analistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), a ajuda de São Paulo “não foi suficiente para reverter completamente o quadro que vinha se desenhando desde meados do ano passado”. Comparando os últimos 12 meses, até fevereiro, com os 12 meses anteriores, não houve avanço da indústria paulista.
Um retrospecto dos últimos dois anos mostra que tanto na indústria brasileira como na indústria paulista houve um crescimento forte e contínuo entre fevereiro de 2017 e abril de 2018, seguindo-se um período de recuo até janeiro de 2019.
Quando se comparam os meses de fevereiro de 2018 e de 2019, a indústria nacional avançou 2%, o que se explica, em parte, pelo fato de que o número de dias úteis de fevereiro de 2019 foi maior.
Segundo o IEDI, o retrospecto é favorável aos Estados da Região Sul e a São Paulo. Mas não se deve ignorar que a volta de pressões inflacionárias no bimestre fevereiro/março deste ano poderá ter algum impacto negativo sobre a atividade econômica, inclusive sobre a indústria.