Análise IEDI
Tendência ainda de crescimento
A retração de 2,0% da produção da indústria brasileira no mês de maio, segundo divulgação do IBGE, não reverte sua trajetória anterior, ou seja, a tendência da produção industrial ainda é de crescimento, embora modesto. Vale observar que a queda registrada em maio foi puxada, em boa medida, pelos ramos de alimentos (–4,4%), máquinas e equipamentos (–5,0%), veículos automotores (–2,9%) e perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (–8,2%), ramos nos quais a produção havia, em abril, apresentado expansões importantes de, respectivamente, 4,3%, 9,0%, 7,8% e 9,1% – todas as taxas de variação calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.
Nota-se, portanto, que tais segmentos industriais, ao diminuírem sua produção, “devolveram”, em maio, parte do crescimento ocorrido em abril. O mês de maio pode ser caracterizado como um mês de ajuste de estoques, ou ainda, um mês que deixou claro que há um ciclo de estoques em diferentes ramos da indústria nacional, do qual não se sabe ao certo a duração, mas que poderá levar a oscilações da produção industrial nos próximos meses.
Como dito acima, a tendência continua sendo de crescimento, como indica a média móvel trimestral de maio, cuja taxa de variação foi de 0,2%. Aliás, a produção industrial está crescendo, mensalmente, mais próximo dessa taxa (ou algo em torno de 0,3% ao mês), ou ainda, mais próximo do desempenho do setor de bens intermediários.
Esse crescimento da produção industrial, ainda que positivo, é frágil (pois não é generalizado) e muito pouco vigoroso (dada sua taxa de evolução). Apesar de um câmbio mais favorável, as condições estruturais (infra-estrutura, custos tributários e de energia e logística, etc.) que impedem uma maior competitividade da indústria nacional e, por conseguinte, sua arrancada, ainda estão postas. Para se ter uma idéia dos últimos anos nada favoráveis vividos pela indústria brasileira, o nível da produção estava, em maio deste ano, 3,3% aquém daquele de setembro de 2008, mês do agravamento da crise internacional e de pico da atividade industrial.
Para 2013, a expectativa é de um crescimento de 2,5% da produção industrial. Até maio deste ano, a atividade da indústria acumula aumento de 1,7%, com destaque para a produção de bens de capital (13,3%) e bens de consumo duráveis (4,6%). Em termos setoriais, em doze dos vinte e sete ramos pesquisados pelo IBGE houve crescimento nos cinco primeiros meses de 2013. Os principais impactos positivos vieram dos ramos de veículos automotores (14,3%), refino de petróleo e produção de álcool (9,2%), máquinas e equipamentos (4,2%), outros equipamentos de transporte (7,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (7,3%) e borracha e plástico (4,9%). Já os principais impactos negativos vieram das indústrias extrativas (–7,2%), edição, impressão e reprodução de gravações (–9,1%), metalurgia básica (–4,8%), farmacêutica (–3,9%) e produtos têxteis (–4,6%).
Segundo o IBGE, a produção da indústria brasileira recuou 2,0% em maio comparativamente ao mês anterior, na série com dados dessazonalizados. Na comparação com maio de 2012, houve avanço de 1,4% da produção industrial. No acumulado de 2013, a indústria brasileira assinalou expansão de 1,7%. No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em maio, frente a igual período imediatamente anterior, a produção industrial mostrou redução no ritmo de queda (–0,5%) frente às marcas registradas em março (–2,0%) e abril (–1,0%).
Dentre as categorias de uso, na comparação com abril, a produção de bens de capital caiu 3,5%, retração mais elevada entre os grandes setores da indústria, interrompendo quatro meses de resultados positivos consecutivos. Os segmentos de bens consumo duráveis (–1,2%), bens de consumo intermediários (–1,1%) e de bens de consumo semi e não duráveis (–1,0%) também mostrou decréscimo em maio.
No confronto com igual mês do ano anterior, a produção cresceu 1,4% em maio. Nos setores de bens de capital (12,5%), bens de consumo duráveis (4,1%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,8%), a atividade industrial também apresentou variações positivas. Por outro lado, a produção de bens intermediários (–0,6%) apontou a única taxa negativa na comparação maio de 2013/maio de 2012.
No acumulado de 2013 até maio, a produção da indústria aumentou 1,7%, com forte influência positiva de bens de capital (13,3%) e bens de consumo duráveis (4,6%). A produção de bens intermediários apontou avanço menos acentuado (0,2%) e a de bens de consumo semi e não duráveis caiu 1,0%.
Em termos setoriais, na comparação com abril de 2013, com dados dessazonalizados, a produção recuou em 20 dos 27 ramos produtivos pesquisados pelo IBGE. Os destaques negativos ficaram em alimentos (–4,4%), máquinas e equipamentos (–5,0%) e veículos automotores (–2,9%). Outras contribuições influências negativas relevantes vieram de perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (–8,2%), mobiliário (–11,4%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (–9,0%), produtos de metal (–4,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–4,5%), minerais não–metálicos (–2,3%), outros equipamentos de transporte (–3,1%) e calçados e artigos de couro (–7,3%). As principais pressões positivas sobre a média da indústria vieram de bebidas (4,8%), refino de petróleo e produção de álcool (1,6%) e metalurgia básica (1,1%).
Na comparação com maio de 2012, a indústria avançou 1,4% em maio último, com expansão em 12 das 27 atividades pesquisadas. Vale destacar que o mês de maio de 2013 teve um dia útil a menos que igual mês do ano anterior. Os principais impactos positivos ocorreram nos ramos de veículos automotores (11,7%), refino de petróleo e produção de álcool (12,5%) e máquinas e equipamentos (7,5%). Entre as 15 atividades que reduziram a produção, os principais impactos negativos foram indústrias extrativas (–9,1%), produtos de metal (–9,1%), edição, impressão e reprodução de gravações (–5,4%), farmacêutica (–4,3%) e produtos têxteis (–4,5%).
No acumulado do ano até maio, a indústria cresceu 1,7%, com crescimento em 12 dos 27 ramos investigados. Os principais impactos positivos foram observados em veículos automotores (14,3%), refino de petróleo e produção de álcool (9,2%), máquinas e equipamentos (4,2%), outros equipamentos de transporte (7,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (7,3%) e borracha e plástico (4,9%). Entre as 14 atividades que reduziram a produção, os principais impactos foram em indústrias extrativas (–7,2%), edição, impressão e reprodução de gravações (–9,1%), metalurgia básica (–4,8%), farmacêutica (–3,9%) e produtos têxteis (–4,6%).