Carta IEDI
A Indústria em Maio de 2017: no meio do caminho
Em 2017, a indústria deixou para trás um período de intenso e continuado recuo de sua produção, mas nem por isso já se encontra em marcha de recuperação. Por ora, o que existe é um estancamento da crise. O setor encontra-se no meio do caminho entre a derrocada e a retomada, sem garantias de que sairá deste estágio rapidamente, especialmente porque riscos adicionais emergem da deterioração do quadro político, que, inclusive, já afetou negativamente a confiança dos empresários.
O crescimento obtido na série com ajuste sazonal em maio deste ano, de 0,8% ante o mês anterior, foi reincidente, dado que em abril também houve uma variação positiva (+1,1%). Entretanto, tomados em conjunto, esses dois resultados foram capazes apenas de fazer frente ao declínio mais acentuado de março (-1,6%). Como os resultados de janeiro (0%) e fevereiro (+0,1%) foram medíocres, o quadro geral é de mera estabilidade.
Em comparação com 2016, por sua vez, o desempenho industrial em maio foi o mais intenso desde fevereiro de 2014 ao atingir 4,0%. Em contrapartida, esta alta está inserida em uma trajetória ainda claudicante, em que variações positivas e negativas se intercalam desde o início do ano. Como resultado, há um crescimento de 0,5% no acumulado do ano, algo muito tímido ante a queda da produção industrial de quase 20% entre 2014 e 2016.
Além disso, vale notar que a indústria de transformação (-0,2% frente a jan-mai/16) continua no vermelho e seu placar setorial continua muito dividido: 12 setores já passaram da estabilidade e começaram a recuperar perdas, enquanto outros 13 permanecem no negativo. A situação atual da indústria é, então, marcada por um conjunto de pontos fortes e fracos, que aparecem também em cada um dos seus macrossetores.
A produção de bens de capital e de bens de consumo duráveis vem apresentando um ritmo mais intenso de crescimento que a indústria geral, qualquer que seja a comparação. Este é um aspecto favorável do quadro atual, já que estes macrossetores foram os que mais sofreram na crise. Entretanto, o ponto fraco desse desempenho é sua grande dependência de alguns poucos setores.
De fato, no caso de bens de capital – cujo crescimento no bimestre abril-maio foi de 1,5% ante igual período de 2016 – é elevada a contribuição da produção de bens de capital para a agricultura (+18,4% em abr-mai/17) e de transportes (+3,7%), o que tem relações estreitas com uma safra excepcionalmente positiva do início desde ano e com o avanço das exportações.
Já no caso de duráveis (+10,9% em abr-mai/17), o bom desempenho se deve principalmente ao setor de veículos (+20,3%), alavancado pela ampliação de suas exportações, e ao segmento de eletrodomésticos (+5,1%), influenciado por um conjunto de fatores que citamos em uma ordem que nos parece refletir sua importância: saque das contas inativas do FGTS, demanda reprimida por dois anos de crise aguda, recomposição parcial do crédito às famílias e desaceleração da inflação.
Estes quatro fatores acima identificados também podem estar na origem dos bons resultados em alguns setores de semi e não duráveis, sobretudo, têxteis (+7,8% em abr-mai/17), vestuário (+4,6%) e calçados (+8,2%). Como a produção desses bens está relativamente espalhada pelas regiões do país e é bastante empregadora, este é um aspecto de destacada importância.
É um pesar que o setor de alimentos (-7,9%) não faça parte desse grupo. Na verdade, não só alimentos, mas também farmacêuticos (-5,7%) e combustíveis (-11,8%), que refletem bem o dinamismo da demanda interna, continuam em declínio. Este é um ponto bastante negativo, a influenciar o declínio de 3,6% de bens de consumo semi e não duráveis no bimestre abril-maio frente a igual período de 2016.
Outro aspecto negativo a rondar este macrossetor é o fato de que muitos dos ramos de maior crescimento nos últimos meses registraram, segundo o indicador da CNI, estoques excessivos em maio, como nos casos de calçados e têxteis. Com isso, existe a possibilidade de uma redução do ritmo de produção em junho com vistas ao ajustamento desses estoques.
