Carta IEDI
Crescimento generalizado do comércio exterior no 3º trimestre, exceto para alta tecnologia
Nos primeiros nove meses de 2017, a balança comercial obteve o maior superávit em dólares correntes de sua história recente: US$ 53,3 bilhões. No terceiro trimestre, o superávit foi de US$ 17,1 bilhões, sendo o maior patamar logrado para julho-setembro em dólares correntes na série iniciada em 1989.
Seja na comparação entre acumulados do ano, seja entre os mesmos trimestres (julho-setembro) de 2017 e 2016, tal performance ocorreu apoiada quer no superávit dos demais bens, em especial os oriundos da agropecuária, pesca e extração mineral, quer no menor déficit dos bens tipicamente produzidos pela indústria de transformação.
Focando nos bens típicos da indústria de transformação, nos nove meses iniciais, o déficit ficou em US$ 2,1 bilhões, sendo que o mesmo período de 2016 registrou saldo negativo de US$ 3,6 bilhões, tendo já alcançado resultado deficitário de US$ 49,5 bilhões em janeiro-setembro de 2013. Quanto ao terceiro trimestre do ano, o déficit foi de US$ 818 milhões, ligeiramente menor do que em igual período de 2016. Atendo-se ao terceiro trimestre, as exportações desses produtos cresceram 9,4%, atingindo US$ 33,0 bilhões, enquanto as importações aumentaram 9,0%. Aliás, embora tenham crescido, as vendas para o exterior ainda ficaram aquém do patamar observado em igual período de 2011, 2012, 2013 e de 2014.
A série construída a partir da classificação da indústria de transformação por intensidade tecnológica da OCDE possibilita observações importantes ao se comparar trimestre contra igual trimestre do ano anterior, em especial o terceiro de 2017:
• O comércio exterior de bens produzidos por atividades de alta intensidade tecnológica experimentou saldo negativo de US$ 4,7 bilhões em julho-setembro do ano, ligeiramente maior do que o do mesmo trimestre de 2016, mas inferior ao dos demais anos desde 2009. Suas exportações declinaram frente a igual período de 2016, caindo 5,5%, somando US$ 2,6 bilhões. Assim as vendas externas desses bens permanecem como as mais baixas dentre as quatro faixas. Os produtos da indústria aeronáutica mantêm a condição de únicos superavitários do segmento, mas o menor montante exportado em julho-setembro vis-à-vis igual trimestre de 2016 contribuiu para o decréscimo exportador. As exportações de bens do complexo eletrônico, por sua vez, cresceram, mas o País também importou mais desses produtos.
• O segmento de média-alta intensidade apresentou déficit de US$ 7,9 bilhões, o maior dentre as quatro faixas no contraponto entre terceiros trimestres. Sua magnitude, porém, foi menor do que a registrada em igual trimestre dos últimos sete anos. Tal resultado ocorreu com ampliação de 23,3% na exportação em julho-setembro, com o País exportando US$ 9,9 bilhões desses bens. As importações, por sua vez, aumentaram 9,3%. Esta faixa engloba os materiais de transporte terrestres, parte expressiva dos bens de capital, além de produtos químicos. Nela, as exportações de máquinas elétricas, equipamentos mecânicos e não especificados noutros segmentos, da indústria química e do setor automotivo cresceram. Nesse último (veículos automotores, reboques e semi-reboques), a balança logrou superávit tanto para julho-setembro quanto para o acumulado do ano.
• Quanto aos produtos tipicamente originários da indústria de média-baixa intensidade tecnológica, o superávit de US$ 797 milhões no terceiro trimestre concorreu para que o acumulado do ano lograsse superávit, de US$ 815 milhões. Tal melhora ocorreu com apoio justamente de julho-setembro, com incremento de 10,0% nas vendas externas na comparação com igual período de 2016, chegando a US$ 8,0 bilhões. As importações, a seu turno, cresceram 23,9% pela mesma base comparativa. Esses números decorrem principalmente do desempenho dos fluxos comerciais de dois agrupamentos de bens: derivados do petróleo, combustíveis e afins; e produtos metálicos, com destaque para commodities industriais.
