Destaque IEDI
Em jul/24, a indústria brasileira caiu -1,4%, mas esse resultado não chega a sinalizar uma reversão da boa trajetória que a produção e o PIB do setor vêm apresentando.
Há dois aspectos positivos nos dados do PIB divulgados hoje pelo IBGE.
Em 2023, embora o Brasil tenha seguido a tendência global dos Investimentos Diretos Externos (IDE), que registraram recuo frente ao ano anterior, continuou se posicionando como um dos países emergentes que mais atraem investimentos estrangeiros.
Na primeira metade de 2024, o déficit da balança comercial da indústria de transformação aumentou +25,7% frente ao ano passado, atingindo valor de US$ 28,4 bilhões.
Composição setorial do avanço recente da indústria
O apoio à inovação é um dos principais pilares das estratégias industriais contemporâneas, notadamente quando contribuem para a sustentabilidade ambiental.
A indústria de transformação brasileira cresceu à frente do setor no mundo no 1º trim/24, avançando no ranking de 116 países construído pelo IEDI.
No 1º trim/24, o Brasil destoou do restante do mundo e registrou aumento de sua produção industrial, enquanto a indústria global perdeu dinamismo.
No 1º trim/24, a alta de +1,4% da indústria de transformação foi o melhor resultado do setor desde que as bases deprimidas pela pandemia de Covid-19 promoviam variações positivas expressivas em 2021.
Em mai/24, a produção industrial recuou novamente, mas desta vez o sinal negativo acompanhou a maioria dos seus ramos.
No 1º trim/24, a indústria de transformação deu sequência à redução de seu déficit de balança comercial (-3,5%), atingindo o valor de US$ 12,5 bilhões
Há sete meses consecutivos a indústria de transformação vem evitando o terreno negativo, em uma mudança de padrão em relação ao que vimos em 2023.
O ano de 2024 teve início com aceleração do PIB nacional, com retomada dos investimentos, depois dos recuos do ano passado, e fortalecimento do consumo, com base na melhora do emprego e do rendimento real e dos programas governamentais.
As projeções mais recentes para a economia mundial sinalizam importante resiliência do nível de atividade, a despeito de taxas de juros mais elevadas para combater a inflação.
O Brasil, em 2023, registrou avanço no ranking da evolução da produção industrial que o IEDI constrói a partir de dados da UNIDO para 117 países.
Segundo o último relatório da UNIDO, a produção da indústria mundial voltou a ganhar tração no fim de 2023, com base no crescimento industrial da China e em uma melhora nos países de alta renda.
Em 2024, a indústria de transformação voltou a crescer, segundo os últimos dados do IBGE, registrando +1,5% no acumulado dos três primeiros meses do ano. Mas já no final do ano passado havia sinais de progresso. O IEDI, como faz regularmente, desmembrou este desempenho em grupos por intensidade tecnológica, a partir de metodologia divulgada pela OCDE.
Juntamente com o registro de expansão de +0,9% da produção industrial em mar/24, a última pesquisa do IBGE também corrigiu para cima os resultados dos dois meses iniciais do ano, reforçando as indicações de uma melhora do quadro da indústria nacional.
Em 2023, o ritmo de criação de empregos no setor privado perdeu força, mas manteve-se a tendência de redução da informalidade e de expansão do rendimento real dos ocupados.
Neste início de ano, temos visto uma convergência do desempenho entre os grandes setores da economia.