Carta IEDI
A Indústria em Novembro de 2015: mais perdas
Sumário
A indústria brasileira continua acumulando perdas, o que pode ser considerado o epicentro da crise econômica que o país enfrenta atualmente. Os problemas estruturais associados à baixa competitividade interna e externa se somaram em 2015 à fortíssima retração da demanda doméstica, em muito influenciada pela política econômica restritiva, marcada por juros altos, ajuste fiscal severo e consequente retração dos investimentos públicos.
Assim, de acordo com os dados do IBGE, a produção industrial brasileira caiu 2,4% em novembro frente a outubro, na série com ajuste sazonal. Em relação a novembro de 2014, a queda foi de 12,4%, tendo sido a retração na indústria de transformação de 12,6%. No acumulado entre janeiro e novembro, a indústria em geral caiu 8,1% em relação a igual período do ano anterior e a indústria de transformação sofreu queda de 9,7%. E ainda, de acordo com o indicador de utilização da capacidade instalada na indústria da FGV, com ajustes sazonais, em novembro se registrou o resultado mais baixo de 2015, de 74,6%.
A queda na produção industrial no acumulado do ano foi generalizada em todas as categorias de uso, em 25 dos 26 ramos, 71 dos 79 grupos e 77,6% dos 805 produtos pesquisados.
A retração mais importante se deu em bens de capital (-25,1%), principalmente por conta de equipamentos de transporte (-30,6%). Também foi expressiva a queda na produção de bens de consumo duráveis (-18,3%), puxada por automóveis (-19,1%) e eletrodomésticos (-22,0%). Bens de consumo semi e não-duráveis (-6,9%) e de bens intermediários (-4,9%) apresentam retração menor, mas muito preocupante, demonstrando que toda a cadeia produtiva brasileira está mergulhada na crise.
Em termos de gêneros de bens, ainda no acumulado janeiro-novembro de 2015 frente à igual período de 2014, a queda mais significativa para a média da indústria ocorreu em veículos automotores, reboques e carrocerias (-25,6%), seguida por equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-29,6%), máquinas e equipamentos (-13,8%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,8%), metalurgia (-8,5%), produtos alimentícios (-2,8%), produtos de metal (-10,9%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-12,9%). De outro modo, as indústrias extrativas cresceram 4,7%, devido aos itens minérios de ferro e óleos brutos de petróleo.
Quando se examina a variação negativa de 2,4% em novembro de 2015 em termos de categorias de uso, a produção industrial assinalou redução em bens intermediários (-3,8%), bens de consumo duráveis (-3,2%) e bens de capital (-1,6%). Por sua vez, bens de consumo semi e não-duráveis registrou aumento de 0,4%.
Na comparação com igual mês do ano anterior, todas as categorias de uso tiveram redução na produção em novembro de 2015. A maior queda aconteceu no setor de bens de capital (-31,2%), a vigésima primeira taxa negativa consecutiva, com redução da fabricação em todos os seus grupamentos, principalmente bens de capital para equipamentos de transporte (-35,2%), seguida por bens de capital de uso misto (-37,0%), para construção (-53,8%), para fins industriais (-6,5%), agrícola (-21,5%) e para energia elétrica (-13,1%).
Desse modo, faltando apenas a medição de dezembro, pode-se dizer que 2015 deve ter sido o pior ano da história recente da indústria brasileira, sendo que, diferentemente de 2009, os fatores internos foram os principais determinantes das perdas. O declínio da indústria significa retração no investimento e no emprego, e também na geração de progresso tecnológico, comprometendo o desenvolvimento econômico e social de longo prazo do país.
Resultados da Indústria
Segundo os dados do IBGE, a produção industrial brasileira registrou queda de 2,4% em novembro frente a outubro na série livre de efeitos sazonais. Frente ao mesmo mês de 2014, o setor registrou variação negativa de 12,4%, vigésimo primeiro resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto. No acumulado entre janeiro e novembro, a indústria obteve decréscimo de 8,1%, enquanto a variação dos últimos 12 meses foi de -7,7%. E ainda, de acordo com o indicador de utilização da capacidade instalada da FGV, com ajustes sazonais, em novembro se registrou o resultado mais baixo de 2015, de 74,6%.
