Carta IEDI
O avanço da indústria global em 2021
De acordo com a UNIDO (United Nations Industrial Development Organization), a recuperação da indústria mundial teve continuidade no início de 2021, embora a existência de novos surtos de Covid-19 tenha retirado dinamismo de alguns países, notadamente, no grupo dos emergentes.
A produção da indústria manufatureira mundial cresceu +1,3% no 1º trim/21 frente ao trimestre anterior, já descontados os efeitos sazonais. Foi a terceira taxa positiva consecutiva, mas este resultado trouxe alguma acomodação, já que a alta do 4º trim/20 (+3,7%) foi quase três vezes maior.
Ainda assim, o dinamismo na entrada de 2021 se manteve superior àquele de 2019, quando os conflitos comerciais entre EUA e China contribuíram para uma quase estagnação da indústria mundial, que variou apenas +0,3% em média em cada um de seus trimestres.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, em função de bases deprimidas de comparação, já que a Covid-19 comprometeu o desempenho industrial chinês logo no início de 2020, a taxa de crescimento foi de +12%
Este resultado foi puxado especialmente pela China (+38,2% ante 1º trim/20), visto que as economias industrializadas, apesar de terem ficado no positivo, ainda experimentavam os efeitos negativos das medidas restritivas que voltaram a ser impostas a partir out/20 devido à deterioração do quadro sanitário.
O desempenho da indústria de transformação nas nações industrializadas foi de +1,5% em jan-mar/21, a primeira variação positiva desde o 1ª trim/19 na comparação interanual. Em relação ao final do ano passado, a alta foi de +1,6%, descontados os efeitos sazonais, isto é, metade do ritmo de crescimento do 4º trim/20 (+3,5%).
O crescimento na passagem de out-dez/20 para jan-mar/21 foi puxado principalmente pelos países desenvolvidos da Ásia, que conseguiram manter seu dinamismo (+3,6%). EUA (+0,6%) e Europa (+1,1%) também cresceram, mas desaceleraram.
As economias emergentes e em desenvolvimento exceto China, ajudadas por bases de comparação baixas, assinalaram crescimento de +3,2% no 1° trim/21 frente ao mesmo período de 2020, mas de apenas +0,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Foi o grupo de países que mais perdeu dinamismo na margem: sua taxa de crescimento caiu para 1/8 daquela do 4º trim/20 (+5,6%).
Dentre os emergentes, a América Latina ficou entre as regiões que mais cresceram frente a jan-mar/20, registrando +5,4%, mas variaram somente +0,9% em relação ao trimestre imediatamente anterior. O resultado frente ao mesmo período do ano passado deveu-se principalmente às indústrias da Argentina (+11,7%) e do Brasil (+6,6%).
A China tem sido um caso à parte, por ter sido a primeira atingida pela Covid-19, como dito anteriormente, mas também porque tem mostrado uma retomada mais consistente, com sua indústria manufatureira voltando a crescer já no 2º trim/20. Mesmo assim, registrou alguma acomodação na margem ao variar +1,1% no 1º trim/21 ante o 4º trim/20, com ajuste sazonal.
A partir de dados dos institutos nacionais de estatísticas dos próprios países, da OCDE e da Eurostat, o IEDI elaborou um ranking internacional de crescimento da produção industrial geral em diversos países para o 1° trim/21. Dentre os 45 países da amostra, o Brasil ocupou a 13ª colocação, com avanço de +5,2% frente ao mesmo período do ano anterior, ficando à frente de países como França, Japão, Alemanha e EUA.
Os dados da UNIDO também mostram que as indústrias de média-alta e alta tecnologia (+16,8% ante o 1º trim/20) lideraram o crescimento da indústria de transformação mundial na entrada de 2021, tal como ocorreu nos dois trimestres anteriores. Entre os setores de destaque estão os de computadores, eletrônicos e produtos óticos, assim como o farmacêutico, cujas variações interanuais foram de +26,2% e de +9,0% respectivamente no 1° trim/21.
Por fim, a UNIDO divulgou seu cenário para o desempenho industrial no mundo em 2021. Neste caso, as projeções se referem ao valor adicionado da indústria e não à sua produção física. A alta projetada é de +7,6%, depois de uma retração estimada em -6,8% em 2020.
