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                          Carta IEDI

                          Edição 1328
                          Publicado em: 17/09/2025

                          As exportações de bens industriais brasileiras sob pressão do protecionismo americano

                          Sumário

                          No dia seis de agosto de 2025 entrou em vigor a alíquota adicional de importação sobre produtos brasileiros imposta pelos EUA, chegando à marca de 50%, ainda que um conjunto de cerca de 700 produtos tenha ficado isento, representando algo como 44% de nossa pauta exportadora bilateral.

                          Os últimos dados do MDIC indicam os efeitos preliminares desta postura protecionista, cujas motivações se mostraram unicamente políticas. O total de nossas vendas aos EUA caiu -27,7% entre jul/25 e ago/25 e -18,5% em comparação com ago/24. Para a indústria de transformação, o impacto foi ainda mais severo: -32,0% e -22,6%, respectivamente.

                          Esta evolução, contudo, afetou nosso desempenho exportador agregado apenas parcialmente. Na passagem de jul/25 para ago/25, houve queda de -7%, mas na comparação com o mesmo período do ano anterior, que desconsidera eventual sazonalidade, o resultado foi uma expansão de +3,9%. No total do que exportamos de bens da indústria de transformação, os efeitos foram mais adversos, levando a um declínio de -9,5% e de -0,9%, respectivamente.

                          Apesar destes impactos, por ora, nosso desempenho exportador no acumulado do ano segue em linha com a tendência que já vínhamos observando anteriormente. Nossos embarques avançaram +0,5% em jan-ago/25 ante +0,8% em jan-ago/24 e no caso da indústria de transformação, +4,0% ante -0,4%, respectivamente. Em ambos os casos, o que importamos cresceram bem à frente disso.

                          Esta Carta IEDI analisa o desempenho da balança comercial do país, notadamente de bens da indústria de transformação na primeira metade do ano, isto é, antes do tarifaço de agosto. Para isso, utilizamos a classificação por intensidade tecnológica, difundida pela OCDE, em quatro grupos: alta, média-alta, média e média-baixa tecnologia. A indústria de transformação não possui bens classificados como de baixa intensidade tecnológica, que encampa produtos da agropecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.

                          No primeiro semestre do ano, os embarques da indústria de transformação cresceram +4,7% no contraste com igual período do ano anterior, bem à frente, portanto, do total de nossas exportações (-0,7%). Ademais, apresentou resiliência até o 2º trim/25: +4,6%. Como visto acima, esta assimetria se manteve até ago/25, mas com moderação recente no caso da indústria no contexto de piora do comércio derivada do protecionismo americano.

                          Os ramos de maior intensidade tecnológica foram os que garantiram que as exportações da indústria corressem à frente do total. As faixas de alta (+3,4%), média-alta (+12,5%) e média (+14,8%) voltaram a ampliar seus embarques após resultados negativos na primeira metade do ano passado. As faixas intermediárias chegaram a ter aumento de dois dígitos.

                          A exceção coube à indústria de média-baixa tecnologia, cujas exportações encolheram -1,0% em jan-jun/25 (ante +8,1% em jan-jun/24) na comparação interanual, sob influência de quase todos os seus itens e notadamente derivados de petróleo e biocombustíveis (-8,1%). Esta queda foi concentrada no 2º trim/25 e pode vir a se ampliar, já que nossos embarques de produtos agroindustriais, como etanol, açúcar e café, não foram excluídos do “tarifaço”.

                          Nos demais grupos, a média tecnologia (+13,6%) apresentou resiliência no 2º trim/25 e a média-alta acelerou para +17,6%, a primeira vez que apresentou aumento de dois dígitos desde o 1º trim/23, graças a veículos e autopeças (+43%) e a máquinas e aparelhos elétricos (+18,5%) – que possuem produtos sujeitos à investida protecionista dos EUA, vale notar. 

                          Já a alta tecnologia, que em parte foi isenta do tarifaço por meio da cadeia da aviação, apresentou declínio de -3,2% no 2º trim/25 ante o 2º trim/24, devido a aeronaves (-6,9%) e complexo eletrônico (-1%). Como são produtos de setores organizados em cadeias globais, estão mais vulneráveis à mudança de governança do comércio mundial que estamos assistindo.

                          Do lado das importações de bens industriais, chama atenção o fato de terem acelerado mais do que as exportações. Nossas compras externas desses bens avançaram +10,9% em jan-jun/25 ante igual período do ano anterior, mais do que o dobro do primeiro semestre de 2024 (+4,2%) e muito à frente de nossas exportações, levando a um déficit 30% maior na indústria de transformação.

                          Os grupos de alta (+11,3%), média-alta (+11,6%) e média (+29,5%) tecnologia tiveram desembarques ampliados a taxas de dois dígitos na primeira metade de 2025. Neste último caso, muito disso deveu-se à importação de uma plataforma de petróleo, que se for excluída, leva a um aumento de +7,9% das importações da média tecnologia.

                          Já os bens da indústria de média-baixa tecnologia recuaram também no caso das importações: -1,4%, devido a derivados de petróleo e biocombustíveis (-10,6%). Cabe lembrar a evolução desfavorável do preço internacional de commodities, o que tende a afetar mais o resultado deste grupo de produtos tanto nas exportações como nas importações.

