IEDI na Imprensa - Desemprego e Renda Ficam Estáveis
Desemprego e Renda Ficam Estáveis
O Estado de São Paulo - 23/12/2004
Taxa de desocupação foi de 10,6% em novembro e rendimento teve alta de 0,1% no mês; Seade vê melhora na Grande São Paulo
Jacqueline Farid
A reação do mercado de trabalho nos últimos meses freou em novembro. A taxa de desemprego no mês ficou em 10,6%, "estatisticamente estável" ante outubro (10,5%), divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado interrompeu a trajetória de dois meses consecutivos de queda da taxa, mas os dados foram considerados "positivos" pelo gerente da pesquisa, Cimar Azeredo Pereira. O rendimento médio real dos trabalhadores também ficou estável ante outubro (0,1%), mas cresceu ante novembro de 2003 (2,6%).
Segundo Pereira, o desemprego não caiu como era esperado, seguindo o comportamento histórico em novembro, porque o comércio, responsável pelo maior número de contratações temporárias no fim de ano, não acelerou o ritmo de abertura de vagas. Apesar de ser o setor que mais contratou entre outubro e novembro, com alta de 2,3% no número de vagas, a variação foi aquém do previsto.
Apesar disso, ele considerou os dados positivos porque houve aumento do rendimento e do número de trabalhadores com carteira assinada, especialmente em relação 2003. Além disso, disse Pereira, a elevação de 2,2% no número de desocupados (sem emprego e procurando trabalho) de outubro para novembro ocorreu por existir "uma nuvem de expectativas positivas" criada pelos bons indicadores da economia, que podem ter levado um maior número de pessoas a procurar uma vaga, impedindo a queda da taxa de desemprego.
O gerente da pesquisa do IBGE acredita que a taxa cairá em dezembro, que historicamente tem a menor taxa no ano, por causa das contratações temporárias do comércio.
Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), ainda que se esperasse queda maior do desemprego em novembro, "o comportamento da taxa desde maio é bastante favorável, pois caiu de 13,1% (abril) para os 10,6% de novembro último".
Nos cálculos do Iedi, a massa salarial (soma dos salários pagos nas seis regiões, que não é calculada pelo IBGE) aumentou 0,4% em novembro ante outubro e 6% ante novembro de 2003. O desempenho é considerado "modesto" e pode explicar a reação lenta da produção industrial de setores de bens não duráveis.
Grande São Paulo
O índice de desemprego dos 39 municípios que compõem a Região Metropolitana de São Paulo caiu para 17,4% da População Economicamente Ativa (PEA) em novembro, ante 17,6% em outubro e 19,9% em novembro de 2003. O dado é da Fundação Seade, em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), que estima o contingente de desempregados na região em 1,74 milhão de pessoas. O índice de novembro representa a sétima queda consecutiva do desemprego na Grande São Paulo e é o menor patamar desde julho de 2001.
Em novembro, foram criados 17 mil postos. Somados à saída de 4 mil pessoas da força de trabalho, houve redução de 21 mil pessoas no total de desempregados. O setor de serviços criou 34 mil vagas e o comércio 19 mil, compensando a redução de 31 mil postos em outros setores (construção e serviços domésticos) e "relativa estabilidade" na indústria, com eliminação de 5 mil postos.
O rendimento médio dos trabalhadores cresceu em outubro. Entre os assalariados, o valor médio recebido foi de R$ 1.096, com alta de 3% ante setembro; os ocupados receberam o equivalente a R$ 1.020 - alta de 2,4% ante setembro.
Colaborou: Jander Ramon