A produção industrial assinalou queda de 2,4% em novembro de 2015 comparativamente a outubro do mesmo ano, com queda em 14 dos 24 ramos pesquisados. Os resultados que pressionaram mais negativamente a composição do índice vieram das indústrias extrativas (-10,9%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,8%), que, conforme destaca o IBGE, foram influenciados pelo rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração na região de Mariana (MG) e pela greve dos petroleiros. Outros gêneros que assinalaram variação negativa significativa foram produtos alimentícios (-2,2%), produtos de minerais não-metálicos (-3,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-6,0%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-3,9%). Por sua vez destacam-se o crescimento na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (1,3%), metalurgia (1,4%), bebidas (1,4%) e perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (0,7%). Em termos de categorias de uso, em novembro de 2015, ainda com relação ao mês imediatamente anterior, a produção industrial assinalou redução em bens intermediários (-3,8%), bens de consumo duráveis (-3,2%) e bens de capital (-1,6%). Por sua vez, bens de consumo semi e não-duráveis registrou aumento de 0,4%.
Na comparação com igual mês do ano anterior, todas as categorias de uso tiveram redução na produção em novembro de 2015. A maior queda aconteceu no setor de bens de capital (-31,2%), a vigésima primeira taxa negativa consecutiva, com redução da fabricação em todos os seus grupamentos, principalmente bens de capital para equipamentos de transporte (-35,2%), seguida por bens de capital de uso misto (-37,0%), para construção (-53,8%), para fins industriais (-6,5%), agrícola (-21,5%) e para energia elétrica (-13,1%).
Em termos de gêneros, em novembro de 2015 relativamente a novembro de 2014, a diminuição de 12,4% na produção industrial teve um perfil disseminado de variações negativas, em 24 das 26 atividades avaliadas, sendo a maior pressão advinda de veículos automotores, reboques e carrocerias (-35,3%). Também tiveram impacto negativo importante na média nacional a queda na produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-12,0%), de indústrias extrativas (-10,5%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-34,2%), de máquinas e equipamentos (-16,3%), de outros produtos químicos (-9,2%), de produtos de minerais não-metálicos (-13,6%), de produtos de metal (-14,0%), de metalurgia (-9,0%), de produtos de borracha e de material plástico (-11,6%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-15,2%). Apenas assinalaram variação na produção em novembro de 2015 em relação a igual mês do ano anterior produtos alimentícios (0,7%) e bebidas (1,3%).
No acumulado entre janeiro e novembro de 2015, em relação ao mesmo período de 2014, a queda na produção industrial foi de 8,1%, com retração generalizada em todas as categorias de uso, em 25 dos 26 ramos, 71 dos 79 grupos e 77,6% dos 805 produtos pesquisados. A influência negativa mais importante foi a de em veículos automotores, reboques e carrocerias (-25,6%), com queda de fabricação em 97% dos produtos investigados na atividade, seguido por equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-29,6%), máquinas e equipamentos (-13,8%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,8%), metalurgia (-8,5%), produtos alimentícios (-2,8%), produtos de metal (-10,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-12,9%), produtos de borracha e material plástico (-8,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-11,4%), produtos de minerais não-metálicos (-7,2%), outros produtos químicos (-4,7%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-10,4%) e produtos têxteis (-14,2%). De outro modo, as indústrias extrativas cresceram 4,7%,devido aos itens minérios de ferro e óleos brutos de petróleo.
Desempenho por Categoria de Uso
Em novembro de 2015, com relação ao mês imediatamente anterior, a produção industrial assinalou redução em três das quatro categorias de uso: bens intermediários (-3,8%), bens de consumo duráveis (-3,2%) e bens de capital (-1,6%). Por sua vez, bens de consumo semi e não-duráveis registrou aumento de 0,4% na produção.
Na comparação com igual mês do ano anterior, todas as categorias de uso tiveram redução na produção em novembro de 2015. A maior queda aconteceu no setor de bens de capital (-31,2%), a vigésima primeira taxa negativa consecutiva, com redução da fabricação em todos os seus grupamentos, principalmente bens de capital para equipamentos de transporte (-35,2%), seguida por bens de capital de uso misto (-37,0%), para construção (-53,8%), para fins industriais (-6,5%), agrícola (-21,5%) e para energia elétrica (-13,1%).
