Carta IEDI
Exportações de Bens da Indústria de Transformação: Riscos à Melhora do Saldo
No primeiro semestre de 2016, a balança comercial registrou superávit de US$ 23,6 bilhões, bem acima do saldo positivo em igual acumulado de 2015, de US$ 2,2 bilhões. 2013 e 2014 foram anos de déficit. No caso dos bens tipicamente produzidos pela indústria de transformação, seu déficit retrocedeu sobremaneira, ficando em US$ 2,8 bilhões, o menor déficit para primeiro semestre desde 2008. Na série iniciada em 1989, os produtos típicos da indústria de transformação experimentaram resultado positivo em primeiro semestre do ano inicial até 1994 e nos anos de 2002 a 2007.
Em que pese o déficit ter diminuído, as vendas externas dos bens provenientes da indústria de transformação sofreram a quinta queda seguida em dólares correntes, taxa de -1,2%. Saíram do patamar de US$ 69,3 bilhões no primeiro semestre de 2011 para US$ 57,1 bilhões em igual período de 2016. No mesmo acumulado de 2015, o Brasil exportou US$ 57,8 bilhões. Portanto, a menor grandeza do déficit refletiu mais a retração nas importações não só desses itens, mas também dos demais bens – agropecuários, minerais etc. – que formam o intercâmbio externo brasileiro.
Na comparação entre acumulados até junho, em especial perante 2015, e utilizando a classificação da indústria de transformação por intensidade tecnológica da OCDE, alguns aspectos relevantes do comércio exterior brasileiro podem ser observados:
- O intercâmbio externo de bens produzidos por atividades de alta intensidade tecnológica teve déficit de US$ 8,9 bilhões até junho do ano, menor do que o experimentado em igual acumulado nos seis anos anteriores. Aliás, logrou exportações superiores às de igual período de 2015, incremento de 6,0%, chegando a US$ 4,8 bilhões. Mas, apesar do acréscimo, ainda é a faixa de intensidade tecnológica que menos exporta. Os produtos da indústria aeronáutica continuam sendo os únicos superavitários dessa faixa, tendo também conseguido ampliar suas vendas para o exterior. Os bens do complexo eletrônico tiveram déficit de vulto ainda que tenha caído em janeiro-junho de 2016. Já os produtos farmacêuticos viram seu déficit subir para US$ 3,1 bilhões.
- A faixa de média-alta intensidade apresentou o maior déficit dentre as quatro faixas, de US$ 14,4 bilhões, mas com grandeza menor do que a registrada em igual acumulado nos últimos seis anos. Tal resultado ocorreu com aumento de 1,2% na exportação, perfazendo US$ 15,0 bilhões. Contribuiu também para o déficit menor o recuo nas importações. Esta faixa comporta os materiais de transporte terrestre, parte expressiva dos bens de capital, além de produtos químicos. Nela, as exportações de bens da indústria de máquinas e equipamentos mecânicos e não especificados noutros ramos, da indústria automotiva e do segmento de material ferroviários e outros de transporte cresceram. No caso do ramo automotivo (veículos automotores, reboques e semirreboques), a balança voltou à condição superavitária para primeiro semestre, o que não acontecia desde 2008.
- Quanto aos bens tipicamente fornecidos pela indústria de média-baixa intensidade tecnológica, presenciaram superávit de US$ 1,9 bilhão, após seis anos com saldo negativo em primeiro semestre. Tal melhora, contudo, foi acompanhada de queda de 9,7% nas exportações. As importações retrocederam 35,6%. Tais variações refletem o comportamento nos fluxos comerciais dos dois principais tipos de mercadorias desta faixa: derivados do petróleo, combustíveis e afins; e produtos metálicos, com destaque para commodities industriais. Desta vez, o superávit de produtos metálicos, mesmo exportando menos, conseguiu mais do que contrabalançar o déficit menor de derivados do petróleo, combustíveis e afins, cujo déficit diminuiu vis-à-vis janeiro-junho de 2015.