• Sobre o conjunto de bens típicos das atividades de baixa intensidade tecnológica, este obteve no terceiro trimestre do ano o maior superávit dentre as quatro faixas, de US$ 11,0 bilhões, aproximando-se do patamar já logrado em igual período de 2010, de 2011, 2012 e de 2013. No contraponto entre terceiros trimestres, as exportações aumentaram 4,3%, totalizando US$ 14,9 bilhões, com as importações crescendo 8,2%. Esse agrupamento de bens encampa grosso modo dois tipos: aqueles cujos processos produtivos utilizam intensivamente recursos naturais abundantes no Brasil; e bens cuja produção são intensivas em recursos humanos. As vendas externas dos primeiros (alimentos, bebidas e fumo – principal item da balança indústria do País; produtos industriais derivados da madeira e afins) cresceram bem na comparação entre terceiros trimestres, respondendo em larga medida pelo incremento no superávit dessa faixa, bem como para o bom resultado do acumulado do ano.
A balança comercial dos bens tipicamente oriundos da indústria de transformação tem mostrado incremento exportador, algo muito bem-vindo neste momento em que a economia tenta se recuperar. Todavia, cabe observar que nossas exportações ainda não retornaram a patamares de outrora e parte de seu recente aumento buscou compensar parcialmente a retração do mercado interno.
Bens típicos da indústria de transformação e a balança comercial
Nos primeiros nove meses de 2017, a balança comercial teve superávit em dólares correntes de sua história: US$ 53,3 bilhões. No terceiro trimestre, o superávit foi de US$ 17,1 bilhões, sendo o maior patamar logrado para julho-setembro em dólares correntes na série iniciada em 1989.
Tal performance ocorreu apoiada no menor déficit dos bens tipicamente produzidos pela indústria de transformação, seja na comparação entre acumulados do ano, seja entre os mesmos trimestres (julho-setembro) de 2017 e 2016. Nos nove meses iniciais do ano, o déficit ficou em US$ 2,1 bilhões, sendo que o mesmo período de 2016 registrou saldo negativo de US$ 3,6 bilhões, tendo já alcançado resultado deficitário de US$ 49,5 bilhões em janeiro-setembro de 2013.
Quanto ao terceiro trimestre do ano, o déficit foi de US$ 818 milhões, ligeiramente menor do que em igual período de 2016. Atendo-se ao terceiro trimestre, as exportações desses produtos cresceram 9,4%, atingindo US$ 33,0 bilhões, enquanto as importações aumentaram 9,0%. Aliás, embora tenham crescido, as vendas para o exterior ainda ficaram aquém do patamar observado em igual período de 2011, 2012, 2013 e de 2014.
O fato da balança ter logrado superávit tanto no acumulado, quanto no terceiro trimestre decorreu do incremento do saldo positivo dos demais bens, especialmente aqueles provenientes da agropecuária e pesca e da extração mineral. As vendas externas dos demais bens cresceram 28,3% em julho-setembro frente ao mesmo trimestre de 2016. Já as aquisições de fora do País aumentaram apenas 7,7% em dólares correntes.
A balança por intensidade tecnológica
Considerando a classificação adotada pela OCDE para a indústria de transformação segundo a intensidade tecnológica, pode-se esmiuçar as relações de troca do País. São quatro faixas da indústria de transformação: de alta intensidade, de média-alta, média-baixa e de baixa intensidade tecnológica. A tabela a seguir discrimina melhor tais faixas.
O intercâmbio externo de bens produzidos por atividades tidas pela OCDE como de alta intensidade tecnológica experimentou saldo negativo de US$ 4,7 bilhões em julho-setembro do ano, ligeiramente maior do que o do mesmo trimestre de 2016, mas inferior ao dos demais anos desde 2009. Porém suas exportações declinaram frente a igual período de 2016, caindo 5,5%, somando US$ 2,6 bilhões. Assim as vendas externas desses bens permanecem como as mais baixas dentre as quatro faixas. Os produtos da indústria aeronáutica mantêm a condição de únicos superavitários do segmento, porém o menor montante exportado em julho-setembro vis-à-vis igual trimestre de 2016 contribuiu para o decréscimo exportador.
