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                          IEDI na Imprensa - Sem respiro

                          Publicado em: 14/03/2025

                          Carta Capital

                          Os juros nas alturas asfixiam empresas e consumidores. A inadimplência bate recorde

                          Carlos Drummond

                          Enquanto o governo Lula batalha para a economia não parar, os dados mais recentes de inadimplência de empresas e consumidores escancaram a violência do efeito dos juros, em especial a partir do último trimestre do ano passado, com aumento drástico do não pagamento de dívidas. Dados da Serasa ­Experian mostram que as empresas iniciaram 2025 com recorde de inadimplência e um passivo de 156 bilhões de reais. Sete milhões de empresas chegaram ao fim de outubro inadimplentes e deverão começar este ano nessa condição. É o maior número da série histórica e esse grupo representa cerca de um terço dos empreendimentos nacionais. A entidade atribui esta situação às altas taxas de juro.

                          Segundo o índice de reincidência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do SPC, oito em cada dez consumidores retornaram para os cadastros de negativação menos de um ano após o pagamento negociado de uma conta em atraso. O indicador aponta que, em janeiro de 2025, do total de negativações, 84,69% foram de devedores reincidentes, isto é, que constaram do cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses.

                          A Fiesp espera um desempenho mais fraco da atividade industrial, reflexo da política monetária fortemente contracionista, o que tende a contribuir para a piora das condições de acesso ao crédito, sobretudo em ambiente marcado por condições financeiras cada vez mais restritivas. Em comunicado, a entidade afirmou que esse aperto poderá ter efeitos sobre o custo dos novos financiamentos e a dinâmica da atividade industrial.

                          A Fiesp espera um desempenho mais fraco da atividade industrial, reflexo da política monetária muito contracionista

                          O cenário é adverso também por causa do menor impulso fiscal, do ambiente externo mais desafiador, com as incertezas em torno da economia dos EUA, e dos potenciais efeitos macroeconômicos da condução da política comercial norte-americana. A produção industrial deverá crescer apenas 1,3% neste ano, após avançar 3,1% em 2024.

                          O IEDI considera o aperto atual da política monetária, que levou a taxa Selic de 10,5% ao ano em setembro para os atuais 13,25%, com novas altas já contratadas, semelhante a um “tratamento de choque”. À medida que a fase de alta dos juros básicos pelo Banco Central for contaminando as taxas de empréstimos e as decisões dos agentes econômicos, ressaltam os economistas do IEDI, tende a ficar comprometido o desempenho de setores que se saíram bem em 2024 e cresceram à frente do PIB total.

                          “A principal causa da enxurrada de inadimplências é o ciclo de elevação dos juros desde setembro, que deixa o crédito mais restritivo, sobretudo para as empresas menores”, afirma Camila ­Abdelmalack, economista da Serasa Experian. Dos 7,1 milhões de companhias inadimplentes, 6,7 milhões são micro e pequenas empresas que enfrentam um cenário mais adverso, não apenas quanto às taxas mais altas, mas em relação à liberação de crédito, muito mais ancorado em garantias.

                          A economista faz uma ressalva: apesar do patamar alarmante de inadimplência, quando se examinam outros dados, como a proporção das empresas endividadas, vê-se que os números estão próximos daqueles dos dois últimos anos. Em 2023, 31,4% das companhias ficaram inadimplentes. No ano passado, foram 31,5%, e o porcentual de janeiro não difere muito.

                          A aceleração da inadimplência ocorre em um ambiente de elevação da taxa de juros, que agora deve ir para 14,25%, conforme sinalização do próprio BC. “A nossa expectativa, na Serasa Experian, é de que os juros encerrem o semestre ao redor de 15,5%. Por ora, o consenso do boletim Focus permanece em 15%. Um ambiente bastante restritivo, portanto, para que as empresas brasileiras, em especial as pequenas e médias, encontrem condições razoáveis para refinanciar dívidas”, acrescenta a economista.