Por fim, bens intermediários ainda não saíram do vermelho, mas se aproximaram muito da estabilidade (-0,1% em abr-mai/17) devido aos resultados de setores exportadores, como celulose (+6,2%), mas também metalurgia básica (+7,2%) – que finalmente parece estar superando uma fase muito ruim. Estes são os destaques positivos. Do lado negativo estão os insumos para construção (-9,8%), que caem tanto agora como antes, e alimentos intermediários (-11,5%), cuja situação vem se agravando.
Resultados da Indústria
Em maio de 2017, a indústria obteve seu segundo resultado positivo consecutivo na série com ajuste sazonal. A alta foi de 0,8%, depois de +1,1% em abril. Este bimestre, contudo, foi capaz apenas de compensar o declínio mais acentuado de março (-1,6%), formando um quadro de estabilidade que os resultados de janeiro (0%) e fevereiro (+0,1%) já haviam indicado.
Já o desempenho industrial em comparação com os meses de 2016 continua mostrando uma trajetória instável, em que variações positivas são sucedidas por variações negativas. Em maio, houve crescimento de 4,0% ante maio de 2016, isto é, praticamente da mesma intensidade da queda verificada em abril (-4,3%).
O resultado desta trajetória claudicante ao menos chegou a ser positivo, embora pouco expressivo. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2017, a produção industrial cresceu 0,5% frente a igual período do ano passado, iniciando lentamente um processo de compensação das profundas perdas sofridas nos anos anteriores. Cabe observar que muito disso se deve ao primeiro trimestre do ano (+1,1%), já que no bimestre abril-maio o resultado voltou a ser negativo (-0,1%). De todo modo, estamos nos afastando do pior momento da crise industrial, quando o setor chegou a apresentar quedas trimestrais de quase 12% (-11,7% no 4º Trim/15 e -11,5% no 1º Trim./16).
Em relação à distribuição dos resultados positivos e negativos entre os diferentes ramos industriais pesquisados pelo IBGE, constatou-se que, na comparação interanual, a maioria deles apontou crescimento em maio último: 18 dos 26 ramos pesquisados.O mesmo ocorreu em relação a abril, na série livre de efeitos sazonais, em que 17 dos 24 ramos registraram alta na produção.
A despeito desse dinamismo relativamente fraco, a trajetória de redução das perdas no acumulado em 12 meses foi preservada, atingindo em maio de 2017 a marca de -2,4% frente ao mesmo período do ano anterior, o que consistiu no menor ritmo de queda desde setembro de 2014 (-2,0%).
Em relação aos macrossetores, frente a abril com ajuste sazonal, todos eles apresentaram crescimento em maio de 2017. Bens de consumo duráveis registraram o avanço mais expressivo, de 6,7%, sendo seguidos por bens de capital (+3,5%), bens de consumo semi e não duráveis (+0,7%) e bens intermediários (+0,3%).
Os resultados de maio de 2017 frente a maio de 2016 também foram igualmente positivos para todos os macrossetores: bens de consumo duráveis (+20,7%), bens de capital (+7,6%), bens intermediários (+2,9%) e bens de consumo semi e não duráveis (+1,4%).
O avanço de 20,7% frente a maio de 2016 da produção de bens de consumo duráveis se deveu, em grande medida, ao crescimento obtido pela produção de automóveis (+35,1%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (+26,8%). Em contrapartida, houve declínio nos grupamentos de eletrodomésticos da “linha branca” (-4,3%) e motocicletas (-14,8%).
Bens de capital, por sua vez, avançou 7,6% ante maio de 2016, após apontar recuo de 4,7% em abril último, sob influência de avanços observados na maior parte dos seus grupamentos, com destaque para a expansão vinda de bens de capital para equipamentos de transporte (+16,0%).
Já o macrossetor de bens intermediários, que cresceu 2,9% frente a maio de 2016, viu avanços nos produtos associados às atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (+19,3%), de máquinas e equipamentos (+23,1%), de metalurgia (+6,1%), de indústrias extrativas (+2,8%), de produtos de borracha e de material plástico (+2,6%), de produtos têxteis (+6,4%), de produtos de metal (+2,2%) e de celulose, papel e produtos de papel (+2,5%). Em contrapartida, foram registradas variações negativas em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,9%), produtos de minerais não-metálicos (-3,8%) e produtos alimentícios (-0,2%).
