Carta IEDI
Para além das aparências
À primeira vista, 2021 foi um ano de recuperação para a indústria brasileira, cuja produção acumulou alta de 4,7% até o mês de nov/21 frente ao mesmo período do ano anterior. Mas na realidade o setor não se saiu bem. Muito deste crescimento deve-se a bases baixas de comparação e ao carregamento estatístico da reação na segunda metade de 2020, quando medidas emergenciais, a exemplo do auxílio pago às famílias, estavam em atuação.
A evolução da indústria mês após mês, já descontados os efeitos sazonais, foi majoritariamente negativa no ano passado. Dos onze meses para os quais já existem dados oficiais do IBGE, nove ficaram no vermelho. Nov/21 não foi diferente e a produção industrial recuou -0,2% ante out/21.
Como consequência, o setor ficou em um nível 7,5% inferior ao de dez/20, o que anulou tudo o que havia conquistado no 2º sem/20, de modo a retornar a um patamar de produção 4,3% abaixo do pré-pandemia, isto é, de fev/20. Frente a isso, não cabe falar em recuperação. Este desempenho vem minando a confiança dos empresários do setor e se continuar assim pode prejudicar suas decisões de investimento.
O indicador de confiança da FGV está em declínio desde dez/20, quando saiu de 115 pontos para 100 pontos em dez/21, ou seja, de uma situação favorável para uma situação neutra. O indicador da CNI, por sua vez, embora ainda tenha permanecido na região de otimismo, registrou em jan/22 o menor patamar desde abr/21.
As dificuldades em 2021 vieram de diferentes frentes. Com uma taxa de desemprego de dois dígitos, níveis recordes de subutilização por insuficiência de horas trabalhadas e aceleração da inflação, problemas de demanda não podem ser ignorados, especialmente porque com o avanço da vacinação e a normalização da parcela de serviços na cesta de consumo das famílias podem capturar recursos que vinham sendo direcionados à compra de bens industrializados.
Do lado da oferta, além do encarecimento de combustíveis e da energia elétrica, em função da crise hídrica, pressões de custo vieram da desorganização das cadeias produtivas. Segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP) do IBGE, a alta acumulada em jan-nov/21 chega a +28,4% para o total da indústria.
Além disso, em muitos casos, mesmo pagando mais não se consegue o volume de insumos desejado. Pesquisa realizada pela CNI com quase 2 mil empresas e divulgada no início de dez/21 mostra que 69% da indústria apresenta dificuldades para obter insumos domésticos e 72% delas têm problemas de acesso a insumos importados. Em ambos os casos, para quase 1/5 das empresas as restrições a matérias-primas são consideradas severas.
Como os obstáculos a um desempenho superior são generalizados, os sinais de enfraquecimento atingem um grande número de atividades industriais. Em nov/21, dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE, 12 ficaram no vermelho, mas para uma fração maior de setores as perdas vêm de antes. Aqueles que em nov/21 se encontravam em um nível de produção inferior ao do pré-pandemia (fev/20) chegavam a 69% do total, o equivalente a 18 dos 26 setores. Em dez/20, apenas 35% da indústria estavam nesta situação.
Até mesmo o macrossetor de bens de capital, que reunia atividades com resultados melhores, começou a dar indícios de perda de tração. Em nov/21 registrou -3,0% ante out/21, a terceira taxa negativa dos últimos quatro meses. Ante a 2020, embora permaneça no azul, desacelerou rapidamente entre jul/21 (+36,6%) e nov/21 (+5,0%).
Bens de consumo duráveis caíram em dez dos onze primeiros meses de 2011 na série com ajuste sazonal. Nov/21 trouxe a única exceção (+0,5%), que pouco muda a fase adversa desta parcela da indústria. Frente a 2020, tiveram quedas intensas no 3º trim/21 (-17,4%) e no bimestre out-nov/21 (-24,5%).
Bens de consumo semi e não duráveis também voltaram ao negativo, mas neste caso sobretudo no segundo semestre. Sua produção ficou estagnada na passagem de out/21 para nov/21 com ajuste sazonal e caiu -3,0% no 3º trim/21 e -8,3% em out-nov/21.
Por fim, bens intermediários não crescem desde mai/21 na série com ajuste, também ficando estagnados em novembro último. Em comparação com 2020, recuaram -1,8% e -4,6% no 3º trim/21 e em out-nov/21, respectivamente, sob a influência negativa, sobretudo, de intermediários para a indústria alimentícia, têxtil, de embalagens, para a construção civil e, mais recentemente, também para a indústria automobilística.