                          Para o 2º trim/25, a evolução foi de desaceleração (+6,4%), a exemplo do que já havia sido indicado pelos dados do PIB. O enfraquecimento da demanda interna, como enfatizado pela Análise IEDI de 02/09/25, como a evolução dos preços de commodities foram fatores determinantes. Os grupos de menor intensidade tecnológica concentraram a perda de dinamismo.

                          A importação de bens da indústria de média-baixa recuou de +2,4% no 1º trim/25 para -5,2% no 2º trim/25, condicionada por alimentos, produtos de metal, derivados de petróleo e biocombustíveis. E na média tecnologia, de +13,3% para -2,1%, já descontado o efeito causa pela plataforma de petróleo.

                          Bens típicos da indústria de transformação e a balança comercial

                          O primeiro semestre de 2025 observou saldo comercial positivo de US$ 30,1 bilhões, bem abaixo dos superávits para tal acumulado logrados nos quatro anos anteriores pela série em dólares correntes. As exportações diminuíram 0,7%, de US$ 167,0 bilhões para US$ 165,9 bilhões, o segundo maior montante exportado para primeiro semestre em toda a série. As importações avançaram 8,3%, para US$ 135,8 bilhões, frente a janeiro-junho do ano passado.

                          Apesar da redução no resultado de janeiro-junho, tal superávit foi alcançado devido ao expressivo saldo positivo de US$ 67,3 bilhões dos demais produtos, mormente agropecuários, da pesca e minerais, só aquém do obtido no mesmo semestre de 2024. Suas exportações em dólares correntes recuaram 6,1%, ficando em US$ 77,4 bilhões. Já suas importações retrocederam 16,5%, mas sobre uma base de comparação mais modesta.

                          Os produtos tipicamente oriundos da indústria de transformação experimentaram aumento no déficit frente a igual período de 2024, com aumento de sua grandeza de US$ 28,8 bilhões para US$ 37,2 bilhões, déficit recorde para primeiro semestre pela série em dólares correntes. As exportações até cresceram, 4,7%, chegando a US$ 84,9 bilhões. As importações, a seu turno, cresceram 10,9%, para US$ 125,7 bilhões, patamar recorde para tal acumulado em dólares.

                          Em suma, o saldo dos bens típicos da indústria de transformação se deteriorou frente ao primeiro semestre do ano anterior pelo terceiro ano consecutivo. Em que pese tanto, suas exportações em dólares correntes cresceram. A questão premente está relacionada à forte mudança do cenário comercial internacional decorrente da postura da nova presidência dos EUA, destino importante da pauta exportadora brasileira. 

                          Se a OMC já vinha perdendo força, em 2025 esse quadro se agravou não só no que tange ao organismo em si e ao multilateralismo, mas principalmente por conta da imposição de tarifas de importação pela presidência dos EUA a praticamente todos os seus parceiros comerciais. 

                          No anúncio de abril, o chamado tarifaço colocou o Brasil em condição relativamente menos afetada, com imposto de 10%. Porém essa situação foi revista com novo anúncio em 9 de julho de imposição de tarifas de 50% sobre as importações dos EUA provenientes do Brasil, em vigor desde início agosto para aqueles bens não isentos. 

                          E há agravante adicional sem equivalente na história das relações comerciais entre Brasil e EUA: o fato da presidência dos Estados Unidos condicionar as negociações comerciais a mudanças em decisões jurídicas do Supremo Tribunal Federal. 

                          Ou seja, os próprios EUA praticamente bloqueiam a priori negociações econômicas em virtude de exigência de caráter político e jurídico, fora do escopo da atuação do Poder Executivo brasileiro, o que é inerente ao estado democrático de direito, com separação de poderes. Distingue-se assim até das imposições estadunidenses a outros parceiros comerciais, cujas exigências se atêm mais ao âmbito produtivo e comercial. 

                          Trata-se de um desafio único à diplomacia e à capacidade de negociação do Poder Executivo e do empresariado do Brasil, a condicionar o desempenho exportador do País doravante. 

                           

                           

                          Focando o segundo trimestre do ano, o saldo positivo de US$ 20,5 bilhões superou o do primeiro trimestre, mas ficou bem abaixo do saldo obtido em abril-junho dos últimos quatro anos anteriores. As exportações ficaram praticamente estáveis, -0,3%, frente ao segundo trimestre de 2024, ficando em US$ 89,0 bilhões. As importações cresceram 3,4%, atingindo US$ 68,4 bilhões. Em abril-junho de 2025, o superávit também se deveu aos demais produtos (bens agropecuários e minerais em destaque): saldo de US$ 38,2 bilhões. As exportações desses produtos em relação ao segundo trimestre de 2024 caíram 5,0%, para US$ 43,2 bilhões. As importações retrocederam ainda mais, queda de 24,1%, porém uma base comparativa relativamente baixa.

                          Quanto aos bens típicos da indústria de transformação, suas exportações cresceram 4,6% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, chegando a US$ 45,8 bilhões. Suas importações aumentaram 6,4%, para US$ 63,5 bilhões, o maior montante importado em dólares correntes para segundo trimestre da série. Desse modo, o déficit aumentou de US$ 15,9 bilhões em abril-junho de 2024 para US$ 17,7 bilhões no segundo trimestre de 2025.