Por fim, o avanço de 1,4% na produção de bens de consumo semi e não-duráveis foi explicado, em grande parte, pela expansão observada no grupamento de semiduráveis (+13,5%), mas também em alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (+0,7%) e não-duráveis (+0,8%).
No acumulado dos cinco primeiros meses de 2017, em relação ao mesmo período de 2016, houve expansão da produção nos macrossetores de bens de consumo duráveis (+11,0%) e de bens de capital (+3,5%). Em contraste, bens intermediários (-0,3%) e bens de consumo semi e não duráveis (-1,2%) tiveram retração do volume de produção.
Por dentro da Indústria de Transformação
A expansão de 0,8% da produção industrial geral em maio foi resultado do avanço de 1,2% da indústria de transformação, frente a abril de 2017, com ajuste sazonal, e de 0,2% da indústria extrativa, nesta mesma comparação. Em relação a maio de 2016, o resultado da indústria de transformação chegou a 4,1%, condicionando o avanço de 4,0% da indústria geral, com o setor extrativo crescendo de 2,9%. A indústria de transformação também apontou nova retração no acumulado de 2017 frente a igual período do ano passado (-0,2%), enquanto a indústria extrativa registrou crescimento de 6,4%.
Frente a abril, com ajuste sazonal, o crescimento da indústria geral (+0,8%) foi acompanhado por 17 dos 24 ramos da indústria pesquisados pelo IBGE. Os destaques positivos ficaram por conta de: veículos automotores, reboques e carrocerias (+9,0%), produtos alimentícios (+2,7%) e perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (+4,0%). Em sentido oposto, entre os ramos com declínio de produção, o destaque fica por conta de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,2%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-7,6%).
Na comparação com igual mês do ano anterior, em que a indústria geral apresentou alta de 4,0%, variações positivas marcaram o desempenho de 18 dos 26 ramos, 51 dos 79 grupos e 59,0% dos 805 produtos pesquisados pelo IBGE. Entre as atividades, as principais contribuições positivas nesta comparação compreendem veículos automotores, reboques e carrocerias (+27,9%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (+25,9%), máquinas e equipamentos (+8,9%), metalurgia (+6,1%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (+14,2%), e confecção de artigos do vestuário e acessórios (+11,1%), entre outros. Já dentre as atividades que apontaram declínio na produção estão: coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,0%), produtos de minerais não-metálicos (-3,8%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,3%) e outros equipamentos de transporte (-8,5%).
No acumulado de janeiro a maio de 2017, frente a igual período do ano anterior, o crescimento de 0,5% da indústria geral foi acompanhada de resultados positivos em 13 dos 26 ramos, 42 dos 79 grupos e 52,2% dos 805 produtos pesquisados. Entre as atividades, exerceram as maiores influências positivas: veículos automotores, reboques e carrocerias (+13,0%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (+19,7%), de metalurgia (+4,5%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (+6,6%) e de máquinas e equipamentos (+2,6%), além das indústrias extrativas (+6,3%). Entre as atividades que apontaram redução na produção estão: coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-8,1%) e produtos alimentícios (-4,6%), que exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria.
Exportação
Segundo os dados da Funcex, divulgados pelo IBGE conjuntamente com os resultados da produção industrial, o quantum das exportações de manufaturados no mês de maio caiu 3,9% frente a maio de 2016. Com disso, o resultado no acumulado do ano de 2017 foi positivo, em 1,6%, mas inserido em uma trajetória de desaceleração, registrando um ritmo mais próximo do resultado acumulado em 2015 como um todo (+2,3%) do que de 2016 (+7,9%), quando a desvalorização da taxa de câmbio contribuiu, com alguma defasagem, o desempenho exportador da indústria.