Para a UNIDO, será a reativação do eixo EUA-China a grande responsável por alavancar o resultado de 2021. Espera-se que o valor adicionado da manufatura chinesa avance +9%, superando em muito o declínio provocado pela pandemia, que em 2020 foi de mero -0,7%. Os países industrializados crescerão em linha com o total mundial: +7,2%, mas sem recompor toda a queda de 2020 (-10,4%). Haverá, contudo, notável contribuição dos EUA (+10,4%).
A indústria dos países emergentes e em desenvolvimento exceto China crescerão um pouco menos que o grupo dos industrializados, segundo a UNIDO, mas apresentarão uma defasagem menor em relação às suas perdas em 2020. Estima-se alta de +5,9% em 2021 ante uma queda de -6,2% em 2020. A exceção cabe à América Latina. A indústria latino-americana será aquela que mais longe ficará de compensar as perdas da Covid-19, pois deve crescer apenas +4,2% em 2021, isto é, pouco mais de 1/3 da magnitude da queda de 2020 (-11,7%).
A indústria de transformação mundial no 1º trim/21
O mais recente relatório da UNIDO (United Nations Industrial Development Organization), divulgado agora em jun/21, revela que a indústria manufatureira mundial continua se recuperando dos impactos negativos provindos da pandemia de Covid-19.
No primeiro trimestre de 2021, a produção industrial registrou variação de +1,3% em relação ao último trimestre do ano anterior, já corrigidos os efeitos sazonais. Trata-se de uma acomodação no ritmo de crescimento, dado que havia crescido +3,7% no 4º trim/20.
Muito disso deveu-se ao desempenho das economias emergentes que, diante de uma nova onda de contágio por coronavírus em alguns países importantes, tiveram forte desaceleração.
Em comparação com o mesmo período do ano anterior, contudo, houve registro de expressiva taxa de crescimento da indústria mundial, de +12%, devido a bases de comparação muito deprimidas. Vale lembrar que a China foi mais intensamente impactada no primeiro trimestre de 2020.
Embora generalizada, a recuperação industrial no mundo, entretanto, tem se dado a um ritmo distinto entre as regiões e grupos de países, devido aos diferentes períodos de maior disseminação da Covid-19.
A indústria chinesa e dos países asiáticos foram os primeiros impactados, seguidos pela Europa e EUA e América Latina. Alguns países, como os europeus, sofreram uma segunda onda de contágio ainda em 2020, enquanto outros, a exemplo do Brasil e da Índia, viram novos surtos de Covid-19 na entrada de 2021.
As medidas restritivas impostas pelos governos tiveram impactos severos tanto na demanda quanto na oferta, segundo a UNIDO, devido a incertezas provocadas por perspectivas negativas no emprego e renda, e se somaram a outras tendências pré-pandemia, como as tensões comerciais entre EUA, China e União Europeia e ressurgimento do protecionismo.
No 1° trim/2021 cresceram mais aqueles países em situação de maior controle da pandemia, possibilitando diminuição gradual das medidas restritivas e isolamento social, e aqueles com campanhas mais amplas de vacinação. Foi o caso, especialmente, dos países avançados.
Já os emergentes, como mencionado, perderam dinamismo na margem diante da piora do quadro sanitário e da lentidão no processo de imunização. Por esta razão, a UNIDO enfatiza que, para que haja uma recuperação efetiva da indústria mundial, será necessária uma distribuição de vacinas justa e sustentável a todos os países.
A despeito da desaceleração registrada no 1º trim/21 em comparação com o final do ano passado, é importante notar que o dinamismo industrial permaneceu superior àquele verificado antes da pandemia. Em 2019, devido principalmente às tensões comerciais entre EUA e China, a indústria mundial havia ficado praticamente estagnada, registrando em média variação de +0,3% a cada trimestre.
O crescimento em jan-mar/21 foi puxado pelo resultado do grupo de países emergentes, notadamente da China, cujo avanço foi de +1,1% ante o 4º trim/20 e de +38,2% ante o 1º trim/20, em parte pela baixa base de comparação. Mas cabe destacar que a indústria chinesa atingiu os patamares pré pandemia já no 3° trim/20.
Nas economias em desenvolvimento e emergentes, excluindo a China, a indústria de transformação registrou resultado positivo de mero +0,7% frente ao trimestre anterior, depois de ter registrado +5,6% no 4º trim/20. Isso significa que o ritmo de dinamismo industrial deste grupo de países se reduziu a 1/8 do que era no final de 2020. Frente ao mesmo período do ano anterior, com a ajuda de bases de comparação deprimidas, houve alta de +3,2%.
