Análise IEDI
Reforço continuado das exportações
Em ago/21, o superávit da balança comercial do Brasil atingiu R$ 7,7 bilhões, um montante recorde para este mês na série histórica iniciada em 1997, segundo os dados de hoje do Ministério de Economia. O resultado derivou de exportações de US$ 27,2 bilhões e importações de US$ 19,5 bilhões.
Como também mostraram os dados do PIB divulgados esta manhã pelo IBGE, o setor externo tem sido uma das principais fontes de dinamismo para o crescimento recente da economia brasileira. Ao que tudo indica este movimento deve ter continuidade no segundo semestre de 2021.
Segundo as médias por dias úteis, as exportações em ago/21 avançaram +49,2% frente ao mesmo período do ano anterior e as importações, +61,1%. Há seis meses estas taxas de crescimento têm sido expressivas, ajudadas por bases baixas de comparação, mas também pela elevação dos preços de commodities.
Assim, no acumulado dos oito primeiros meses do ano, nosso superávit comercial somou US$ 52 bilhões, um incremento de +46% em relação a igual período do ano anterior. Como mostram as variações interanuais a seguir, segundo as médias por dias úteis, as exportações de todos os setores estão crescendo fortemente, com o ramo extrativo na liderança.
• Exportações totais: -4,9% em jan-ago/19; -7,3% em jan-ago/20 e +37,3% em jan-ago/21
• Exportações da agropecuária: -8,1%; +16,8% e +22,2%, respectivamente;
• Exportações da indústria extrativa: +7,5%; -7,8% e +81,7%;
• Exportações da indústria de transformação: -6,1%; -15,2% e +25,6%, respectivamente.
No acumulado do ano até ago/21, as exportações da indústria extrativa somam US$ 55,1 bilhões, o que, segundo as médias diárias, corresponde a uma alta de nada menos do que +81,7% ante jan-ago/20. Muito disso deve-se a um fator-preço para os principais produtos exportados, como no caso do ferro, que agora em ago/21 teve seu preço médio ampliado em 114% em relação a ago/20.
As vendas externas da indústria de transformação foram as que mais cresceram depois das extrativas. A alta de +25,6% em jan-ago/21 retoma um padrão de crescimento visto uma década atrás, em 2010-2011, antes que apreciação cambial e acirramento da competição internacional viessem retirar ímpeto exportador de nossa indústria.
Não muito atrás, vieram as exportações da agropecuária, que registraram +22,2% ante jan-ago/20. Neste caso, o ano passado já havia sido um período de forte crescimento. Em 2021, o aumento de preços de produtos importantes, como o da soja, tem sido um fator positivo adicional.
Do lado das importações, o ritmo de crescimento também foi expressivo, indicando aceleração nas comparações interanuais. A indústria extrativa registrou +58,1% em jan-ago/21, seguida pela indústria de transformação, com +33,1%, e pela agropecuária, com +25,9%.
No caso da indústria de transformação, este movimento tem feito o déficit do setor se aproximar de patamares anteriores à profunda crise de 2015-2016. Em jan-ago/21 chegou a US$ 32,3 bilhões ante US$ 41,7 bilhões em jan-ago/14.
Conforme os dados divulgados hoje pelo Ministério da Economia, no mês de agosto de 2021 a balança comercial brasileira registrou superávit de US$7,665 bilhões, expansão de 31,7% frente ao alcançado no mesmo período do ano anterior, US$5,819 bilhões.
As exportações registraram valor de US$27,212 bilhões, representando expansão de 49,2% em relação a agosto de 2020, pela média diária. As importações totalizaram US$19,547 bilhões, o que significou expansão de 61,1% na mesma base de comparação, considerando os 22 dias úteis do mês.
Para o mês de agosto de 2021, as médias diárias das exportações alcançaram US$1,236 bilhão e das importações registradas ficaram em US$888,5 milhões.
