IEDI na Imprensa - Empresários querem debate sobre reforma
Valor Econômico
João Camargo, do Esfera Brasil, reúne-se com Sabino e Motta para discutir reforma tributária
Mônica Scaramuzzo
O empresário de comunicação João Camargo, que também está à frente da entidade Esfera Brasil, vai se reunir hoje em Brasília com os deputados Celso Sabino (PSDB-PA) e Luiz Carlos Motta (PL-SP), que foram indicados pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para as relatorias dos dois projetos da reforma tributária que tramitam na Casa.
“Vou tentar entender as reformas que foram apresentadas pela Casa na sexta-feira e tentar propor um debate pelo Esfera Brasil para discutir o tema”, disse Camargo ontem ao Valor. Camargo criou o Esfera Brasil para ser uma plataforma de encontros entre o setor privado e governo.
Um dia antes de apresentar a proposta do governo para tributar lucros e dividendos e pôr fim ao Juro sobre Capital Próprio (JCP), Lira jantou na casa de Camargo e conversou com empresários e banqueiros presentes sobre a necessidade de fazer uma reforma tributária ampla.
No encontro, que reuniu cerca de 20 pessoas, entre eles os banqueiros André Esteves, do BTG Pactual, e Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, Lira não tinha dado detalhes das propostas que foram apresentadas na sexta-feira.
“Foi uma surpresa para gente”, disse Camargo. A reunião de Camargo hoje em Brasília com os relatores da Casa será para tentar entender melhor a proposta e convidar os relatores a discutir o tema com o setor privado nos próximos dias.
Uma parte do setor produtivo ainda está analisando as medidas propostas pelo governo na semana passada. “Ainda não temos uma posição da entidade sobre isso”, disse Dan Ioschpe, presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).
Para o empresário, à frente da empresa Iochpe-Maxion, a posição do IEDI sobre a reforma tributária de forma mais ampla é de que o tema é considerado um assunto prioritário por sua relevância na redução do custo Brasil e na melhoria das condições de competitividade e produtividade das empresas.
Entidades de classe e empresários ouvidos pelo Valor afirmaram que a reforma ideal seria a de unificação dos cinco impostos (Pis/Cofins, IPI, ICMS e ISS) que incidem sobre o consumo de bens e serviços em um único Imposto sobre Valor Agregado (IVA) nacional.
Para José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a tributação das empresas sobre o Imposto de Renda coloca o Brasil entre os maiores com carga tributária entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Com isso, vamos perder a atratividade de investidores”, pondera. A entidade é favorável à tributação de dividendos, mas defende um debate mais amplo.
O grupo de empresas reunidos na Abimaq pretende discutir o assunto com o governo por meio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Coalizão Indústria, além da Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas e Equipamentos. Contudo, ainda não há uma agenda marcada com parlamentares para discutir o assunto.