                          O primeiro dano provocado na saúde financeira das empresas é a redução da receita, ressalta Abdelmalack. A inflação corrói o poder de compra da população e isso desacelera o consumo, prejudicando sobretudo produtores de bens e serviços. Do lado da estrutura dos custos, as companhias que já estão endividadas e precisam refinanciar suas dívidas devem optar pelo alongamento dos pagamentos para encontrar uma condição mais favorável de parcelamento, compatível com seu fluxo de caixa. Pagarão, entretanto, uma taxa mais alta, porque o País está em meio a um ciclo de elevação dos juros. As micro e pequenas empresas, por sua vez, enfrentam maior restrição para acessar linhas de crédito sem garantias. “Este é o impacto: desaceleração na demanda, que prejudica a receita, e dificuldade de gerenciar as suas dívidas em relação à sua estrutura de passivos e de ­custos”, sublinha a economista da Serasa.

                          Com o tranco provocado pelos juros na economia, o mercado começou a rever suas apostas para a Selic. Os indicadores de crescimento abaixo do esperado, além de aumentarem a lista interminável de erros de previsão dos analistas financeiros, provocaram uma forte descompressão das taxas dos contratos de DI e começaram a mudar a percepção sobre o nível de juro básico.

                          Agentes de mercado recalculam para baixo suas estimativas para os juros ao fim do ciclo de aperto monetário, e se mostram inclinados a estimar queda das taxas futuras, especialmente as de curto prazo, mais sensíveis às perspectivas para a política monetária. Após o Copom apontar no balanço de riscos a chance de desaceleração da economia e depois da divulgação de indicadores de crescimento abaixo do esperado, os juros futuros declinaram.

                          As taxas de contrato de Depósito Financeiro (DI), de compra e venda de juros futuros, um indicador que repercute na Selic, recuaram. As taxas com vencimento em janeiro de 2026 caíram de 14,80% para 14,73% e as com vencimento em janeiro de 2027 retrocederam de 14,705% para 14,55%. A perspectiva converge com a decisão do ­Copom, no início de fevereiro, de confirmar o aumento de 1 ponto porcentual, definido durante a gestão anterior do BC, mas deixar as deliberações posteriores em aberto, sem qualquer forward guidance, ou orientação para o futuro.

                          O IEDI considera a rigidez da política monetária semelhante a um tratamento de choque

                          A inadimplência aumentou e a inflação de fevereiro, medida pelo IPCA, também subiu. Em 12 meses, o índice atingiu 5,05%, o maior nível desde 2023. A inflação de alimentos e bebidas chegou a 0,70%, pressionada pelos preços do café e do ovo, impulsionados por quebra de safra mundial de café e gripe aviária nos EUA, entre outros fatores.

                          É mais pressão sobre os juros. Um tema delicado, sublinha o economista Bruno De Conti, professor do Instituto de Economia da Unicamp, porque o cenário internacional “é dos mais malucos que a gente viveu nos últimos tempos, do ponto de vista geo­político e quanto aos impactos econômicos”. O receio do BC, prossegue De Conti, tem a ver com esse cenário externo. O medo é que o câmbio suba, então eles mantêm os juros altos para tentar conter qualquer possível pressão de desvalorização do real, que pioraria a inflação.

                          Os impactos são grandes, ressalta De Conti. A economia não está em um ritmo dinâmico, e a tendência é de refrear ainda mais. Isso é complicado em si, porque o crescimento é necessário, gera empregos, mas também porque tem eleição no ano que vem. Se a economia demorar a entrar de novo em uma rota de crescimento, a tendência é de que a popularidade de Lula fique baixa e a chance de a extrema-direita voltar à Presidência se amplie.

                          O estado da economia, em especial a situação do emprego e da renda, vai desempenhar um papel importante no voto de ampla parcela da população. “Ao menos um terço dos eleitores deve votar de acordo com o seu bem-estar imediato, que tem a ver com preços. Precisamos ter uma política monetária menos contracionista, combinada com outras políticas que contribuam para a redução da inflação”, reforça o professor da Unicamp.

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