Com um final de ano que em nada dissipou as tendências negativas da indústria e sem efeito estatístico positivo, 2022 permanecerá, ao que tudo indica, um ano fraco para a indústria. Segundo projeção do Boletim Focus do Banco Central, o PIB total da indústria não deve passar de mero +0,2% em 2022, depois de um crescimento estimado de +4,6% em 2021, alavancado pela baixa base de comparação de 2020.
Resultados da Indústria
Em novembro de 2021, a produção industrial assinalou mais um resultado negativo: -0,2% frente ao mês anterior, já descontados os efeitos sazonais. A queda não foi intensa, porém, foi o sexto resultado negativo consecutivo, acumulando perda de -4,0% neste período e com uma amplitude setorial relevante. Frente ao nível de produção pré-pandemia, isto é, de fev/20, o setor industrial assinala defasagem de -4,3%.
De acordo com o IBGE, os resultados ao longo de 2021 frente ao ano anterior foram em sua maioria positivos devido à baixa base de comparação, já que no início da pandemia a indústria chegou a interromper suas atividades, com o ano de 2020 fechando com um recuo de -4,5%. Mas nem na comparação interanual a indústria consegue mais evitar o sinal negativo. Registrou -4,4% em nov/21.
Em novembro de 2021, apesar da recuperação dos indicadores de atividade econômica mundial e dos altos índices de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, a indústria brasileira não deu sinais de expansão. O setor tem sofrido com escassez de insumos, juros em alta e demanda em baixa, fruto da inflação crescente e desemprego elevado.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o recuo de nov/21 se somou ao de out/21 produzindo uma queda de -6,2% no bimestre out-nov/21, o que indica aprofundamento do desempenho já desfavorável registrado no 3º trim/21 (-1,1%).
Deste modo, o desempenho no acumulado do ano passado, que era de +13% em jan-jun/21 refluiu para +4,7% em jan-nov/21 frente ao mesmo período de 2020. No acumulado dos últimos doze meses, o setor registrou +5,0%, dando continuidade à desaceleração iniciada em set/21 nesta comparação.
Quanto às grandes categorias industriais, na comparação entre nov/21 com out/21, na série com ajuste sazonal, houve variação positiva somente em bens de consumo duráveis, de apenas +0,5%, após registrar dez meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou variação de -29,0%.
Os bens de capital, por sua vez, que até pouco tempo atrás era o único macrossetor sem grandes dificuldades para crescer, foi quem levou a indústria geral ao vermelho no penúltimo mês de 2021, registrando recuo de -3,0% frente a out/21 na série com ajuste sazonal.
Os segmentos de bens intermediários (0,0%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,0%), ao repetirem o patamar registrado no mês anterior, interromperam, respectivamente, oito e dois meses seguidos de taxas negativas, com perdas acumuladas de -5,0% e -1,5% nesses períodos.
Já frente o mesmo mês do ano anterior (nov/20), o macrossetor de bens de capital foi o único a apresentar expansão, com variação de +5,0%. Na mesma base de comparação, os demais macrossetores apresentaram variação negativa: -21% em bens de consumo duráveis, -6,3% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis e -2,7% em bens intermediários.
O macrossetor de bens de capital, que registrou alta de +5,0% ante nov/20, foi positivamente influenciado pela maior parte de seus grupamentos, com destaque para bens de capital para construção (+38,0%) e para equipamentos de transporte (+4,0%). As demais taxas positivas foram registradas pelos grupamentos de bens de capital de uso misto (+10,4%), agrícolas (+13,4%) e para energia elétrica (+7,4%). Em sentido oposto, o subsetor de bens de capital para fins industriais recuou -9,3%.
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, a queda mais intensa em nov/21 ficou por conta de bens de consumo duráveis (-21,0%), muito influenciada pela redução na fabricação de automóveis (-23,3%), eletrodomésticos da “linha marrom” (-30,8%) e da “linha branca” (-22,0%). Neste macrossetor, o principal impacto positivo veio da produção de motocicletas, que registrou +7,5%.
Por sua vez, o declínio de -6,3% da produção de bens de consumo semi e não duráveis frente a nov/20, foi explicado, principalmente, pela redução observada nos grupamentos de semiduráveis (-18,3%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-5,3%), assim como pelos grupamentos de não-duráveis (-0,3%) e de carburantes (-0,3%).
Por fim, os bens intermediários registraram a menor queda na comparação com nov/20, de -2,7%. Este resultado foi influenciado, sobretudo, pelos recuos nos produtos associados às atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (-12,9%), produtos alimentícios (-6,0%), produtos de borracha e de material plástico (-11,1%), produtos de metal (-11,9%), produtos têxteis (-13,8%) e metalurgia (-1,5%), entre outros. As pressões positivas foram registradas por indústrias extrativas (+5,1%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+2,2%) e celulose, papel e produtos de papel (+1,0%).
