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                          Carta IEDI

                          Edição 1198
                          Publicado em: 20/04/2023

                          Janeiro adverso

                          Sumário

                          A tendência de perda de dinamismo econômico do final do ano passado teve prosseguimento em janeiro último, segundo as pesquisas conjunturais do IBGE. Em seus agregados, nenhum dos grandes setores da economia registraram expansão na entrada de 2023, inclusive os serviços, cuja normalização foi elemento importante para o crescimento do PIB em 2022.

                          Na passagem de dez/22 para jan/23, já descontados os efeitos sazonais, o faturamento real dos serviços foi, a propósito, quem mais recuou: -3,1%, anulando o crescimento de dez/22 (+2,9%). Este resultado fez de jan/23 o pior início de ano da série histórica do IBGE.

                          Também no vermelho ficou a produção industrial, com -0,3% na mesma comparação. Depois um período de oscilação, o quadro da indústria é de quase estagnação desde nov/22. Vale mencionar que a indústria de transformação não só declinou mais intensamente (-0,8%), como já havia tido um resultado adverso em dez/22 (-0,2%).

                          Com serviços e indústria no vermelho, o índice IBC-Br do Banco Central apontou contração do nível geral de atividade em jan/23, de -0,04% na comparação com dez/22, já descontados os efeitos sazonais. Nos últimos seis meses, esta foi a quinta taxa negativa do índice.

                          O varejo foi a exceção em jan/23, mas por pouca coisa. Incluídas as vendas de veículos, autopeças e material de construção, o setor ficou praticamente imóvel ao registrar variação de apenas +0,2% ante dez/22. Desde outubro do ano passado que o comércio varejista vem oscilando em torno de zero.

                          Nos serviços, o acentuado retrocesso de jan/23, decorreu de sinais negativos na maioria de seus segmentos. Três dos cinco segmentos identificados pelo IBGE ficaram no vermelho e apenas o de informação e comunicação (+1,0%) apresentou melhora de desempenho na série com ajuste sazonal, mas sem fazer frente a declínios anteriores (-1,8% em dez/22 e -0,7% em nov/22).

                          Entre os segmentos no vermelho, os que pior se saíram foram transportes, armazenagem e correios (-3,7%), que devolveu o crescimento do último bimestre de 2022, e o de outros serviços, que reúne um conjunto diversificado de atividades, que ajudou na amplificação da volatilidade dos resultados dos serviços como um todo na virada do ano, ao registrarem +9,4% em dez/22 e -9,9% em jan/23.

                          Na indústria, que em seu agregado segue em marcha lenta, 44% de seus ramos e 53% de seus parques regionais apresentaram declínio na produção em jan/23, já descontados os efeitos sazonais. As quedas mais intensas se deram em bens de capital (-4,8%) e nos principais centros industriais do centro-sul do país.

                          As indústrias de São Paulo e Rio Grande do Sul caíram a um ritmo dez vezes superior ao total Brasil: -3,1% e -3,4%, respectivamente, ante -0,3%, como visto anteriormente. Já no Rio de Janeiro houve recuo de -1% na passagem de dez/22 para jan/23, descontados os efeitos sazonais e outros parques no vermelho incluíram Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso.

                          No varejo a situação não foi tão ruim. O sinal positivo prevaleceu na maioria de seus segmentos: em 80% deles, embora na quase totalidade destes (75%), a alta de jan/23 tenha ocorrido após uma sequência de resultados adversos, que mal conseguiu compensar.

                          Muito do resultado insatisfatório em jan/23 se deveu ao ramo de veículos e autopeças, que variou -0,2%. Suas vendas representam a segunda maior parcela do varejo ampliado (17,2% do total), atrás apenas do ramo de supermercados, alimentos e bebidas (33% do total).

                          Tanto é assim que em seu conceito restrito, o varejo cresceu +3,8% na passagem de dez/22 para jan/23, apoiado sobretudo no dinamismo de três ramos; supermercados, alimentos, bebidas e fumo; combustíveis e lubrificantes; e tecidos, vestuário e calçados.

