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                          Carta IEDI

                          Edição 1148
                          Publicado em: 15/06/2022

                          Fraca evolução

                          Sumário

                          Em abr/22, pouco progrediu o nível de atividade econômica do país, sendo restringido pela virtual estagnação tanto da indústria como dos serviços. O comércio varejista até conseguiu se sair melhor, mas ainda assim não escapou de alguma desaceleração e suas vendas ficaram longe de um resultado robusto. O desemprego e a inflação, ao comprometer o poder de compra da população, freia o crescimento econômico, após o impacto inicial da volta das atividades presenciais e de reabertura de negócios.

                          Na passagem de mar/22 para abr/22, a indústria registrou variação de apenas +0,1%, já descontados os efeitos sazonais, intensificando a desaceleração dos meses anteriores (+0,7% e +0,6% em fev/22 e mar/22). Os serviços não ficaram distantes disso e variaram +0,2% na mesma comparação, muito aquém do resultado anterior (+1,4% em mar/22).

                          Com um dinamismo um pouco maior ficou o comércio varejista, que em seu conceito restrito cresceu +0,9%, isto é, abaixo do que vinha crescendo (+1,4% em fev/22 e mar/22). Em seu conceito ampliado, que inclui as vendas de veículos, autopeças e material de construção, o desempenho em abril foi ainda mais fraco: +0,7%, depois de ter ficado quase estagnado no mês anterior (+0,1%).

                          A evolução restringida da indústria deveu-se a uma distribuição bastante simétrica de resultados positivos e negativos entre seus macrossetores e os diferentes parques regionais. Foi acentuado o declínio de bens de capital (-9,2%), bem como o de bens de consumo duráveis (-5,5%), enquanto bens de consumo semi e não duráveis (+2,3%) e bens intermediários (+0,8%) ampliaram produção.

                          Regionalmente, das 15 localidades acompanhadas pelo IBGE, 7 registraram queda na passagem de mar/22 para abr/22, inclusive São Paulo (-2,8%, com ajuste sazonal), 7 ampliaram sua produção e 1 parque regional, a indústria de Amazonas (+0,1%), seguiu o total Brasil e ficou praticamente estagnado.

                          Nos serviços, de seus os cinco segmentos, três registraram perda de faturamento e os dois que cresceram passaram por um arrefecimento. Nas piores colocações ficaram o segmento de outros serviços (-1,6%), que inclui um conjunto diversificado de atividades, como serviços financeiros, urbanos e agrícolas, e o segmento de transportes (-1,7%).

                          Do lado positivo, a alta mais intensa ficou por conta dos serviços prestados às famílias (+1,9%), graças a alojamento e alimentação (+3,9%), onde ainda existe demanda reprimida pelos meses anteriores de pandemia. Vale lembrar que é o único ramo de serviços ainda muito longe do pré-pandemia (-9,6% ante fev/20).

                          No comércio, a despeito do crescimento recente para o setor como um todo, as quedas preponderaram entre seus diferentes segmentos. Dos 10 ramos acompanhados pelo IBGE, 6 ficaram no vermelho, inclusive alguns dos mais importantes, como veículos e autopeças (-0,2%) e supermercados, alimentos, bebidas e fumo (-1,1%).

                          No grupo daqueles em alta, apenas dois ramos realmente aumentaram as vendas: tecidos, vestuário e calçados (+1,7%) e móveis e eletrodomésticos (+2,3%). A continuidade deste movimento, porém, ainda está para se provar, já que, em maior ou menor grau, o mercado de ambos depende de financiamento ao consumidor, que tende a ser prejudicado com o aumento recente das taxas de juros no país.

                           
                           

                          Indústria

                          Em abril de 2022, a indústria praticamente não cresceu. Em relação a mar/22, já descontados os efeitos sazonais, registrou variação de apenas +0,1%, o que significa uma virtual estabilidade. Esta evolução restringida deveu-se a uma distribuição bastante simétrica de resultados positivos e negativos entre os macrossetores industriais e os diferentes parques regionais.

                           

                          Foi acentuado o declínio em bens de capital, bem como em bens de consumo duráveis: respectivamente, -9,2% e -5,5%, frente a mar/22, com ajuste sazonal. Bens intermediários se mantiveram com baixo crescimento, mas conseguiram evitar a região negativa (+0,8%), enquanto a alta de bens de consumo semi e não duráveis (+2,3%) compensou parcialmente a queda de mar/22 (-3,4%).