O segmento de média-alta intensidade apresentou déficit de US$ 7,9 bilhões, o maior déficit dentre as quatro faixas no contraponto entre terceiros trimestres. Todavia sua magnitude foi menor do que a registrada em igual trimestre dos últimos sete anos. Tal resultado ocorreu com ampliação de 23,3% na exportação em julho-setembro, com o País exportando US$ 9,9 bilhões desses bens. As importações, por sua vez, aumentaram 9,3%. Esta faixa engloba os materiais de transporte terrestres, parte expressiva dos bens de capital, além de produtos químicos. Nela, as exportações de máquinas elétricas, de equipamentos mecânicos e não especificados noutros segmentos, da indústria química e do setor automotivo cresceram. No caso desse último (veículos automotores, reboques e semi-reboques), a balança comercial logrou superávit tanto para julho-setembro quanto para o acumulado do ano.
Quanto aos produtos tipicamente originários da indústria de média-baixa intensidade tecnológica, o superávit de US$ 797 milhões no terceiro trimestre concorreu para que o acumulado do ano lograsse superávit, de US$ 815 milhões. Tal melhora ocorreu com apoio justamente de julho-setembro, com incremento de 10,0% nas vendas externas na comparação com igual período de 2016, chegando a US$ 8,0 bilhões. As importações, a seu turno, cresceram 23,9% pela mesma base comparativa. Esses números decorrem principalmente do desempenho dos fluxos comerciais de dois agrupamentos de bens: derivados do petróleo, combustíveis e afins; e produtos metálicos, com destaque para commodities industriais.
Quanto ao conjunto dos bens típicos das atividades de baixa intensidade tecnológica, este obteve no terceiro trimestre do ano, como de costume, o maior superávit dentre as quatro faixas, de US$ 11,0 bilhões, aproximando-se do patamar já logrado em igual período de 2010, de 2011, 2012 e de 2013. No contraponto entre terceiros trimestres, as exportações aumentaram 4,3%, totalizando US$ 14,9 bilhões, com as importações crescendo 8,2%. O agrupamento de bens em pauta encampa grosso modo dois tipos de mercadorias: aquelas cujos processos produtivos utiliza intensivamente recursos naturais abundantes no Brasil; e bens cuja produção são intensivas em recursos humanos. As vendas externas dos primeiros (alimentos, bebidas e fumo – principal item da balança indústria do País; produtos industriais derivados da madeira e afins) cresceram bem na comparação entre terceiros trimestres, respondendo em larga medida pelo incremento no superávit dessa faixa, bem como para o bom resultado também do acumulado do ano.
Bens de alta intensidade tecnológica
O conjunto de bens produzidos pelas atividades intensivas em tecnologia teve déficit de US$ 4,7 bilhões em julho-setembro, ligeiramente maior do que o observado no mesmo período de 2016. Suas exportações declinaram 5,5% nessa mesma base comparativa, ficando em US$ 2,6 bilhões. Dessa forma, persiste na condição de menos expressiva das quatro faixas em termos de vendas para o exterior. Quanto às importações, ficaram em US$ 7,3 bilhões, com decréscimo de 1,4% no contraponto entre terceiros trimestres.
Os equipamentos aeronáuticos e aeroespaciais conformaram o único grupo desse segmento a lograr superávit no terceiro quarto do ano, de US$ 1,4 bilhão, abaixo do registrado no trimestre imediatamente anterior e do que o do mesmo período de 2016. Suas exportações declinaram 9,3% frente a julho-setembro do ano passado, ficando em US$ 1,8 bilhão. As importações, a seu turno, declinaram 63,6%.
