Análise IEDI
Guerra e alta das importações brasileiras
A segunda metade do ano começou com exportações em alta, ainda que em um ritmo muito inferior à expansão das importações do país, que seguiram sob os efeitos derivados da guerra na Ucrânia. Mesmo assim, o saldo total da balança comercial manteve-se superavitário em US$ 5,4 bilhões.
O montante de nossas vendas externas em jul/22 foi de US$ 29,9 bilhões, implicando variação de +23,0% em relação a jul/21, segundo as médias por dias úteis. Este resultado trouxe aceleração em comparação com o desempenho do 2º trim/22 (+13,5%), graças à evolução das exportações da indústria de transformação e da agropecuária.
Ainda em relação ao mesmo período do ano anterior, os embarques da indústria aumentaram +33,2%, um pouco à frente, portanto, da alta de +30,2% do 2º trim/22. Já no caso da agropecuária, a variação em jul/22 foi de +40,2% ante +12,6% no 2º trim/22, um reforço advindo sobretudo das vendas externas de soja (+23,8% ante jul/21) e milho não moído (+201,7%).
Quanto às importações em jul/22, que chegaram a US$ 24,5 bilhões, houve alta de +41,6% ante jul/21, segundo as médias diárias, intensificando o ritmo já elevado de crescimento do trimestre anterior (+34,3%). Como mostram as variações interanuais a seguir, isso se deveu às compras externas da indústria de transformação.
• Importações totais: +34,3% no 2º trim/22 e +41,6% em jul/22;
• Importações da agropecuária: +22,5% e +8,9%, respectivamente;
• Importações da indústria de transformação: +31,6% e +43,4%;
• Importação da indústria extrativa: +92,5% e +35,2%, respectivamente.
O aumento das importações da indústria de transformação entre jul/21 e jul/22 esteve fortemente concentrado em apenas dois produtos: adubos e fertilizantes (+170,1%) e combustíveis de petróleo (+157,3%). Juntos, representaram 57% do aumento das compras externas do setor como um todo.
Estes produtos tiveram tanto aumento de quantidade como de preços, que estão sendo muito afetados pelos conflitos armados na Ucrânia. Nos demais setores, o atual contexto geopolítico também tem sido fator de grande influência, como nas importações de trigo (+50,1% ante jul/21), de óleo bruto de petróleo (+30,7%) e de carvão (+158,2%). Nestes três últimos casos, porém, é a elevação de preços que explica tal comportamento em jul/22.
Estes cinco produtos somados, a saber, adubos e fertilizantes, combustíveis, trigo, petróleo em bruto e carvão, representaram 61% do aumento das importações totais do país na comparação de jul/22 com jul/21.
Conforme os dados divulgados hoje pelo Ministério da Economia, no mês de julho de 2022 o saldo da balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 5,4 bilhões, variação de -26,2% frente ao saldo alcançado no mesmo período do ano anterior, US$ 7,4 bilhões.
As exportações registraram valor de US$ 30,0 bilhões, representando expansão de 23,0% em relação a julho de 2021, pela média diária. As importações totalizaram US$ 24,5 bilhões, o que significou expansão de 41,6% na mesma base de comparação, considerando os 21 dias úteis do mês.
Para o mês de julho de 2022, as médias diárias das exportações alcançaram US$ 1.426,4 milhões e das importações registradas ficaram em US$ 1.167,2 milhões.
