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                          IEDI na Imprensa - Brasil perde 890 mil empregos de maior complexidade em sete anos

                          Publicado em: 21/10/2022

                          Folha de São Paulo

                          Estudo da UFMG aponta que participação desses setores no mercado de trabalho caiu de 11,4% em 2006 para 9% em 2020

                          Douglas Gavras

                          O Brasil perdeu 890 mil empregos na produção de bens de média e alta complexidade em apenas sete anos, de 2013 a 2020. Se consideradas somente as 12 principais profissões de maior complexidade, tanto na indústria de bens de consumo quanto no setor de serviços, a perda é de quase 380 mil.

                          Os números fazem parte de um estudo inédito do GPPD (Grupo de Pesquisa em Política Pública e Desenvolvimento), da Universidade Federal de Minas Gerais, feito a partir dos dados mais recentes da Rais (Registro Anual de Informações Sociais).

                          De acordo com os pesquisadores, a participação no emprego total desses setores vem caindo ao longo dos anos, passando de 11,4% em 2006 para 9% em 2020. Ainda assim, de 2006 a 2013 houve um aumento no número de empregos desses setores, passando de 3,92 milhões em 2006 para 5,04 milhões em 2013.

                          A partir de 2013 e com o impacto econômico da crise de 2015 e 2016, no entanto, os dados apontam que o número de empregos desses setores vem caindo paulatinamente: bateu em 4,15 milhões em 2020 e chegou à perda de 890 mil postos, retornando a um patamar semelhante ao de 2007.

                          "O que a gente observa é que havia uma melhora na participação, sobretudo na composição do emprego antes de 2013. Setores de alta e média complexidade vinham aumentando sua participação no mercado de trabalho, embora lentamente. Nos últimos sete anos, eles não só não conseguem mais voltar ao ritmo de antes, como ficam praticamente estagnados", diz o professor da UFMG João Prates Romero.

                          Esses segmentos incluem atividades distintas, como a fabricação de veículos automotores, de produtos de borracha e materiais plásticos e metálicos, operários de confecções e de móveis.

                          O setor automotivo tem se tornado um símbolo dessa perda de vagas. Em 2019, a Ford anunciou que encerraria suas atividades na unidade de São Bernardo do Campo. Um ano depois, os funcionários de Taubaté (140 km de SP) receberam a notícia do fim das atividades e, em 2021, a montadora anunciou o encerramento de sua produção no Brasil, o que ocasionou mais de 4.000 demissões na Bahia.

                          Neste ano, em maio, a Caoa Chery decidiu limitar suas atividades em Jacareí (80 km de SP) e fechar a fábrica de forma temporária para fazer alterações. Cerca de 600 funcionários foram demitidos. A unidade será remodelada.

                          A lenta recuperação da economia, com crescimento anual do PIB (Produto Interno Bruto) na casa de 1% nos anos seguintes, não ajudou a salvar esses postos de maior qualidade.

                          A pesquisa também mostra que, na fabricação de produtos de metal, a queda foi de 510 mil empregos para 420 mil (-17,7%) entre 2014 e 2020; já quem atuava na produção de veículos sentiu uma perda de 490 mil para 410 mil no período (-16,33%).

                          "Todos esses setores produtores de bens de média e alta complexidade fazem parte da indústria de transformação, que registrou queda de 1,05 milhão de empregos de 2013 até 2020. Ou seja, a maior parte da queda da indústria no período se deu justamente nos setores de maior complexidade", diz Romero.

                          O pesquisador ressalta que outros estudos indicam como o aumento da complexidade econômica está ligado à alta da renda e do emprego nos países.

                          O que ajudou a amortecer a redução dos empregos de maior complexidade entre 2013-2020 foi o setor de serviços. Quando eles são considerados no cálculo, a perda de empregos no período cai de 890 mil para 790 mil.

                          Nessas atividades, serviços prestados por trabalhadores de escritório, por exemplo, estavam em número maior em 2020 do que eram em 2014 (passaram de 1,37 milhão para 1,5 milhão, ou representavam 2,76% da participação no emprego total para 3,25%).

                          Um movimento semelhante ocorreu com os que prestam serviços para edifícios e atividades paisagísticas (que praticamente retornaram ao período pré-recessão) e as atividades de atenção à saúde humana (passaram de 1,89 milhão para 2,3 milhões).

                          "Uma vaga de alta complexidade custa mais a ser recuperada. Quando olhamos em termos relativos, os postos em setores de produção de maior valor chegam a 6,5% do total e começam a cair. Mesmo que o setor de serviços de alta complexidade aumente, é algo preocupante", afirma o pesquisador.

                          Além disso, apesar de a crise provocada pela Covid-19 ter tido um efeito mais intenso sobre o setor de serviços em 2020, houve um crescimento relativo do número de empregos nessas atividades, enquanto os demais setores ficaram praticamente estagnados.

                          INDÚSTRIA PODE SE ESPELHAR EM EXEMPLO DO EXTERIOR, DIZEM ESPECIALISTAS

                          Para Romero, uma saída para estancar a sangria de empregos mais nobres passa pela retomada de políticas públicas, expansão do crédito e aumento de recursos para ciência e tecnologia.

                          "Também é preciso pensar em políticas de apoio à competitividade. A Europa e os Estados Unidos estão fazendo uma retomada muito assertiva de suas políticas industriais após a Covid-19, sobretudo em resposta à expansão competitiva da China", diz.

                          O economista-chefe do IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), Rafael Cagnin, concorda que outros países fizeram e o que o Brasil ainda não fez. Mesmo nas economias desenvolvidas em que a participação da indústria no PIB caiu, a indústria que sobrou é de média ou alta tecnologia.

                          "No Brasil, a desindustrialização afeta principalmente os ramos de maior complexidade e não conseguimos manter funcionando outros ramos, como a microeletrônica, que estão na fronteira", avalia.

                          Segundo publicação recente da entidade, a indústria brasileira não precisou passar pela crise de 2014-2016 para que retrocedesse na estrutura produtiva do país. Ao contrário, o setor industrial vem perdendo participação no PIB do Brasil desde os anos 1980.

                          As dificuldades dos últimos anos apenas aprofundaram o problema, levando ao menor patamar em que a a indústria já ocupou desde 1947. "Os setores manufatureiros do Brasil começaram a perder participação no PIB em anos distintos: o de vestuário, couro e calçados, nos anos 1970; química e petroquímica, nos anos 1980; alimentos, bebidas e fumo, a partir de 2005", diz o IEDI.

                          Para reagir a esse cenário, Cagnin complementa que é preciso reforçar os mecanismos de apoio à inovação.

                          "A coluna vertebral é o reforço das ações de apoio à tecnologia e inovação. Não dá para retornar às atividades de antes, mas podemos aproveitar a nova fase de industrialização, em que essas atividades ganhem participação e condições de crescer e se difundir."

                          Para o sociólogo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) Clemente Ganz Lúcio, investimentos devem ser feitos a partir do que o país traçar como suas prioridades para os próximos anos. Setores como o de energias renováveis são estratégicos.

                          "Um novo governo deveria estruturar um projeto de desenvolvimento assentado em desenvolvimento e inovação tecnológica de produtos que demandem serviços mais complexos, na produção de fármacos ou de componentes, por exemplo. Isso exige investimentos."

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