Os três ramos de bens típicos do complexo eletrônico, como tem sido recorrente, concorreram sobremaneira para o déficit dos produtos da indústria de alta intensidade tecnológica, com saldo negativo de US$ 4,4 bilhões. Destes, o de equipamentos de áudio, vídeo e telecomunicações (inclusive componentes eletrônicos) foi aquele cujas exportações cresceram dois dígitos no contraponto entre terceiros trimestres: 11,5%. Ainda assim, foram exportados somente US$ 132 milhões. Suas importações foram as que menos cresceram dentro do complexo: 3,3%. Apesar de tanto, persiste como o grupo do complexo eletrônico com maior déficit, de US$ 2,0 bilhões. Já os equipamentos de informática e material de escritório, cujas exportações foram de US$ 75 milhões, com incremento de 8,0%, tiveram superlativo aumento nas importações, de 41,4%, contribuindo para que o déficit chegasse a US$ 1,2 bilhão. Quanto ao terceiro segmento do complexo eletrônico, de equipamentos e instrumentos médico-hospitalares, ótico e de precisão, suas exportações cresceram 4,0%, enquanto suas importações cresceram 12,9% no confronto entre terceiros trimestres. Seu déficit ficou em US$ 1,3 bilhão.
Os produtos farmacêuticos experimentaram saldo negativo de US$ 1,6 bilhão, o maior déficit do ano se comparado ao primeiro e ao segundo trimestre e praticamente igual ao de julho-setembro do ano passado. Suas exportações cresceram de 0,8%, com o Brasil vendendo somente US$ 390 milhões para outros países. As importações, a seu turno, ficaram estáveis.
No acumulado dos nove meses de 2017, o conjunto de bens produzidos pelas atividades intensivas em tecnologia apresentou déficit de US$ 13,3 bilhões, decorrente de importações de US$ 21,0 bilhões e de exportações de US$ 7,7 bilhões. Frente a igual acumulado em 2016, as compras externas desses bens registraram retração de 0,5%, condicionada por aquelas do ramo aeronáutico e aeroespacial (-51,7%), enquanto as exportações também cresceram 1,2%, sob influência da indústria farmacêutica (+4,6%) e de instrumentos médicos, de ótica e de precisão (+9,8%).
Bens de média-alta intensidade tecnológica
As vendas externas de produtos das atividades de média-alta intensidade tecnológica cresceram 23,3% em julho-setembro de 2017 frente a igual período do ano passado, alcançando US$ 9,9 bilhões. Desde 2013, não se exportava tanto desses bens no terceiro trimestre. As importações, por sua vez, cresceram 9,2%. Essa combinação de resultados permitiu que o déficit ficasse em US$ 7,9 bilhões, abaixo do observado no mesmo trimestre de 2016. No entanto, embora menor, persiste como o déficit de maior grandeza dentre os quatro segmentos de intensidade tecnológica.
As exportações de produtos químicos (exclusive farmacêuticos) teve acréscimo de 15,3% no terceiro quarto frente a igual trimestre do ano passado. Já as importações cresceram 13,2%. Esses bens continuam tanto com o maior déficit comercial, de US$ 6,2 bilhões, quanto com o maior montante importado, US$ 8,6 bilhões, dentre todos os grupamentos de mercadorias tipicamente produzidos pela indústria de transformação. As exportações ficaram em US$ 2,4 bilhões.
Os equipamentos de transporte fabricados por indústrias de média-alta intensidade tecnológica totalizaram superávit na casa dos US$ 703 milhões de dólares correntes. Os produtos automobilísticos responderam por tal superávit, atingindo por si só US$ 791 milhões. As exportações de produtos automobilísticos aumentaram 29,2%, galgando US$ 4,0 bilhões, enquanto as importações cresceram 11,5%. Quanto ao grupo dos equipamentos ferroviários e outros de transporte (motocicletas, entre outros), suas exportações caíram 4,2%, com as importações caindo 16,6%, levando a um resultado negativo de US$ 88 milhões, déficit menor do que o observado tanto em abril-junho último quanto em julho-setembro de 2016.
A balança comercial de máquinas e equipamentos mecânicos ou não especificados noutros segmentos e a de máquinas elétricas registraram déficits com algumas semelhanças. Em ambos, o déficit caiu frente a abril-junho. Em máquinas e equipamentos mecânicos ou não especificados, a magnitude do déficit ficou em US$ 1,2 bilhão, menor do que o observado no mesmo trimestre do ano anterior. Suas exportações cresceram 28,6% no terceiro trimestre do ano, chegando a US$ 2,6 bilhões, enquanto as importações cresceram 3,6%. O intercâmbio de máquinas e equipamentos elétricos apresentou déficit também de US$ 1,2 bilhão, praticamente estável em relação ao mesmo trimestre de 2016. Suas vendas para o exterior cresceram 8,4% no terceiro trimestre, ficando em US$ 720 milhões. Já as aquisições externas, recuaram 3,7%.
