IEDI na Imprensa - Atividade da Indústria Paulista Cresce 1,6% no Mês de Outubro
Atividade da Indústria Paulista Cresce 1,6% no Mês de Outubro
DCI - 27/11/2009
O Indicador de Nível de Atividade (INA) subiu 1,6% do mês de setembro para o mês de outubro, considerando o ajuste sazonal, segundo estudo da Federação das Indústrias Paulistas do Estado de São Paulo (Fiesp). Sem ajuste, o indicador teve alta de 4,5% no mês, o segundo maior resultado do ano. O desempenho da indústria paulista só foi maior em julho, quando houve alta de 4,7%.
"O crescimento da indústria paulista acompanha um movimento geral das indústrias. As diferentes atividades do setor industrial têm apresentado crescimento, e é de se esperar que isso continue nos próximos meses; esse crescimento deve ser mais vigoroso ainda no primeiro trimestre de 2010", explica Rogério César de Souza, que é economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).
Apesar do resultado positivo, na comparação com outubro do ano passado o estudo apontou queda de 4,6%. No ano, o índice acumula 11,6% de queda, na comparação a 2008, e no acumulado de 12 meses a retração atinge 11,2%.
Análises
Segundo Rogério, o crescimento da atividade industrial no índice acumulado deve demorar a se igualar aos índices pré-crise. "Falta bastante para chegarmos aos níveis de crescimento pré-crise. São muitas as taxas negativas acumuladas, o que mostra que a indústria tem muito que percorrer. A indústria deve demorar um ano e meio para se recuperar."
Já o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, acredita que a indústria de transformação paulista deve retomar o crescimento anterior à crise financeira internacional em quatro meses. Em 2010, ele prevê um de aumento de no mínimo 9,3% da atividade no setor.
Tanto Paulo Francini quanto Rogério de Souza defendem que nos dois últimos meses do ano a atividade industrial deve ter forte crescimento, pois terá como base meses de produção fraca em 2008 - o quarto trimestre de 2008 foi um dos mais afetados pela crise.
O diretor do Depecon classificou o crescimento da atividade no mês de outubro de forte recuperação. De acordo com sua análise, a produção crescerá em ritmo superior ao da oferta de postos de trabalho. Nesse processo, acredita, haverá influência positiva das medidas de incentivos fiscais do governo federal, com a isenção ou o desconto na cobrança do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para determinados segmentos.
Entre os setores com bom desempenho em outubro estão a indústria de alimentos e bebidas, com 1,4% de aumento sobre setembro e de 4,2% de janeiro a outubro. Segundo Francini, uma das principais razões para essa evolução é a mudança de mix das usinas sucroalcooleiras. Com os preços em alta no mercado mundial, a produção de açúcar cresceu 12%, mais do que o aumento da safra (9%), enquanto a do álcool etanol teve alta de apenas 3%.
A atividade no setor automobilístico foi 17,2% maior do que em setembro e 3% acima de outubro do ano passado. Mas ainda é 13,8% inferior, quando comparada ao acumulado do ano passado. O problema do setor, segundo Francini, é o déficit comercial de 2008, de US$ 1,4 bilhão. De janeiro a outubro, as exportações de veículos alcançaram US$ 4,2 bilhões ante US$ 5,7 bilhões de importados.