Destaque IEDI - Em duas velocidades
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A economia brasileira pode até ter registrado alta em seu nível de atividade neste primeiro trimestre de 2022, mas não foi graças à indústria, cuja produção seguiu prejudicada pelos gargalos em suas cadeias de fornecedores.
No primeiro trimestre de 2022, as exportações da indústria de transformação voltaram a avançar à frente de suas importações, sinal de que a guerra da Ucrânia, ao menos por ora, não teve efeitos adversos sobre no comércio exterior do setor.
Embora a indústria geral tenha registrado pequeno aumento de produção na passagem de fevereiro para março, a indústria de transformação, isto é, exceto as atividades extrativas, caiu mais uma vez: -0,6% com ajuste sazonal e permaneceu em uma situação inferior ao de um ano atrás.
Para a indústria, não tem sido fácil crescer nos últimos anos, devido a novos obstáculos, como os efeitos econômicos da pandemia e da guerra na Ucrânia, e a problemas já muito conhecidos, que passam por nossa estrutura tributária disfuncional e uma infraestrutura em deterioração, apenas para citar dois exemplos.
Desde o início de 2022, as expectativas para o desempenho da economia global foram colocadas à prova. Surtos adicionais de Covid-19 em diversas partes do mundo, devido à nova variante ômicron, e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia nublaram o cenário para o ano, forçando revisões para baixo das projeções das principais organizações multilaterais.
Embora em declínio, o desemprego segue elevado no país, dificultando um desempenho mais robusto do consumo e do PIB como um todo.
Após de um ano de continuada ampliação da cobertura vacinal contra a Covid-19 e de normalização das atividades econômicas, o desempenho da nossa economia permanece muito restringido pelo desemprego em níveis elevados e pela forte aceleração da inflação.
A partir de dados recentemente divulgados pela UNIDO, o IEDI construiu um ranking para o desempenho da produção da indústria de transformação em um conjunto de 113 países.
A comparação com a indústria global permite colocar em perspectiva o desempenho da indústria brasileira em 2021.
Depois de um recuo intenso na entrada do ano, a indústria brasileira assinalou a primeira alta de 2022: +0,7% em fevereiro último.