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                          IEDI na Imprensa - Reindustrializar, modernizar, incluir

                          Publicado em: 08/10/2023

                          O Estado de São Paulo

                          Bandeira da chamada ‘neoindustrialização’ está mantida, mas será preciso avançar muito mais – e com maior velocidade – para a implantação efetiva de uma política desse tipo

                          Rolf Kuntz

                          Quando o Brasil ganhou sua primeira Copa do Mundo, em 1958, a Petrobras estava perto de completar cinco anos, a industrialização avançava e o País ainda era descrito como essencialmente agrícola. Seis décadas e meia mais tarde, a produção é novamente puxada pela agropecuária. Se a economia crescer, em 2023, mais do que se previa no começo do ano, esse resultado será atribuído principalmente à atividade rural. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) elevou de 2,3% para 3,3% a expansão estimada para este ano. Pelos novos cálculos, a produção agropecuária aumentará 15,5%; a dos serviços, 7,5%; e a da indústria, apenas 1,5%. O campo também deverá garantir, juntamente com a mineração, um saldo comercial melhor que o esperado até há pouco tempo. O superávit previsto subiu de US$ 84,7 bilhões para US$ 93 bilhões, segundo informação do governo. O ganho adicional é atribuído principalmente às vendas de soja e milho.

                          A indústria continua importante para a balança comercial brasileira, mas até as exportações de manufaturados dependem, de forma significativa, da produção rural e da mineração. Os principais produtos exportados neste ano, até setembro, foram soja e farelo, óleos brutos de petróleo, minério de ferro, açúcares e melaço. Também se venderam manufaturados complexos, como aviões, automóveis e equipamentos industriais, mas o agro e a mineração se destacam no conjunto das exportações.

                          Os manufaturados vendidos pelo Brasil têm, no entanto, uma participação minúscula no mercado global. Em 2021 as vendas brasileiras de manufaturados corresponderam a apenas 0,47% do total mundial e o País ficou na 34.ª posição nesse mercado. Entre 2005 e 2011, havia ocupado várias vezes o 28.º lugar, com participação de 0,77%, de acordo com números citados pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).

                          Mas o desempenho da indústria brasileira tem sido pior do que parecem mostrar esses dados internacionais. Em agosto de 2023, a produção industrial cresceu 0,4% sobre julho, sem compensar, no entanto, as perdas acumuladas em meses anteriores. No ano, o volume produzido foi 0,3% inferior ao de janeiro a agosto de 2022. O resultado de 12 meses foi 0,1% menor que o do período imediatamente anterior. Além disso, o desempenho de agosto ficou 1,8% abaixo do registrado em fevereiro de 2020, um mês antes da crise de covid-19, e foi 18% inferior ao de maio de 2011, pico da série montada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

                          Mesmo com oscilações, a tendência da atividade industrial a partir de 2011 foi nitidamente declinante. O primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff foi o ponto inicial de um persistente enfraquecimento do setor industrial, jamais compensado pelo desempenho mais vigoroso e pela modernização de alguns grupos e de alguns segmentos setoriais.

                          Não seria excessivo falar de uma desindustrialização do País, como se ocorresse uma reversão histórica, depois de várias décadas de expansão. O ganho de importância do setor de serviços, no Brasil, equivale apenas parcialmente à transformação estrutural observada em várias economias avançadas. No caso brasileiro, a perda de peso da indústria resulta principalmente de problemas da maior parte do setor manufatureiro. Esse recuo se reflete na competitividade internacional, afetada pelas deficiências domésticas e pelo descompasso em relação às mudanças globais. O esforço diplomático do governo, intensificado na gestão petista, poderá produzir algum benefício. Mas os ganhos comerciais serão obviamente limitados sem uma política de modernização da indústria e de suas condições de competição.

                          Algumas dessas condições poderão melhorar com a reforma tributária. Além disso, o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior, tem mantido a bandeira de reindustrialização do País, ou, como se diz às vezes, de neoindustrialização. Mas será preciso avançar muito mais – e com maior velocidade – para a implantação efetiva de uma política desse tipo. Essa política só será eficaz, obviamente, se incluir mudanças na educação fundamental, no ensino médio, na formação profissional e no desenvolvimento tecnológico. Um mandato será insuficiente para essas medidas e é preciso, desde já, trabalhar com um sentido de urgência.

                          Boas ideias serão mais eficazes, no entanto, se forem articuladas num claro planejamento. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua devendo um plano. Tem dado ênfase a objetivos sociais importantes, mas é preciso ir mais longe, definindo prioridades, cronogramas, formas de atuação do setor público e, naturalmente, condições de financiamento e limitações fiscais. O jogo poderá terminar mal, se o equilíbrio de longo prazo das contas públicas for negligenciado. Sem apoio seguro de um Congresso formado, em grande parte, por parlamentares pouco interessados nas grandes questões nacionais, o trabalho será muito complicado. Mas este jogo será inevitável para um governo disposto a desenhar e seguir um bom plano de trabalho.

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