- Quanto ao grupo de bens típicos das atividades de baixa intensidade tecnológica, logrou superávit de US$ 18,6 bilhões, o maior dentre as quatro faixas. Embora maior do que os observados em 2014 e 2015, foi menor, do que em anos anteriores para primeiro semestre. Suas exportações cresceram 0,8% em relação a igual período de 2015, com as importações recuando 29,2%. Tal faixa encampa grosso modo dois tipos de mercadorias: aquelas cujos processos produtivos utiliza intensivamente recursos naturais abundantes no País; e bens cuja produção são intensivas em recursos humanos e com mercados mais sujeitos à diferenciação de produto (caso de têxteis, artigos de vestuários, calçados etc.). As vendas externas, quer de alimentos, bebidas e fumo, principal item da balança da indústria de transformação do País, quer de produtos madeireiros, de papel e celulose e produtos gráficos, cresceram. Em ambos os casos, o recuo das importações também concorreu bastante para ampliar seus superávits frente a janeiro-junho de 2015. A fabricação de têxteis, artigos de vestuário, couro e calçados também registrou superávit, mas de pouca monta e com exportações cadentes.
Parte expressiva da melhora no saldo comercial como um todo e da redução no déficit dos bens típicos da indústria de transformação em particular ainda tem decorrido sobretudo da retração do mercado doméstico, com as importações caindo acentuadamente. Pelas faixas de intensidade tecnológica dos produtos da indústria de transformação, verifica-se que as vendas para o exterior têm se recuperado, mas não é algo generalizado. Aeronaves; veículos automotivos e afins; e de máquinas mecânicas ou não especificadas noutras atividades ampliaram suas exportações. Mas tais produtos tendem a ser mais sensíveis à taxa de câmbio que as commodities das indústrias de média-baixa e baixa intensidade.
Com a taxa cambial se apreciando, afora sua excessiva volatilidade, emergem riscos de que o incremento exportador não tenha o vulto necessário para uma retomada mais vigorosa da economia. Isso retardaria a ampliação da escala de produção, prejudicando o próprio aumento da produtividade e principalmente os investimentos.
Bens Típicos da Indústria de Transformação e a Balança Comercial. No primeiro semestre de 2016, balança comercial registrou superávit de US$ 23,6 bilhões, após saldo positivo de US$ 2,2 bilhões em igual acumulado de 2015. 2013 e 2014 foram anos de déficit. No caso do saldo dos bens tipicamente produzidos pela indústria de transformação, seu déficit, que foi de US$ 23,5 bilhões na metade inicial do ano passado, ficou em US$ 2,8 bilhões. A última vez na qual os bens típicos da indústria de transformação registraram superávit nesse período do ano foi em 2007.
Embora o déficit destes bens tenha caído, foi acompanhado por queda nas exportações, a quinta queda consecutiva, saindo do patamar de US$ 69,3 bilhões no primeiro semestre de 2011 para US$ 57,1 bilhões no mesmo período de 2016. No mesmo acumulado de 2015, o Brasil exportou US$ 57,8 bilhões. Ou seja, a magnitude do déficit diminuiu mais por conta do substantivo declínio das importações. As importações também retrocederam para os demais produtos da balança comercial brasileira.
Em termos de primeiro semestre, o aumento no superávit comercial teve a contribuição do resultado positivo dos demais bens, mormente agrícolas e minerais, de US$ 26,4 bilhões, superando ligeiramente o registrado em janeiro-junho de 2015.
A Balança por Intensidade Tecnológica. Tomando-se a classificação adotada pela OCDE para a indústria de transformação por intensidade tecnológica, é possível tratar mais detidamente os fluxos comerciais do Brasil. São quatro faixas da indústria de transformação: de alta intensidade, de média-alta, média-baixa e de baixa intensidade tecnológica. A tabulação seguinte especifica melhor as mesmas.
O intercâmbio externo de bens produzidos por atividades tidas pela OCDE como de alta intensidade tecnológica teve déficit de US$ 8,9 bilhões até junho do ano, um déficit de grandeza menor do que o experimentado em igual acumulado nos seis anos anteriores. Aliás, logrou exportações superiores às do período equivalente de 2015, incremento de 6,0%. As vendas externas, assim, chegaram a US$ 4,8 bilhões. Isto é, apesar do acréscimo, ainda é a faixa de intensidade tecnológica que menos exporta. Os produtos da indústria aeronáutica continuam sendo os únicos superavitários dessa faixa, tendo também conseguido maior venda para o exterior.