Em maio, as importações em quantum de matérias-primas cresceram novamente: +1,4% frente ao mesmo mês de 2016. No acumulado de janeiro-maio, houve, então, aumento considerável, de 13,1% frente a igual período do ano anterior. Em parte, este desempenho reflete, com defasagem temporal, os efeitos da valorização da taxa de câmbio ao longo de 2016 e a fase de estabilização da produção industrial, mas também está associado ao melhor desempenho de alguns setores, especialmente os de bens duráveis, com maior participação de insumos importados.
Utilização de Capacidade
O nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação, de acordo com a série da FGV com ajustes sazonais, foi de 74,2% em maio de 2017, ficando praticamente estável desde o início do ano. Em relação a janeiro do corrente ano, houve declínio de 0,4 ponto percentual e em relação a abril, de 0,5 p.p.. O atual nível de utilização continua inferior à média histórica do próprio indicador (80%).
O indicador da CNI, a seu turno, também apontou para um nível historicamente baixo da utilização da capacidade em maio de 2017: 77,4%, contra 81,3% na média desde jan/03. Na passagem de abril (76,6%) para maio houve um avanço de 0,8 ponto percentual, já descontados os efeitos sazonais.
Estes dados sugerem uma tênue melhora do quadro em relação ao final do ano passado, estando longe de retomar aos níveis de utilização pré-crise. Ademais, ao longo de 2017 não tem havido nenhuma tendência de aumento sucessivo da utilização da capacidade, tanto no caso do indicador da FGV, como no da CNI, que também tem sido marcado por alguma volatilidade. O patamar médio do indicador da FGV, que era de 73,7% no último trimestre de 2016, avançou para 74,4% no primeiro trimestre de 2017, ficando em 74,5% na média do bimestre abril-maio. No caso do indicador da CNI esses valores foram, respectivamente, de 76,4%, 77,3% e agora no último bimestre de 77,0%.
A permanência da utilização da capacidade em níveis historicamente baixos e sem uma trajetória clara de melhora não é um bom indício para a evolução futura do investimento, isso porque máquinas e equipamentos atualmente ociosos deverão ser postos em funcionamento antes de os empresários pensarem em ampliar sua capacidade de produção. Em contrapartida, a existência de capacidade ociosa significa que existem plenas condições de oferta para garantir uma recuperação da atividade econômica sem pressões inflacionárias.
Estoques
De acordo com os dados da Sondagem Industrial da CNI, os estoques de produtos finais da indústria em maio de 2017 assinalaram índice de 50,7 pontos. O indicador acima de 50 pontos indica aumento dos estoques. Como o patamar de maio ainda está próximo da linha divisória dos 50 pontos, pode-se afirmar que os estoques continuaram relativamente ajustados.
Este resultado em maio de 2017 foi influenciado sobretudo pela indústria de transformação, cujo indicador de estoques superou a marca dos 50 pontos pelo segundo mês consecutivo. Ficou em 50,7 pontos em maio último e em 50,8 pontos em abril. Já a indústria extrativa manteve-se também acima dos 50 pontos, como tem ocorrido desde janeiro deste ano. Tanto em maio como nos dois meses anteriores o indicador registrou patamar de 51,2 pontos.
Na avaliação dos empresários, depois de três meses com os estoques efetivos da indústria geral acima do nível planejado, com índice de satisfação acima de 50 pontos, houve uma melhora relativa da situação com o indicador da CNI marcando 49,8 pontos em maio deste ano. Vale reforçar que o índice de satisfação em 50 pontos representa uma situação em que os estoques efetivos coincidem com os planejados. No caso do setor extrativo, o indicador de satisfação dos estoques ficou em 51,1 pontos e no caso da indústria de transformação, em 49,8 pontos (o mais abaixo patamar desde jan/17).
Neste último grupo industrial, isto é, na indústria de transformação, 16 dos 27 ramos tiveram estoques iguais ou menores do que o planejado (50 pontos) em maio de 2017, como em outros equipamentos de transporte (39,7 pontos), limpeza e perfumaria (44,1 pontos), madeira (44,5 pontos) e derivados de petróleo (45 pontos), entre outros. Em abril, 19 dos 27 ramos tinham ficado abaixo ou na marca dos 50 pontos. Em contraste, constataram estoques efetivos acima do planejado os setores calçados (58,3 pontos), máquinas e equipamentos (53,5 pontos) e têxteis (52,6 pontos), entre outros.