Bens de consumo duráveis também registraram redução expressiva, de 29,1% na comparação entre novembro deste ano e do ano passado. Este foi o vigésimo primeiro resultado negativo, só que o mais intenso desde junho de 2014 (-32,8%). A queda na produção se deveu principalmente às taxas negativas de automóveis (-34,2%), de eletrodomésticos da “linha branca” (-18,6%) e da “linha marrom” (-25,8%) – onde houve reduções de jornadas de trabalho e concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas. Também tiveram redução significativa motocicletas (-37,2%), móveis (-20,7%) e o grupamento de outros eletrodomésticos (-14,1%).
Também no índice mensal, em novembro de 2015 a fabricação de bens intermediários retraiu 10,8%, assinalou a vigésima taxa negativa consecutiva e a maior desde julho de 2009 (-11,1%). As atividades que contribuíram mais para este resultado foram indústrias extrativas (-10,5%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-15,2%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-26,4%), outros produtos químicos (-9,2%), metalurgia (-9,0%), produtos de minerais nãometálicos (-13,7%), produtos de metal (-15,4%), produtos de borracha e material plástico (-11,5%), produtos têxteis (-20,9%), celulose, papel e produtos de papel (-4,1%) e produtos alimentícios (-0,9%). De outro modo, houve expansão em máquinas e equipamentos (3,2%). Cabe ainda destacar que nesta comparação os grupamentos de insumos típicos para construção civil (-17,3%) seguem caindo, assinalando a vigésima primeira taxa negativa consecutiva, e também embalagens (-5,9%), com o décimo primeiro recuo seguido.
Já bens de consumo semi e não-duráveis retraíram 4,8% em novembro de 2015 em relação a novembro de 2014, a décima terceira taxa negativa, dessa vez puxada pelos grupamentos de semiduráveis (-12,7%), de não-duráveis (-10,0%) e de carburantes (-3,1%). De outra forma, houve aumento na produção de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (1,1%), o único resultado positivo nessa categoria.
No acumulado do ano entre janeiro e novembro de 2015, também houve queda em todas as categorias de uso: bens de capital (-25,1%) - principalmente por conta de equipamentos de transporte (-30,6%); bens de consumo duráveis (-18,3%) – puxado por automóveis (-19,1%) e eletrodomésticos (-22,0%); bens de consumo semi e não-duráveis (-6,9%); e de bens intermediários (-4,9%).
Por dentro da Indústria de Transformação: Gêneros e Subsetores
A produção industrial assinalou queda de 2,4%em novembro de 2015 comparativamente a outubro do mesmo ano, com queda em 14 dos 24 ramos pesquisados. Os resultados que pressionaram mais negativamente a composição do índice vieram das indústrias extrativas (-10,9%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,8%), que, conforme destaca o IBGE, foram influenciados pelo rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração na região de Mariana (MG) e pela greve dos petroleiros. Outros gêneros que assinalaram variação negativa significativa foram produtos alimentícios (-2,2%), produtos de minerais não-metálicos (-3,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-6,0%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-3,9%), produtos do fumo (-14,9%), outros produtos químicos (-4,4%) e outros equipamentos de transporte (-3,8%). Por sua vez destacam-se o crescimento na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (1,3%), metalurgia (1,4%), bebidas (1,4%) e perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (0,7%), com o primeiro interrompendo três meses seguidos de retração na produção, período em que acumulou perda de 19,2%.
Na comparação entre novembro de 2015 e novembro de 2014, a diminuição de 12,4% deveu-se a um perfil disseminado de variações negativas, em 24 das 26 atividades avaliadas, sendo a maior pressão advinda de veículos automotores, reboques e carrocerias (-35,3%), devido principalmente à menor fabricação de automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias, reboques e semirreboques, carrocerias para ônibus e caminhões e autopeças. Também tiveram impacto negativo importante na média nacional a queda na produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-12,0%), de indústrias extrativas (-10,5%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-34,2%), de máquinas e equipamentos (-16,3%), de outros produtos químicos (-9,2%), de produtos de minerais não-metálicos (-13,6%), de produtos de metal (-14,0%), de metalurgia (-9,0%), de produtos de borracha e de material plástico (-11,6%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-15,2%), de outros equipamentos de transporte (-21,2%), de móveis (-22,9%), de produtos têxteis (-19,0%) e de produtos diversos (-20,6%). Apenas assinalaram variação na produção em novembro de 2015 em relação a igual mês do ano anterior produtos alimentícios (0,7%) e bebidas (1,3%).