                           
                           

                          Indústria

                          Em jan/23, a indústria geral voltou ao negativo, ao registrar -0,3% frente ao mês anterior, com ajuste sazonal. Este resultado foi acompanhado por recuos mais difundidos em termos regionais do que em termos setoriais. As perdas se concentraram na produção de bens de capital e nos principais centros industriais do centro-sul do país.

                           

                          Na passagem de dez/22 para jan/23, já descontados os efeitos sazonais, houve perda de produção em 11 dos 25 ramos identificados pelo IBGE. Ou seja, uma parcela minoritária, mas não desprezível, de 44% do total. Regionalmente, 8 das 15 localidades, ou 53% delas, apresentaram declínio na produção.

                           

                          O macrossetor de bens de capital foi quem mais caiu: -4,8% em jan/23, livre de efeitos sazonais. Bens intermediários (-0,8%) e bens de consumo duráveis (-1,3%) caíram mais do que o total da indústria e o macrossetor de bens de consumo semi e não duráveis ficou virtualmente estagnado (+0,1%). Em todos eles, jan/23 trouxe deterioração em relação ao resultado de dez/22.

                           

                          Entre os diferentes parques industriais, os de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro foram os principais responsáveis por puxar para baixo o resultado geral da indústria em jan/23, não apenas pelo seu peso na estrutura industrial do país, mas também pela magnitude do declínio registrado frente a dez/22.

                          As indústrias paulista e gaúcha caíram a um ritmo dez vezes superior ao total Brasil: -3,1% e -3,4%, respectivamente, ante -0,3%, como visto anteriormente. Ambos os casos ficaram em patamares inferiores ao pré-pandemia: 1,6% abaixo no caso de São Paulo e 1,0% aquém no caso do Rio Grande do Sul.

                           

                          Frente a jan/22, tampouco há sinal de dinamismo. São Paulo registrou -2,1%, sob influência de derivados de petróleo (-10,3%), minerais não metálicos (-17,7%) e eletrônicos e informática (-34,1%), entre outros ramos em declínio. Rio Grande do Sul, por sua vez, recuou -7,7%, devido a perdas intensas em 40% de seus ramos, como alimentos (-11,8%), metalurgia (-23,6%) e fumo (-24%).

                          Já a indústria do Rio de Janeiro decresceu -1% na passagem de dez/22 para jan/23, descontados os efeitos sazonais. Apesar disso, conseguiu se manter acima do pré-pandemia (+2,6% ante fev/20) e ampliar produção em comparação com jan/22 (+3,2%).

                           

                          Outros parques do centro-sul do país que ficaram no vermelho neste início de ano foram Paraná (-0,3%), Santa Catarina (-1,0%) e Mato Grosso (-2,0%). No Norte do país o destaque negativo foi o Pará, com -0,4%.

                          Nas demais regiões, isto é, no Norte e Nordeste, jan/23 foi um mês preponderantemente positivo na comparação com dez/22. A indústria do Amazonas cresceu +2,4%, já descontados os efeitos sazonais, e a região Nordeste avançou +6,1%, depois de ter ficado virtualmente estagnada no último bimestre de 2022. Pernambuco (+17,3%) e Ceará (+1,5%) foram responsáveis por este desempenho.

                           

                          Alguns destes parques, entretanto, ainda têm um longo caminho para retornar a níveis pré-pandemia. É notadamente o caso do Nordeste, que se encontra 21,1% abaixo de fev/20. O Amazonas já perdeu o adicional que havia constituído e em jan/23 estava exatamente no mesmo patamar de fev/20.

                           

                          Comércio

                          Assim como a indústria, o comércio varejista, em sua integralidade, iniciou 2023 praticamente estagnado. A diferença é que as vendas reais do varejo conseguiram evitar o sinal negativo, registrando +0,2% frente a dez/22, livre de efeitos sazonais, incluindo também os ramos de veículos, autopeças e material de construção.

                           

                          Em relação ao mesmo período do ano passado, o setor roda igualmente em baixa frequência. Variou apenas +0,5%, depois de dois meses seguidos de retração (-1,4% em nov/22 e -0,6% em dez/22).