Entre janeiro e setembro de 2017, os produtos das atividades de média-alta intensidade tecnológica acumularam um saldo deficitário de US$ 19,9 bilhões, resultante de exportações de US$ 27,7 bilhões e de importações de US$ 47,6 bilhões. Frente a igual período do ano passado, o avanço das vendas externas desses produtos foi bastante significativo: +20,2%, devido ao desempenho da maioria de seus ramos, notadamente, de veículos automotores, reboques e semi-reboques (+33,7%), mas também de máquinas e equipamentos mecânicos (+15,0%), produtos químicos exceto farmacêuticos (+14,1%) e, em menor medida, de máquinas e equipamentos elétricos (+2,1%). Suas importações também registraram aumento no acumulado do ano: +4,0%, principalmente devido a produtos químicos, exceto farmacêuticos (+11,3%).
Bens de média-baixa intensidade tecnológica
As exportações de gêneros típicos da indústria de média-baixa intensidade tecnológica aumentaram 10,0% no terceiro trimestre de 2017 vis-à-vis julho-setembro de 2016, ficando em US$ 8,0 bilhões, retomando o crescimento registrado em setembro-dezembro de 2016 e janeiro-março último, com expansão de dois dígitos na mesma base de comparação. As importações, também em dólares correntes, cresceram 21,9%. A balança comercial do terceiro trimestre do ano ficou com superávit de US$ 797 milhões, permitindo que o acumulado do ano apresentasse saldo positivo.
As relações de troca dos bens típicos das indústrias de média-baixa intensidade tecnológica são muito afetadas por dois agrupamentos de mercadorias: produtos metálicos, destacando-se a siderurgia; e bens derivados de petróleo refinado, outros combustíveis e afins.
As vendas para o exterior de produtos de petróleo refinado e afins aumentaram 30,3% no terceiro trimestre frente a igual período de 2016, atingindo US$ 480 milhões. Já suas importações aumentaram em 24,7%, significando que o País importou US$ 3,2 bilhões desses itens em julho-setembro. Com isso, o déficit atingiu de US$ 2,8 bilhões no terceiro quarto do ano, maior do que o déficit de igual período de 2016.
Este aumento no déficit em produtos de petróleo refinado e afins foi mais do que contrabalançado pelo incremento no superávit em produtos metálicos, mormente da siderurgia. De fato, o superávit de produtos metálicos chegou a US$ 3,0 bilhões. Suas exportações cresceram 11,9% no confronto entre terceiros trimestres, alcançando US$ 5,4 bilhões. As importações também se ampliaram, variação de 24,7%, mas sem fazer frente ao montante exportado.
Passando para os de itens de menor expressão dessa faixa, os produtos de minerais não-metálicos lograram superávit de US$ 194 milhões. Suas exportações cresceram 1,2%, ficando em US$ 531 milhões em julho-setembro último. As importações também cresceram, 14,9%, fazendo com que o déficit sofresse ligeira piora frente ao mesmo trimestre do ano anterior.
O intercâmbio de embarcações, navios etc. registrou superávit de US$ 894 milhões em julho-setembro de 2017, representando forte acréscimo frente ao segundo trimestre do ano, embora apenas US$ 30 milhões maior do que no mesmo período de 2016.
Ou seja, além de produtos refinados de petróleo, combustíveis e afins, o outro grupo de bens cujo déficit aumentou em relação ao mesmo trimestre de 2016 foi o de produtos de borracha e plásticos, ficando em US$ 575 milhões. Suas exportações até cresceram, 8,9%, chegando a US$ 688 milhões, mas as importações cresceram 18,3%.
