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                          Análise IEDI

                          Emprego
                          Publicado em: 31/07/2018

                          Perda de fôlego

                          Desde meados do ano passado, o quadro do emprego vinha dando sinais de reação com a ocupação e o rendimento real voltando a crescer. Por mais que este processo apresentasse deficiências, como a persistente retração do emprego formal, movia-se na direção positiva. Em 2018, tem havido uma continuidade desse movimento, mas com uma flagrante perda de fôlego.

                          Um primeiro sintoma disso é que a população ocupada, que chegou a crescer 2,0% no último trimestre de 2017 em relação ao mesmo período do ano passado, passou a avançar em um ritmo equivalente a quase a metade desse índice: +1,1% no 2º trimestre de 2018. Este não é um desempenho desprezível, mas certamente não favorece uma significativa mudança do patamar da taxa de desemprego do país, que ainda é muito elevada: 12,4% no trimestre findo em jul/18, o equivalente a 13 milhões de pessoas sem trabalho.

                          Convém sublinhar que a taxa de desemprego seria ainda maior não fosse a quase estagnação da população na força de trabalho, isto é, do contingente de pessoas em busca de uma ocupação. Sua variação foi de apenas +0,5% no 2º trim/18, refletindo muito provavelmente o desalento que aflige muitas pessoas neste período de recuperação econômica muito lenta e desigual.

                          Os traços do desaquecimento do emprego em 2018 também podem ser vistos sob duas óticas diferentes. Do ponto de vista do tipo de ocupação criada, deixou de ficar cada vez menor a retração dos postos com carteira de trabalho, algo que vinha ocorrendo desde o início de 2017. Em 2018, tanto no primeiro como no segundo trimestres, a retração desse tipo de emprego se estabilizou em 1,5% na comparação interanual. 

                          Por outro lado, aqueles tipos de ocupação que vinham sustentando a queda da taxa de desemprego mostram aumentos menores: trabalho sem carteira, cuja alta de 6,2% (+641 mil ocupados) no 3º trim/17 recuou para 3,4% (+366 mil) no 2º trim/18, e trabalhador por conta própria, que incluem os chamados “bicos”, que saiu de +4,8% (+1 milhão) para +2,5% (+555 mil) no mesmo período.

                          Sob o segundo ponto de vista, temos a evolução do número de ocupados por atividades econômicas. Neste caso, é um símbolo da recente perda de fôlego do emprego a evolução da ocupação na indústria, que chegou a ser o setor que mais ampliou vagas no último trimestre de 2017, com 527 mil ocupados adicionais ou +4,6% frente a igual período do ano anterior. Agora no 2º trim/18, seu resultado é de apenas ¼ disso: +143 mil ocupados ou +1,2%.

                          Abaixo, as variações interanuais mostram que outros setores importantes para o emprego também reduziram seu ritmo de criação de postos, tais como alojamento e alimentação; comércio e reparação de veículos; e informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas. Nestes dois últimos casos o que houve foi uma quase estabilização, dado o baixíssimo resultado.

                               •  População ocupada total: +2,0% no 4º trim/17; +1,8% no 1º trim/18 e +1,1% no 2º trim/18;

                               •  Indústria: +4,6%; +2,0% e +1,2%, respectivamente;

                               •  Comércio e reparação de veículos: +1,2%; +1,5% e -0,1%;

                               •  Alojamento e alimentação: +8,7%; +5,7% e +2,6%;

                               •  Info., com. e ativ. finan., imob., prof. e administrativas: +4,2%; +1,3% e +0,9%;

                               •  Construção: -1,9%; -4,1% e -2,9%;

                               •  Agropecuária: -5,1%; -2,3% e -1,8%, respectivamente.

                          Além dos setores que crescem menos, há ainda aqueles que jogam contra a recuperação do emprego, como a agropecuária, com -158 mil ocupados (-1,8%) a menos do que no 2º trim/17, e construção, com -170 mil ocupados (-2,5%) na mesma comparação.

