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                          IEDI na Imprensa - Indústria Brasileira Despenca em Importância Global e Pós-Pandemia Pode Agravar Queda

                          Publicado em: 17/09/2021

                          Agência Estado

                          Cristiane Barbieri

                          Nos últimos 15 anos, a indústria brasileira foi da 9ª posição, entre as maiores do mundo, para a 14ª. No mesmo período, a participação do País na manufatura global foi cortada quase pela metade: foi de 2,2% para 1,3%, segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).

                          Entre outros problemas, duas crises fortes e sequenciais - a de 2015/2016 (do governo Dilma) e a de 2020 (da pandemia) -, ceifaram empregos, lançamentos, inovação e investimentos, que de tão pequenos foram incapazes de repor a depreciação das fábricas. Com menos força, o valor que adicionam à economia encolheu 1,5% ano após ano, entre 2005 e 2020.

                          Parte considerável dos países emergentes foi na direção oposta, como mostra o amplo estudo do IEDI.

                          Agora, o pós-pandemia tende a agravar a situação, com as nações desenvolvidas trabalhando para levar a indústria de volta a seus territórios.

                          "Em poucos meses, a pandemia criou um pandemônio em toda a cadeia global de produção, logística e comércio", diz Glauco Arbix, coordenador da área de humanidades do Centro de Inteligência Artificial da USP. "As grandes economias perceberam a importância de ter fábricas perto dos consumidores, entre outras coisas para depender menos da logística globalizada."

                          A resposta das grandes potências, diz Rafael Cagnin, economista do IEDI, foi rápida. A estruturação dos planos Biden nos EUA, o de recuperação da União Europeia e o quinquenal de crescimento da China, com ações práticas, detalhadas - e um volume gigantesco de recursos -, reforçou o dinamismo econômico do hemisfério Norte, que tende a ganhar ainda mais musculatura e a dar um novo salto.

                          "Longe geograficamente desse eixo econômico dinâmico do Norte, todo o resto do mundo é coadjuvante, inclusive o Brasil e toda a América Latina", diz Cagnin. "Nessa nova realidade, ser um mercado potencial não basta: é preciso concretizar e tornar realidade a promessa." No caso, do Brasil, que cresce muito menos do que qualquer país comparável.

                          O fechamento de fábricas de multinacionais no País em plena pandemia é um dos sinais dessa mudança de eixo e dessa espécie de "cansaço" com miragens - e o reposicionamento das cadeias globais. Para ficar em apenas alguns exemplos, encerraram linhas de montagem no Brasil Ford, Mercedes-Benz, LG e Sony.

                          "A pandemia só reforçou um movimento dos últimos dez anos, de recalibragem do processo tecnológico, que é a essência da indústria 4.0, com a modernização de todas as atividades econômicas", diz Cagnin.

                          Com essa mudança estrutural, dizem os especialistas, o risco é a manufatura brasileira passar de pequena para totalmente irrelevante. Ao se tornar ainda mais suscetível às instabilidades das commodities, o País tende a manter o crescimento pífio e a criar vagas mal remuneradas. "Não menos honrosos, os empregos de baixa qualificação têm salários condizentes com o que produzem", diz Arbix. "No final, essa situação condena o Brasil a ser um País de renda média - e a profunda desigualdade ser mantida."

                          Infraestrutura

                          Apesar de parte dos fabricantes locais se esforçarem para acompanhar o movimento de digitalização e da indústria 4.0, é algo que não depende exclusivamente da iniciativa privada, segundo os especialistas. Como em várias outras frentes, faltam políticas de Estado que deem condições mínimas de infraestrutura para a execução de estratégias. "Qual o sentido de enfiar sensores, robôs e inteligência artificial na produção, se a internet ou a energia caem quando chove?", afirma Cagnin. "Como é possível avançar em direção à sustentabilidade, se é preciso ligar um gerador movido a óleo com a ameaça de falta de energia?"

                          Na prática, além dos problemas de infraestrutura, a agenda do governo voltada à inovação, produtividade, competitividade e integração internacional também tem tido pouca efetividade. "A Câmara Indústria 4.0, por exemplo, não teve ações efetivas de impacto", diz Cagnin. "O programa Brasil Mais, para melhorar a produtividade de micro, pequenas e médias empresas, é tímido e não deslancha."

                          O ambiente de negócios e a redução do custo Brasil continuam travados, como sempre. Ou até mesmo com perspectivas de piora, como acontece com a atual versão da reforma tributária, de acordo com diferentes setores. Também não há uma estratégia clara e ordenada para a integração internacional. "Esses programas sempre têm muito marketing, mas poderiam oferecer alguma ajuda", diz Arbix. "Mas com o governo em situação de paralisia e preocupado com a reeleição, o aparato público é desmobilizado e o setor empresarial, que cresceu sob as asas do Estado mas tem um ambiente de negócios difícil, sofre."

                          Se deixa de ajudar por um lado, o governo prejudica até mesmo em uma das áreas nas quais o setor produtivo nacional se modernizou: no financiamento privado. Com a mudança de direcionamento dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que deixaram de priorizar empréstimos a grandes grupos, as corporações brasileiras tiveram de aprender a captar recursos via mercado.

                          "Foi um literalmente um aprendizado, possível quando os juros entraram no lugar e o BNDES saiu: muitas empresas passaram a entender o mercado de dívidas, quem são os agentes, os procedimentos e critérios econômico-financeiros a serem considerados", afirma Cagnin. "Não é algo que acontece da noite para o dia, principalmente quando vem uma pandemia que joga areia no processo."

                          Após seis anos de ambiente adverso intenso, quando as empresas começaram a avançar, a volatilidade causada pelos ruídos políticos e o maior risco fiscal, mais uma vez provocados pelo governo, ameaça esse caminho. Um banqueiro de investimentos, que pede para não ser identificado, enxerga o próximo ano com empresas fazendo menos ofertas de ações e emitindo mais títulos de dívida, mas sem crescimento da demanda por recursos, por conta do crescimento do PIB quase nulo. Além disso, com a Selic e os riscosmais altos, o dinheiro fica mais caro.

                          "É uma trajetória de fôlego curto porque o setor financeiro, para investir e liberar crédito, precisa ter garantia de retorno e previsibilidade - nada que esteja no radar", diz Arbix. "O Brasil tem exceções, mas suas empresas têm pouco músculo e não conseguem quebrar esse ciclo para recuperação da confiança sozinhas."

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