Nos nove meses de 2017, os produtos típicos da indústria de média-baixa intensidade tecnológica obtiveram um superávit de US$ 815 milhões, decorrente de exportações de US$ 21,6 bilhões e de importações de US$ 20,7 bilhões. O desempenho exportador em comparação com igual período do ano anterior atingiu variação positiva de 8,2%, em grande medida devido ao avanço das vendas externas de produtos metálicos (+12,7%). Em relação às importações, o resultado em 2017 também é positivo: 24,5%, condicionado pelos três segmentos de maior peso nesta faixa: carvão, produtos de petróleo refinado e combustível nuclear (+53,8%), borracha e produtos plásticos (+15,8%) e produtos metálicos (+15,0%).
Bens de baixa intensidade tecnológica
No terceiro trimestre de 2017, o País logrou exportar 4,3% mais dos bens tipicamente oriundos de ramos de baixa intensidade tecnológica, atingindo US$ 14,9 bilhões, patamar superior às exportações conjuntas das faixas de alta e média-alta intensidade. Quanto às importações, cresceram até mais, 8,2%, porém a partir de uma base baixa. Desse modo, obteve-se superávit de US$ 11,0 bilhões. Apesar dessa grandeza e do saldo positivo na faixa de média-baixa, a balança dos bens da indústria de transformação ainda ficou deficitária em julho-setembro último.
O saldo positivo do grupamento de bens em questão decorre sobretudo da balança dos produtos industriais de alimentação, bebidas e fumo, cujo superávit atingiu US$ 9,1 bilhões. Representou uma melhora quer frente ao terceiro trimestre de 2016, quer frente a abril-junho último, ainda que não tenha superado outros terceiros trimestres da série. Suas vendas externas aumentaram 2,2% em relação ao mesmo período de 2016, atingindo US$ 10,7 bilhões. As importações declinaram 1,3%, ficando em US$ 1,7 bilhão.
O intercâmbio de produtos do segmento madeireiro, de papel e celulose, impressão gráfica e afins teve superávit de US$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre, sendo o melhor resultado da série iniciada em 1989 para julho-setembro. Suas exportações cresceram 16,2%, o suficiente para galgar novo patamar recorde em dólares correntes para o terceiro trimestre. No tocante às importações, cresceram 4,4%.
Os dois outros agrupamentos de bens típicos da indústria de baixa intensidade têm frequentemente registrado déficit nos últimos anos. As exportações produtos diversos ou reciclados ficaram praticamente estável, com taxa de 0,3% na comparação entre terceiros trimestres. Já suas aquisições do exterior aumentaram 24,6%. Esse ramo ficou com déficit de US$ 246 milhões. Quanto aos produtos das indústrias têxtil, de vestuário, couro e calçados, suas vendas externas declinaram 1,4% no contraponto entre terceiros trimestres, com o Brasil exportando US$ 1,0 bilhão. Já suas importações, cresceram 17,7%. Com isso, registrou déficit de US$ 307 milhões. Trimestre a trimestre, as taxas da comparação com igual período do ano anterior salientam uma recuperação mais forte das importações do que das vendas para fora do País.
Esses conjuntos de bens logo acima se distinguem daqueles superavitários dessa mesma faixa. Os artigos têxteis, de vestuário, calçados e artigos de couro, são intensivos em mão-de-obra, em que pese parcela deles ser susceptível a estratégias de diferenciação de produtos. Já os bens das indústrias de alimentos, bebidas, madeireiras, por sua vez, em seus processos produtivos utilizam de modo intensivo recursos naturais, nos quais o Brasil é notadamente abundante.
No acumulado de janeiro a setembro de 2017, os bens tipicamente oriundos de ramos de baixa intensidade tecnológica apresentaram um superávit de US$ 30,2 bilhões, produto de exportações de US$ 41,7 bilhões e de importações de US$ 11,5 bilhões. Em relação a janeiro-setembro de 2016, as vendas externas desses bens registraram avanço de 7,0%, puxadas por alimentos, bebidas e tabaco (+6,8%) e madeira, seus produtos e papel e celulose (+11,0%). Já suas importações cresceram 17,8% em igual comparação, estimuladas principalmente por alimentos, bebidas e tabaco (+21,5%) e por têxteis, couro e calçados (+18,1%).