Carta IEDI
A Indústria em Junho de 2016: Alguns Passos em Direção à Recuperação
A primeira metade de 2016 foi acompanhada de sinais que apontam para uma moderação das perdas do setor industrial, resultado, em grande medida, de um patamar mais competitivo da taxa de câmbio, a incentivar as exportações e um processo de substituição de importações, mas também da própria dinâmica da crise, em que vai ficando cada vez mais difícil continuar adiando projetos de investimento e de consumo. Também não podem ser descartadas desse cenário menos ruim a existência de estoques ajustados desde o início do ano e a incipiente melhora da confiança dos empresários e consumidores.
A despeito desse movimento inicial de reversão, é preciso que não nos iludamos: o cenário geral continua bastante adverso, com muitos segmentos industriais acumulando pesadas perdas desde 2014 quando teve início a crise na indústria. A produção total da indústria caiu 3,0% em 2014, avançando para um patamar de queda de 8,2%, em 2015, e 9,1%, no primeiro semestre de 2016.
A situação tem sido muito mais complicada em alguns macrossetores, como o de bens de consumo duráveis, cuja produção caiu 18,2% em 2015 e 22,2% no primeiro semestre de 2016, e de bens de capital, com declínio de 25,4% em 2015 e de 20,1% em 2016. Dizer que o ritmo de piora desses macrossetores perdeu força só tem algum sentido se não nos esquecermos que seus retrocessos continuam em torno de -20%!
Se há alguma dúvida de que o passado recente da indústria é dos mais negros, basta observar que o setor já desempregou quase 1,5 milhão de pessoas nos últimos doze meses. Ou então, que o nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação é um dos mais baixos (73,9% em jun/16 contra uma média histórica de 81%, segundo a FGV).
A despeito disso, é difícil negar que o presente seja menos dramático que o passado, especialmente para o núcleo duro da indústria. Os bens intermediários, cujos resultados vêm oscilando em torno de zero na série com ajuste sazonal (+0,7%, -0,5% e +0,5% em abril, maio e junho, respectivamente), parecem ter chegado ao fundo do poço. Isso vale também para os bens de consumo semi e não-duráveis, cuja alta em junho chegou 1,2% frente a maio com ajuste.
Quem mais claramente ameaça dar os primeiros passos em uma trajetória de recuperação é o macrossetor de bens de capital, que em 2016 só apresentou taxas positivas, frente ao mês imediatamente anterior com ajuste sazonal, equivalendo a uma alta de +2,2%. Para bens de consumo duráveis, apenas em maio (+6,6%) e junho (+1,1%) houve crescimento, mas vale notar que resultados positivos consecutivos não aconteciam desde 2013.
Estas trajetórias têm permitido à indústria geral crescer, na série com ajuste, em 5 dos 6 meses de 2016 (a exceção foi fevereiro), permitindo vislumbrar um futuro de recuperação do setor. A evolução entre abril e junho foi, respectivamente, +0,5%, +0,4% e +1,1%, isto é, com direito a uma aceleração no último mês.
É isso que pode estar por trás da melhora das expectativas dos empresários para os próximos meses. O indicador da CNI apontou expectativas positivas (acima de 50 pontos) tanto em junho (51,1 pontos) como em julho (52,3 pontos). Um movimento semelhante também tem sido captado pelo indicador da FGV (com ajuste sazonal), que entre maio e julho avançou de 78,2 pontos para 85,7 e 89,0 pontos (acima dos 100 pontos, as expectativas tornam-se otimistas).
Em resumo, temos visto um estancamento do agravamento da crise da indústria em 2016, o que não deixa de ser um alívio. O lado ruim da história é que essa estabilização ocorre em um nível muito baixo de produção. Em contraste, o lado bom é que existem indícios que justificam pensar que a indústria estaria no início de uma trajetória de recuperação, ainda muito recente e sujeita a revezes.
