IEDI na Imprensa - Automóveis representam 37% da queda das exportações do Brasil
Valor Econômico
Marta Watanabe
Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), destaca como os automóveis afetaram o desempenho das exportações no ano. Os embarques de veículos de passageiros caíram de US$ 3,04 bilhões para US$ 1,95 bilhão de janeiro a junho de 2018 para igual período deste ano.
A queda em valores absolutos, de US$ 1,08 bilhão, representa 37% do recuo de US$ 2,9 bilhões das exportações totais no primeiro semestre do ano. Os embarques brasileiros caíram, no mesmo período, de US$ 113,8 bilhões para US$ 110,9 bilhões (retração de 1,8% pela média diária, na comparação com o mesmo período de um ano atrás).
Já as importações, em igual intervalo, somaram US$ 83,76 bilhões (alta de 0,8%).
A crise argentina, diz Cagnin, tem grande influência sobre a queda na exportação brasileira de automóveis. “Mas a queda na exportação brasileira de manufaturados, apesar de puxada pelo setor automotivo, está disseminada por diversos setores com perfil mais diversificado”, diz ele.
Ao mesmo tempo, as importações refletem a fraqueza da economia doméstica. “A elevação de 0,8% dos desembarques no primeiro semestre reflete o tropeço da economia nesse período”, diz ele. “É um crescimento perto de zero depois de uma alta de 20% em 2018”, diz ele, referindo se ao crescimento das importações no ano passado em relação a 2017.
Segundo dados divulgados pelo governo nesta segunda-feira, considerando o acumulado de janeiro a junho, o superávit da balança comercial foi de US$ 27,13 bilhões. O número representa um recuo de 8,9% na comparação com um ano antes, pela média diária.
No ano, a corrente de comércio foi de US$ 194,66 bilhões, queda de 0,7% em relação ao mesmo período do ano passado, pela média diária.