                           

                           

                          A balança por intensidade tecnológica

                          A classificação por intensidade de pesquisa e desenvolvimento (P&D) ou tecnológica mais recente, constante de publicação da OCDE, abrange todas as atividades econômicas, não só as da indústria de transformação do esforço anterior. Ademais, se antes eram quatro faixas de intensidade (alta, média-alta, média-baixa e baixa), passaram a ser cinco segmentos: de alta intensidade, de média-alta, média, média-baixa e de baixa intensidade de P&D. No caso dos bens da indústria de transformação, estão presentes nas quatro primeiras faixas. Não há bens dessa atividade na de baixa intensidade.

                          Na faixa de alta intensidade, as atividades da indústria de transformação são as mesmas da classificação anterior. Acompanhando-as estão duas de serviços, P&D científico e publicação de software. A partir da divulgação na plataforma Comexstats dos dados de exportação e importação segundo a Classificação Industrial Internacional Uniforme, pode-se averiguar que não houve transações de produtos oriundos de tais serviços na balança comercial. 

                          No segmento de média-alta, dois agrupamentos de bens foram acrescidos àqueles tipicamente fabricados por atividades dessa faixa: equipamento bélico pesado, armas e munições; e instrumentos e materiais de uso médico e odontológico e artigos óticos. Ademais os serviços de tecnologia de informação (TI) e prestação de serviços de informação passaram a compor o segmento de média-alta, embora não tenham itens transacionados na balança comercial. 

                          Quanto ao segmento de média intensidade, guarda semelhança com a versão anterior da faixa de média-baixa intensidade, sendo que, o grupo dos produtos metálicos e da metalurgia foi dividido, ficando na faixa de média, apenas os da metalurgia. Também abarca os produtos diversos e a atividade de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos. Esta é a única faixa na qual todas as atividades são da indústria de transformação. 

                          Já a faixa de média-baixa intensidade conta com boa parte dos ramos da indústria de transformação que, antes, eram considerados de baixa intensidade (a exceção ficou por conta dos bens diversos, que foi para a de média intensidade), com a adição dos produtos de metal e da fabricação de coque, derivados de petróleo refinado e demais combustíveis. O segmento de média-baixa conta ainda com os serviços profissionais, científicos e técnicos; telecomunicações; e edição (com ou sem impressão), e com a indústria extrativa (extração mineral).

                          A faixa de baixa intensidade tecnológica não abarca nenhuma atividade da indústria de transformação, embora encampe duas atividades industriais: construção; e a produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos. A agropecuária, produção florestal, pesca e aquicultura também compõe essa faixa, afora os serviços que não foram mencionados acima.

                           

                          Com base em tanto, a balança comercial brasileira pode ser esmiuçada a partir da versão atualizada da taxonomia por intensidade tecnológica, tendo por base os esforços de P&D.

                          Tomando o primeiro semestre, o intercâmbio de bens produzidos por atividades classificadas como de alta intensidade tecnológica, todas da indústria de transformação, registrou déficit de US$ 25,1 bilhões, o maior da série em dólares correntes para o acumulado em questão. As exportações desses bens cresceram 3,4%, chegando a US$ 3,4 bilhões. Tal aumento se deveu aos produtos farmacêuticos e do complexo eletrônico. As importações avançaram 11,3%, o que foi disseminado dentro dessa faixa, destacando-se as dos ramos químico e de aeronaves e seus componentes. O complexo eletrônico respondeu por 49,5% do citado saldo deficitário. As aeronaves e seus componentes, bem como os produtos farmacêuticos também ampliaram seus respectivos déficits.

                          A faixa de média-alta intensidade encerrou o semestre com resultado negativo de US$ 40,5 bilhões, o maior déficit para primeiro semestre da série em dólares correntes e o maior dentre as cinco faixas de intensidade tecnológica no acumulado de 2025. 

                          Suas exportações cresceram 12,5% frente ao mesmo período de 2024, para US$ 21,0 bilhões, aproximando-se do recorde em dólares correntes de dois anos antes. Esse aumento foi liderado por veículos automotores, reboques e carrocerias; e por máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com taxas de dois dígitos. Apenas as exportações de máquinas e equipamentos mecânicos e não especificados noutras atividades sofreram retração. 

                          As importações do segmento de média-alta, por sua vez, avançaram 11,6%, o que foi disseminado entre seus ramos. Os produtos químicos se mantiveram como o mais deficitário dos ramos dessa faixa, respondendo por quase 48,0% do mesmo. Só os equipamentos bélicos pesados, armas e munições lograram superávit, de pouca magnitude.

                          Quanto aos produtos tipicamente oriundos de atividades de média intensidade tecnológica, todas da indústria de transformação, sua balança registrou saldo positivo de US$ 601 milhões no primeiro semestre, terceira redução seguida nessa base comparativa e o menor superávit desde 2014 para tal acumulado medido em dólares correntes. Suas exportações até cresceram bem, 14,8%, para US$ 15,4 bilhões. As importações, por sua vez, aumentaram 29,5%. 

