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                          Carta IEDI

                          Edição 1007
                          Publicado em: 12/06/2020

                          Emprego industrial e a crise do coronavírus

                          Sumário

                          A crise do coronavírus interrompeu uma tendência muito positiva na evolução do emprego na indústria de transformação, que não apenas se mantinha sistematicamente em expansão desde o início de 2019, como dava claros sinais de maior vigor para a entrada de 2020. 

                          Nesta Carta, o IEDI fez um levantamento do emprego e do rendimento para os diferentes ramos do setor privado e analisou o desempenho recente do caso industrial sob os primeiros efeitos da Covid-19. Para isso, foram utilizados os microdados da Pnad trimestral, recentemente disponibilizados pelo IBGE e que permitem um grau de detalhamento maior que os dados da pesquisa mensal.

                          Do primeiro ao quarto trimestre do ano passado, o crescimento do número de ocupados no setor se acelerou de +0,8% para +3,0%, elevando sua contribuição à melhora do emprego geral no setor privado de 6% para 17,4% no mesmo período. No 1º trim/20, contudo, houve expressiva perda de dinamismo e os ocupados na indústria aumentaram bem menos: +1,1% ante o 1º trim/19.

                          Embora o isolamento social tenha sido adotado somente a partir do final do mês de março e o emprego industrial ser majoritariamente formal (63,4%), o que dá uma margem inicial para as empresas se adaptarem à abrupta queda de suas receitas sem recorrer a demissões, por meio da antecipação de férias e do acesso a programas emergenciais do governo, a gravidade da crise da Covid-19 também se faz sentir fortemente no setor.

                          As quedas recordes do mês de abril, segundo o CAGED assim como a PNAD Contínua, indicam que a situação do emprego ainda piorará muito. No 1º trim/20, porém, a indústria conseguiu evitar que os postos de trabalho no setor privado como um todo se reduzissem ainda mais, já que os demais setores juntos registraram variação de -0,1%.

                          Dos 24 ramos da indústria de transformações analisados por este levantamento do IEDI, quase metade deles (46%) já apontaram redução do emprego no 1º trim/20. Entre as maiores perdas estão produtos de madeira, couros e calçados, produtos químicos e minerais não metálicos. Outros até ficaram no azul ou caíram menos, mas não deixaram de ter desaceleração importante, como veículos, bebidas, têxteis e farmoquímicos e farmacêuticos.

                          O desempenho da indústria de transformação no segmento do emprego com carteira assinada foi um pouco melhor do que no total geral: cresceu +1,3%, enquanto o conjunto das demais atividades do setor privado variaram apenas +0,3% no 1º trim/20 frente ao mesmo período do ano anterior. Foram 6,7 milhões de pessoas mais empregadas com carteira na indústria, representando 20% do total de vagas deste tipo criadas pelo setor privado em geral.

                          Quem mais contribuiu para esta melhora do emprego formal no setor foi a indústria de baixa intensidade tecnológica, cujo número de ocupados cresceu +2,8% ante o 1º trim/19, indicando maior vigor do que no final do ano passado (+2%). O grupo de média-alta tecnologia também viu o emprego se expandir, mas passou por nítida desaceleração: de +4,3% no 4º trim/19 para +2,3% no 1º trim/20. Ficaram no vermelho a alta tecnologia (-4,2%) e a média-baixa (-1,8%).

                          Outra evolução que a crise do coronavírus deve interromper é o aumento recente do rendimento médio real da indústria bem como do total do setor privado. Depois de quatro trimestres seguidos no vermelho, o rendimento real da indústria de transformação cresceu +1,2% no 4º trim/19 e +2% no 1º trim/20. Em ambos os trimestres, o resultado industrial foi superior ao total do setor privado (+0,5% e +1,5%, respectivamente).

                           

                          Desempenho da ocupação na indústria de transformação

                          Esta análise IEDI sobre o emprego tem como base os microdados da PNAD contínua, divulgada pelo IBGE, e dá ênfase à evolução da ocupação na indústria, comparando-a com o emprego do total do setor privado da economia. O desempenho em tela é o do 1º trimestre de 2020, refletindo apenas os primeiros efeitos negativos da crise do coronavírus, sendo que as necessárias medidas de isolamento social passaram a ser adotadas apenas no final do mês de março.

                          No primeiro trimestre de 2020, o emprego na indústria de transformação cresceu 1,1%, na comparação interanual, devido ao resultado dos primeiros dois meses do ano. Em termos absolutos, representou um acréscimo de 111 mil postos de trabalho na indústria. Apesar disso, implicou uma desaceleração relevante em comparação com o ritmo de crescimento do último trimestre de 2019 (+3,0%).  

                          Já ocupação total do setor privado aumentou apenas 71 mil pessoas no primeiro trimestre de 2020, ou seja, +0,1% em relação ao mesmo trimestre de 2019, captando, na segunda quinzena de março, algum reflexo da pandemia e do isolamento social, já que nos primeiros trimestres de 2018 e 2019, o acréscimo de ocupados havia sido de 1,4 milhão de trabalhadores. Se excluirmos do setor privado total o emprego da indústria de transformação, nota-se que houve uma virtual estagnação ao variar -0,1% frente ao mesmo período do ano anterior. 

                          Em termos setoriais, esta pequena variação do emprego total no setor privado no 1º trimestre do ano se deu pelo avanço no setor de serviços, que assinalou a maior alta (+395 mil), seguido pela indústria (+111 mil), enquanto que ocorreram reduções no comércio (-165 mil) e na construção (-139 mil). 

