• SOBRE O IEDI
    • ESTUDOS
      • CARTA IEDI
        • ANÁLISE IEDI
          • DESTAQUE IEDI
            • IEDI NA IMPRENSA
              55 11 5505 4922

              instituto@iedi.org.br

              • HOME
              • SOBRE O IEDI
                • ESTUDOS
                  • CARTA IEDI
                    • ANÁLISE IEDI
                      • DESTAQUE IEDI
                        • IEDI NA IMPRENSA

                          IEDI na Imprensa - Com empresas endividadas, recuperação da economia pós-pandemia deverá ser lenta

                          Publicado em: 20/05/2020

                          O Globo

                          Companhias devem sair da crise econômica provocada pelo coronavírus com o caixa ainda mais enfraquecimento e sem fôlego para novos investimentos. Aumento da capacidade ociosa na indústria também deve dificultar aceleração do PIB.

                          Luiz Guilherme Gerbelli

                          A recuperação da economia brasileira - quando vier - deverá ser lenta. Endividadas, as empresas caminham para sair da crise provocada pelo coronavírus com o caixa ainda mais comprometido e sem fôlego para investir, uma combinação que reduz a possibilidade de uma volta acelerada da atividade econômica.

                          O tamanho do endividamento fica evidente quando se analisa o balanço das empresas de capital aberto. Das 226 companhias não-financeiras com ações negociadas na bolsa de valores, a relação entre capital próprio e endividamento encerrou o ano passado em 76,8%, mostra um levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). Isso quer dizer que, para cada R$ 1 em dinheiro dos sócios, as empresas têm quase R$ 0,77 em financiamentos.

                          O estudo apontou que o endividamento recuou em relação a 2018, mas segue no mesmo patamar de 2014, quando teve início a última recessão no país. Além disso, boa parte da queda pode ser atribuída ao processo de desalavancangem realizado por Vale e Petrobras.

                          "Com o ambiente de recuperação fraca entre 2017 e 2019, o país não criou condições suficientes para que as empresas reduzissem as suas dívidas. Muitas mantêm um nível de endividamento superior ao que era observado em 2014", afirma o economista-chefe do IEDI, Rafael Cagnin. "Depois do primeiro baque do coronavírus, as companhias, assim como os estados, vão passar por um período de recuperação com medidas que ajudem a gerenciar o endividamento delas."

                          O impacto de Vale e Petrobras é notável ao fazer o recorte do tamanho do endividamento apenas do setor industrial. Sem as duas empresas, a relação entre endividamento líquido e capital próprio na indústria é de 94%. Com a mineradora e a petroleira no cálculo, esse índice cai para 73,7%.

                          Nos últimos anos, o alívio para as empresas também se deu mais com a troca da dívida de curto prazo pela de longo prazo. As companhias aproveitaram o cenário de queda dos juros e fortalecimento do mercado de capitais para se refinanciar. "Com a crise do coronavírus, a dívida curta deve subir de novo devido à necessidade de capital de giro das empresas", afirma Cagnin.

                          Aumento da capacidade ociosa

                          Há um segundo fator que deve levar a postergação do investimento no país: o aumento da capacidade ociosa. Com a economia num ritmo lento, o nível de utilização da capacidade instalada da indústria despencou para 57,3 pontos em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). É o índice mais baixo da série histórica iniciada em janeiro de 2001.

                          No curto prazo, o baixo nível de utilização da capacidade instalada é fácil de ser recuperado. Basta a empresa usar maquinário já disponível e contratar mais trabalhadores para acelerar a produção se houver um aumento da demanda. Mas, no longo prazo, os investimentos capazes de garantir um ritmo crescimento mais sustentável da economia brasileira são postergados e apenas destravados quando todo esse processo é concluído.

                          "Quanto o menor o nível da capacidade instalada, menos as empresas vão ter estímulos para investir", afirma Renata de Mello Franco, economista do Ibre/FGV. "Talvez, seja preciso esperar esse momento de isolamento social passar para que as empresas voltem a produzir sem restrição sanitária para só aí ser possível identificar quão comprometida ficou a produção."

                          Crise atual é a ‘cereja do bolo’

                          Com uma fábrica de confecções no Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo, a empresária Natasha Macedo diz que a crise provocada pelo coronavírus "é a cereja do bolo" dos últimos anos marcados pela enorme dificuldade de manter a sobrevivência do seu negócio.

                          "A gente espera uma melhora todo ano. Mas ela nunca vem", diz.

                          Há cinco anos, a fábrica chegou a ter 20 funcionários. Hoje, são 12 – três foram demitidos em março quando as medidas de isolamento social tiveram início em São Paulo. No início da pandemia, a empresa interrompeu todas as atividades, mas reabriu para a produção de máscaras.

                          "Com as lojas todas fechadas, somos afetados diretamente porque não temos para quem vender o que produzimos. Agora, estamos fabricando máscaras de tecido e só com a metade do quadro dos funcionários", diz Natasha. Quem não trabalha teve o contrato suspenso.

                          Hoje, o faturamento da empresa está 60% mais baixo do que o observado antes da crise e tudo que entra no caixa vai para pagar os salários dos funcionários e o aluguel do prédio.

                          "Todos os pedidos que eu tinha feito de tecido para chegar foram cancelados. O que entra é para pagar o que tem de ser pago", diz Natasha. "Um novo investimento é algo bastante distante."

