Economia e Indústria - Análise IEDI
Em jan/21, a indústria continuou se expandindo, mas nem por isso conseguiu evitar razoável desaceleração, em função de um quadro econômico mais desafiador.
O PIB total do Brasil recuou -4,3% em 2020, isto é, um resultado pior do que aqueles de 2015-2016, mas não tão devastador quando se previa no início da pandemia.
No primeiro bimestre de 2021 o comportamento dos fluxos de comércio exterior do país tem sido influenciado principalmente pela indústria.
A taxa de desemprego em 2020 ficou, pela quinta vez consecutiva, em um patamar de dois dígitos e foi a mais elevada desde período.
O ano de 2021 se iniciou com encolhimento do crédito novo concedido a famílias e empresas, devido sobretudo às operações livremente pactuadas entre as partes.
Os serviços, ao contrário dos demais setores da economia, ainda não recuperou seus níveis de faturamento pré-pandemia, limitando o aumento do emprego e da renda no país.
Piora do quadro sanitário, redução do auxílio emergencial e aceleração da inflação prejudicaram as vendas do varejo no final de 2020, após meses de forte recuperação.
Assim como ocorreu para o agregado da indústria nacional, houve uma inversão de sinais no final de 2020 e o 4º trim/20 foi de crescimento para a maioria dos parques regionais.
Com um mercado consumidor dinâmico, devido às políticas emergenciais, juros baixos e câmbio competitivo, a indústria ficou livre para crescer após o choque da Covid-19.
A tendência favorável das exportações industriais no final de 2020 teve continuidade em jan/21, ajudando a melhorar o saldo do setor.
A taxa de desemprego permaneceu em patamares recordes no final de 2020 e deve seguir pressionada no início de 2021 com o fim do auxílio emergencial às famílias.
As concessões de crédito acumularam alta em 2020, graças aos programas emergenciais às empresas, sobretudo, aqueles com garantias públicas - Pronampe e o PEAC.
A despeito das liquidações que passaram a impulsionar o varejo em novembro, em 2020 este mês foi marcado pela quase estagnação de suas vendas.
São Paulo e os estados da região Sul cresceram em nov/20 e não só superaram o pré-pandemia, como estão bastante à frente do total Brasil.
Nos serviços, poucos são os ramos que já superaram o tombo de mar-abr/20 e que apresentam desempenho recente positivo.
O desempenho da indústria no final de 2020 sugere que o setor entra em uma nova fase de crescimento, cuja sustentabilidade e vigor ainda não estão totalmente definidos.
Enquanto agropecuária contribuiu positivamente nos primeiros meses de 2020, a retomada das exportações da indústria é quem conteve deterioração maior no final do ano.
Em 2020, a evolução do crédito foi bastante influenciada pelos programas emergenciais adotados pelo governo no combate aos efeitos econômicos da Covid-19.
A recomposição do faturamento de serviços deu novamente sinais de desaceleração, mesmo estando longe dos patamares pré-pandemia.
Em outubro de 2020, o comércio varejista ampliou vendas pelo sexto mês consecutivo, consolidando uma nova etapa de crescimento.