• SOBRE O IEDI
    • ESTUDOS
      • CARTA IEDI
        • ANÁLISE IEDI
          • DESTAQUE IEDI
            • IEDI NA IMPRENSA
              55 11 5505 4922

              instituto@iedi.org.br

              • HOME
              • SOBRE O IEDI
                • ESTUDOS
                  • CARTA IEDI
                    • ANÁLISE IEDI
                      • DESTAQUE IEDI
                        • IEDI NA IMPRENSA

                          Carta IEDI

                          Edição 1148
                          Publicado em: 15/06/2022

                          Fraca evolução

                          Sumário

                          Em abr/22, pouco progrediu o nível de atividade econômica do país, sendo restringido pela virtual estagnação tanto da indústria como dos serviços. O comércio varejista até conseguiu se sair melhor, mas ainda assim não escapou de alguma desaceleração e suas vendas ficaram longe de um resultado robusto. O desemprego e a inflação, ao comprometer o poder de compra da população, freia o crescimento econômico, após o impacto inicial da volta das atividades presenciais e de reabertura de negócios.

                          Na passagem de mar/22 para abr/22, a indústria registrou variação de apenas +0,1%, já descontados os efeitos sazonais, intensificando a desaceleração dos meses anteriores (+0,7% e +0,6% em fev/22 e mar/22). Os serviços não ficaram distantes disso e variaram +0,2% na mesma comparação, muito aquém do resultado anterior (+1,4% em mar/22).

                          Com um dinamismo um pouco maior ficou o comércio varejista, que em seu conceito restrito cresceu +0,9%, isto é, abaixo do que vinha crescendo (+1,4% em fev/22 e mar/22). Em seu conceito ampliado, que inclui as vendas de veículos, autopeças e material de construção, o desempenho em abril foi ainda mais fraco: +0,7%, depois de ter ficado quase estagnado no mês anterior (+0,1%).

                          A evolução restringida da indústria deveu-se a uma distribuição bastante simétrica de resultados positivos e negativos entre seus macrossetores e os diferentes parques regionais. Foi acentuado o declínio de bens de capital (-9,2%), bem como o de bens de consumo duráveis (-5,5%), enquanto bens de consumo semi e não duráveis (+2,3%) e bens intermediários (+0,8%) ampliaram produção.

                          Regionalmente, das 15 localidades acompanhadas pelo IBGE, 7 registraram queda na passagem de mar/22 para abr/22, inclusive São Paulo (-2,8%, com ajuste sazonal), 7 ampliaram sua produção e 1 parque regional, a indústria de Amazonas (+0,1%), seguiu o total Brasil e ficou praticamente estagnado.

                          Nos serviços, de seus os cinco segmentos, três registraram perda de faturamento e os dois que cresceram passaram por um arrefecimento. Nas piores colocações ficaram o segmento de outros serviços (-1,6%), que inclui um conjunto diversificado de atividades, como serviços financeiros, urbanos e agrícolas, e o segmento de transportes (-1,7%).

                          Do lado positivo, a alta mais intensa ficou por conta dos serviços prestados às famílias (+1,9%), graças a alojamento e alimentação (+3,9%), onde ainda existe demanda reprimida pelos meses anteriores de pandemia. Vale lembrar que é o único ramo de serviços ainda muito longe do pré-pandemia (-9,6% ante fev/20).

                          No comércio, a despeito do crescimento recente para o setor como um todo, as quedas preponderaram entre seus diferentes segmentos. Dos 10 ramos acompanhados pelo IBGE, 6 ficaram no vermelho, inclusive alguns dos mais importantes, como veículos e autopeças (-0,2%) e supermercados, alimentos, bebidas e fumo (-1,1%).

                          No grupo daqueles em alta, apenas dois ramos realmente aumentaram as vendas: tecidos, vestuário e calçados (+1,7%) e móveis e eletrodomésticos (+2,3%). A continuidade deste movimento, porém, ainda está para se provar, já que, em maior ou menor grau, o mercado de ambos depende de financiamento ao consumidor, que tende a ser prejudicado com o aumento recente das taxas de juros no país.

                           
                           

                          Indústria

                          Em abril de 2022, a indústria praticamente não cresceu. Em relação a mar/22, já descontados os efeitos sazonais, registrou variação de apenas +0,1%, o que significa uma virtual estabilidade. Esta evolução restringida deveu-se a uma distribuição bastante simétrica de resultados positivos e negativos entre os macrossetores industriais e os diferentes parques regionais.