                          No início desta crise, os economistas já projetavam um tombo bastante acentuado do PIB neste ano com a paralisação de boa parte das atividades, mas apontavam que retomada poderia ser rápida. Num jargão economês, a trajetória de recuperação esperada seria em V.

                          Nas últimas semanas, no entanto, as projeções para o desempenho da atividade econômica deste e do próximo ano já começam a ser revisadas por boa parte de bancos e consultorias.

                          "Não vai ser nada fácil a saída dessa crise. A recuperação não será em V. Não podemos ter a ilusão de que tudo se normalizará rapidamente depois de destruirmos tantos empregos e empresas", diz o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale. "Olhando para frente, vamos levar em alguns casos 10 anos para voltar onde estávamos."

                          A MB Associados projeta queda de 7,3% para o PIB deste ano e alta de 2% no ano que vem. Mas não descarta uma nova recessão em 2021.

                          Mais perdas a cada semana

                          O Brasil tem registrado um agravamento da pandemia, o que obrigou estados e municípios a ampliarem a quarentena para evitar a propagação do vírus e o colapso do sistema de saúde.

                          "A cada semana que a economia fica fechada aumenta a probabilidade de o maior número de empresas não conseguir atravessar essa ponte", afirma o economista-chefe do banco BNP Paribas, Gustavo Arruda. De uma recessão estimada inicialmente em 4% para 2020, ele mudou esse número para uma queda de 7%.

                          O vírus traz esse impacto para a atividade no curto prazo. Mas no médio e longo prazo, no entanto, as preocupações dos analistas englobam a incerteza política em relação ao futuro do governo Jair Bolsonaro e sobre a capacidade do país de retomar o equilíbrio fiscal.

                          Hoje, os economistas entendem que o aumento de gastos é justificável e necessário para conter os efeitos da pandemia. Mas, se essa piora fiscal se consolidar no próximo ano, a percepção de risco dos investidores sobre a economia brasileira deve crescer, afugentando ainda mais os investimentos.

                          "Há muita incerteza com os gastos que estão sendo feitos para combater a doença, se eles vão ficar contidos para este momento da crise ou se vão se estender, se o país vai ter uma dinâmica de dívida pública mais complexa lá na frente”, afirma Luka Barbosa, economista do banco Itaú.

                          A questão fiscal tem sido o principal entrave da economia brasileira. No ano passado, o Brasil aprovou a reforma da Previdência, considerada essencial para o acerto das contas públicas, mas a agenda para reduzir o endividamento do país é bastante longa. Neste ano, o Itaú espera um crescimento da dívida bruta para 92,2% do PIB, com uma queda para 88,3% do PIB no ano que vem.

                          A dívida bruta encerrou o ano passado em 75,8% do PIB.

                          IMPRIMIR
                          BAIXAR

                          Compartilhe

                          Veja mais

                          IMPRENSA
                          IEDI na Imprensa - Juro alto e dólar volátil afetam desempenho da indústria de alta tecnologia no Brasil
                          Publicado em: 08/06/2025

                          O Globo

                          IMPRENSA
                          IEDI na Imprensa - Para Kassab, Bolsonaro apoiará algum Bolsonaro para presidente — e não Tarcísio
                          Publicado em: 30/05/2025

                          O Globo

                          IMPRENSA
                          IEDI na Imprensa - Transformações na indústria brasileira indicam novo ciclo com foco em tecnologia, conectividade e sustentabilidade
                          Publicado em: 25/05/2025

                          Carta Capital

                          IMPRENSA
                          IEDI na Imprensa - Déficit comercial da indústria brasileira é o maior em 13 anos. Entenda por quê
                          Publicado em: 23/05/2025

                          O Globo

                          IMPRENSA
                          IEDI na Imprensa - Estag­na­ção Como esca­par da ara­puca da renda média
                          Publicado em: 27/04/2025

                          O Estado de São Paulo

                          IMPRENSA
                          IEDI na Imprensa - Dano colateral
                          Publicado em: 24/04/2025

                          Carta Capital

                          IMPRENSA
                          IEDI na Imprensa - Tarifaço aumenta importância do ‘dever de casa’
                          Publicado em: 22/04/2025

                          Valor Econômico

                          IMPRENSA
                          IEDI na Imprensa - Empresas devem cobrar redução de custos e novos acordos comerciais para enfrentar tarifaço de Trump
                          Publicado em: 20/04/2025

                          O Estado de São Paulo

                          IMPRENSA
                          IEDI na Imprensa - Tarifas de Trump podem assemelhar EUA ao Brasil, diz Wall Street Journal
                          Publicado em: 14/04/2025

                          CNN

                          IMPRENSA
                          IEDI na Imprensa - Câmbio ajuda, e rentabilidade de exportações aumenta 5% no 1º bimestre
                          Publicado em: 14/04/2025

                          Valor Econômico

                          INSTITUCIONAL

                          Quem somos

                          Conselho

                          Missão

                          Visão

                          CONTEÚDO

                          Estudos

                          Carta IEDI

                          Análise IEDI

                          CONTATO

                          55 11 5505 4922

                          instituto@iedi.org.br

                          Av. Pedroso de Morais, nº 103
                          conj. 223 - Pinheiros
                          São Paulo, SP - Brasil
                          CEP 05419-000

                          © Copyright 2017 Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. Todos os direitos reservados.

                          © Copyright 2017 Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.
                          Todos os direitos reservados.