Carta IEDI
No Vale do Ciclo
Os indicadores de desempenho da indústria, do comércio varejista e dos serviços no início deste segundo semestre de 2016 mostram que o nível de atividade econômica do país pode ter atingindo o vale da fase descendente do ciclo. Porém, enquanto o setor industrial já dá alguns sinais de recuperação, o comércio e os serviços ainda estão presos em seus níveis mais baixos de faturamento.
O crescimento da produção industrial em julho, frente a junho com ajuste sazonal, foi positivo, mas muito pequeno, de apenas 0,1%. Com isso, nos sete meses de 2016 a evolução da indústria total atingiu uma alta de 1,6%, tendo por base dezembro de 2015 na série com ajuste sazonal. O retorno do setor ao azul, contudo, não chega nem perto de compensar as perdas acumuladas na crise. Para se ter uma ideia, entre dez/13, início da deterioração mais acentuada do ambiente econômico, até dez/15, isto é, antes da etapa atual de moderação, o recuo industrial chegou a 14,2%.
Em julho, os dois macrossetores da indústria que vinham apresentando os resultados mais promissores em 2016, a saber, bens de capital e bens de consumo semi e não duráveis, tiveram queda da produção na série com ajuste sazonal: -2,7% e -1,9% frente a junho, respectivamente. No caso de bens de capital esta foi a primeira taxa negativa do ano, o que pode vir a ser apenas um resultado pontual, depois de tantos meses consecutivos de alta.
Em sentido oposto, macrossetores que vinham tendo uma performance inferior conseguiram crescer na passagem de junho para julho. Foram os casos de bens de consumo duráveis (+3,3%), que já apresentam três altas seguidas, e de bens intermediários (+1,6%), que também cresceram em junho.
A virtual estagnação da produção industrial brasileira em julho resultou em termos regionais de variações positivas no volume de produção industrial em número equivalente ao de variações negativas: 6 altas e 6 quedas. Dois estados, Amazonas e Goiás, nem cresceram nem caíram (0%). Vale notar que dentre as localidades com produção em alta encontram-se muitos dos maiores centros industriais.
É especialmente importante o caso de São Paulo, cujo parque industrial é o maior e mais complexo do país. A indústria paulista cresceu 1,6% em julho frente ao mês anterior com ajuste, depois de um desempenho semelhante em junho (+1,7%). Com isso, já são 5 taxas positivas em 7 meses, um resultado que reforça a percepção de que, de fato, está em curso um processo de melhora do desempenho industrial brasileiro. Outras localidades com crescimento industrial foram Minas Gerais (+1,1%), Espírito Santo (+2,3%), Paraná (+2,6%), Pernambuco (+3,9%) e Ceará (+0,4%).
Enquanto as variações positivas, na série com ajuste sazonal, são verificadas na indústria em quase todos os meses de 2016 (6 dos 7), elas são mais raras no comércio varejista (4 dos 7). O que vemos no varejo é uma oscilação de resultados positivos e negativos que, à medida em que avançamos para o segundo semestre do ano, parecem girar mais claramente em torno da estabilidade; o que não deixa de representar uma melhora.
Em julho, o declínio das vendas do varejo no conceito restrito foi de 0,3% frente ao mês anterior, sem efeitos sazonais, revertendo a alta de mesma magnitude verificada em junho (+0,3%). Já no conceito ampliado, que inclui as vendas de automóveis, autopeças e materiais de construção, o desempenho tem sido sistematicamente negativo desde março de 2016, mas também tem se aproximado cada vez mais de zero. Em julho, caiu -0,5% frente a junho com ajuste.
No comércio varejista, 2016 ainda não conseguiu produzir uma trajetória que reduzisse as perdas anteriores. O que há é apenas um arrefecimento delas. Voltemos à comparação de 2016 com a pior fase da crise econômica (2014-2015). Contrastando o volume de vendas reais de jul/16 com dez/15 ainda se obtém uma queda para o varejo restrito de 2,2%, mas que é inferior à retração de 8,2% na comparação entre dez/15 e dez/13. No conceito ampliado a moderação é ainda maior: -4,5% contra -14,3%, respectivamente.