Confiança e Expectativas
A confiança dos empresários industriais em junho de 2017, segundo os indicadores da CNI e da FGV, sofreu deterioração, atingindo o menor patamar de, pelo menos, os três últimos meses, muito provavelmente devido ao agravamento do cenário político.
O Índice de Confiança do Empresário da Indústria de Transformação da CNI (ICEI), voltou a recuar em junho de 2017, para 52,3 pontos, depois de uma melhora em maio (57,6 pontos). De outubro-dezembro de 2016 para janeiro-março de 2017, seu patamar médio progrediu de 51,0 para 53,0 pontos, e, em seguida, para chegando a 53,2 pontos em abril-junho de 2017, a despeito da piora no último mês. Com isso, o indicador parece ter se consolidado em um patamar superior aos 50 pontos no corrente ano, o que indica um aumento da confiança dos empresários.
Por sua vez, o Índice de Confiança da Indústria de Transformação da FGV, cujo patamar médio evoluiu de 85,7 pontos para 89,2 pontos do quarto trimestre de 2016 para o primeiro de 2017, já descontados os efeitos sazonais, avançou para 91,2 pontos no segundo trimestre de 2017. Cabe observar, contudo, a deterioração da passagem de maio (92,3 pontos) a junho (89,5 pontos) do corrente ano. O movimento continua favorável, especialmente, ao se considerar que o indicador se encontrava em 78,1 pontos em abril de 2016. A despeito disso, como ainda permanece abaixo da marca dos 100 pontos, a partir da qual a avaliação torna-se positiva, o indicador ainda sugere uma insatisfação dos empresários com seus negócios.
O Índice de Expectativas da FGV para a indústria de transformação, na série livre de efeitos sazonais, atingiu 92,1 pontos em junho (-3,6 pontos frente a mai/17 e +8,6 pontos frente a jun/16), enquanto o indicador da CNI para as expectativas ficou em 54,9 pontos (-2,5 pontos frente a mai/17 e +3,7 pontos frente a jun/16).
Já o componente dos indicadores de confiança que expressa a avaliação das condições correntes encontra-se em níveis mais baixos, ainda que, de forma geral, tenha apresentando uma evolução favorável nos últimos meses. No caso da FGV, seu Índice da Situação Atual marcou, na série com ajuste, 87,0 pontos em maio (-2,0 pontos frente a mai/17 e +6,2 pontos frente a jun/16) e, no caso da CNI, o Índice de Condições Atuais ficou em 47,0 pontos (+0,1 ponto frente a mai/17 e +11,3 pontos frente a jun/16).
Outro indicador frequentemente utilizado para se avaliar a perspectiva do dinamismo da indústria é o Purchasing Managers’ Index – PMI Manufacturing, calculado pela consultoria Markit Financial Information Services. Depois de o PMI-M do Brasil mostrar uma relativa deterioração na passagem de 2016 para 2017, ultrapassou a linha dos 50 pontos em abril deste ano (50,1 pontos), avançou para 52,0 pontos em maio, mas recuou novamente para 50,5 pontos em junho. Ao fazer isso, o indicador aponta para uma melhora restringida das condições de negócio para o setor industrial.
Em síntese, no início de 2017 as sondagens junto às empresas industriais sugerem o início de uma nova etapa de melhora da confiança. O patamar médio dos indicadores no primeiro trimestre se mostra mais elevado do que o da média do último trimestre de 2016, trazendo bons indícios para o desempenho industrial neste início de ano. Entretanto, a deterioração do quadro político do país no mês de junho impactou negativamente praticamente todos os indicadores de confiança, expectativa e avaliação da situação corrente da indústria. É preciso aguardar para constatar se este foi apenas uma reação momentânea ou o início de um novo período de perda de confiança do setor.
Anexo Estatístico
Mais Informações
Tabela: Produção Física - Subsetores Industriais
Variação % em Relação ao Mesmo Mês do Ano Anterior (clique aqui)