Análise IEDI
Indústria e o Brasil do futuro na visão do IEDI
A Carta IEDI a ser divulgada hoje sintetiza o documento “Indústria e o Brasil do Futuro”, resultante de discussões e reflexões dos Conselheiros do Instituto e da colaboração de reconhecidos especialistas de diferentes áreas, complementando os estudos realizados pela nossa equipe técnica. Nele apresenta-se a visão do IEDI sobre os principais desafios que o País deverá enfrentar para restabelecer a trajetória de crescimento sustentado e de desenvolvimento econômico e social. Também são abordadas as orientações fundamentais para superar tais desafios.
O documento, que está disponibilizado na íntegra no site do IEDI, mostra, por diversos ângulos, a relevância da indústria para o desenvolvimento econômico e social brasileiro, dado seu papel de liderança na inovação e sua destacada posição no emprego formal, na arrecadação de impostos, no investimento e na exportação. Por isso, cuidar bem do setor industrial faz bem à economia como um todo.
Além de enfatizar essas evidências sobre o papel da indústria, o IEDI procurou identificar as orientações e políticas necessárias para a remoção dos entraves ao bom funcionamento da economia e à promoção do desenvolvimento. O desajuste fiscal é o maior desses entraves e as iniciativas para reequilibrar as contas públicas são fundamentais. Nesse tema ainda estão por realizar as reformas Tributária e da Previdência.
É entendimento do IEDI, ainda, que a reforma Política é inadiável. Ela deve consistir na introdução de práticas que promovam a redução do número de partidos políticos e viabilizem coalizões programáticas capazes de dar sustentação à governabilidade e à execução das reformas.
O estudo recomenda vários pontos a serem seguidos para aumentar a competitividade e a produtividade da economia, envolvendo: a redução da insegurança jurídica, o desenvolvimento do mercado de capitais e o novo papel do BNDES, a diminuição do custo do crédito, a reformulação de nosso sistema tributário, com a introdução do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), os ajustes na regulação econômica e a melhora do ambiente de negócios e o incentivo aos investimentos privados em infraestrutura.
Nesta mesma direção, são recomendadas algumas linhas de políticas para ampliar e melhorar a inserção externa da economia brasileira, dentre as quais se destaca a política de acordos comerciais. O País deve abrir o maior número de frentes possíveis de negociações.
Na estratégia industrial, a exemplo do que fazem muitos outros países desenvolvidos e em desenvolvimento, são recomendadas cinco linhas de ação:
• Indústria 4.0 – o País deve criar condições para absorver as tecnologias emergentes na revolução industrial em curso a nível mundial e também assegurar certo protagonismo no desenvolvimento dessas inovações.
• Potencialização da inovação, por meio de medidas como fortalecer a educação básica e tecnológica, promover sua articulação com o setor produtivo e desenhar políticas orientadas a missões.
• Modernização do parque industrial, de modo a alavancar a produtividade e competitividade da indústria.
• Aumento da exportação de manufaturados, em especial de produtos mais complexos e intensivos em tecnologia.
• Agregação de valor a atividades em que o Brasil apresenta grande potencial de desenvolvimento ou desfruta de reconhecida vantagem competitiva, a exemplo da agropecuária.
O IEDI acredita que os princípios e diretrizes defendidos neste documento serão de grande valia para que o próximo governo recoloque o Brasil nos trilhos do desenvolvimento e, por isso, não apenas será encaminhado aos candidatos à Presidência da República, como também servirá de guia para o diálogo entre o Instituto e as autoridades públicas nos próximos anos.