                          A redução no superávit decorreu principalmente do incremento importador de embarcações e equipamentos navais e náuticos, levando o ramo ao déficit de US$ 2,8 bilhões em janeiro-junho. Os produtos metalúrgicos, o maior superavitário dessa faixa, lograram ampliar seu superávit para US$ 5,9 bilhões, com exportações subindo 15,8%, para US$ 12,5 bilhões. 

                          Os produtos de minerais não-metálicos também registraram maior superávit com aumento exportador de dois dígitos. Os demais ramos apresentaram déficit, destacando-se pela magnitude dos produtos de borracha e de material plásticos, déficit de US$ 2,1 bilhões.

                          Quanto ao segmento dos bens típicos das atividades de média-baixa intensidade tecnológica, seu superávit alcançou US$ 59,1 bilhões na metade inicial de 2025, aquém apenas do recordista janeiro-junho de 2024 da série em dólares correntes para primeiro semestre. Mas suas exportações recuaram 6,0%, ficando em US$ 86,0 bilhões, também o segundo maior da série para tal acumulado. As exportações de minérios retrocederam 11,8%, para US$ 37,3 bilhões, reduzindo o superávit para US$ 31,3 bilhões, ainda assaz expressivo. 

                          As exportações dos bens da indústria de transformação dessa faixa caíram 1,0%, para US$ 48,7 bilhões, com superávit de US$ 27,9 bilhões. A queda nas exportações foi disseminada, com exceção dos produtos industriais madeireiros, papel, celulose e de impressão, que logrou também maior superávit. 

                          O principal ramo da indústria de transformação dessa faixa, o de bens alimentícios industriais, bebidas e tabaco registrou superávit de US$ 26,8 bilhões, ainda que abaixo do observado em igual período de 2024. Dentre os ramos deficitários, o de coque, produtos de petróleo refinado e biocombustíveis experimentou o maior dentre os ramos dessa faixa, embora menor do que o déficit de janeiro-junho de 2024.

                          Já a faixa de baixa intensidade, na qual se destacam os produtos agropecuários e pescados observou superávit de US$ 35,6 bilhões, expressivo, porém abaixo dos saldos do mesmo período dos três anos anteriores. Suas exportações diminuíram 0,5%, ficando em US$ 39,4 bilhões. Essas variações foram influenciadas pela queda de 0,6% nas vendas externas de gêneros agropecuários e da pesca e aquicultura, principal componente desse segmento em face da pouca expressão dos bens oriundos da produção e distribuição de eletricidade, gás e água e daqueles originados por serviços. Cumpre lembrar que esse segmento não inclui bens da indústria de transformação.

                           

                           

                          Passando para a comparação entre abril-junho de 2025 e igual período de 2024, o déficit da faixa de alta intensidade aumentou de US$ 11,2 bilhões para US$ 12,7 bilhões. As vendas externas declinaram 3,2%, para US$ 1,9 bilhão. Tal recuo nas exportações se deveu à retração em equipamentos aeronáuticos e seus componentes e nos produtos do complexo eletrônico, mitigada pelo avanço exportador de produtos farmacêuticos. As importações aumentaram 10,6%, puxadas pela ampliação de mais de 20,0% em aeronaves e seus insumos e em bens farmacêuticos. Aliás, o déficit cresceu para esses dois ramos. O complexo eletrônico, cujas importações caíram, observou déficit ligeiramente menor, mas ainda respondendo por 47,5% do déficit da faixa.

                          Quanto à faixa de média-alta, registrou balança deficitária de US$ 21,8 bilhões, superando o déficit de igual trimestre de todos os anos da série em dólares correntes. As exportações avançaram 17,6%, chegando a US$ 11,3 bilhões, aumento disseminado entre os ramos, sobressaindo os veículos automotores, reboques e carrocerias (43,0%); equipamentos bélicos, armas e munições (32,1%); e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (18,5%). 

                          As importações de mercadorias dessa faixa cresceram 10,5%, com quase todos os ramos concorrendo para tanto, com exceção de equipamentos bélicos, armas e munições de pouco peso. Os destaques nesse incremento importador foram os equipamentos de transporte ferroviários e outros (devido à taxa de 43,9%); os produtos químicos; e máquinas e equipamentos mecânicos ou não especificados noutras atividades (ambos com variações de dois dígitos e de peso relevante nas aquisições externas).

                          Abril-junho de 2025 para a faixa de média intensidade foi superavitário, US$ 1,8 bilhão, US$ 1,0 bilhão acima do registrado em igual trimestre de 2024, mas aquém do observado no mesmo período de 2022 e de 2023. Suas exportações aumentaram 13,6% frente a abril-junho de 2024, chegando a US$ 7,8 bilhões, o que foi disseminado no segmento, com exceção de embarcações e equipamentos da indústria naval e náutica. Há de se destacar a ampliação nas vendas externas de produtos metalúrgicos, 14,1%, pelo seu peso. 

                          As importações, por sua vez, diminuíram 0,9%, puxada por forte redução em embarcações e outros produtos navais e náuticos, além de produtos de borracha e plásticos e de produtos de minerais não metálicos. A redução ocorreu apesar das importações maiores de bens diversos e de produtos metalúrgicos. Aliás o ramo metalúrgico foi o que mais contribuiu para o superávit maior da faixa como um todo. Os bens plásticos e de borracha tiveram o maior déficit dentre os ramos de média intensidade.