De todos os segmentos aquele que mais nitidamente tem flertado com a estabilização é o de hiper e supermercados, alimentos, bebidas e fumo, cujo peso no total das vendas de comércio é bastante expressivo. Em julho, as vendas reais desse segmento caíram 0,3% frente a junho, com ajuste sazonal, depois de ter crescido também 0,3% em junho frente a maio. Neste caso, a inflação de alimentos aparece como um obstáculo importante para uma reação mais persistente.
No setor de serviços, por sua vez, as taxas negativas ainda são preponderantes em 2016: 4 dos 7 meses do ano na série com ajuste sazonal. Apesar disso, em julho, houve alta de 0,7% do faturamento real do setor frente a junho.
Com isso, para os serviços o ano de 2016 vai se firmando apenas como um período de moderação da crise, assim como ocorre no varejo. Quando comparamos o resultado de jul/16 contra dez/15 a queda do faturamento real é de 1,4%, abaixo dos -5,3% da comparação dez15/dez13.
O resultado recente dos serviços como um todo vem sendo bastante influenciado pelo comportamento de três importantes segmentos, cujos resultados na margem estão já há alguns meses muito próximos de zero. São os casos de serviços de informação e comunicação, que ficou estável em julho frente a junho; de serviços profissionais, administrativos e complementares, que teve alta de 0,3%; e do segmento de transportes e correio, cujo faturamento real caiu 0,3% agora em julho.
Já o segmento de serviços prestados às famílias vem apresentando resultados positivos mais expressivos. Em julho cresceu 3,2% frente a junho, com ajuste. Como este segmento foi um dos primeiros a entrar em crise, em meados de 2014, é possível que já venha conseguindo reverter seu quadro, uma vez que vai se estreitando a margem para cortes adicionais do consumo desses serviços. O segmento de outros serviços também teve alta digna de nota: +1,9%.
Em resumo, o nível de atividade econômica parece ter atingido seu vale, como sugere o resultado de quase estabilidade em julho do IBC-Br, calculado pelo Banco Central e que funciona como uma prévia do PIB: -0,09% frente a junho com ajuste sazonal.
Os principais setores da economia, contudo, não se encontram na mesma situação. Enquanto a indústria já ensaia uma trajetória de recuperação, o comercio varejista ainda vem claudicando, mas aponta na direção da estabilidade. É o setor de serviços que exibe a trajetória mais hesitante, com predomínio de resultados negativos.
Indústria. Em julho, houve um crescimento de 0,1% da produção industrial na comparação com junho, já descontados os efeitos sazonais. Apesar de positivo, esse resultado foi muito pequeno, corroborando o cenário de estabilização do setor, analisado na Carta IEDI nº 748.
Os dois macrossetores que vinham apresentando os desempenhos mais promissores, a saber, bens de capital e bens de consumo semi e não duráveis, tiveram queda da produção em julho na série com ajuste sazonal.
No caso da produção de bens de capital, a queda de 2,7% em julho frente a junho foi a primeira variação negativa do ano. É preciso ter em mente, contudo, que após seguidas variações positivas, não é de se estranhar a obtenção de uma taxa negativa, sobretudo na série com ajuste sazonal, mais sensível a fatores conjunturais.
Outro macrossetor a apresentar retração em julho foi o de bens de consumo semi e não duráveis: -1,9% frente ao mês anterior com ajuste, a despeito do crescimento do ramo alimentício (+2,0%), cuja participação aqui é expressiva. A piora do emprego e da renda real das famílias, ainda em processo, contribuem para isso, bem como a valorização do câmbio dos últimos meses, já que muitos de seus setores são exportadores.