                           

                          Este placar divido nos dados que capta a evolução mais de curto prazo também se verifica na comparação com um ano atrás, quando a indústria como um todo registrou sua nona taxa negativa consecutiva: -0,5% ante abr/21. Apesar desta longa sequência desfavorável, a intensidade da queda foi bastante atenuada e isso devido ao retorno ao crescimento de bens de consumo semi e não duráveis (+3,3%) e à estabilidade de bens intermediários (+0,1%).

                           

                          Regionalmente, das 15 localidades acompanhadas pelo IBGE, 7 registraram queda na passagem de mar/22 para abr/22, já descontados os efeitos sazonais, 7 ampliaram sua produção e 1 parque regional, a indústria de Amazonas, seguiu o total Brasil e ficou praticamente estagnado ao registrar mero +0,1%.

                          Em linhas gerais, as perdas se concentraram no Sudeste do país, atingindo inclusive a indústria paulista, que é o maior e mais completo centro industrial do Brasil, e também no Centro-Oeste, onde a indústria alimentícia tem grande peso. Já o destaque do lado positivo foi a região Nordeste

                           

                          A produção industrial da região Nordeste como um todo obteve seu terceiro mês de crescimento consecutivo ao variar +1,5% de mar/22 para abr/22, com ajuste sazonal. Esta é uma evolução necessária, pois a região ainda está 11,4% abaixo do pré-pandemia (fev/20). Em sua origem esteve a indústria da Bahia, com +3,0%, e de Pernambuco, com +2,0%, isto é, muito à frente do desempenho do total nacional.

                          Frente a 2021, embora as bases de comparação sejam baixas, o Nordeste também tem se saído bem, demonstrando certa consistência na reação. Cresceu +1,8% em mar/22 e +6,5% em abr/22, com apoio da Bahia (+22%), puxada por derivados de petróleo, e de Pernambuco (+2,7%), em função de bebidas, borracha e plástico e produtos de limpeza e cosméticos, mas também do Ceará (+4,7%), com destaque para derivados de petróleo, têxteis e couros.

                           

                          Outras localidades em alta na série com ajuste sazonal incluíram Rio de Janeiro (+5,9%), único estado com expansão no Sudeste e melhor resultado regional da indústria em abr/22, e Santa Catarina (+3,3%), que mal compensou o que havia perdido em mar/22 (-3,5%).

                          Entre os resultados negativos, a indústria de São Paulo (-2,8% ante mar/22) foi uma das que mais caiu na série com ajuste sazonal, mesmo estando aquém do patamar pré-pandemia (-1,2%). Ficou igualmente no vermelho frente ao mesmo período do ano passado (-0,5%), seu oitavo resultado adverso seguido, com 56% de seus ramos perdendo produção em abr/22, notadamente veículos (-19,2%), borracha e plástico (-10,2%) e máquinas e aparelhos elétricos (-10,1%).

                           

                          Juntamente com São Paulo, os demais estados do Sudeste também acusaram declínio, embora menos intenso: -0,6% no Espírito Santo e em Minas Gerais na série com ajuste sazonal e -7,3% e -0,4%, respectivamente, na comparação com abr/21.

                          Além do Sudeste, outra região a não se sair bem foi o Centro-Oeste, com -4,7% no Mato Grosso e -0,5% em Goiás na passagem de mar/22 para abr/22. Em relação ao mesmo período do ano passado, a indústria goiana (-2,2%) também ficou no vermelho, muito influenciada pela queda de seu ramo alimentício (-4,8%), que responde por quase metade da indústria do estado.

                           

                          Comércio

                          Os dados do IBGE mostram que o comércio varejista tem se saído melhor em 2022 do que no ano passado. A cobertura vacinal contra a Covid-19 e a reabertura do setor produziram altas sucessivas nas vendas. Agora em abr/22, o varejo restrito registrou sua quarta alta seguida e o varejo ampliado, que inclui veículos, autopeças e material de construção, sua terceira variação positiva.

                           

                          Na série com ajuste sazonal, o resultado de +0,9% no varejo restrito não deixou de trazer certa desaceleração em relação aos meses anteriores. Em seu conceito ampliado, o desempenho foi mais baixo, de +0,7%.

                          Além disso, a despeito do crescimento recente para o setor como um todo, as quedas preponderaram entre seus diferentes segmentos. Dos 10 ramos acompanhados pelo IBGE, 6 ficaram no vermelho, inclusive alguns dos mais importantes, como veículos e autopeças (-0,2% ante mar/22 com ajuste) e supermercados, alimentos, bebidas e fumo (-1,1%).