O maior risco que se coloca no momento é que variáveis que foram importantes para chegarmos no atual estágio, como a taxa de câmbio, têm se movido em sentido contrário, podendo prejudicar enormemente a engrenagem da recuperação.
Resultados da Indústria. A produção industrial teve em junho mais um mês de crescimento na série livre de efeitos sazonais, com direito a uma aceleração frente aos resultados precedentes: 1,1% ante 0,5% em abril e 0,4% em maio. Com isso, a evolução na margem da indústria em 2016 foi positiva em 5 dos 6 meses do ano, sendo fevereiro a única exceção (-2,7%). Trata-se, então, de uma nova etapa da crise industrial, uma vez que em 2015 ocorreram 11 meses seguidos de queda na série com ajuste sazonal.
Frente a junho de 2015, contudo, continuou havendo retração, de 6,0%. Essa foi a menor queda mensal de 2016, mas vale notar que junho de 2016 (22 dias) teve um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior. Com isso, houve decréscimo de 9,1% no acumulado do primeiro semestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2015. O indicador acumulado nos últimos doze meses, por sua vez, apresentou variação negativa de 9,8% frente a igual período imediatamente anterior.
Em relação aos macrossetores, houve crescimento da produção industrial em todos eles em junho frente a maio, com ajuste sazonal. A produção de bens de capital (2,1%) apresentou a sexta variação positiva em 2016, acumulando nesse período ganho de 13,9%. Já a produção de bens de consumo duráveis cresceu 1,1%. Esta foi a segunda taxa positiva consecutiva (+6,0% em maio), algo que não ocorria desde 2013.
A produção de bens intermediários assim como a bens de consumo semi e não-duráveis, que tem apresentado uma alternância de resultados positivos e negativos em 2016, também apresentaram alta. No caso de intermediários, o crescimento da margem foi de 0,5%, com o que os resultados positivos predominaram no segundo trimestre do ano (+0,7% em abril e -0,5% em maio). No caso de semi e não duráveis, a despeito do aumento de 1,2% em junho, as taxas negativas predominaram nos últimos três meses (-0,6% em abril e -1,3% em maio).
Quando se observam os resultados de junho de 2016 frente a junho de 2015, lembramos de quão complicada é a situação em que a indústria ainda se encontra. Se o setor chegou no fundo do poço, é nítido que ele é profundo. Todos os macrossetores tiveram queda da produção nessa comparação. As maiores retrações atingiram os bens intermediários (-7,6%), de consumo duráveis (-6,9%) e bens de capital (-3,9%). A produção de bens de consumo semi e não duráveis aproxima-se cada vez mais do terreno positivo (-1,9%). A boa notícia é que em todos os casos o indicador de difusão dos resultados negativos foi menor do que no mês anterior, ainda que o número de setores em queda continue majoritário.
As trajetórias em cada um desses macrossetores tem sido, entretanto, distintas. No caso de bens de capital, existe uma clara tendência de redução das perdas ao longo de todo o semestre, uma vez que apresentava variações em torno de -30% na segunda metade de 2015 e, agora, como foi visto, caiu apenas 3,9%. Em bens de consumo duráveis, contudo, as quedas têm sido expressivas, superando -20% desde outubro de 2015, à exceção de maio (-17,4%) e de junho (-6,9%) do presente ano. Com isso, cria-se a expectativa de que estes resultados dos dois últimos meses se tornem o início de uma trajetória de recuperação. Em bens intermediários, houve relativa estabilização do ritmo de perdas no segundo trimestre do ano em torno de -7,5%, nas comparações frente aos mesmos meses do ano anterior. Por fim, a produção de bens de consumo semi e não duráveis, que vinha melhorando, chegando a apresentar uma variação positiva em abr/16 contra abr/15 (+2,5%), desde em maio (-2,1%) voltou para o terreno negativo, mas sem sinais de piora adicional (-1,9% em jun/16 contra jun/15).