Em sentido oposto, macrossetores que vinham tendo uma performance inferior conseguiram crescer na passagem de junho para julho. Foi o caso de bens de consumo duráveis, que já apresenta três resultados positivos consecutivos: +6,0% em maio, +2,0 em junho e +3,3% em julho. Bens intermediários, por sua vez, que vinham claudicando desde o início do ano, também cresceram em julho na série com ajuste sazonal: +1,6%. Esta foi a segunda alta consecutiva (+0,8% em jun/16) e também é um bom sinal para a indústria como um todo.
A virtual estagnação da produção industrial brasileira em julho resultou em termos regionais de variações positivas no volume de produção industrial em número equivalente ao de variações negativas: 6 altas e 6 quedas. Dois estados, Amazonas e Goiás, nem cresceram nem caíram (0%).
Vale notar que dentre as localidades com produção em alta encontram-se muitos dos maiores centros industriais. É especialmente importante o caso de São Paulo, cujo parque industrial é o mais moderno e complexo do país. A indústria paulista cresceu 1,6% em julho frente ao mês anterior com ajuste, depois de um desempenho semelhante em junho (+1,7%). Com isso, já são 5 taxas positivas em 7 meses, um resultado que reforça a percepção de que de fato está em curso um processo de melhora do desempenho industrial.
Outras localidades com crescimento industrial em julho foram Minas Gerais (+1,1%), Espírito Santo (+2,3%), Paraná (+2,6%), Pernambuco (+3,9%) e Ceará (+0,4%). A despeito dessas elevações que, em algumas localidades, somaram-se a variações positivas em meses anteriores de 2016, as perdas acumuladas a serem compensadas ainda são muito grandes.
Para se ter uma ideia, nos sete meses de 2016 a evolução da indústria total contabilizou uma alta de 1,6% no período, o que está muito aquém do necessário para recuperar a perda 14,2 entre dez/13, início da deterioração mais acentuada da indústria, e dez/15, isto é, antes da etapa atual de moderação.
Vejamos, então, o significado dessa etapa de moderação que temos visto em 2016 para as diferentes localidades acompanhadas pelo IBGE.
Tomado o período de crise industrial intensa, isto é, a comparação de dezembro de 2013 com o mesmo mês de 2015, duas localidades despontam em função da magnitude de suas quedas: Amazonas (-33,8%), refletindo a forte retração de segmentos de bens de consumo duráveis, de peso importante em sua indústria, e São Paulo (-19,1%), cuja presença entre as maiores quedas deixa evidente o caráter sistêmico da atual crise da indústria, não poupando praticamente nenhum setor.
Em ambos os casos, o ano de 2016 tem significado um retorno a variações positivas. A produção industrial do Amazonas cresceu 11,6% e a de São Paulo, 6,9% na comparação de jul/16 com dez/15 utilizando-se a série com ajuste sazonal. São trajetórias favoráveis e expressivas embora ainda insuficientes para compensar as grandes perdas anteriores da produção.
Outros estados com declínio substancial em 2014 e 2015, mas mais próximo da média nacional (-14,2%), foram Paraná (-13,6%), Rio de Janeiro (-12,5%), Santa Catarina (-12,3%) e Minas Gerais (-12,2%). Todos eles voltaram para o azul quando tomamos o resultado da comparação de jul/16 sobre dez/15, com destaque para o Paraná (+7,9%) e Santa Cataria (+5,5%). Rio de Janeiro (+3,2%) e Minas Gerais (+2,9%) vem tendo um resultado positivo mais tímido em 2016.
A indústria do Rio Grande do Sul também caiu bastante na pior fase da crise (-12,7% para o período dez15/dez13), mas conseguiu apenas arrefecer seu patamar de retração para -2,3% na comparação de jul/16 com dez/15, diferentemente dos demais estados do Sul do país. Pior ainda foi o Espírito Santo, única localidade em que não houve melhora de performance industrial em 2016; ao contrário, a retração se agravou (-4,3% e -5,8% nas comparações de dez15/dez13 e jul16/dez15, respectivamente).
