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                          IEDI na Imprensa - Pandemia e alta do dólar desafiam indústria a nacionalizar fabricação de insumos

                          Publicado em: 27/04/2020

                          O Globo

                          Empresas, de variados setores, querem reduzir a dependência do fornecimento asiático, especialmente o chinês

                          Cássia Almeida e Henrique Gomes Batista

                          No “dia seguinte” à pandemia do coronavírus, quando a vida começar se normalizar, a indústria estará mais presente na economia brasileira. A pandemia e o dólar nas alturas estão deslocando a produção industrial para dentro das fronteiras brasileiras. Empresas, de variados setores, já têm planos de nacionalizar a fabricação de insumos para reduzir a dependência do fornecimento asiático, especialmente o chinês.

                          A pandemia mostrou o impacto que essa dependência pode ter em momentos de crise. Setores mais afetados por falta de peças e insumos estudam com o governo como determinar áreas estratégicas, na tentativa de recompor cadeias de produção que foram quebradas por falta de investimento ou de competitividade.

                          O setor químico é um dos mais dependentes de insumos de fora. A indústria farmacêutica brasileira sofreu quando a Índia, a maior exportadora de genéricos do mundo, impôs corte nas vendas externas de remédios.

                          — Não é uma discussão só no Brasil, é mundial, devido às dificuldades de importação e à volatilidade cambial. A curto prazo temos estoques, mas, para médio e longo prazos, há uma discussão que é inevitável em relação ao complexo industrial — afirma Solange Dallana, diretora de Assuntos Regulatórios e Acesso ao Mercado da EMS, líder no setor farmacêutico brasileiro, faturando cerca de R$ 4 bilhões.

                          Ela afirma que sua empresa, juntamente com as demais do setor, estão debatendo que produtos são essenciais para o país, para os quais faz sentido criar uma política de nacionalização e quais poderiam ser exportados.

                          O debate já chega às empresas estatais. Jorge Mendonça, diretor do Farmanguinhos — laboratório vinculado ao Ministério da Saúde que produz os remédios à base de cloroquina pesquisados para combater a Covid-19 —, afirma que tem capacidade de suprir o mercado brasileiro, caso as pesquisas apontem essa necessidade:

                          - Essa crise pode nos levar a repensar o modelo e a valorizar a importância da pesquisa e da produção farmacêutica no país. Sabemos que vivemos em um mundo globalizado, e isso traz vantagens, mas queremos ter uma dependência externa tão grande?

                          ‘Sem protecionismo’

                          Segundo Ciro Marino, presidente da Associação Brasileira da Indústria Química, na cadeia farmoquímica, o Brasil “não produz quase nada”. Voltar a produzir no Brasil já é debatido nos gabinetes em Brasília, diz ele. A discussão acontece nos ministérios da Defesa, Economia e Cidadania.

                          - Nesse setor, 95% dos insumos são importados. E há os fertilizantes. São agroquímicos, estamos falando de biossegurança. Temos debatido nos ministérios da Defesa, da Economia e da Cidadania, mas a Defesa pegou para si a questão. Algumas cadeias que foram interrompidas podem voltar. O mundo está vendo que precisa se reindustrializar e desconcentrar produção — comenta Marino.

                          A gigante nacional Braskem vê oportunidades. A maior petroquímica das Américas e líder mundial na produção de biopolímeros também vê a possibilidade de avanços na nacionalização. “É possível que um maior nível de regionalização possa ocorrer, após a pandemia da Covid-19, com a normalização dos setores, trazendo um maior fortalecimento e integração da cadeia química nacional, resultando no desenvolvimento da indústria química nacional”, afirmou a empresa, em nota.

                          No setor têxtil, a dependência está nos pigmentos para dar cor aos tecidos. Flávio Rocha, dono do Grupo Guararapes (Riachuelo), produz no Brasil 70% dos insumos - contra média do setor de 50% —mas diz que, passada a pandemia, pode superar os 90%:

                          - As cadeias produtivas vão ser repensadas, depois de se mostrarem vulneráveis a um episódio como o de agora. Vai ganhar uma nova importância ter uma cadeia maior aqui. Temos essa nova realidade cambial e social, precisamos gerar mais empregos aqui.

                          Rocha afirma que pretende ampliar o investimento no Nordeste, em seu programa denominado “pró-Sertão”, para produzir na região insumos que hoje vêm da Ásia.

                          Para o empresário, a indústria precisa ser competitiva, “sem nacionalismo ou protecionismo obsoleto”.

                          O diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV), Carlos Langoni, diz que o Estado precisará ter atuação mais focada e seletiva. Segundo ele, o país não pode repetir os modelos do passado:

                          - Haverá uma redefinição do papel do Estado, será um agente de equilíbrio social. Se ele voltar a liderar o processo de desenvolvimento, vai inviabilizar o reencontro do crescimento sustentável pós-pandemia. No caso brasileiro, ainda temos a fragilidade financeira.

                          José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), afirma que o discurso mudou completamente em um mês:

                          - Antes da crise, até fevereiro, a nota de toque era pela abertura comercial. Na Casa Civil e no Ministério da Defesa já veem a necessidade de diminuir a dependência de bens industrializados do exterior, uma mudança muita rápida. A conversa agora é sobre substituir importações por bens nacionais, escolhendo setores estratégicos.

                          Álcool em gel nacional

                          O setor automotivo também está preocupado com a rede de fornecedores. O presidente da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, disse na semana passada, em um debate do site Automotive Business, que a empresa pretende comprar parte dos insumos no Brasil:

                          - Há muitas oportunidades para aumentar a nacionalização de componentes tecnológicos, de infoentretenimento, airbags, entre muitos outros. O fornecedor que tiver um bom projeto, com escala elevada, pode vir falar conosco.

                          Algumas cadeias foram montadas em tempo recorde. A explosão de demanda pelo álcool em gel fez renascer a indústria de espessante no país, de acordo com João Carlos Basílio, da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos:

                          — No Brasil, era fabricado por pequenas e médias empresas, o restante era importado. Com esse boom no consumo, ficamos sem matéria-prima. Conseguimos produzir o insumo no Brasil, e o fornecimento está sendo normalizado. O preço vem caindo para o consumidor. Aconteceu numa escala muito rápida.

                          Basílio afirma que o governo facilitou trâmites e ajudou nas questões burocráticas:

                          - Teremos condições de produzir 31 bilhões de frascos por ano. Poderemos exportar. Houve uma reversão completa no fornecimento.

                          Em eletroeletrônicos, a situação é ainda mais delicada. Boa parte das peças não é produzida no Brasil, e o elo da cadeia precisa ser criado. A produção de celulares, aparelhos de áudio, vídeo, fotográficos e afins usa 75% de componentes importados, de acordo com levantamento do Instituto de Estudos de Desenvolvimento Industrial (IEDI).

                          Há peças que sequer são fabricadas aqui, afirma Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee):

                          - Não produzimos display de telefone, computador e televisão. Espero que a vulnerabilidade da indústria tenha ficado escancarada, para que se reindustrialize o Brasil.

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