A retração de 7,6%, frente a junho de 2015, na produção de bens intermediários, decorreu principalmente de recuos das indústrias extrativas (-12,5%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-13,3%), de produtos alimentícios (-7,0%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-10,4%) e de produtos de metal (-11,8%), entre outros. A única pressão positiva foi registrada por outros produtos químicos (+2,4%). Vale notar que, as reduções em insumos típicos para construção civil (-8,7%) continuam puxando para baixo o resultado deste macrossetor.
Já o declínio de 6,9%, também frente a junho de 2015, em bens de consumo duráveis foi particularmente influenciado pela menor fabricação de automóveis (-5,9%) e de eletrodomésticos da linha marrom (-11,4%), ainda influenciados por reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas, além das influências de motocicletas (-28,5%), de outros eletrodomésticos (-8,9%) e de móveis (-10,9%). Em contraste, o principal resultado positivo foi em eletrodomésticos da linha branca (+19,1%).
Por sua vez, o recuo de 3,9% em bens de capital decorreu principalmente do desempenho de bens de capital para fins industriais (-8,0%) e de uso misto (-28,1%). Os subsetores de bens de capital agrícola (14,0%), para energia elétrica (8,4%) e para construção (1,6%) apontaram, entretanto, as taxas positivas no mês. Bens de capital para equipamentos de transporte (0,0%) repetiu o patamar registrado em igual mês do ano anterior.
Por fim, a queda de 1,9% em bens de consumo semi e não-duráveis foi influenciada, em grande medida, pela retração do grupamento de carburantes (-12,9%), pressionado pela redução na produção dos itens álcool etílico e gasolina automotiva. Os subsetores de não-duráveis (-0,7%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-0,1%) também mostraram taxas negativas. O grupamento de semiduráveis (1,8%) apontou o único resultado positivo nessa categoria.
No acumulado do primeiro semestre de 2016, em relação ao mesmo período de 2015, os quatro macrossetores registraram resultados negativos: bens de consumo duráveis (-22,2%), bens de capital (-20,1%), bens intermediários (-8,8%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-2,3%).
Por Dentro da Indústria de Transformação. O crescimento de 1,1% da produção industrial geral em junho decorreu da alta de 1,3% na indústria de transformação, frente a maio, com ajuste sazonal, já que o setor extrativo teve queda de 0,4% na mesma comparação. Em relação a junho de 2015, o resultado da indústria de transformação foi de -5,0% e no acumulado do ano de -8,3%. Já no caso da indústria extrativa, houve queda de 12,5% frente a junho de 2015 e de 14,0% no acumulado do ano.
Frente a maio, com ajuste sazonal, o crescimento da indústria geral (1,1%) foi acompanhado por 18 dos 24 ramos da indústria acompanhados pelo IBGE. Os destaques positivos ficaram por conta de: veículos automotores, reboques e carrocerias (8,4%), intensificando a expansão de 5,5% verificada no mês anterior; perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (4,7%); metalurgia (4,7%); confecção de artigos do vestuário e acessórios (9,8%) e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (10,8%). Porém, apresentaram retração, os seguintes setores: produtos alimentícios (-0,7%); bebidas (-2,6%); coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,6%) e celulose, papel e produtos de papel (-2,0%).
Na comparação com igual mês do ano anterior, em que a indústria geral apresentou queda de 6,0%, variações negativas marcaram o desempenho de 20 dos 26 ramos, 53 dos 79 grupos e 59,0% dos 805 produtos pesquisados. Vale lembrar ainda que junho de 2016 (22 dias) teve um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior. Entre as atividades, os principais destaques negativos nesta comparação ficaram a cargo de indústrias extrativas (-12,5%), devido sobretudo a minério de ferro; coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-13,2%); produtos alimentícios (-3,3%), produtos de metal (-12,7%), produtos de minerais não-metálicos (-9,9%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,3%). Já entre principais contribuições positivas estão: outros produtos químicos (2,3%) e de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (8,9%).