                           

                          Foi acentuado o declínio em bens de capital, bem como em bens de consumo duráveis: respectivamente, -9,2% e -5,5%, frente a mar/22, com ajuste sazonal. Bens intermediários se mantiveram com baixo crescimento, mas conseguiram evitar a região negativa (+0,8%), enquanto a alta de bens de consumo semi e não duráveis (+2,3%) compensou parcialmente a queda de mar/22 (-3,4%).

                           

                          Este placar divido nos dados que capta a evolução mais de curto prazo também se verifica na comparação com um ano atrás, quando a indústria como um todo registrou sua nona taxa negativa consecutiva: -0,5% ante abr/21. Apesar desta longa sequência desfavorável, a intensidade da queda foi bastante atenuada e isso devido ao retorno ao crescimento de bens de consumo semi e não duráveis (+3,3%) e à estabilidade de bens intermediários (+0,1%).

                           

                          Regionalmente, das 15 localidades acompanhadas pelo IBGE, 7 registraram queda na passagem de mar/22 para abr/22, já descontados os efeitos sazonais, 7 ampliaram sua produção e 1 parque regional, a indústria de Amazonas, seguiu o total Brasil e ficou praticamente estagnado ao registrar mero +0,1%.

                          Em linhas gerais, as perdas se concentraram no Sudeste do país, atingindo inclusive a indústria paulista, que é o maior e mais completo centro industrial do Brasil, e também no Centro-Oeste, onde a indústria alimentícia tem grande peso. Já o destaque do lado positivo foi a região Nordeste

                           

                          A produção industrial da região Nordeste como um todo obteve seu terceiro mês de crescimento consecutivo ao variar +1,5% de mar/22 para abr/22, com ajuste sazonal. Esta é uma evolução necessária, pois a região ainda está 11,4% abaixo do pré-pandemia (fev/20). Em sua origem esteve a indústria da Bahia, com +3,0%, e de Pernambuco, com +2,0%, isto é, muito à frente do desempenho do total nacional.

                          Frente a 2021, embora as bases de comparação sejam baixas, o Nordeste também tem se saído bem, demonstrando certa consistência na reação. Cresceu +1,8% em mar/22 e +6,5% em abr/22, com apoio da Bahia (+22%), puxada por derivados de petróleo, e de Pernambuco (+2,7%), em função de bebidas, borracha e plástico e produtos de limpeza e cosméticos, mas também do Ceará (+4,7%), com destaque para derivados de petróleo, têxteis e couros.

                           

                          Outras localidades em alta na série com ajuste sazonal incluíram Rio de Janeiro (+5,9%), único estado com expansão no Sudeste e melhor resultado regional da indústria em abr/22, e Santa Catarina (+3,3%), que mal compensou o que havia perdido em mar/22 (-3,5%).

                          Entre os resultados negativos, a indústria de São Paulo (-2,8% ante mar/22) foi uma das que mais caiu na série com ajuste sazonal, mesmo estando aquém do patamar pré-pandemia (-1,2%). Ficou igualmente no vermelho frente ao mesmo período do ano passado (-0,5%), seu oitavo resultado adverso seguido, com 56% de seus ramos perdendo produção em abr/22, notadamente veículos (-19,2%), borracha e plástico (-10,2%) e máquinas e aparelhos elétricos (-10,1%).

                           

                          Juntamente com São Paulo, os demais estados do Sudeste também acusaram declínio, embora menos intenso: -0,6% no Espírito Santo e em Minas Gerais na série com ajuste sazonal e -7,3% e -0,4%, respectivamente, na comparação com abr/21.

                          Além do Sudeste, outra região a não se sair bem foi o Centro-Oeste, com -4,7% no Mato Grosso e -0,5% em Goiás na passagem de mar/22 para abr/22. Em relação ao mesmo período do ano passado, a indústria goiana (-2,2%) também ficou no vermelho, muito influenciada pela queda de seu ramo alimentício (-4,8%), que responde por quase metade da indústria do estado.

                           

                          Comércio

                          Os dados do IBGE mostram que o comércio varejista tem se saído melhor em 2022 do que no ano passado. A cobertura vacinal contra a Covid-19 e a reabertura do setor produziram altas sucessivas nas vendas. Agora em abr/22, o varejo restrito registrou sua quarta alta seguida e o varejo ampliado, que inclui veículos, autopeças e material de construção, sua terceira variação positiva.