                          A ocupação com carteira assinada apresentou resultado positivo, na comparação interanual, tanto na indústria de transformação, como no agregado dos demais setores. Enquanto que no total dos demais setores, excetuada a indústria, o emprego privado com carteira variou +0,3% no 1º trim/20, na indústria esse tipo de vínculo cresceu quatro vezes mais: +1,3%. Isto quer dizer que o desempenho da indústria foi superior ao agregado dos setores de serviços (0,8%), do comércio (-0,2%), da construção (-6,6%) e da agropecuária (-0,7%). 

                          Assim, no 1º trim/20, a proporção de trabalhadores com carteira assinada no total do emprego da indústria de transformação atingiu o patamar de 63,4%, acima da média geral do setor privado (41,1%). Essa relação nos setores de serviços e no comércio foi de, respectivamente, 39,9% e 46,3%, neste período.

                          Também no caso do emprego com carteira o resultado da indústria no 1º trim/20 sofreu desaceleração em relação ao último trimestre de 2019, quando a alta atingiu 2,6%. 

                          Por dentro do emprego industrial

                          No primeiro trimestre de 2020, a ocupação cresceu em treze segmentos da indústria de transformação, na comparação interanual, e caiu em onze setores. Esse resultado foi pior do que o registrado no quarto trimestre de 2019, quando foram registrados dezoito segmentos com alta do emprego.

                          Os segmentos que apresentaram as maiores elevações foram a fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (+28,8%); impressão e reprodução de gravações (+16,5%); e fabricação de produtos do fumo (+13,8%). Já, as maiores reduções ocorreram na fabricação de produtos da madeira (-14,4%); na preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem e calçados (-10,3%); e na fabricação de coque, produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis (-10,2%).

                          Em relação ao emprego com carteira assinada, nota-se alta em onze segmentos da indústria e redução em treze setores, na comparação interanual. Os maiores aumentos relativos do emprego com carteira ocorreram nos segmentos de fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (+22,6%); fabricação de móveis (+15,5%); e metalurgia (+14,1%). Por outro lado, as principais reduções ocorreram na preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem e calçados (-14,9%); fabricação de produtos da madeira (-13,8%); e fabricação de produtos químicos (-8,1%).

                          Emprego industrial por intensidade tecnológica

                          Agregando-se os setores da indústria de transformação pela intensidade tecnológica, nota-se elevação do emprego com carteira assinada nos grupos de Média-Alta Tecnologia (+2,3%) e Baixa Tecnologia (+2,8%), ao passo que houve redução nos grupos de Alta Tecnologia (-4,2%) e Média-Baixa Tecnologia (-1,0%). Destaca-se que no grupo de Baixa Tecnologia foi o terceiro trimestre consecutivo de crescimento, na comparação interanual.

                          No grupo de Alta Tecnologia, houve redução em dois segmentos, de fabricação de produtos farmoquímicos e na fabricação de equipamentos de informática, revertendo a tendência de ampliação das vagas da segunda metade do ano passado.

                          No grupo de Média-Alta Tecnologia, destaca-se a subida da ocupação com carteira em quatro dos cinco segmentos. Neste caso, o crescimento foi preservado no 1º trim/20, mas não sem uma importante desaceleração em relação do final de 2019.

                          No agregado de Média-Baixa, nota-se redução do emprego em três setores e crescimento em outros três, enquanto que no de Baixa Tecnologia, a expansão se verificou em apenas quatro segmentos, mas isso foi suficiente para gerar um resultado positivo neste agregado, com destaque para a fabricação de produtos alimentícios, que é o maior em número absoluto de empregados, com aumento de 12,1%.

                          Desempenho do rendimento médio real

                          O rendimento médio real na indústria de transformação aumentou 2,0% no primeiro trimestre de 2020, na comparação com o mesmo trimestre de 2019, percentual superior ao observado no total dos setores da economia, que cresceu 1,5%. Destaca-se que é o segundo trimestre seguido em que a variação na indústria foi maior que o total do setor privado, na comparação interanual.

                          Dentre os principais setores da economia, destacam-se, no campo positivo, a alta do rendimento médio real da agropecuária (+2,6%), da indústria de transformação (+2,0%) e da construção (+1,9%) e, em menores percentuais, do comércio (+1,3%) e dos serviços (+0,9%).

                          O rendimento médio real habitual dos empregados com carteira assinada, por sua vez, cresceu 1,2% no total do setor privado, enquanto na indústria a alta foi maior, de 1,6%. Este foi o primeiro resultado positivo na indústria desde o terceiro trimestre de 2018. Dentre os principais setores, destacam-se o aumento do rendimento na agropecuária (+2,4%), indústria de transformação (+1,6%) e nos serviços (+1,5%), enquanto houve redução na construção (-2,4%) e no comércio (-0,1%).

                          Na agregação por intensidade tecnológica, o rendimento médio real do grupo de Alta Tecnologia teve crescimento intenso (+13,7%), puxado pelo aumento do rendimento na fabricação de equipamentos de informática. Em seguida, destacam-se os aumentos do rendimento no grupo de Média-Alta Tecnologia (+1,6%) e no de Baixa Tecnologia (+1,3%), enquanto no de Média-Baixa Tecnologia houve redução (-0,7%), na comparação interanual – Anexo 2.

                          Novamente, o rendimento do grupo de Alta Tecnologia se distanciou dos demais grupos. O grupo de Média-Alta teve rendimento médio equivalente a 81% do grupo de Alta Tecnologia, enquanto o de Média-Baixa foi equivalente a 56% e o de Baixa Tecnologia, 47%.

                           
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