No acumulado do primeiro semestre de 2016, frente a igual período do ano anterior, a queda de 9,1% da indústria geral foi acompanhada de variações negativas em 23 dos 26 ramos, 64 dos 79 grupos e 73,3% dos 805 produtos pesquisados. Entre as atividades, exerceram as maiores influências negativas: indústrias extrativas (-14,0%); veículos automotores, reboques e carrocerias (-21,2%); máquinas e equipamentos (-16,0%); coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,9%); metalurgia (-11,9%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-27,0%), entre outros. Já as principais contribuições positivas ficaram a cargo de: produtos alimentícios (2,0%), impulsionada pelo avanço na fabricação de açúcar cristal; celulose, papel e produtos de papel (2,5%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (1,9%).
Exportação. Segundo os dados da Funcex, divulgados pelo IBGE conjuntamente com os resultados da produção industrial, o quantum das exportações de manufaturados no mês de junho teve a primeira queda frente ao mesmo mês do ano anterior: -7,5%. Apesar disso, o resultado acumulado em 2016 continua positivo em 10,6%, em relação aos mesmos seis primeiros meses de 2015. Esse desempenho continua bastante superior àquele do acumulado de janeiro a dezembro de 2015 (2,3%), denotando a relevância da taxa de câmbio mais competitiva para a reativação das vendas externas da indústria nacional. Se a taxa de câmbio, que em termos nominais já se valorizou 20% entre junho e janeiro de 2016, continuar competitiva de forma a permitir o avanço das exportações de manufaturados, é provável que, em breve, se torne um relevante mecanismo de compensação da contração da demanda interna.
As importações em quantum de matérias-primas, por sua vez, continuam em contração em 2016, ainda que em um ritmo menor nos dois últimos meses. Em maio chegou a -6,0% e em junho a -7,6%, depois de ter caído mais de 20% nos três primeiros meses do ano. No acumulado no primeiro semestre de 2016, a retração de 18,8% se aproxima do patamar de 2015 (-15,7%). É provável que parte desse desempenho esteja relacionada à revalorização da taxa de câmbio nos meses mais recentes, mas também pode refletir a fase um pouco menos adversa por que passa a produção industrial.
Utilização de Capacidade. O nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação, de acordo com a série da FGV com ajustes sazonais, foi de 73,9% em junho de 2016, praticamente o mesmo patamar verificado em maio (73,8%). Esse grau de utilização, entretanto, continua muito inferior à média histórica do próprio indicador (80,2%, considerando-se os últimos 60 meses).
O indicador da CNI também aponta para um nível historicamente baixo da utilização da capacidade: 77,4%, em junho de 2016, contra 81,0% na média dos últimos 60 meses. Em relação a maio (77,1%), na série com ajuste sazonal, a melhora do indicador também foi marginal.
A permanência da utilização da capacidade em níveis tão baixos não é um bom indício para a evolução futura do investimento, isso porque máquinas e equipamentos atualmente ociosos deverão ser postos em funcionamento antes de os empresários pensarem em ampliar sua capacidade de produção. Em contrapartida, a existência de capacidade ociosa significa que existem plenas condições de oferta para garantir uma recuperação da atividade econômica sem pressões inflacionárias.
Estoques. De acordo com os dados da Sondagem Industrial da CNI, os estoques de produtos finais da indústria em junho de 2016 assinalaram índice de 47,8 pontos, depois de três meses consecutivos na marca de 48,9 pontos, sugerindo redução adicional, já que o valor encontra-se abaixo dos 50 pontos. Está em curso, então, um processo de redução progressiva dos estoques, o que incentiva a retomada da produção. Assim, neste ano têm-se uma dinâmica de estoques diferente daquela de 2015, quando o índice esteve acima dos 50 pontos na maior parte dos meses, numa indicação de sistemático aumento de estoques.
Este resultado em junho de 2016 se deve tanto à indústria de transformação (47,9 pontos), mas sobretudo à indústria extrativa (46,5 pontos), sendo que no primeiro caso a trajetória cadente aparece mais nitidamente nos últimos meses.