Destaques exportações. Houve aumento das exportações, principalmente, para os seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (45,13 %) - China (+ 43,7% com aumento de US$ 128,4 milhões na média diária); Singapura (+ 178,9% com aumento de US$ 14,2 milhões na média diária); Japão (+ 76,3% com aumento de US$ 11,2 milhões na média diária); Malásia (+ 121,4% com aumento de US$ 10,4 milhões na média diária); Coreia do Sul (+ 58,4% com aumento de US$ 9,0 milhões na média diária); Europa (51,82 %) - Países Baixos (Holanda) (+ 102,3% com aumento de US$ 22,3 milhões na média diária); Espanha (+ 76,3% com aumento de US$ 12,5 milhões na média diária); Portugal (+ 167,5% com aumento de US$ 9,9 milhões na média diária); Alemanha (+ 34,9% com aumento de US$ 5,9 milhões na média diária); Itália (+ 48,1% com aumento de US$ 5,4 milhões na média diária); América do Sul (81,39 %) - Chile (+ 139,5% com aumento de US$ 16,5 milhões na média diária); Argentina (+ 47,7% com aumento de US$ 16,4 milhões na média diária); Peru (+ 306,5% com aumento de US$ 14,6 milhões na média diária); Colômbia (+ 99,0% com aumento de US$ 8,0 milhões na média diária); Venezuela (+ 109,4% com aumento de US$ 3,4 milhões na média diária); América do Norte (52,0 %) - Estados Unidos (+ 57,3% com aumento de US$ 45,9 milhões na média diária); México (+ 76,9% com aumento de US$ 12,2 milhões na média diária); América Central e Caribe (15,74 %) - Nicarágua (+ 157,1% com aumento de US$ 0,6 milhões na média diária); Honduras (+ 153,1% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária); Porto Rico (+ 60,3% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária); Panamá (+ 17,8% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Guatemala (+ 15,2% com aumento de US$ 0,2 milhões na média diária); Oriente Médio (46,09 %) - Barein (+ 327,5% com aumento de US$ 9,7 milhões na média diária); Irã (+ 159,4% com aumento de US$ 7,8 milhões na média diária); Omã (+ 168,5% com aumento de US$ 6,0 milhões na média diária); Emirados Árabes Unidos (+ 3,7% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Kuwait (+ 38,8% com aumento de US$ 0,2 milhões na média diária); Oceania (1,44 %) - Marshall, Ilhas (+ 46,1% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária); Polinésia Francesa (+ 459,2% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); África (17,93 %) - Argélia (+ 66,3% com aumento de US$ 2,4 milhões na média diária); Egito (+ 30,7% com aumento de US$ 1,9 milhões na média diária); África do Sul (+ 25,1% com aumento de US$ 1,0 milhões na média diária); Gâmbia (+ 2.189,3% com aumento de US$ 0,8 milhões na média diária); Líbia (+ 213,2% com aumento de US$ 0,8 milhões na média diária).
Destaques importações. Houve aumento da importações, principalmente, dos seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (56,75 %) - China (+ 54,0% com aumento de US$ 63,8 milhões na média diária); Índia (+ 125,8% com aumento de US$ 16,1 milhões na média diária); Japão (+ 127,4% com aumento de US$ 11,6 milhões na média diária); Malásia (+ 87,9% com aumento de US$ 4,2 milhões na média diária); Tailândia (+ 82,9% com aumento de US$ 3,6 milhões na média diária); Europa (33,88 %) - Rússia (+ 146,3% com aumento de US$ 15,5 milhões na média diária); Alemanha (+ 19,7% com aumento de US$ 7,3 milhões na média diária); Itália (+ 42,3% com aumento de US$ 6,6 milhões na média diária); Espanha (+ 62,0% com aumento de US$ 5,4 milhões na média diária); França (+ 30,1% com aumento de US$ 4,5 milhões na média diária); América do Sul (59,38 %) - Argentina (+ 52,7% com aumento de US$ 15,7 milhões na média diária); Chile (+ 112,2% com aumento de US$ 11,1 milhões na média diária); Colômbia (+ 120,2% com aumento de US$ 4,2 milhões na média diária); Uruguai (+ 77,3% com aumento de US$ 3,4 milhões na média diária); Peru (+ 133,4% com aumento de US$ 2,4 milhões na média diária); América do Norte (93,29 %) - Estados Unidos (+ 105,1% com aumento de US$ 93,3 milhões na média diária); México (+ 41,5% com aumento de US$ 4,7 milhões na média diária); Canadá (+ 41,7% com aumento de US$ 3,8 milhões na média diária); América Central e Caribe (56,21 %) - Trinidad e Tobago (+ 246,6% com aumento de US$ 1,5 milhões na média diária); Costa Rica (+ 272,5% com aumento de US$ 0,2 milhões na média diária); Guatemala (+ 175,7% com aumento de US$ 0,2 milhões na média diária); Panamá (+ 644,3% com aumento de US$ 0,2 milhões na média diária); Oriente Médio (61,83 %) - Arábia Saudita (+ 120,1% com aumento de US$ 4,2 milhões na média diária); Emirados Árabes Unidos (+ 215,4% com aumento de US$ 1,6 milhões na média diária); Omã (+ 227,6% com aumento de US$ 0,8 milhões na média diária); Catar (+ 35,2% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Barein (+ 100,0% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária); Oceania (88,95 %) - Austrália (+ 86,2% com aumento de US$ 2,3 milhões na média diária); Nova Zelândia (+ 129,1% com aumento de US$ 0,2 milhões na média diária); África (189,06 %) - Marrocos (+ 204,9% com aumento de US$ 7,7 milhões na média diária); Argélia (+ 274,2% com aumento de US$ 6,7 milhões na média diária); Togo (com aumento de US$ 1,9 milhões na média diária); África do Sul (+ 88,9% com aumento de US$ 1,7 milhões na média diária); Egito (+ 95,6% com aumento de US$ 0,9 milhões na média diária).