No acumulado entre janeiro e novembro de 2015, em relação ao mesmo período de 2014, a queda na produção industrial foi de 8,1%, com retração generalizada em 25 dos 26 ramos, 71 dos 79 grupos e 77,6% dos 805 produtos pesquisados. A influência negativa mais importante foi a de em veículos automotores, reboques e carrocerias (-25,6%), com queda de fabricação em 97% dos produtos investigados na atividade, seguido por equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-29,6%), máquinas e equipamentos (-13,8%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,8%), metalurgia (-8,5%), produtos alimentícios (-2,8%), produtos de metal (-10,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-12,9%), produtos de borracha e material plástico (-8,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-11,4%), produtos de minerais não-metálicos (-7,2%), outros produtos químicos (-4,7%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-10,4%) e produtos têxteis (-14,2%). Conforme justifica o IBGE, “as influências negativas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, televisores, computadores pessoais portáteis (laptops, notebooks, tablets e semelhantes), telefones celulares, monitores de vídeo para computadores, computadores pessoais de mesa (PC Desktops), impressoras multifuncionais, peças e acessórios para máquinas de processamento de dados, placas de circuito impresso montadas para informática, gravador ou reprodutor de sinais de áudio e vídeo (DVD, home theater e semelhantes) e receptor-decodificador de sinais de vídeos; motoniveladores, tratores agrícolas, carregadoras-transportadoras, silos metálicos para cereais, aparelhos de ar-condicionado de paredes e de janelas (inclusive os do tipo split system), válvulas, torneiras e registros, semeadores, plantadeiras ou adubadores, partes e peças para máquinas e aparelhos de terraplenagem, compactadores e rolos compressores autopropulsores, máquinas para colheita, bulldozers e angledozers e escavadeiras; óleos combustíveis, gasolina automotiva e asfalto de petróleo; vergalhões de aços ao carbono, artefatos e peças diversas de ferro fundido, tubos, canos e perfis ocos de aço e chapas a quente, bobinas a frio e bobinas grossas de aços ao carbono não revestidos; açúcar cristal, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas e sucos concentrados de laranja; estruturas de ferro e aço, parafusos, ganchos, pinos ou porcas de ferro e aço, esquadrias de alumínio, obras de caldeiraria pesada e suas partes, ferro e aço forjado em formas e peças, andaimes tubulares e material para andaimes e artefatos diversos de cobre estampado e de serralheria; medicamentos; peças e acessórios de plástico para indústria automobilística e pneus novos para ônibus e caminhões; refrigeradores ou congeladores (freezers) para uso doméstico, quadros, painéis, cabines e outros suportes equipados com aparelhos elétricos de interrupção e proteção, transformadores, conversores estáticos elétricos ou eletrônicos, fios, cabos e condutores elétricos com capa isolante, fogões de cozinha para uso doméstico e motores elétricos de corrente alternada ou contínua; cimentos “Portland”, massa de concreto preparada para construção e misturas betuminosas fabricadas com asfalto; adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK), inseticidas para uso na agricultura e tintas e vernizes para construção, impressão e para usos em geral; calças compridas, camisas, blusas e semelhantes (de malha ou não) de uso feminino, camisetas de malha, camisas (de malha ou não) de uso masculino, cuecas de malha, meias-calças de fibra sintética, calcinhas de malha e calças, bermudas, jardineiras, shorts e semelhantes; e tecidos de algodão tintos ou estampados, crus ou alvejados e de malha de fibras sintéticas e de algodão, fios de algodão retorcidos e simples, roupas de cama (colchas, cobertores, lençóis e etc.) e roupas de banho (toalhas de banho/rosto/mãos e semelhantes). De outro modo, as indústrias extrativas cresceram 4,7%,devido aos itens minérios de ferro e óleos brutos de petróleo
Utilização de Capacidade
Em novembro, o indicador de utilização da capacidade instalada da FGV, com ajustes sazonais, registrou o resultado mais baixo de 2015, de 74,6%.