Análise IEDI
Futuro industrial
O relatório “Manufacturing the future: the next era of global growth and innovation”, da consultoria McKinsey&Company, pretende elucidar qual será a contribuição da indústria da transformação nas economias avançadas e em desenvolvimento no século XXI. Através de um modelo de segmentação, o estudo aponta quais serão as condições de sucesso em cinco segmentos gerais da indústria de transformação, apontando caminhos para políticas públicas.
Os segmentos que se diferenciam bastante entre si no que se refere às suas fontes de vantagens competitivas e em como os fatores de produção influenciam suas decisões de onde produzir, investir em P&D e chegar ao mercado, são:
1) Produtos de inovações globais para mercados locais
2) Produtos de processamento regional
3) Commodities intensivas em recursos naturais e energia
4) Produtos de inovação e tecnologias globais
5) Produtos de bens comercializáveis trabalho-intensivos
Segundo o relatório a transição da atividade primária para a industrial ainda é a rota para aumentar a produtividade e elevar os padrões de vida das economias em desenvolvimento. No futuro, a indústria da transformação continuará tendo um papel muito importante na economia, e a próxima era de inovação e oportunidades inspirarão uma nova geração de empregados da indústria.
De acordo com a McKinsey, o setor manufatureiro que detinha apenas 16% do valor adicionado mundial em 2010, gerava 70% das exportações das maiores economias industriais emergentes ou desenvolvidas naquele mesmo ano. É também responsável por 77% das inovações privadas em grandes países industriais, além da China, e, segundo uma pesquisa entre os países europeus, sua participação no aumento de produtividade das economias chega a 37%, muito superior à participação da indústria no PIB dos países.
A McKinsey identifica as principais tendências para o futuro da indústria da transformação, algumas novas e muitas já em curso, relacionadas à demanda, oferta, regulação e políticas governamentais, inovação e tecnologia, riscos e incerteza.
A observação e a adaptação a essas tendências são primordiais para o sucesso de empresas e nações no futuro. Por isso o relatório apresenta ainda algumas estratégias de atuação no âmbito do setor privado e do setor público. Da parte das empresas será preciso recriar suas estratégias atendendo aos requisitos de granularidade, agilidade, adoção de novas abordagens e capacidades gerenciais e operacionais, investir em mudança organizacional e formação de talentos.
Do lado dos governos, o papel crucial do Estado para o desenvolvimento industrial é com relação à criação de um ambiente para empresas inovadoras e competitivas, gerando condições das empresas manufatureiras locais se sustentarem ao longo do tempo. Não se trata apenas de um estado regulador, mas de corrigir falhas de mercado, apoiar indústrias nascentes etc. Os setores público e privado terão de atuar mais conjuntamente, incluindo as empresas multinacionais, gerando um ecossistema que atraia os talentos e promova inovações.