Para o Nordeste como um todo, que caiu 6,5% entre dez/13 e dez/15, isto é, bem menos que a média nacional (-14,2%), os primeiros sete meses de 2016 trouxeram uma estabilização de perdas, já que sua produção aumentou apenas 0,1% entre jul/16 e dez/15.
Pará e Goiás, devido sobretudo a seus ramos extrativos ou estreitamente vinculados ao agrobusiness, têm sofrido menos com a crise e continuam com um desempenho favorável em 2016. Em dez/15 frente a dez/13, Pará cresceu 5,2% e Goiás, 0,6%. Já em 2016 (jul16/dez15), não só repetem variações positivas como também apontam aceleração: +8,1% e +1,1%, respectivamente.
Comércio. As vendas reais do comércio varejista vêm mantendo a oscilação de resultados positivos e negativos que tem marcado sua evolução em 2016, mas parece que, à medida em que avançamos para o segundo semestre do ano, a amplitude dessas variações tem sido menor, girando mais claramente em torno da estabilidade na série com ajuste sazonal.
O declínio das vendas do varejo no conceito restrito foi de 0,3% em julho frente ao mês anterior, já descontados os efeitos sazonais, revertendo a alta de mesma magnitude verificada em junho (+0,3%). Já no conceito ampliado, que inclui as vendas de automóveis, autopeças e materiais de construção, o desempenho tem sido sistematicamente negativo desde março de 2016, mas também tem se aproximado cada vez mais de zero. Em julho, caiu -0,5% frente a junho com ajuste.
Esta é uma trajetória menos adversa do que a de 2015, quando as quedas imperaram. Mas é bem provável que o presente ano termine sem uma mudança do quadro do comércio de declínio para crescimento, já que, como temos visto em Análises IEDI anteriores, a situação do emprego continua grave, com uma taxa de desocupação em elevação e rendimentos reais em declínio. Ademais, as vendas daqueles bens que exigem algum tipo de financiamento também esbarram no crédito em contração e a juros elevados.
Nessa conjuntura, os sete meses de 2016 continuam sendo de crise para o comércio, muito embora um pouco menos intensa do que fora no ano passado. Na pior fase da atual crise, indicada pela comparação do nível de vendas reais de dez/15 com dez/13, na série com ajuste, o comércio no conceito restrito caiu 8,2%. Já em 2016, na comparação entre jul/16 e dez/15, a retração persiste: -2,2%. No conceito ampliado, essas mesmas comparações dão os seguintes resultados: -14,3% e -4,5%, respectivamente.
A despeito de resultados negativos, em três importantes segmentos do comércio as perdas em 2016 puderam ser bastante arrefecidas. É o caso de equipamentos de escritório e informática, cujas vendas reais tinham caído 11,0% entre dez/13 e dez/15 e agora caem 2,0% no contraste de jul/16 com dez/15. Os outros casos são de móveis e eletrodomésticos (-21,7% e -5,8% nas mesmas comparações) e veículos e autopeças (-28,1% e -8,1%, respectivamente).
Um segmento que também sofreu muito em 2015, o de tecidos, vestuário e calçados, que apresentou perda de vendas reais de 15,4% na pior etapa da crise (dez/13 a dez/15) e que na comparação entre jul/16 e dez/15 registra declínio de 8,2%, veio com retração preocupante em julho. Frente a junho, com ajuste, a queda foi de -5,8%, depois de três meses seguidos em que o segmento vinha conseguindo, na margem, expandir suas vendas.
De todos os segmentos do varejo aquele que mais nitidamente tem flertado com a estabilização é o de hiper e supermercados, alimentos, bebidas e fumo. No pior da crise suas vendas reais caíram 6,0% e agora, em jul/16 frente a dez/15, apresentam retração de apenas 0,4%. Isto ocorre a despeito de o desempenho mês a mês, que vinha próximo de zero, mas sempre positivo entre março e junho, ter voltado a cair em julho: -0,3% frente a junho, com ajuste sazonal. Neste caso, a inflação de alimentos aparece como um obstáculo importante para uma reação mais persistente.