O segmento de média-alta intensidade apresentou o maior déficit dentre as quatro faixas, de US$ 14,4 bilhões, mas com grandeza menor do que a experimentada em igual acumulado dos últimos seis anos. Tal resultado ocorreu com aumento de 1,2% na exportação, perfazendo US$ 15,0 bilhões. Contribuiu também para o déficit menor o retrocesso nas importações. Esta faixa comporta os materiais de transporte terrestre, parte expressiva dos bens de capital, além de produtos químicos. Nela, as exportações de bens da indústria de máquinas e equipamentos mecânicos e não especificados noutros segmentos, da indústria automotiva e do segmento de material ferroviários e outros de transporte cresceram. No caso do ramo automotivo, veículos automotores, reboques e semi-reboques, a balança comercial voltou a registrar superávit para acumulado até junho, o que não ocorria desde 2008.
Quanto aos produtos tipicamente originários da indústria de média-baixa intensidade tecnológica, estes presenciaram superávit, de US$ 1,9 bilhão, após seis anos com saldo negativo no primeiro semestre. Tal melhora, contudo, foi acompanhada de queda de 9,7% nas exportações. As importações retrocederam 35,6%. Esses números refletem o comportamento nos fluxos comerciais dos dois principais tipos de bens desta faixa: derivados do petróleo, combustíveis e afins; e produtos metálicos, com destaque para commodities industriais.
Passando ao grupo dos bens típicos das atividades de baixa intensidade tecnológica, este obteve o maior superávit dentre as quatro faixas, de US$ 18,6 bilhões. Mas já logrou em anos anteriores superávits maiores em dólares correntes para primeiro semestre. Suas exportações até cresceram, taxa de 0,8% em relação a igual período de 2015, com as importações recuando de modo mais acentuado, queda de 29,2%. Tal conjunto de bens encampa grosso modo dois tipos de mercadorias: aquelas cujos processos produtivos utilizam intensivamente recursos naturais abundantes no Brasil; e bens cuja produção é intensiva em recursos humanos e com mercados mais sujeitos à diferenciação de produto (caso de têxteis, artigos de vestuários, calçados etc.). As vendas externas de alimentos, bebidas e fumo – principal item da balança industrial do País – recuaram, enquanto as de produtos madeireiros, de papel e celulose e produtos gráficos cresceram. Em ambos os casos, o superávit aumentou devido ao recuo das importações.
Bens de Alta Intensidade Tecnológica. O conjunto de bens produzidos pelas atividades intensivas em tecnologia teve déficit de US$ 8,9 bilhões em janeiro-junho, abaixo do observado nos seis anos anteriores. Ademais as vendas para fora do País conseguiram crescer 6,0%, atingindo em US$ 4,8 bilhões. Mesmo obtendo a maior taxa de incremento, permanece como a menos expressiva em vendas externas. Já as importações ficaram em US$ 13,6 bilhões, com queda de 23,0%.
Os equipamentos aeronáuticos e aeroespaciais conformaram o único grupo dessa faixa a obter superávit, de US$ 1,2 bilhão, com exportações aumentando 16,3%, alcançando US$ 3,3 bilhões. As importações, a seu turno, declinaram 8,4%.
Os três ramos de bens típicos do complexo eletrônico, como tem sido a tônica, concorreram sobremaneira para o déficit dos produtos da indústria de alta intensidade tecnológica. Dos três só o de material de informática e escritório teve aumento em suas exportações, de 23,8%, mas ficando em irrisórios US$ 139 milhões. Quanto aos equipamentos de áudio, vídeo e telecomunicações (inclusive componentes eletrônicos) viram suas vendas externas caírem 21,3%, significando que o Brasil exportou apenas US$ 259 milhões, sendo que no mesmo semestre de 2006 chegou a exportar US$ 1,8 bilhão. Mesmo com queda de 35,2% nas importações, manteve-se como o agrupamento de maior déficit da faixa de alta intensidade, déficit de US$ 3,3 bilhões. Já o terceiro segmento do complexo eletrônico, de equipamentos e instrumentos médico-hospitalares, ótico e de precisão, suas exportações declinaram 8,9% e suas importações retrocederam 22,0%. Isso não impediu um déficit de monta, de US$ 2,1 bilhões, mas de menor expressão do que o registrado no mesmo acumulado dos seis anos anteriores.