                          Quanto aos fluxos comerciais da faixa de média-baixa intensidade tecnológica no segundo trimestre de 2025, suas exportações, US$ 45,3 bilhões, recuaram 4,3% frente a abril-junho de 2024. As exportações de minérios puxaram tal queda, taxa de -6,8%, ficando em ainda expressivos US$ 20,4 bilhões. 

                          As vendas externas de produtos da indústria de transformação dessa faixa também caíram, recuo de 2,1%, para US$ 24,9 bilhões. Apesar de tal retração nas exportações, o superávit de todos os produtos do segmento de média-baixa intensidade, de US$ 32,2 bilhões, ficou ligeiramente acima do saldo de abril-junho de 2024, assim como o dos minérios e o dos bens da indústria de transformação dessa faixa. O fato é que as importações do segmento caíram ainda mais (-13,9%) com as importações de minérios e de bens dos ramos da indústria de transformação dessa faixa também se retraindo. A indústria de alimentos, bebidas e fumo, que costuma ditar o comportamento do segmento, logrou discreto aumento em seu já expressivo superávit, contribuindo para os superávits maiores citados.

                          A faixa de baixa intensidade experimentou redução no superávit no segundo trimestre frente ao mesmo período de 2024, ficando em US$ 20,7 bilhões, devido ao recuo de 3,6% em suas exportações, ficando em US$ 22,4 bilhões, enquanto suas importações cresceram 3,4%. Tal comportamento é ditado pelos gêneros agropecuários.

                           

                           

                           

                           

                           

                          Bens da indústria de transformação de alta intensidade tecnológica

                          Na primeira metade de 2025, como antes visto, o déficit dos produtos da indústria de transformação de alta intensidade cresceu frente a igual período de 2025, para US$ 25,1 bilhões, o maior déficit da série em dólares correntes para tal acumulado. A elevação do déficit decorreu principalmente do aumento das importações, de 11,3%, atingindo US$ 28,5 bilhões, também patamar sem igual. 

                          Seus três ramos registraram incremento nas aquisições externas: as de produtos eletrônicos, incluindo componentes, foram as que menos cresceram, 1,3%, mas respondendo por 46,5% delas; as de produtos farmacêuticos, aumentaram 15,4%; enquanto as importações de aeronaves e afins, inclusive partes e peças, avançaram 29,6%. 

                          Quanto às exportações a faixa de alta intensidade vendeu para o exterior 3,4% mais do que em janeiro-junho de 2024, para US$ 3,4 bilhões. Tal acréscimo ocorreu a despeito da retração de 1,2% nas exportações de aeronaves e equipamentos de transporte aéreo, incremento, caindo para US$ 1,9 bilhão, porém mantendo-se como mais expressivo ramo exportador da faixa de alta intensidade. 

                          As exportações de produtos farmacêuticos avançaram dois dígitos, 12,4%, enquanto a de bens do complexo eletrônico, 7,5%. Juntos esses dois ramos chegaram a US$ 1,5 bilhão exportados. Aliás, o déficit em eletrônicos respondeu por praticamente metade do déficit de toda a faixa de alta intensidade (déficit de US$ 12,4 bilhões). Os demais ramos também registraram resultado negativo.

                           

                           

                           

                          Em abril-junho, a balança dos produtos das indústrias de alta intensidade ficou deficitário em US$ 12,7 bilhões, mais de US$ 1,4 bilhão acima do déficit do trimestre correspondente de 2024. Suas exportações recuaram 3,2%, ficando em US$ 1,9 bilhão. As importações, a seu turno, cresceram 10,6%, atingindo US$ 14,5 bilhões.

                          Os equipamentos aeronáuticos e aeroespaciais experimentaram déficit de US$ 2,8 bilhões em abril-junho. Suas exportações retrocederam 6,9%, para US$ 1,1 bilhão, interrompendo longo período de taxas positivas na comparação entre trimestre e igual período do ano anterior. As importações avançaram 26,2%, alcançando US$ 3,9 bilhões.

                          Como tem sido recorrente, os bens típicos do complexo eletrônico concorreram sobremaneira para essa balança negativa dos produtos da indústria de alta intensidade tecnológica, déficit de US$ 6,0 bilhões. As exportações declinaram 1,0%, ficando em meros US$ 420 milhões. Suas importações também recuaram, queda de 2,0%, para US$ 6,4 bilhões.

                          Os produtos farmacêuticos experimentaram saldo negativo de US$ 3,8 bilhões. Foi o único ramo dessa faixa de intensidade tecnológica cujas exportações cresceram, 7,3%, vendendo ao exterior US$ 351 milhões. As importações desses bens, por sua vez, avançaram 20,4%, atingindo US$ 4,2 bilhões.