A produção da indústria das nações industrializadas, por sua vez, cresceu +1,6% frente ao período anterior, ainda como reflexo de medidas restritivas adotas e à incipiente vacinação em muitos países. Este resultado é menor do que o do 4º trim/20 (+3,5%), mas enquanto o dinamismo nos emergentes sem China caiu para 1/8, nos países industrializados a redução foi de apenas pouco menos da metade.
Frente ao mesmo período do ano anterior, o crescimento industrial dos países desenvolvidos foi de +1,5%, consistindo na primeira taxa positiva nesta comparação depois de sete trimestres seguidos de retração, em que o 2º trim/20 foi o pior deles (-16,2%).
Segundo o relatório da UNIDO, a crise econômica de 2020 é a primeira dessa magnitude desde a crise financeira de 2008/2009, em que a indústria excepcionalmente retomou crescimento após queda de produção por 4 trimestres consecutivos. Porém, ainda é incerto se a produção irá se recuperar em um padrão parecido desta vez.
Isso porque, inclusive, os países industrializados concederam inúmeros subsídios a empresas e programas de apoio ao emprego com o objetivo de atenuar os efeitos econômicos da pandemia e sua eliminação gradativa pode trazer novas incertezas, de acordo com a UNIDO.
O desempenho industrial dos países desenvolvidos
A indústria de transformação das economias industrializadas registrou alta de +1,5% no 1º trim/21 ante o mesmo período de 2020, a primeira variação positiva desde o 1° trim/19 nessa comparação.
Em relação ao trimestre imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, entretanto, após a produção ter registrado alta de +3,5% no último trimestre de 2020, ficou em +1,6% em jan-mar/21, assinalando desaceleração.
Na América do Norte, a produção continua a declinar, com recuo de -0,6% no 1° trimestre/2021 ante o mesmo período do ano anterior, seguindo uma queda de 2,8% no trimestre anterior. Esse resultado está ligado à atividade manufatureira dos Estados Unidos, que registrou variação de -0,6%, após decréscimo de – 2,6% entre out-dez/20. Embora ainda no negativo, vem reduzindo as perdas e caminha em direção à estabilidade.
As economias desenvolvidas do Leste Asiático, por sua vez, excederam o patamar de produção pré-pandemia e obtiveram avanço de +2,7% no primeiro trimestre de 2021 frente ao mesmo período de 2020. Frente ao trimestre imediatamente anterior, a indústria desse grupo de países assinalou alta de +3,6%, mantendo o mesmo ritmo de crescimento do final de 2020. Foi o grupo que melhor se saiu, graças a um controle mais efetivo da pandemia e à recuperação chinesa.
A produção da indústria japonesa, maior potência industrial da região, caiu -1,3%, dando continuidade aos recuos desde o 2° trim/20. Em direção oposta, Taiwan, Singapura e Coréia do Sul registraram avanços importantes na produção industrial, de +13,6%, +9,7% e +5,6%, respectivamente, devido ao desempenho dos setores de computadores e eletrônicos e indústria farmacêutica.
Já a produção industrial das economias desenvolvidas da Europa elevou-se em +2,6% no 1º trim/21 frente ao mesmo período de 2020, após variação de -0,9% no trimestre anterior na comparação com mesmo período de 2019. Foi a primeira alta nesta comparação desde o 1º trim/19. Os dados desagregados mostram que os países da Área do Euro têm apresentado desempenho inferior em relação aos demais países do continente.
Dentre os países com setores industriais de maior peso o resultado também é heterogêneo: enquanto Itália (+9,0%), França (+1,7%) e Espanha (+1,5%) apresentaram crescimento da produção manufatureira, a indústria alemã recuou -1,8%. A Irlanda, por sua vez tem apresentado crescimento expressivo de dois dígitos nos últimos dois trimestres e apresentou a menor retração dentre os países europeus no 2° trim/2020, período de maior impacto da pandemia de COVID-19 para esse grupo de países.
Fora da zona do Euro, o destaque negativo ficou a cargo do Reino Unido, com variação da produção industrial de -1,6% no primeiro trimestre de 2021 frente ao mesmo trimestre de 2020, após recuo de -2,7% no 4º trim/20, na mesma base de comparação.
Em comparação com o trimestre anterior, a Europa desenvolvida também perdeu dinamismo, passando de +4% em out-dez/20 para +1,1% em jan-mar/21, mas ainda assim preservou um dinamismo superior ao registrado em 2019.