                          Outra semelhança com a indústria, é que a evolução recente levou o varejo, em seu conceito ampliado, de volta a níveis inferiores ao pré-pandemia, isto é, em comparação com fev/20. Em jan/23 estava 1,3% abaixo desde patamar, uma situação que se repete desde meados do ano passado.

                           

                          Muito deste resultado insatisfatório em jan/23 deve-se ao ramo de veículos e autopeças, que variou -0,2%. Suas vendas representam a segunda maior parcela do varejo ampliado (17,2% do total), atrás apenas do ramo de supermercados, alimentos e bebidas (33% do total).

                          No panorama geral, contudo, o sinal positivo prevaleceu: houve expansão das vendas em 80% dos ramos identificados pelo IBGE. Na quase totalidade destes (75%), a alta de jan/23 veio após uma sequência de resultados adversos, que mal conseguiu compensar.

                           

                          Três ramos se destacaram positivamente e fizeram com que o varejo em seu conceito restrito, que exclui as vendas de veículos, autopeças e material de construção, não só crescesse, como apresentasse um resultado recorde para o mês de janeiro (+3,8%, com ajuste sazonal): supermercados, alimentos, bebidas e fumo; combustíveis e lubrificantes e tecidos, vestuário e calçados.

                           

                          Nestes três casos, a expansão na entrada de 2023 contou com a ajuda de bases baixas de comparação, já que não cresciam pelo menos desde set/22. Um desempenho fraco nas promoções de novembro (Black Friday) e nas vendas de Natal pode ter motivado liquidações em jan/23, estimulando as vendas, sobretudo, no ramo de tecidos, vestuário e calçados, dada a grande disparidade do resultado do volume de vendas (+27,9% ante dez/22, com ajuste) e das suas receitas (+0,9%).

                           

                          Os ramos de supermercados, alimentos e bebidas e de combustíveis e lubrificantes, que juntos representam 65% do varejo restrito, deram contribuições importantes ao ampliarem vendas em +2,3% e +1,5%, respectivamente, já descontados os efeitos sazonais.

                           

                          Serviços

                          Os serviços também começaram 2023 com o pé esquerdo, mais do que comércio e indústria. Foram novos sinais de esmorecimento, após a fase de retomada dos impactos adversos da pandemia, que marcou a maior parte de 2022. Seu faturamento real caiu -3,1% em jan/23 frente a dez/22, já descontados os efeitos sazonais. 

                           

                          Este resultado anulou a expansão verificada no final de 2022 (+2,9% em dezembro), fazendo da virada de ano um período de volatilidade, que sucedeu uma fase de virtual estagnação entre os meses de set/22 e nov/22.

                           

                          Em janeiro último, três dos cinco segmentos identificados pelo IBGE ficaram no vermelho e apenas informação e comunicação (+1,0%) apresentou uma melhora de desempenho na série com ajuste sazonal, mas sem fazer frente aos declínios anteriores (-1,8% em dez/22 e -0,7% em nov/22).

                          Os serviços prestados às famílias foram o outro segmento a aumentar seu faturamento real neste início de 2023, mas embora tenha acumulado resultados positivos na virada do ano, registrou perda de dinamismo: +1,0% em jan/23 ante +2,4% em dez/22.

                           

                          Entre os segmentos no vermelho, transportes, armazenagem e correios (-3,7%), devolveu o crescimento do último bimestre de 2022. O recuo do transporte aéreo foi mais intenso do que isso, chegando a -5,9%.

                           

                          Em serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,5%), o quadro foi menos adverso, não anulando o crescimento anterior (+3,3% em dez/22). Entre seus componentes, aqueles serviços de menor qualificação, geralmente terceirizados pelas empresas, é que ficou no negativo na série com ajuste sazonal.

                           

                          Por fim, o segmento de outros serviços, que reúne um conjunto diversificado de atividades, contribuiu para a amplificação da volatilidade na passagem de 2022 para 2023: a alta de +9,4% de dez/22 foi sucedida por declínio de -9,9% em jan/23.

                           

                           
                           
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