IEDI na Imprensa - Indústria de SP tem retração acima da média
O Estado de São Paulo
Daniela Amorim
A indústria paulista amargou uma retração de 1,8% no primeiro mês de 2019. A queda em relação a dezembro foi duas vezes mais severa que a média nacional (-0,8%), puxada pela paralisação de fábricas de um grande grupo farmacêutico. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE.
Segundo Bernardo Almeida, analista da Coordenação de Indústria do IBGE, o grupo farmacêutico – que não teve o nome revelado devido ao sigilo de fonte estatística – retardou as férias coletivas de seus funcionários de dezembro de 2018 para janeiro de 2019.
A paralisação da linha de produção afetou também o desempenho da indústria fluminense. A produção industrial no Rio de Janeiro recuou 1,3% em janeiro ante dezembro. No maior parque fabril do País, o de São Paulo, a contribuição mais forte para a redução da produção no período foi do setor farmacêutico, mas os resultados negativos foram disseminados entre as demais atividades pesquisadas, com destaque para as perdas na fabricação de produtos alimentícios e derivados de petróleo.
“O ano de 2019 começa no mesmo ritmo que o do fim do ano passado. Há uma cautela com relação às decisões de investimento e decisões de consumo”, justificou Almeida.
Na comparação com janeiro de 2018, a indústria paulista teve um recuo de 5,3% em janeiro de 2019. O setor industrial tem reduzido a produção de forma relativamente difusa pelo País, mas a perda é liderada pelos principais parques regionais, avaliou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). “Para uma economia industrial tão dependente de São Paulo, diante desta evolução, o resultado para o agregado do país não poderia ser outro que não uma nova etapa recessiva”, alertou o IEDI, em nota.