Destaques exportações. Houve aumento das exportações, principalmente, dos seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (7,15%) - Singapura (+66,4% com aumento de US$ 20,4 milhões na média diária); Índia (+189,4% com aumento de US$ 17,0 milhões na média diária); Bangladesh (+219,7% com aumento de US$ 7,2 milhões na média diária); Indonésia (+43,1% com aumento de US$ 3,9 milhões na média diária); Tailândia (+18,5% com aumento de US$ 2,9 milhões na média diária); Europa (46,49%) - Portugal (+139,5% com aumento de US$ 17,8 milhões na média diária); Espanha (+52,0% com aumento de US$ 14,6 milhões na média diária); Países Baixos (Holanda) (+27,4% com aumento de US$ 10,7 milhões na média diária); Suécia (+578,3% com aumento de US$ 6,5 milhões na média diária); Bélgica (+44,0% com aumento de US$ 5,3 milhões na média diária); América do Sul (64,69%) - Argentina (+45,8% com aumento de US$ 20,9 milhões na média diária); Chile (+61,7% com aumento de US$ 19,3 milhões na média diária); Colômbia (+130,3% com aumento de US$ 13,0 milhões na média diária); Peru (+124,3% com aumento de US$ 10,3 milhões na média diária); Uruguai (+130,0% com aumento de US$ 9,5 milhões na média diária); América do Norte (11,27%) - Estados Unidos (+14,8% com aumento de US$ 20,2 milhões na média diária); México (+11,9% com aumento de US$ 2,7 milhões na média diária); América Central e Caribe (21,53%) - República Dominicana (+62,9% com aumento de US$ 1,6 milhões na média diária); Costa Rica (+112,7% com aumento de US$ 1,0 milhões na média diária); Guatemala (+59,3% com aumento de US$ 0,8 milhões na média diária); Honduras (+119,7% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Panamá (+16,4% com aumento de US$ 0,6 milhões na média diária); Oriente Médio (68,13%) - Irã (+134,4% com aumento de US$ 14,4 milhões na média diária); Arábia Saudita (+138,4% com aumento de US$ 9,2 milhões na média diária); Emirados Árabes Unidos (+126,0% com aumento de US$ 9,2 milhões na média diária); Israel (+82,6% com aumento de US$ 2,2 milhões na média diária); Jordânia (+82,1% com aumento de US$ 1,2 milhões na média diária); Oceania (85,55%) - Austrália (+96,9% com aumento de US$ 1,5 milhões na média diária); Marshall, Ilhas (+108,1% com aumento de US$ 1,2 milhões na média diária). Houve queda nas exportações, principalmente, dos seguintes países: África (-3,26%) - Egito (-30,5% com queda de US$ -2,4 milhões na média diária); Líbia (-55,2% com queda de US$ -1,5 milhões na média diária); Nigéria (-25,5% com queda de US$ -1,0 milhões na média diária); África do Sul (-12,1% com queda de US$ -0,7 milhões na média diária); Benin (-47,0% com queda de US$ -0,2 milhões na média diária).
Destaques importações. Houve aumento das importações, principalmente, dos seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (5,67%) - Singapura (+59,4% com aumento de US$ 13,3 milhões na média diária); Índia (+44,5% com aumento de US$ 7,0 milhões na média diária); Bangladesh (+48,7% com aumento de US$ 3,7 milhões na média diária); Vietnã (+33,7% com aumento de US$ 3,5 milhões na média diária); Tailândia (+26,8% com aumento de US$ 3,4 milhões na média diária); Europa (31,9%) - Espanha (+74,4% com aumento de US$ 16,6 milhões na média diária); Países Baixos (Holanda) (+26,9% com aumento de US$ 10,0 milhões na média diária); Portugal (+89,9% com aumento de US$ 8,2 milhões na média diária); Bélgica (+42,6% com aumento de US$ 5,8 milhões na média diária); Alemanha (+28,4% com aumento de US$ 5,5 milhões na média diária); América do Sul (39,53%) - Argentina (+34,2% com aumento de US$ 15,6 milhões na média diária); Chile (+52,4% com aumento de US$ 12,3 milhões na média diária); Colômbia (+52,8% com aumento de US$ 6,2 milhões na média diária); Uruguai (+51,5% com aumento de US$ 4,0 milhões na média diária); Peru (+30,4% com aumento de US$ 3,1 milhões na média diária); América do Norte (25,56%) - Estados Unidos (+27,8% com aumento de US$ 31,4 milhões na média diária); México (+27,6% com aumento de US$ 5,7 milhões na média diária); Canadá (+9,9% com aumento de US$ 1,8 milhões na média diária); América Central e Caribe (45,66%) - Virgens, Ilhas (Americanas) (+82.191,6% com aumento de US$ 2,5 milhões na média diária); República Dominicana (+135,1% com aumento de US$ 2,4 milhões na média diária); Jamaica (+108,3% com aumento de US$ 0,8 milhões na média diária); Panamá (+26,7% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Bonaire, Saint Eustatius e Saba (+5.774,9% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária); Oriente Médio (40,19%) - Irã (+94,4% com aumento de US$ 6,8 milhões na média diária); Israel (+269,5% com aumento de US$ 6,0 milhões na média diária); Emirados Árabes Unidos (+55,3% com aumento de US$ 4,2 milhões na média diária); Arábia Saudita (+31,7% com aumento de US$ 2,7 milhões na média diária); Iraque (+78,4% com aumento de US$ 0,8 milhões na média diária); Oceania (40,54%) - Marshall, Ilhas (+64,6% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Austrália (+28,5% com aumento de US$ 0,6 milhões na média diária); Nova Zelândia (+35,5% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); África (47,22%) - Egito (+89,6% com aumento de US$ 4,7 milhões na média diária); África do Sul (+67,7% com aumento de US$ 3,0 milhões na média diária); Argélia (+33,6% com aumento de US$ 2,2 milhões na média diária); Marrocos (+116,7% com aumento de US$ 2,1 milhões na média diária); Togo (+298,8% com aumento de US$ 1,1 milhões na média diária).