Desempenho industrial das Economias Emergentes e em Desenvolvimento
A indústria de transformação chinesa foi a mais afetada pelo surto de Covid-19 no 1º trim/20, mas também foi um dos primeiros países a controlar o contágio, evitando que comprometesse o desempenho econômico de todo o seu território. Os dados do 2º trim/20 já mostravam recuperação da produção, que não apenas se manteve nos trimestres seguintes como se acelerou.
Com a ajuda da base baixa de comparação, em jan-mar/21, a UNIDO aponta avanço da produção manufatureira chinesa de +38,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, isto é, quase cinco vezes mais intenso que o resultado do 4º trim/20 (+8,3%). O desempenho em relação ao período imediatamente anterior, contudo, mostra alguma acomodação, ao passar de +3,1% em out-dez/20 para +1,1% em jan-mar/21.
A maior parte dos ramos do setor manufatureiro chinês registrou crescimento de dois dígitos no 1° trim/21 na comparação com o mesmo trimestre de 2020, com a exceção do setor de produtos de tabaco (-1,2%). Setores de média- alta e alta tecnologia, como computadores e eletrônicos, equipamento elétrico e automóveis cresceram mais de 50%.
O grupo dos emergentes exceto a China passou pela desaceleração mais intensa na comparação trimestre após trimestre. Havia registrado alta de +5,6% no 4º trim/20 e ficou quase estagnada agora no 1º trim/21, variando apenas +0,7%. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, contudo, sua alta de +3,2% ficou muito aquém do desempenho chinês, mas ainda assim foi quase o dobro do resultado dos países industrializados.
Nas economias em desenvolvimento da Ásia houve aumento da atividade industrial em +2,5% no período entre jan-mar/21 relativamente a igual período de 2020. A pandemia acelerou a tendência declinante das taxas de crescimento da indústria nesse grupo de países, observado desde o fim de 2018.
O desempenho destes países asiáticos foi, contudo, bastante assimétrico: enquanto a produção industrial cresceu na Índia (+5,5%), Turquia (+12,7%) e Vietnã (+7,6%), declinou na Indonésia (-1,5%).
No período entre jan-mar/21 a produção industrial da América Latina cresceu +5,4% ante 1º trim/20. Ainda é incerto se esse resultado é sustentável, dada as tendências de clara desaceleração observada nesse grupo de países desde 2018. O resultado mais recente foi puxado pela indústria de transformação do México (+0,4%) e do Brasil (+6,6%), assim como Argentina (+11,7%), Colômbia (+6,6%), Costa Rica (+4,7%) e Chile (+0,5%).
No caso das economias emergentes da África, houve variação de +0,8% no 1º trim/21, comparativamente ao mesmo período do ano anterior. A produção cresceu em diversos países, como Senegal (+12,9%), Ruanda (9,9%), Nigéria (+2,7%) e Tunísia (2,0%).
A indústria de transformação das demais economias em desenvolvimento assinalou acréscimo de +1,9% ante o 1º trim/20. Grécia, Romênia e Croácia assinalaram variações positivas de +2,5%, 2,8% e 5,0%, respectivamente. Por outra lado, Moldávia (-3,0%) e Ucrânia (-5,4%) tiveram decréscimo.
Análise setorial
Segundo a UNIDO, além da crise sanitária devido a pandemia de Covid-19 em 2020, incertezas relacionadas ao aumento das restrições ao comércio tiveram grande influência sobre os produtores e levaram a uma desaceleração gradual desde 2018, embora com impactos variados em diferentes ramos industriais.
Devido à pandemia, os três grupos de produtos por intensidade tecnológica, entraram no vermelho no início de 2020, com quedas na produção de pelo menos -5,0% 1° trim/20 e de pelo menos -10% no 2° tri/20.
No 1º trim/21, os setores de média-alta e alta e de média-baixa intensidade tecnológica e se recuperaram rapidamente, com alta da produção de pelo menos +10% frente ao mesmo período de 2020, enquanto o grupo de baixa intensidade tecnológica cresceu um pouco menos: +5,8%.
A taxa de crescimento do grupo de produtos de média-alta e alta intensidade foi de +16,8% em jan-mar/21, após apresentar taxas de crescimento consideráveis nos dois trimestres anteriores. Entre os setores, a produção de computadores, eletrônicos e produtos óticos, assim como do setor farmacêutico, tem crescido nos últimos trimestres, levando a variações de +26,2% e de +9,0% respectivamente no 1° trim/21.