                           

                          Na série com ajuste sazonal, o resultado de +0,9% no varejo restrito não deixou de trazer certa desaceleração em relação aos meses anteriores. Em seu conceito ampliado, o desempenho foi mais baixo, de +0,7%.

                          Além disso, a despeito do crescimento recente para o setor como um todo, as quedas preponderaram entre seus diferentes segmentos. Dos 10 ramos acompanhados pelo IBGE, 6 ficaram no vermelho, inclusive alguns dos mais importantes, como veículos e autopeças (-0,2% ante mar/22 com ajuste) e supermercados, alimentos, bebidas e fumo (-1,1%).

                           

                          O ramo de supermercados, alimentos, bebidas e fumo, que possui peso relevante no varejo como um todo, de cerca de 1/3 das vendas totais, foi um dos que mais pressionaram o setor para baixo. Como se sabe é um segmento mais propenso a sentir os efeitos do desemprego e da perda de poder de compra da população devido à inflação. Com este resultado, pode-se dizer que “andou de lado” em 2022 e em abr/22 estava no mesmo nível de vendas do que em dez/21.

                           

                          Outros resultados negativos ainda mais intensos foram registrados por material de construção (-2,0%, com ajuste), livros, jornais, revista e papelaria (-5,6%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-6,7%); todos desenvolvendo parte do crescimento obtido nos meses anteriores.

                          Alguns segmentos, por sua vez, não ajudaram a expansão das vendas, mas também não atrapalharam. Representando cerca de 40% dos ramos do varejo, ficaram muito próximos da estabilidade: veículos e autopeças (-0,2% ante mar/22, com ajuste); combustíveis e lubrificantes (-0,1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (+0,1%) e, em menor medida, produtos farmacêuticos e perfumaria, cujo resultado de +0,4% ao menos significou uma interrupção na sequência de dois meses de queda.

                           

                          Apenas dois ramos realmente aumentaram as vendas: tecidos, vestuário e calçados, que registraram +1,7% frente a mar/22, e móveis e eletrodomésticos, com uma alta de +2,3%. Ambos os casos, vale lembrar, recuaram sistematicamente ao longo do segundo semestre de 2021 e agora em 2022 parecem estar compensando o tempo perdido. 

                           

                          A continuidade do movimento destes dois ramos do varejo, contudo, ainda está para se provar, já que, em maior ou menor grau, seus mercados dependem de financiamento ao consumidor, que tende a ser prejudicado com o aumento das taxas de juros no país.

                           

                          Serviços

                          Assim como a indústria, o setor de serviços começou o segundo trimestre de 2022 praticamente estagnado. Os dados divulgados pelo IBGE mostram que seu faturamento real variou somente +0,2% na passagem de mar/22 para abr/22, já descontados os efeitos sazonais. A maioria de seus ramos ficou no vermelho.

                           

                          Embora os serviços permaneçam acima do patamar de faturamento do pré-pandemia (+7,2%), os últimos meses têm sido de hesitação. Só em mar/22 o setor efetivamente cresceu, tendo recuado no primeiro bimestre do ano. Após o impacto positivo da reabertura do setor, a perda de poder de compra da população pode ter começado a pesar sobre seu desempenho.

                          Entre os cinco segmentos identificados pelo IBGE, três registraram perda de faturamento na série com ajuste sazonal e os dois que cresceram não escaparam de alguma desaceleração.

                           

                          Nas piores colocações ficaram o segmento de outros serviços (-1,6%), que inclui um conjunto diversificado de atividades, como serviços financeiros, urbanos e agrícolas, que dos quatro meses de 2022 com dados disponíveis só cresceu em março, e o segmento de transportes (-1,7%), que interrompeu uma trajetória de aceleração desde a entrada do ano. Neste último caso, o resultado deveu-se à queda do transporte aéreo (-2,4%) e ao fraco resultado do transporte terrestres (+0,5%), depois de cinco meses seguidos crescendo em torno de +2%.

                            

                          Serviços profissionais, administrativos e complementares, geralmente demandados pelas empresas, que tinham demonstrado certa consistência nos meses anteriores, também recuaram em abr/22: -0,6% frente ao mês anterior, com ajuste sazonal, devido ao seu componente de serviços técnico profissionais (-2,3%).