Os produtos farmacêuticos experimentaram saldo negativo de US$ 3,1 bilhões, sendo o único segmento de alta intensidade cujo resultado comercial piorou frente ao mesmo período de do ano anterior. Suas exportações recuaram de 12,9%, com o Brasil vendendo somente US$ 704 milhões para outros países. As importações, por sua vez, recuaram 2,5%.
Bens de Média-alta Intensidade Tecnológica. As vendas externas de produtos das atividades de média-alta intensidade tecnológica cresceram 1,2% em janeiro-junho de 2016 frente a igual período do ano passado, situando-se em US$ 15,0 bilhões. Para acumulado até junho, o resultado quebrou uma sequência de três anos consecutivos de declínio nas exportações. As importações, a seu turno, declinaram 23,4%. Isso permitiu que o déficit diminuísse de US$ 23,5 bilhões para US$ 14,4 bilhões, mas permanecesse ainda como o pior resultado dentre as quatro faixas de intensidade tecnológica.
Os produtos químicos (exclusive farmacêuticos) experimentaram variações negativas quer para as exportações – queda de 4,4% – quer para as importações – diminuição de 17,3%. Esses bens continuam tanto com o maior déficit comercial, de US$ 8,4 bilhões, quanto com o maior montante importado, US$ 12,3 bilhões, dentre todos os grupamentos de mercadorias tipicamente produzidos pela indústria de transformação. As exportações ficaram em US$ 3,9 bilhões.
Os equipamentos de transporte fabricados por indústrias de média-alta intensidade tecnológica totalizaram discreto superávit. Os produtos automobilísticos foram os principais responsáveis por essa mudança de sinal frente a igual acumulado de 2015. As exportações de produtos automobilísticos aumentaram 3,7%, ficando em US$ 5,5 bilhões, enquanto as importações retrocederam 35,0%. Quanto ao grupo dos equipamentos ferroviários e outros de transporte (motocicletas, entre outros), suas exportações cresceram 75,8%, com as importações caindo 43,3%, levando a um resultado negativo de US$ 255 milhões.
A balança comercial de máquinas e equipamentos mecânicos ou não especificados noutros segmentos e a de máquinas elétricas registraram déficits menores do que em janeiro-junho de 2015, situando-se em US$ 4,0 bilhão e US$ 2,2 bilhões, respectivamente. Atendo-se às máquinas e equipamentos mecânicos e não especificados noutros segmentos, suas exportações cresceram 5,3%, chegando a US$ 4,1 bilhões, com suas importações declinando 20,7%. Quanto às máquinas elétricas, suas vendas externas retrocederam 9,6% nessa metade inicial do ano, ficando em US$ 1,2 bilhão, enquanto suas importações recuaram 25,4%.
Bens de Média-baixa Intensidade Tecnológica. As exportações de gêneros típicos da indústria de média-baixa intensidade tecnológica declinaram 9,7% no primeiro semestre de 2016 vis-à-vis igual acumulado de 2015, ficando em US$ 12,6 bilhões. Já as importações, também em dólares correntes, declinaram 35,6%. A superlativa queda das aquisições externas concorreu sobremaneira para a reversão do sinal da balança, tornando-se superavitária, US$ 1,9 bilhão, após seis anos no qual janeiro-junho registrava déficit. Vale lembrar que, para primeiro semestre, até 2009, essas mercadorias apresentavam saldo positivo pela série iniciada em 1989.
As relações de troca dos bens típicos das indústrias de média-baixa intensidade tecnológica são muito afetadas por dois agrupamentos de mercadorias: produtos metálicos, destacando-se a siderurgia; e bens derivados de petróleo refinado, outros combustíveis e afins.
As vendas para o exterior de US$ 631 milhões em produtos de petróleo refinado e afins retrocederam 34,6%. Quanto às importações, declinaram 41,0%. Com isso, o déficit caiu de US$ 5,4 bilhões em janeiro-junho de 2015 para US$ 3,1 bilhões em igual período do ano corrente.