Por fim, cabe registrar a performance de dois segmentos que entraram atrasados na crise do varejo. As vendas de farmacêuticos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos aumentaram 9,3% em dez/15 frente a dez/13, passando a mostrar retração na comparação mais recente: -2,7% em jul/16 contra dez/15. Já as vendas de artigos de uso pessoal, que incluem as lojas de departamento, caíram 3,3% e 5,7% nas mesmas comparações, respectivamente.
Serviços. O faturamento real do setor de serviços voltou a crescer em julho na série com ajuste sazonal, prolongando a trajetória de hesitação entre resultados positivos e negativos, mas que, nos últimos três meses, sugere uma estabilização das perdas do setor. Segundo os dados divulgados hoje pelo IBGE, frente ao mês anterior a alta em julho foi de 0,7%, após -0,2% em junho e +0,2% em maio, já descontados os efeitos sazonais.
Já em relação ao mesmo mês do ano anterior, julho apontou queda de 4,5% do faturamento real do setor, acumulando nos sete meses de 2016 uma retração de 4,8%. Cabe observar ainda que no ano passado o setor já havia caído 3,6%.
O resultado favorável na comparação mês contra mês anterior com ajuste sazonal vem sendo ensejado pelo comportamento de três importantes segmentos do setor de serviços, cujos resultados na margem estão já há alguns meses muito próximos de zero. É o caso de serviços de informação e comunicação que ficou estável em julho frente a junho, sendo que tanto em abril como em maio tinha caído apenas 0,1% e em junho obtido uma alta de 0,3%.
Também ronda a estabilidade o segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares. Seu desempenho com ajuste sazonal nos três últimos meses foi de 0% em maio, -0,4% em junho e +0,3% agora em julho frente ao mês anterior. Dentre seus subsegmentos, quem mais tem influenciado essa trajetória é o de serviços administrativos e complementares, que incluem muitas atividades terceirizadas: +0,3%, +0,9% e -0,5% nas mesmas comparações anteriores.
O terceiro segmento de serviços a estancar sua deterioração foi o de transportes e correio, fortemente relacionado ao nível de atividade da economia como um todo. Neste caso, isso aparece mais recentemente, nos últimos dois meses. O faturamento real desse segmento cresceu 0,2% em junho e caiu 0,3% agora em julho, frente ao mês anterior com ajuste.
O segmento de serviços prestados às famílias, por sua vez, vem apresentando resultados positivos mais expressivos, ao menos na série com ajuste sazonal. Em junho cresceu 2,7% e em julho, 3,2% sempre em relação ao mês anterior.
Como este segmento de serviços às famílias foi um dos primeiros a entrar em crise, em meados de 2014, é possível que já venha conseguindo reverter seu quadro, uma vez que vai se estreitando a margem para cortes adicionais do consumo desses serviços. Não pode ser descartado, contudo, o risco de uma nova rodada de perdas, já que a situação do emprego e da renda das famílias continua bastante adversa.
Em julho, o segmento de outros serviços também teve alta digna de nota: +1,9% frente a junho com ajuste sazonal. Este resultado positivo veio depois de três meses seguidos de queda nessa comparação e, por isso, é cedo para inferir algum início de melhora nesse segmento, ainda mais porque ele reúne um conjunto muito diversificado de serviços que dificulta a interpretação de seus resultados.
Outros sinais que também sugerem que o setor de serviços parou de piorar. Por exemplo, a variação da média móvel trimestral do faturamento real do setor como um todo, tem ficado geralmente entre -5,0% e -4,5%. O declínio acumulado no ano, a seu turno, permanece próximo de -5,0% (-4,8% até jul/16).
O cenário geral é então de estabilização, porém em um patamar muito elevado de perdas e sem movimentos recentes que possam sugerir o início de uma trajetória de recuperação. O setor parece se encontrar no vale da fase descendente do seu ciclo. Nesse sentido, a situação dos serviços contrasta com aquela da indústria, em que muitos setores já podem ter deixado para trás o pior da crise.