                           

                           

                           

                           

                           

                          Bens da indústria de transformação de média-alta intensidade tecnológica

                          A faixa de média-alta intensidade registrou déficit de US$ 40,5 bilhões na primeira metade de 2025, o maior déficit dentre todas as faixas de intensidade e o maior de toda a sua série para primeiro semestre em dólares correntes. Suas exportações cresceram 12,5% em relação a igual acumulado do ano anterior, chegando a US$ 21,0 bilhões. As importações cresceram 11,6%, para US$ 61,6 bilhões, recorde para janeiro-junho em dólares correntes. 

                          Os produtos da indústria automobilística experimentaram saldo negativo de US$ 4,9 bilhões, menor do que o observado no mesmo período de 2024. Suas exportações avançaram 34,0%, para US$ 7,9 bilhões, enquanto as importações cresceram 2,9%. 

                          Os equipamentos ferroviários e outros de transporte (motocicletas etc.) observaram déficit de US$ 833 milhões, o maior registrado na série em dólares correntes, mesmo com aumento de 5,0% nas exportações, chegando a US$ 136 milhões, mas com importações também crescendo, 42,5%.

                          Os dois grupamentos ligados a bens de capital experimentaram déficits maiores do que os registrados no primeiro semestre de 2024, mesmo com crescimento nas exportações. O de máquinas e equipamentos não especificados noutras atividades, M&E, teve déficit de US$ 9,8 bilhões, com queda de 1,7% nas exportações, parando em US$ 4,8 bilhões. Suas importações cresceram 11,8% na mesma base comparativa. 

                          Quanto aos materiais e equipamentos elétricos, tiveram resultado negativo de US$ 4,6 bilhões, com exportações de US$ 2,0 bilhões, avanço de 17,1% frente a igual acumulado de 2024. As importações cresceram 13,3%.

                          Quanto aos produtos químicos, experimentaram saldo negativo de US$ 19,4 bilhões, quase metade do déficit de toda a faixa de média-alta intensidade tecnológica, 48,0%. O Brasil exportou US$ 5,7 bilhões desses bens, incremento de 1,8%. Quanto às suas importações, avançaram bem, 15,4%, chegando a US$ 25,1 bilhões.

                          Os instrumentos e materiais médico-hospitalares e artigos óticos registraram déficit de US$ 1,1 bilhão, com ampliação de 4,0% nas exportações, mas chegando a apenas US$ 272 milhões. Suas importações cresceram 6,1%.

                          Por fim, o saldo dos equipamentos bélicos, armas e munições registrou superávit de US$ 65 milhões, com ligeiro aumento de 0,9% nas exportações, para US$ 203 milhões. Suas importações cresceram 22,0%, só superadas em termos de taxa de expansão dos outros equipamentos de transporte.

                           

                           

                           

                          No segundo trimestre, o déficit da faixa de média intensidade tecnológica foi de US$ 21,8 bilhões, o maior já registrado para abril-junho na série em dólares correntes. Suas exportações até cresceram bem em relação a igual período de 2024, 17,6%, subindo para 11,3 bilhões. Contudo as importações dos bens típicos desse segmento de intensidade também aumentaram bem, 10,2%, e sobre uma base de comparação maior.

                          O ramo mais deficitário dessa faixa, o de produtos químicos (exclusive farmacêuticos), apresentou saldo negativo de US$ 10,9 bilhões, metade do déficit dos bens média-alta intensidade tecnológica. Suas vendas externas cresceram 2,9%, exportando US$ 2,8 bilhões. As importações avançaram bem mais, 15,4%, no contraponto entre segundos trimestres, alcançando US$ 13,7 bilhões.

                          Os equipamentos de transporte fabricados por indústrias de média-alta intensidade tecnológica totalizaram déficit de US$ 3,6 bilhões em abril-junho de 2025. Os automóveis, reboques e carrocerias responderam por US$ 3,2 bilhões deste montante, déficit US$ 1,2 bilhão menor do que no mesmo trimestre de 2024. As exportações destes últimos foram de US$ 4,4 bilhões, avanço expressivo de 43,0% frente a igual período do ano anterior. Suas importações cresceram 2,3%. 

                          Quanto aos equipamentos ferroviários e outros de transporte (motocicletas, entre outros), suas exportações cresceram 3,0%, mas sobre base bem modesta, chegando a US$ 66 milhões. Já as importações cresceram 43,9%, levando ao déficit de US$ 395 milhões.

                          A balança comercial de máquinas e equipamentos mecânicos ou não especificados noutros segmentos e a de máquinas elétricas registraram déficits de US$ 4,8 bilhões e de US$ 2,0 bilhões, respectivamente. As exportações de M&E, enfim, após cinco trimestres seguidos de queda, voltaram a crescer, 2,9%, frente a abril-junho de 2024, com vendas de US$ 2,6 bilhões. Já suas importações cresceram 11,4%, ampliando seu déficit em relação ao mesmo período do ano passado. 

                          Quanto às exportações de aparelhos e materiais elétricos cresceram 18,5%, para US$ 1,1 bilhão, enquanto as aquisições externas aumentaram 5,3%, com o déficit ficando ligeiramente menor do que em abril-junho do ano passado.

                          Quanto aos I&M de uso médico e odontológico e artigos óticos, o país exportou US$ 144 milhões no segundo trimestre de 2025, 2,8% a mais do que em igual período do ano anterior. Suas importações cresceram 2,0%, atingindo US$ 674 milhões. Assim seu déficit foi de US$ 530 milhões, acima do registrado em abril-junho de 2024.