No acumulado dos onze meses de 2021, ainda se observa acentuado dinamismo em bens de capital (+30,7%). Os segmentos de bens intermediários (+4,0%), de bens de consumo duráveis (+3,8%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (+0,2%) também assinalaram crescimento no período de jan-nov/21 frente a jan-nov/20, mas todos com avanços abaixo da média da indústria (+4,7%).
Por dentro da Indústria de Transformação
A queda de -0,2% da produção industrial geral em nov/21 ante out/21, na série livre dos efeitos sazonais, foi acompanhada de variação de -0,4% na indústria de transformação e alta de +5,0% no ramo extrativo. Dessa forma, a indústria de transformação se encontra 9,0% abaixo do nível de produção de dez/20 e 3,7% abaixo do pré-pandemia, isto é, de fev/20.
Em relação a nov/20, tal como a indústria geral (-4,4%), o desempenho da indústria de transformação também foi negativo, porém mais intenso: -5,6%. No caso do ramo extrativo houve avanço de +5,1%.
Frente a out/21, na série com ajuste sazonal, o resultado de -0,2% da indústria geral teve influência negativa de 12 dos 26 ramos pesquisados. Dentre os destaques negativos ficaram os setores de produtos de borracha e de material plástico (-4,8%), metalurgia (-3,0%), produtos de metal (-2,7%), bebidas (-2,2%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,6%), perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-4,5%) e produtos diversos (-4,5%). Por outro lado, entre as atividades que apontaram crescimento na produção, destacaram-se o setor de produtos alimentícios (+6,8%), indústrias extrativas (+5,0%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (+2,9%).
Na comparação com igual mês do ano anterior, em que a indústria geral apresentou queda de -4,4% na produção em nov/21, variações negativas marcaram o desempenho de 19 dos 26 ramos, 55 dos 79 grupos e 59,1% dos 805 produtos pesquisados.
As maiores influências negativas nesta comparação interanual vieram das seguintes atividades: veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,6%), produtos alimentícios (-4,6%), bebidas (-12,3%), produtos de borracha e de material plástico (-12,3%), de produtos de metal (-13,1%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-15,9%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-13,8%), entre outros.
Por outro lado, entre as atividades em alta na comparação com nov/20, destacaram-se: indústrias extrativas (+5,1%), que exerceu a maior influência na formação da média da indústria, seguida por produtos farmoquímicos e farmacêuticos (+9,7%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+1,6%) e de máquinas e equipamentos (+2,9%).
Exportação
Segundo os dados da Funcex, divulgados pelo IBGE juntamente com os resultados da produção industrial, o quantum das exportações de manufaturados no mês de nov/21 cresceu +4,8% ante nov/20. Por sua vez, as importações em quantum de matérias-primas para a indústria avançaram +6,2% na comparação com nov/20. Esta foi a décima terceira taxa positiva consecutiva; porém a primeira de apenas um dígito.
Assim, no acumulado de 2021, as exportações industriais, que pararam de apresentar sinal negativo a partir de abr/21, registraram crescimento de +13,9% em jan-nov/21 frente a igual período do ano anterior. Quanto às importações de matérias-primas para o setor, apresentaram alta duas vezes maior do que as exportações industriais, de +27,2% em jan-nov/21, um quadro bem diferente de 2020 até novembro (-6,5%).
Utilização de Capacidade
A utilização da capacidade instalada da indústria de transformação, de acordo com a série da FGV com ajustes sazonais, recuou de 81,3% em out/21 para 80,7% em nov/21, antes de fechar o ano em 79,7% (dez/21). Ficou, assim, ligeiramente acima da média histórica anterior à Covid-19 (79,5%) e abaixo do patamar imediatamente anterior à crise de 2014-2016, que era de 82,6% no 1º trim/14.
Já pesquisa da CNI, mostra que a utilização da capacidade instalada da indústria de transformação de nov/21 manteve-se no mesmo nível de out/21. Atingiu 80,5%, após ajuste sazonal. Em relação ao final da primeira metade do ano, entretanto, registrou declínio de -1,8 ponto percentual entre jun/21 e nov/21. De todo modo, continua se mostrando em nível persistentemente superior ao observado antes da crise da Covid-19 (78% em fev/20), embora o adicional venha se reduzindo. Em relação a nov/20, o aumento foi de 1,2 ponto percentual.