                           

                          Do lado positivo, a alta mais intensa ficou por conta dos serviços prestados às famílias (+1,9%), graças a alojamento e alimentação (+3,9%), onde ainda existe demanda reprimida pelos meses anteriores de pandemia. É o único ramo de serviços ainda muito longe do pré-pandemia (-9,6% ante fev/20). Como as bases de comparação ainda são muito baixas, frente ao quadro de um ano atrás registra alta de nada menos do que +60,8%.

                           

                          Outro ramo com faturamento real em elevação foi o de informação e comunicação, cujo resultado de +0,7%, proporcionado por apenas um de seus quatro componentes, implicou desaceleração importante em relação à variação do mês anterior (+1,8%), que, por sua vez, havia sucedido três meses seguidos de declínio. 

                           

                           
                           
                          IMPRIMIR
                          BAIXAR

                          Compartilhe

                          Veja mais

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1317 - Inovação e Desenvolvimento: a trajetória chinesa
                          Publicado em: 18/06/2025

                          A China se tornou a “fábrica do mundo”, mas em um ritmo bastante acelerado vem também se firmando como um polo inovativo inconteste, constituindo competências industriais de alta tecnologia.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1316 - Sinais de arrefecimento sobretudo nas indústrias de alta e média-alta tecnologia
                          Publicado em: 13/06/2025

                          No 1º trim/25, os grupos de maior intensidade tecnológica foram os que mais desaceleraram, embora tenham se mantido com um desempenho superior ao agregado da indústria de transformação.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1315 - O crescimento global em meio à guerra comercial e ao aumento da incerteza
                          Publicado em: 06/06/2025

                          Embora não faltem especulações sobre ganhadores e perdedores da elevação de tarifas comerciais pelos EUA, os cenários mais recentes dos organismos multilaterais indicam enfraquecimento do PIB global e do comércio internacional. 

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1314 - Desempenho modesto na indústria de menor intensidade tecnológica
                          Publicado em: 23/05/2025

                          No 1º trim/2025, o déficit da balança de bens da indústria de transformação voltou a aumentar, devido a um desempenho inferior dos ramos de menor intensidade tecnológica.

                           

                          English version of this text

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1313 - Perda de tração industrial
                          Publicado em: 13/05/2025

                          No 1º trim/25, a indústria cresceu menos do que vinha crescendo na segunda metade de 2024, sendo que bens de capital e intermediários ficaram entre os que mais perderam dinamismo.

                           

                          English version of this text

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1312 - Indústria em 2024: mais produção, mais emprego
                          Publicado em: 09/05/2025

                          Em 2024, devido ao crescimento robusto e difundido entre os diferentes ramos da indústria, o emprego industrial se expandiu, superando o aumento do emprego do agregado do setor privado.

                           

                          English version of this text

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1311 - Um começo de ano fraco e incerto
                          Publicado em: 30/04/2025

                          Em fev/25, a indústria brasileira somou cinco meses consecutivos sem crescimento, um quadro que se agrava com o aumento das incertezas mundiais.

                           

                          English version of this text

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1310 - Destaques do comércio exterior do Brasil
                          Publicado em: 28/04/2025

                          Em 2024, o Brasil comprou mais e de mais parceiros internacionais do que conseguiu ampliar e diversificar nossas exportações de manufaturados, o oposto do que precisaria fazer para enfrentar as mudanças atuais no comércio mundial.

                           

                          English version of this text

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1309 - Brasil e Mundo: divergência do desempenho industrial no final de 2024
                          Publicado em: 17/04/2025

                          No 4º trim/24, enquanto a indústria brasileira se desacelerava, o dinamismo da indústria global ganhou força, apesar do aumento de tensões e incertezas.

                           

                          English version of this text

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1308 - Brasil no Panorama Global da Indústria
                          Publicado em: 07/04/2025

                          O Brasil melhora sua posição no ranking global da manufatura, mas sem ampliar sua participação no valor adicionado total do setor.

                           

                          English version of this text

                          INSTITUCIONAL

                          Quem somos

                          Conselho

                          Missão

                          Visão

                          CONTEÚDO

                          Estudos

                          Carta IEDI

                          Análise IEDI

                          CONTATO

                          55 11 5505 4922

                          instituto@iedi.org.br

                          Av. Pedroso de Morais, nº 103
                          conj. 223 - Pinheiros
                          São Paulo, SP - Brasil
                          CEP 05419-000

                          © Copyright 2017 Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. Todos os direitos reservados.

                          © Copyright 2017 Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.
                          Todos os direitos reservados.