                          A balança de equipamentos bélicos, armas e munições logrou superávit de US$ 93 milhões no segundo trimestre de 2025, com avanço exportador de 32,1%, alcançando US$ 130 milhões, enquanto suas importações retrocederam 13,6%.

                           

                           

                           

                           

                           

                          Bens da indústria de transformação de média intensidade tecnológica

                          As exportações em dólares correntes de bens oriundos de indústrias de média intensidade tecnológica avançaram 14,8% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, após dois anos de retração nessa base comparativa, atingindo US$ 15,4 bilhões. As importações avançaram ainda mais, 29,5%. Desse modo, o intercâmbio desses produtos apresentou superávit de US$ 601 milhões, o menor para primeiro semestre desde 2014.

                          As embarcações e demais produtos do setor naval-náutico reduziram suas exportações em 27,2%, ficando em apenas US$ 28 milhões. Foi a segunda retração seguido nessa base de comparação, afora ter sido a maior queda exportadora dentre os ramos dessa faixa de intensidade. Suas importações avançaram 863,5% no contraponto entre seis primeiros meses de 2025 e de 2024, propiciando o expressivo déficit de US$ 2,8 bilhões, sendo o ramo que mais concorreu para a citada deterioração do saldo comercial da faixa de média intensidade.

                          O ramo mais superavitário da indústria de média intensidade tecnológica, o de produtos da metalurgia, logrou ampliar seu resultado em US$ 1,0 bilhão frente a janeiro-junho de 2024, alcançando superávit de US$ 5,9 bilhões, o suficiente para manter a faixa como um todo com superávit. As exportações brasileiras desses itens cresceram 15,8%, chegando a US$ 12,5 bilhões. Já suas importações aumentaram 11,8%. 

                          O outro ramo superavitário, o de produtos minerais não-metálicos obteve saldo de US$ 115 milhões, maior do que no mesmo acumulado do ano anterior. Suas exportações cresceram 12,4%, para US$ 1,2 bilhão, enquanto as importações cresceram 3,3%.

                          Os dois grupos de bens restantes registraram resultado negativo no acumulado até junho. O déficit dos produtos de borracha e material plástico atingiu US$ 2,1 bilhões, ligeiramente menor que o de janeiro-junho de 2024. Suas exportações aumentaram 9,1%, chegando a US$ 1,5 bilhão, enquanto as importações cresceram 10,1%. 

                          Já os bens diversos (exclusive I&M médicos e odontológicos e artigos óticos) tiveram déficit de US$ 576 milhões, com recuo de 21,5% nas exportações e incremento de 23,6% nas importações, o que ampliou o déficit vis-à-vis igual acumulado de 2024.

                           

                           

                           

                          Atendo-se ao segundo trimestre de 2024, as exportações de gêneros típicos da indústria de média intensidade tecnológica avançaram 13,6% frente a abril-junho de 2024, subindo para US$ 7,8 bilhões. As importações, por sua vez, diminuíram 0,9%. Dessa forma, o superávit do segmento atingiu US$ 1,8 bilhão, praticamente US$ 1 bilhão a mais do que o saldo positivo do mesmo período de 2024, afora ter mais do que contraposto o déficit de US$ 1,2 bilhão registrado no primeiro trimestre do ano. Isto é, o superávit do acumulado se deveu exclusivamente a abril-junho.

                          As embarcações e demais produtos da construção naval apresentaram novamente a maior retração nas exportações dentre os ramos da presente faixa, queda de 44,4%, significando um montante exportado de US$ 14 milhões no trimestre em questão. Suas importações retrocederam ainda mais, queda de 68,2%, para US$ 72 milhões, levando ao déficit de US$ 58 milhões no período. Ou seja, seu expressivo déficit no primeiro semestre foi devido a janeiro-março.

                          Os superavitários produtos metalúrgicos lograram saldo de US$ 3,0 bilhões, incremento de US$ 700 milhões frente ao superávit do segundo trimestre de 2023. Suas exportações avançaram 14,1%, para expressivos US$ 6,3 bilhões. As importações cresceram 2,1%. Os produtos de minerais não-metálicos registraram superávit de US$ 124 milhões, com exportações aumentando 11,2%, para US$ 606 milhões, e as importações caindo 5,1%.

                          Passando para os dois outros conjuntos de bens, os produtos de borracha e de material plástico apresentaram intercâmbio negativo de US$ 1,0 bilhão, com ampliação de 12,1% nas vendas para o exterior, exportando, assim, US$ 771 milhões, e redução de 1,6% nas importações. Quanto aos bens diversos, seu déficit de US$ 280 milhões foi acompanhado de aumento de 23,4%, nas exportações, para US$ 150 milhões, e expansão de 26,4% nas importações.

                           

                           

                           

                           

                           

                          Bens da indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica

                          As exportações de mercadorias produzidas pela indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica diminuíram 1,0% na comparação entre primeiros semestres de 2025 e 2024, ficando ema US$ 48,7 bilhões. Apesar da retração, para primeira metade do ano na série em dólares correntes, só ficou atrás do recordista primeiro semestre de 2024. O saldo de tais produtos registrou superávit de US$ 27,9 bilhões, também só aquém do acumulado equivalente de 2024. 

