Análise IEDI
Trimestre mais fraco, sobretudo, no Norte e Nordeste
No primeiro trimestre de 2025, a indústria brasileira cresceu a um ritmo mais modesto, sob influência da alta das taxas de juros no país e das incertezas da economia mundial. A desaceleração foi reforçada e ganhou amplitude entre os parques regionais, segundo a pesquisa divulgada hoje pelo IBGE.
E isso apesar de o resultado de mar/25, isoladamente, não ter sido ruim, tanto para o agregado nacional (+1,2%, com ajuste sazonal e +3,1% ante mar/24) como para a maioria dos parques regionais: 67% na série com ajuste sazonal e 61% na comparação interanual ficaram no azul.
No 1º trim/25 como um todo, a produção da indústria brasileira cresceu +1,9% frente ao mesmo período do ano passado, aprofundando a desaceleração já sinalizada do 3º trim/24 para o 4º trim/24, quando havia registrado +3,9% e +3,1%, respectivamente.
Entre seus parques regionais, 61% se saíram pior neste início de ano do que no final de 2024. A parcela daqueles com queda de produção avançou de 28% no 4º trim/24 para 56% no 1º trim/25, ou seja, dobrou na virada do ano.
Norte e Nordeste apresentaram os casos mais graves, notadamente Pernambuco (-20,8%) e Rio Grande do Norte (-19,7%). No primeiro caso, sob influência de minerais não metálicos, metalurgia, outros equipamentos de transporte e coque, derivados de petróleo e biocombustíveis e no segundo caso devido a este último ramo.
• Brasil: +3,9% no 3º trim/24; +3,1% no 4º trim/24 e +1,9% no 1º trim/25;
• São Paulo: +3,2%; +0,6% e +1,1%, respectivamente;
• Rio de Janeiro: -2,2%; -6,2% e -0,5%;
• Minas Gerais: +5,7%; +1,5% e +0,3%;
• Rio Grande do Sul: +2,0%; +2,8% e +0,8%;
• Amazonas: +2,5%; +8,4% e -3,3%;
• Nordeste: +5,5%; +4,4% e -4,2%, respectivamente.
As variações interanuais acima mostram que há uma exceção importante à trajetória de desaceleração: São Paulo, cuja indústria em seu agregado cresceu +1,1% em jan-mar/25 ante uma variação de apenas +0,6% em out-dez/24. Cabe notar que mesmo assim, manteve-se longe do desempenho trimestral registrado na maior parte do ano passado.
Muito desta melhora deveu-se a três ramos: a indústria extrativa (-25,2% no 4º trim/24 e -7,4% no 1º trim/25) e a de alimentos (-13,3% e -0,9%) seguiram no vermelho, mas reduziram bastante a intensidade de suas quedas, enquanto a produção de têxteis (+10,6% e +17,0%, respectivamente) cresceu mais vigorosamente.
De todo modo, a maior parte dos ramos da indústria paulista não passou ilesa da perda recente de dinamismo: 72% deles registram resultados piores no 1º trim/25 do que no 4º trim/24, notadamente equipamentos de informática e eletrônicos (-3,6% ante +8,8%), veículos (+6,9% ante +18,4) e máquinas e aparelhos elétricos (+5,0% ante +13,3%).
Outros casos de ganho de velocidade foram o Paraná, que passou de +6,6% no 4º trim/24 para +7,1% no 1º trim/25, com ajuda da produção de alimentos, químicos e coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, e Bahia, que foi de +1,4% para +2,4%, igualmente com a contribuição do ramo de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis.