IEDI na Imprensa - Pacote Corresponde a R$ 3,33 Por Trabalhador, Afirma Iedi
Pacote Corresponde a R$ 3,33 Por Trabalhador, Afirma Iedi
Folha de São Paulo - 13/06/2007
Guilherme Barros
Mercado Aberto
Depois de dois meses de expectativas, o governo anunciou ontem um conjunto de medidas considerado bastante tímido pelos empresários e que não deverá contribuir significativamente para compensar as perdas dos setores mais atingidos com a valorização do câmbio.
A principal medida do pacote foi a criação de linhas especiais de financiamento do BNDES no valor de R$ 3 bilhões com subsídio do Tesouro para empresas com faturamento anual de até R$ 300 milhões.
"A medida não é tímida, e sim supertímida", afirmou o empresário Josué Gomes da Silva, presidente do Iedi e da Coteminas, uma das maiores empresas têxteis do país, e filho do vice-presidente José Alencar.
Segundo Gomes da Silva, se for levado em conta que os setores contemplados com essa linha de financiamento empregam diretamente 3 milhões de pessoas, esse dinheiro liberado pelo governo representa apenas R$ 3,33 por trabalhador por mês.
"Vamos ver se com R$ 3,33 por mês para cada trabalhador será possível salvar os empregos nesses setores", afirma Gomes da Silva, sem esconder o sentimento de frustração com o pacote.
Para Gomes da Silva, o mais importante do pacote não foram exatamente as medidas, mas o fato de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter reconhecido que os juros no Brasil estão em um patamar muito elevado em relação aos dos países com quem o Brasil compete. "Se o ministro não reconhecesse isso, seria tapar o sol com a peneira", diz Gomes da Silva.
A grande medida esperada pelos empresários e que poderia compensar as perdas com o câmbio seria a desoneração da folha de pagamentos, mas ela acabou ficando de fora. Para esses setores que são intensivos em mão-de-obra, essa seria a medida que iria dar mais resultados. "Isso é o que deveria ser feito", diz o presidente do Iedi.
No anúncio do pacote, Guido Mantega afirmou que essa medida de desoneração da folha de pagamentos não foi descartada, e sim adiada. Como ela mexe com o INSS, a proposta foi encaminhada para o Fórum da Previdência, que deverá examiná-la. O fórum tem prazo para apresentar uma proposta de reforma da Previdência até setembro.