                          Outro sintoma de fraqueza: o rendimento vem apresentando um desempenho bastante inferior ao de 2017. Tomado o rendimento real médio de todos os trabalhos habitualmente recebidos, a alta de +3,0% no 2º trim/17 converteu-se em apenas +1,1% no 2º trim/18. Este comportamento já era esperado, dado que a expressiva redução da taxa de inflação no ano passado não encontraria equivalente em 2018, muito embora venha se conservando em um patamar bastante baixo.

                          O que poderia estar ocorrendo, mas não está, como vimos acima, é uma aceleração da ocupação de modo a compensar o arrefecimento do crescimento do rendimento real e a garantir, assim, uma massa de rendimentos em rota ascendente. O que vem ocorrendo, contudo, é oposto disso. Depois de crescer acima de 3,5% na segunda metade de 2017, a massa de rendimentos reais variou +1,8% e +2,3% nos dois primeiros trimestres de 2018, respectivamente. 

                          Assim, caso se mantenha nos próximos meses, este quadro recente de desaceleração na ocupação, de alta basicamente em empregos informais e de massa de rendimentos reais crescendo menos traz riscos para os resultados futuros tanto dos setores de serviços pessoais como do comércio varejista e, indiretamente, de vários segmentos da indústria.

                          De acordo com dados da PNAD Contínua Mensal divulgados hoje pelo IBGE, a taxa de desocupação registrada no trimestre entre abril e junho de 2018 atingiu 12,4%. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, janeiro a março de 2018, houve queda de 0,7 p.p, e para o mesmo trimestre do ano anterior houve retração de 0,6 p.p, quando apresentou 13,0%.

                          O rendimento real médio de todos os trabalhos habitualmente recebidos ficou em R$2.198, apresentando expansão de 0,3% em relação ao trimestre imediatamente anterior (jan-fev-mar), já frente ao mesmo trimestre de referência do ano anterior, houve crescimento de 1,1%. 

                          A massa de rendimentos reais de todos os trabalhos habitualmente recebidos atingiu R$195,6 bilhões no trimestre que fechou em junho, registrando acréscimo de 1,1% frente ao trimestre imediatamente anterior e expansão de 2,3% frente ao mesmo trimestre do ano anterior (R$195,6 bilhões).

                          Para o trimestre de referência, a população ocupada foi de 91,2 milhões de pessoas, aumento de 1,1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (90,2 milhões de pessoas ocupadas), já em relação ao trimestre imediatamente anterior aferiu-se variação de 0,7% (jan-fev-mar). Em comparação ao trimestre imediatamente anterior, o número de desocupados retraiu 5,3%, chegando a 12,9 milhões de pessoas, enquanto que na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior observou-se decréscimo de 3,9%. Em relação a força de trabalho, registrou-se neste trimestre 104,2 milhões de pessoas, queda de 0,1% frente ao trimestre imediatamente anterior e aumento de 0,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

                          Comparado com o mesmo trimestre do ano anterior, os grupamentos de atividades que obtiveram expansão da ocupação foram: Outros serviços (5,9%), Administração pública, defesa, seguridade, educação, saúde humana e serviços sociais (3,6%), Alojamento e alimentação (2,6%), Serviços domésticos (1,6%), Indústria (1,2%), Informação, Comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (0,9%) e Transporte, armazenagem e correios (0,6%). Por outro lado, os agrupamentos que apresentaram retração na ocupação foram: Construção (-2,5%), Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-1,8%) e Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (0,1%). 

                          Por fim, analisando a população ocupada por posição na ocupação, comparada ao mesmo trimestre do ano anterior, observamos expansões nas seguintes categorias: empregador (4,2%), trabalho privado sem carteira (3,4%), setor público (2,7%), trabalhador por conta própria (2,4%) e trabalho doméstico (2,0%). De outro lado, os seguintes segmentos registraram quedas: trabalho familiar auxiliar (-1,6%) e trabalho privado com carteira (-1,4%).

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