IEDI na Imprensa - Indústria deve fechar trimestre no campo positivo mais pela base de comparação fraca, diz IEDI
Valor Econômico
“A trajetória incipiente no curto prazo mostra que o bom desempenho com que a indústria deve acabar o ano é mais devido à base de comparação fraca do que fatores atuais”, nota economista do instituto
Marcelo Osakabe
A estabilidade em agosto da indústria sinaliza dificuldade em encontrar elementos que deem impulso após o primeiro semestre de 2024, avalia o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), Rafael Cagnin.
Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), o setor subiu 0,1% em agosto, resultado em linha com a mediana das 25 estimativas ouvidas pelo Valor Data, que variavam entre queda de 0,7% a alta de 1,4%. Na comparação com agosto de 2023, a produção industrial subiu 2,2% em agosto, ligeiramente abaixo da mediana de 2,3% do Valor Data.
“A trajetória incipiente no curto prazo mostra que o bom desempenho com que a indústria deve acabar o ano é mais devido à base de comparação fraca do que fatores atuais”, diz.
Ele ressalta que as maiores quedas em agosto entre segmentos atingiram justamente as estrelas de 2024. Bens duráveis (-1,3%) ainda crescem no acumulado dos últimos três meses, mas bens de capital (-4,0%) apagaram os ganhos de junho e julho com a virada de agosto.
“Olhando adiante, alguns fatores podem mitigar esse crescimento baseado sobretudo no que já ocorreu, como os incêndios que prejudicaram a indústria de álcool e açúcar, a estiagem, que elevou o custo da energia elétrica, o que pode bater na demanda dos consumidores, e as altas da Selic, que devem interromper o ciclo positivo do setor de bens de capital - este último conseguiu o primeiro resultado positivo no 2º trimestre desde o fim de 2021”, diz Cagnin.