IEDI na Imprensa - Empresários Cobram Redução de Impostos para Maior Competitividade
Empresários Cobram Redução de Impostos para Maior Competitividade
DCI - 05/12/2008
Maurício Godoi
Diversos setores da economia se uniram para cobrar medidas governamentais que estimulem o consumo no Brasil. A reivindicação recai sobre a carga de impostos nos produtos e investimentos, fato que reduz a competitividade industrial.
O ex-presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Ivoncy Ioschpe, afirmou que uma taxa Selic de mais de 13% é inaceitável. "Todos os outros países reduziram suas taxas para estimular a demanda", comparou.
Para Cláudio Frischtak, da Inter B Consultoria Internacional de Negócios há um risco de quebra de consumo e isso pode ser antecipado com o corte de tributos. Segundo ele, esse é o caminho para a manutenção da economia aquecida. "As empresas não têm como antecipar investimentos se não existe demanda", indicou.
O presidente da Vale, Roger Agnelli, chamou a atenção para outro ponto: a possibilidade de entrada de produtos importados no Brasil em função da situação econômica do País, que comparada a outras nações está bem. Em sua avaliação, o Brasil está bem preparado e sofrerá menos os efeitos da crise, mas a competitividade dos produtos nacionais deve ser preservada, pois o Brasil é um mercado que muito atraente para empresas de outros países.
Ele exemplificou ao afirmar que a infra-estrutura brasileira é caríssima com uma das tarifas de energia mais altas do mundo, tanto a elétrica quanto a de combustíveis. "Se não há demanda, no caso da Vale, temos que reduzir produção, não há alternativa", disse ele. "Produzimos quase um milhão de toneladas por dia. A parada é necessária por não existir espaço para armazenar tudo isso", explicou.
O executivo da Vale disse ainda que as empresas exportadoras sofrem mais com a restrição de crédito no mercado internacional. Fato que a presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes, também afirmou durante a divulgação do balanço do setor em 2008 (veja mais nesta página). Para ela, o governo deveria ajudar as empresas dependentes do mercado externo. O setor sofreu com a interrupção de quase 100% dos pedidos da China de outubro a dezembro.
Nas empresas de linha branca, a expectativa de crescimento é de 8% sobre 2008. Porém, esse índice é o resultado de uma demanda reprimida. "Ainda estamos pouco competitivos", diz o empresário Hugo Miguel Etchenique, da Brasmotor, atual Whirpool. Segundo ele, há excesso de ação fiscal e somente a reforma tributária ajudaria a reverter esse quadro.