A maioria dos setores, como computadores e eletrônicos, equipamento elétrico, borracha e plástico e produtos químicos registraram alta expressiva em todos os grupos de países no primeiro trimestre do ano. Por outro lado, têxteis, vestuário e coque e produtos refinados de petróleo assinalaram perdas consideráveis em alguns grupos de países na comparação com ano anterior.
Perspectivas UNIDO para o VA Industrial em 2021
A pandemia de COVID-19 causou uma notável retração industrial em 2020 por conta de estratégias de contenção, distanciamento social, dentre medidas de combate à disseminação do vírus.
Houve efeitos negativos tanto na demanda, pelo aumento das incertezas, por conta das proibições de viagens, trabalho remoto, perda de empregos etc., como na oferta de bens industriais, visto que a produção em certos casos teve de ser interrompida em todo o mundo por vários meses. Adicionalmente, 2019 já apontava para uma desaceleração industrial devido as tensões comerciais entre China, EUA e União Europeia.
O valor adicionado da indústria manufatureira mundial retrocedeu -6,8% em 2020 frente a 2019. De acordo com as projeções da UNIDO, espera-se retomada +7,6% agora em 2021.
No grupo dos países desenvolvidos, a perda estimada pela UNIDO em 2020 é de -10,4%, que deve ser seguida de uma recuperação parcial de +7,2% em 2021. É esperado que os EUA liderem este grupo, com uma alta projetada de +10,4%.
Outras contribuições importantes virão de Eslováquia (+9,1%) e França (+8,1%). Em geral, as economias industriais da Europa devem apresentar recuperação expressiva, segundo a UNIDO, crescendo +5,7% em 2021, mas compensando pouco a queda de -11,6% em 2020. No caso das economias asiáticas desenvolvidas, a estimativa de crescimento do valor adicionado manufatureiro é de +6,2% em 2021, após o decréscimo de -8,5% em 2020.
Já o prognóstico para o valor adicionado da indústria chinesa, de acordo com a UNIDO, é uma alta de +9,0%, indicando a capacidade desse país de se recuperar rapidamente. Vale lembrar que na China o recuo do valor adicionado de sua manufatura foi de mero -0,7% em 2020.
A indústria da América Latina, por sua vez, tem alta estimada de +4,2% em 2021, contrastando com a queda de -11,7% do ano passado, ou seja, a compensação não será nem mesmo de metade das perdas de 2020. Isso sinaliza para a dificuldade da indústria latino-americana se recuperar do tombo provocado pela Covid-19.
Ranking Indústria Mundial
A partir dos dados coletados pela OCDE, IBGE, Eurostat e pelo National Bureau of Statistics of China, o IEDI elaborou um ranking internacional de crescimento da produção da indústria geral com 45 países para o acumulado do 1º trim/21.
Para que o tamanho da amostra fosse o maior possível, optou-se por trabalhar apenas com as séries com ajuste sazonal, ainda que as comparações utilizadas sejam frente ao mesmo período do ano anterior. Usualmente, o IBGE calcula as comparações interanuais a partir das séries sem ajuste.
A indústria brasileira, que assinalava tendência declinante já 2019, em função da crise econômica argentina e dos conflitos comerciais sino-americanos, teve seu desempenho fortemente impactado pelos efeitos da pandemia de Covid-19. Em 2020, retrocedeu -4,7% frente ao ano anterior, após queda de -1,1% em 2019. Os dados mais recentes divulgados pelo IBGE apontam para uma variação positiva de +5,2% em jan-mar/2021 frente ao mesmo período de 2020 com ajuste sazonal.
Dessa forma, o Brasil ficou na 13ª posição no ranking construído pelo IEDI, superando o desempenho de importantes países industrializados como Espanha (+2,5%), França (+1,7%), Japão (-1,2%), Alemanha (-1,8%) e EUA (-2,0%). À nossa frente ficaram os países do Norte e do Leste da Europa.
Nas primeiras colocações, cabe destacar o desempenho da China (+24,5%), cuja contenção da epidemia ocorreu antes do restante do mundo e se mostrou mais eficaz, e da Irlanda (+21,4%), que registrou menos casos de Covid-19 por mil habitantes que o restante da Europa. Ademais, destaca-se pelo resultado positivo a Turquia (+12,1%), assim como a Itália (+8,5%), cuja indústria recuou -11,0% em 2020.