Estoques
De acordo com os dados da Sondagem Industrial da CNI, o indicador da evolução dos estoques de produtos finais da indústria total em nov/21 continuou apontando melhora e ficou na região de expansão. Registrou valor de 50,6 pontos, superando pela terceira vez a marca dos 50 pontos.
Estoques equilibrados ou em elevação sugerem uma redução da vulnerabilidade das cadeias produtivas a repiques inesperados de comandas, amenizando os gargalos em diversos elos que temos visto desde o ano passado.
No caso do segmento da indústria de transformação, o indicador da CNI registrou 50,7 pontos (+0,2 ponto frente a out/21), apontando elevação dos estoques, e na indústria extrativa ficou em 47,5 pontos (-2,3 pontos), ainda sinalizando redução de estoques.
Para a indústria geral, o indicador de satisfação dos estoques, que ficou em 50,7 pontos, indicando equilíbrio em nov/21. No caso do setor extrativo e no caso da indústria de transformação, o indicador de satisfação ficou em 49,4 pontos e 50,7 pontos, respectivamente.
No grupo da indústria de transformação, a situação dos estoques até pode ter se tornado mais amena do que na passagem de 2020 para 2021, mas o problema continua difundido para um amplo conjunto de ramos.
Depois de praticamente todos os ramos industriais apresentarem estoques menores do que o planejado (50 pontos) em dez/20 (96% do total), em nov/21 a insatisfação quando ao nível dos estoques manteve-se presente em 15 dos 26 ramos acompanhados pela CNI, ou seja, em 58% do total. Esta parcela implica melhora em relação com o mês anterior, já que em out/21 62% dos ramos consideravam seus estoques abaixo do planejado.
Entre os poucos ramos iguais ou acima de 50 pontos destacam-se: móveis (57,9 pontos), máquinas e materiais elétricos (53,8 pontos), têxteis (51,4 pontos), farmacêuticos e alimentos (ambos com 51,2 pontos). Estão mais distantes do equilíbrio os seguintes ramos: impressão e reprodução (43,3 pontos), bebidas (43,8 pontos) e madeira (44,3 pontos).
Confiança e Expectativas
O Índice de Confiança do Empresário da Indústria de Transformação da CNI, após ter atingido em nov/21 (56,1 pontos) o menor valor desde abr/21 (54,6 pontos), avançou ligeiramente para 56,9 pontos em dez/21. Por se ter ficado acima de 50 pontos neste período, aponta otimismo dos empresários do setor.
Essa pequena melhora das expectativas na passagem de nov/21 para dez/21 deveu-se aos dois componentes do indicador. O componente referente às expectativas em relação ao futuro passou de 59,4 pontos em nov/21 para 60,4 pontos em dez/21. Já o componente que capta a percepção dos empresários quanto à evolução presente dos negócios teve uma melhora mais tímida: de 49,4 pontos em nov/21 para 49,9 pontos em dez/21. Cabe enfatizar que este último componente ainda não aponta otimismo, mas por ter se aproximado muito da marca dos 50 pontos indica um quadro de neutralidade, isto é, nem pessimismo, nem otimismo.
O Índice de Confiança da Indústria de Transformação (ICI) da FGV caminhou em direção oposta aquela do indicador da CNI em dez/21, dando continuidade ao movimento descendente já verificado desde ago/21. O indicador, em dez/21, chegou a 100,1 pontos em comparação aos 102,1 pontos de nov/21, já descontados os efeitos sazonais. Como ficou praticamente na linha dos 100 pontos, indica neutralidade e não mais confiança, como em meses anteriores..
O resultado em dez/21, foi influenciado por seus dois componentes. Aquele que capta a avaliação dos empresários em relação ao futuro passou de 100,3 pontos em nov/21 para 99,1 pontos em dez/21, deixando a região de otimismo (100 pontos). Já a avaliação da situação atual recuou de 103,7 pontos em nov/21 para 101,0 pontos em dez/21.
Outro indicador frequentemente utilizado para se avaliar a perspectiva do dinamismo da indústria é o Purchasing Managers’ Index – PMI Manufacturing, calculado pela consultoria Markit Financial Information Services. Em nov/21, este indicador, pela segunda vez desde jun/20, ficou abaixo dos 50 pontos, apontando piora das condições de negócio neste período. Em dez/21 permaneceu em 49,8 pontos, valor muito inferior ao resultado de dez/20 (61,5 pontos).
Anexo Estatístico
Mais Informações
Tabela: Produção Física - Subsetores Industriais
Variação % em Relação ao Mesmo Mês do Ano Anterior (clique aqui)