Nesse sentido, na avaliação dos empresários, os estoques efetivos têm se encontrado em níveis muito próximos do planejado em 2016, com índice de satisfação 49,3% na indústria geral em junho de 2016, sendo que o índice de satisfação em 50 pontos representa uma situação em que os estoques efetivos coincidem com os planejados. No caso do setor extrativo, os estoques ficaram abaixo do planejado (46,5 pontos) em junho, enquanto no caso da indústria de transformação seu planejamento foi mais acurado (49,4 pontos).
Neste último grupo industrial, segundo os empresários, 20 dos 27 ramos tiveram estoques iguais ou menores do que o planejado (50 pontos), como em impressão e reprodução (39,4 pontos), manutenção e reparação (40,0 pontos), outros equipamentos de transporte (41,3 pontos) e produtos de metal (42,0 pontos). Em maio, tinham ficado abaixo de 50 pontos apenas 17 dos 27 ramos. Em contraste, constataram estoques efetivos mais acima do planejado os setores de madeira (53,0 pontos), couro (52,2 pontos), veículos automotores (51,9 pontos) e minerais não metálicos (51,7 pontos).
Confiança e Expectativas. A confiança dos empresários industriais ainda continua baixa, mas teve evolução favorável nos últimos meses. O Índice de Confiança da Indústria de Transformação da FGV ficou em 83,4 pontos em junho e avançou para 87,1 pontos em julho, ainda indicando insatisfação dos empresários com seus negócios, mas claramente caminhando para a marca dos 100 pontos, a partir da qual a avaliação torna-se positiva. O mês de julho foi o quinto mês consecutivo de alta de melhora da confiança, com direito a avanços mais expressivos nos últimos dois meses (+4,2% e +3,7%, respectivamente).
No indicador da CNI, os empresários da indústria também continuam com falta de confiança, já que seu indicador ICEI persiste abaixo dos 50 pontos. Em junho, encontrava-se em 45,9 pontos para a indústria de transformação, passando para 48,0 pontos em julho (+4,6%). O indicador vem aumentando desde janeiro, à exceção de abril, e tem se acelerado a partir de maio.
Em boa medida, essa evolução da confiança foi influenciada pelas expectativas em relação ao futuro. O Índice de Expectativas da FGV para a indústria de transformação apontou melhora adicional: sua trajetória em maio, junho e julho foi de 78,2; 85,7 e 89,0 pontos, respectivamente, na série livre de efeitos sazonais. Continua-se abaixo de 100 pontos, mas tem havido avanço recorrente.
Segundo o indicador da CNI, em junho foi rompida a barreira dos 50 pontos, indicando que os empresários da indústria de transformação tornaram-se otimistas em relação ao futuro (próximos seis meses). Em julho, o indicador permaneceu acima dos 50 pontos. Entre maio e julho, o indicador avançou de 47,0 para 51,2 pontos e, então, para 52,9 pontos.
Outro indicador frequentemente utilizado para se avaliar a perspectiva do dinamismo da indústria é o Purchasing Managers’ Index – PMI Manufacturing, calculado pela consultoria Markit Financial Information Services. O PMI-M do Brasil aponta para uma melhora frente a junho (43,2 pontos) das condições dos negócios industriais segundo o levantamento realizado em julho último (46,0 pontos). A permanência do indicador abaixo dos 50 pontos ainda indica um quadro complicado para o setor industrial, mas é nítido que tem caminhado em direção a esse patamar.
Em síntese, as sondagens junto às empresas industriais mostram que o pessimismo ainda prevalece, mas que vai perdendo força à medida em que se acumulam sinais de que a crise da indústria tem ficado menos grave em 2016. Existe uma melhora das expectativas, mas ainda é cedo para considerá-la substantiva e duradoura porque partem de patamares muito baixos.
Anexo Estatístico
Mais Informações
Tabela: Produção Física - Subsetores Industriais
Variação % em Relação ao Mesmo Mês do Ano Anterior (clique aqui)