Com tal queda na magnitude do déficit em produtos de petróleo refinado e afins, estes voltaram a ser mais do que contrabalançados pelo superávit em produtos metálicos, mormente da siderurgia, o que mudou desde 2010. De 2010 a 2015, o primeiro semestre teve saldos negativos em bens das atividades de média-baixa intensidade, mas, em janeiro-junho de 2016, o superávit dos produtos metálicos e da siderurgia atingiu US$ 5,2 bilhões, tornando o segmento de média-baixa intensidade novamente superavitário. Porém suas exportações recuaram 10,1%, ficando em US$ 9,0 bilhões, menor do que em igual acumulado dos cinco anos anteriores. Assim, o acréscimo em seu saldo se deve à queda de 39,5% nas importações.
Passando para os de bens de menor expressão, os produtos de minerais não-metálicos lograram superávit de US$ 455 milhões. Suas exportações caíram 2,5%, situando-se em US$ 1,0 bilhão, interrompendo a paulatina recuperação das vendas externas pela comparação entre janeiro-junho e equivalente acumulado do ano anterior. As importações de tais bens caíram 36,6%, possibilitando mais um ano de superávit no primeiro trimestre.
Os produtos plásticos e de borracha, por sua vez, viram suas exportações diminuírem 5,1% em janeiro-junho de 2016, enquanto as importações recuaram 29,7%. Tais variações concorreram para que o saldo desses itens ficasse negativo em US$ 660 milhões, o menor déficit desde a primeira metade de 2009.
O intercâmbio de embarcações, navios etc. registrou superávit de US$ 31 milhões em janeiro-junho de 2016, bem aquém do resultado positivo logrado em igual período do ano passado. Contudo suas exportações cresceram 9,8%, enquanto suas importações aumentaram 45,8%.
Bens de Baixa intensidade Tecnológica. No semestre inicial de 2016, o País exportou 0,8% mais bens tipicamente oriundos de ramos de baixa intensidade tecnológica, vendendo para o exterior, portanto, US$ 24,7 bilhões. Quanto às importações, declinaram 29,2%. Assim, logrou superávit de US$ 18,6 bilhões, superior aos de igual acumulado de 2014 e de 2015. Mesmo com esse superávit maior e o retorno dos bens típicos de indústria de média-baixa intensidade à condição superavitária, a balança comercial dos produtos típicos da indústria de transformação permaneceu deficitária.
O saldo positivo do grupamento de bens em questão decorre sobretudo da balança dos produtos industriais de alimentação, bebidas e fumo, cujo superávit atingiu US$ 14,6 bilhões. Todavia, tal superávit ficou aquém do observado em janeiro-junho de 2011, 2012, de 2013 e de 2014. Mas a recuperação diante do ano anterior é notória, com suas vendas externas crescendo 2,2%, galgando US$ 17,3 bilhões. Pari passu as importações caíram 15,2%.
O intercâmbio de produtos do segmento madeireiro, de papel e celulose, impressão gráfica e afins teve superávit de US$ 4,2 bilhões na metade inicial de 2016, sendo o melhor resultado da série iniciada em 1989 para acumulado até junho. As exportações contribuíram com incremento de 1,5%, atingindo US$ 4,8 bilhões, também recorde. Quanto às importações, estas declinaram 28,9%.
Os dois outros conjuntos de bens típicos da indústria de baixa intensidade se diferenciam dos anteriores por serem em geral mais intensivos em mão-de-obra ou sujeitos a diferenciação de produtos. Já os bens das indústrias de alimentos, bebidas, madeireiras, a seu turno, em seus processos produtivos utilizam de modo intensivo recursos naturais, nos quais o Brasil é notadamente abundante.
Em ambos os casos, houve retrocesso nas exportações, embora seus saldos tenham terminado o semestre com sinais diferentes. No caso das mercadorias das indústrias têxtil, de vestuário, couro e calçados, tiveram um encolhimento nas vendas externas de 10,1%, ficando em US$ 2,1 bilhões, e recuo nas importações de 41,5%. A queda nas importações foi de tal ordem que esse conjunto de bens voltaram a registrar um diminuto superávit, de US$ 24 milhões, após cinco anos de déficit em janeiro-junho. Quanto às exportações de produtos diversos ou reciclados, retrocederam 2,8%, enquanto as aquisições do exterior recuaram 32,6%. Esse ramo ficou com déficit de US$ 130 milhões.