                          As importações também retrocederam, recuo de 1,4%, ficando em US$ 20,8 bilhões. Seu ramo mais pujante, o de produtos industriais alimentícios, bebidas e tabaco, exportou 0,9% menos na comparação entre primeiros semestres, ficando em US$ 31,8 bilhões. Já suas importações aumentaram 1,7%, mas sobre uma base menor, levando ao saldo de US$ 26,8 bilhões no acumulado, só abaixo do superávit registrado no mesmo período de 2024. 

                          Já o intercâmbio de bens industriais madeireiros e seus derivados, incluindo produtos de papel, celulose e impressos obteve superávit recorde de US$ 7,7 bilhões, exportando US$ 8,7 bilhões, 4,3% a mais do que na primeira metade de 2024, atingindo novo recorde.

                          A balança de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, por sua vez, registrou resultado negativo de US$ 2,4 bilhões, de expressão, mas foi o menor déficit para janeiro-junho desde 2020. Todavia ainda mantém a condição de ramo mais deficitário da faixa de média-baixa intensidade tecnológica. Suas exportações declinaram 8,1%, para US$ 5,7 bilhões, enquanto as importações caíram 10,6%, para US$ 8,2 bilhões.

                          O conjunto dos artigos têxteis, de vestuário, de couro e calçados registrou déficit de US$ 1,9 bilhões, o maior déficit em dólares correntes para primeiro semestre de toda a série. As exportações desses itens diminuíram 1,5% pela mesma base comparativa, ficando em US$ 1,6 bilhão. Suas importações cresceram 8,7%. O déficit dos produtos metálicos no primeiro semestre de 2025 aumentou em relação ao mesmo acumulado de 2024, para US$ 2,3 bilhões. Suas exportações ficaram extáveis, taxa de -0,1%, parando em US$ 839 milhões, enquanto as importações avançaram 6,9%.

                           

                           

                           

                          Atendo-se ao segundo trimestre de 2025, o País exportou US$ 24,9 bilhões de bens tipicamente oriundos dos ramos da indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica, retração de 2,1% frente a abril-junho de 2024. As importações desses produtos chegaram a US$ 10,0 bilhões, recuo de 5,2% na mesma base comparativa. Assim, o superávit atingiu US$ 14,9 bilhões no segundo trimestre, o maior da série para abril-junho em dólares correntes.

                          O intercâmbio de alimentos da indústria, bebidas e tabaco apresentou superávit de US$ 14,1 bilhões, também recorde para segundo trimestre em dólares correntes. Esse resultado decorreu do aumento de 1,7% nas exportações, atingindo US$ 16,6 bilhões, enquanto suas importações ficaram estáveis, variação de -0,1%. Os produtos madeireiros, de papel e celulose também obtiveram superávit, de US$ 3,8 bilhões, um pouco abaixo do obtido em abril-junho do ano passado. Suas exportações caíram 4,2%, ficando em 4,3 bilhões, enquanto suas importações também cresceram 9,0%.

                          As vendas para o exterior de derivados de produtos de petróleo e afins retrocederam na casa dos dois dígitos, 17,7%, caindo para US$ 2,8 bilhões no segundo trimestre do ano. Já suas importações recuaram 12,9%. Seu déficit, de US$ 1,2 bilhão em abril-junho último, ficou equivalente ao do mesmo trimestre de 2024.

                          Passando para os dois outros agrupamentos de bens típicos da indústria de média-baixa intensidade, ambos registraram déficit. As vendas externas de produtos de metal, de US$ 444 milhões, cresceram 1,9%. Já suas importações diminuíram 4,4%, culminando no déficit de US$ 1,0 bilhão, abaixo do déficit recorde para segundo trimestre observado em 2024 pela série em dólares correntes. Quanto aos artigos das indústrias têxtil, de vestuário, couro e calçados, seu déficit aumentou frente a abril-junho de 2024, para US$ 767 milhões. Suas exportações caíram 5,3%, ficando em US$ 770 milhões, enquanto as importações aumentaram 4,3%.

                           

                           

                           

                           

                           

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                          O tarifaço dos EUA contra o Brasil reforça a importância de ampliar o número de parceiros comerciais, diversificar nossa pauta exportadora e alavancar a competitividade do produto nacional, além de seguir tentando chegar a um acordo com os EUA que reduzam as alíquotas impostas.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1326 - Fora da regra: os efeitos de práticas ilícitas para a economia brasileira
                          Publicado em: 29/08/2025

                          Além da alta informalidade, o aumento de práticas ilegais de certas empresas e a entrada de grupos criminosos em atividades econômicas lícitas colocam em risco a segurança pública, mas também criam um ambiente de concorrência desleal e geram grandes ineficiências econômicas. 

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1325 - Os fluxos de investimentos globais e a posição do Brasil
                          Publicado em: 27/08/2025

                          A entrada de IDE no Brasil recuou menos do que no agregado mundial em 2024, graças a projetos greenfield, mas ainda assim perdemos posições no ranking dos maiores receptores desses investimentos.

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