IEDI na Imprensa - Vendas da Indústria Apontam Trajetória de Recuperação "Sólida"
Vendas da Indústria Apontam Trajetória de Recuperação "Sólida"
DCI - 08/12/2009
Os indicadores industriais de outubro, divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostram uma recuperação da atividade industrial de forma sustentável. Todas as variáveis dessazonalizadas registraram crescimento em relação a setembro.
As vendas reais (descontada a inflação) subiram 1,8% em outubro ante setembro. Na comparação com outubro de 2008, caíram 3,8% e acumulam uma queda de 7,1% de janeiro a outubro de 2009, em relação ao mesmo período de 2008. O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) ficou em 80,5% em outubro, ante 80,1% em setembro e 82,4% em outubro de 2008.
As horas trabalhadas aumentaram 1,4% em outubro em relação a setembro, mas diminuíram 8,6% ante outubro de 2008, e acumulam queda de 9% no ano. Segundo análise de Rogério César de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), os resultados do segundo semestre confirmam a escalada de recuperação, principalmente quando são apontados os índices de horas trabalhadas. "As taxas de crescimento estão mais robustas, notadamente a partir da análise marginal, isto é, mês a mês", avalia Souza.
Segundo a CNI, a superação total da crise só ocorrerá no primeiro semestre de 2010. Para Souza, do Iedi, os índices positivos poderão ser notados a partir de abril do próximo ano.
Souza destaca, entre os setores em ascensão, o de bens de capital, que sentiu drasticamente o corte dos investimentos, e o de bens duráveis, que tem apresentado taxas consistentes de crescimento. "Os índices desses setores são muito auspiciosos, assim como os de bens intermediários, que demonstram a melhoria nas relações entre indústrias", explica.
Exportações
A recuperação da economia brasileira continua sendo puxada pelo mercado interno e a expectativa das indústrias é de que só a partir de 2010 haverá retomada do comércio exterior. Fonseca aponta, como os principais problemas, a sobrevalorização do real e a necessidade de investimentos em infraestrutura. Ele defende a desoneração das exportações como forma de dar mais competitividade ao produto brasileiro no exterior.
Souza também afirma que a questão do câmbio é fundamental para reativar as exportações. "A recuperação econômica dos países parceiros pode reaquecer as exportações, mas a política cambial precisa mudar", ressalta o economista. "A taxa de câmbio atual não reflete a realidade do País."