                           

                          O ramo de supermercados, alimentos, bebidas e fumo, que possui peso relevante no varejo como um todo, de cerca de 1/3 das vendas totais, foi um dos que mais pressionaram o setor para baixo. Como se sabe é um segmento mais propenso a sentir os efeitos do desemprego e da perda de poder de compra da população devido à inflação. Com este resultado, pode-se dizer que “andou de lado” em 2022 e em abr/22 estava no mesmo nível de vendas do que em dez/21.

                           

                          Outros resultados negativos ainda mais intensos foram registrados por material de construção (-2,0%, com ajuste), livros, jornais, revista e papelaria (-5,6%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-6,7%); todos desenvolvendo parte do crescimento obtido nos meses anteriores.

                          Alguns segmentos, por sua vez, não ajudaram a expansão das vendas, mas também não atrapalharam. Representando cerca de 40% dos ramos do varejo, ficaram muito próximos da estabilidade: veículos e autopeças (-0,2% ante mar/22, com ajuste); combustíveis e lubrificantes (-0,1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (+0,1%) e, em menor medida, produtos farmacêuticos e perfumaria, cujo resultado de +0,4% ao menos significou uma interrupção na sequência de dois meses de queda.

                           

                          Apenas dois ramos realmente aumentaram as vendas: tecidos, vestuário e calçados, que registraram +1,7% frente a mar/22, e móveis e eletrodomésticos, com uma alta de +2,3%. Ambos os casos, vale lembrar, recuaram sistematicamente ao longo do segundo semestre de 2021 e agora em 2022 parecem estar compensando o tempo perdido. 

                           

                          A continuidade do movimento destes dois ramos do varejo, contudo, ainda está para se provar, já que, em maior ou menor grau, seus mercados dependem de financiamento ao consumidor, que tende a ser prejudicado com o aumento das taxas de juros no país.

                           

                          Serviços

                          Assim como a indústria, o setor de serviços começou o segundo trimestre de 2022 praticamente estagnado. Os dados divulgados pelo IBGE mostram que seu faturamento real variou somente +0,2% na passagem de mar/22 para abr/22, já descontados os efeitos sazonais. A maioria de seus ramos ficou no vermelho.

                           

                          Embora os serviços permaneçam acima do patamar de faturamento do pré-pandemia (+7,2%), os últimos meses têm sido de hesitação. Só em mar/22 o setor efetivamente cresceu, tendo recuado no primeiro bimestre do ano. Após o impacto positivo da reabertura do setor, a perda de poder de compra da população pode ter começado a pesar sobre seu desempenho.

                          Entre os cinco segmentos identificados pelo IBGE, três registraram perda de faturamento na série com ajuste sazonal e os dois que cresceram não escaparam de alguma desaceleração.

                           

                          Nas piores colocações ficaram o segmento de outros serviços (-1,6%), que inclui um conjunto diversificado de atividades, como serviços financeiros, urbanos e agrícolas, que dos quatro meses de 2022 com dados disponíveis só cresceu em março, e o segmento de transportes (-1,7%), que interrompeu uma trajetória de aceleração desde a entrada do ano. Neste último caso, o resultado deveu-se à queda do transporte aéreo (-2,4%) e ao fraco resultado do transporte terrestres (+0,5%), depois de cinco meses seguidos crescendo em torno de +2%.

                            

                          Serviços profissionais, administrativos e complementares, geralmente demandados pelas empresas, que tinham demonstrado certa consistência nos meses anteriores, também recuaram em abr/22: -0,6% frente ao mês anterior, com ajuste sazonal, devido ao seu componente de serviços técnico profissionais (-2,3%).

                           

                          Do lado positivo, a alta mais intensa ficou por conta dos serviços prestados às famílias (+1,9%), graças a alojamento e alimentação (+3,9%), onde ainda existe demanda reprimida pelos meses anteriores de pandemia. É o único ramo de serviços ainda muito longe do pré-pandemia (-9,6% ante fev/20). Como as bases de comparação ainda são muito baixas, frente ao quadro de um ano atrás registra alta de nada menos do que +60,8%.

                           

                          Outro ramo com faturamento real em elevação foi o de informação e comunicação, cujo resultado de +0,7%, proporcionado por apenas um de seus quatro componentes, implicou desaceleração importante em relação à variação do mês anterior (+1,8%), que, por sua vez, havia sucedido três meses seguidos de declínio. 

                           

                           
                           
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                          Publicado em: 28/02/2025

                          Em 2024, todos os grandes setores econômicos se expandiram e a um ritmo superior ao de 2023, mas uma desaceleração já se avizinha, como resultado do aumento da Selic.

                           

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                          Publicado em: 24/02/2025

                          No último trimestre de 2024, embora a inadimplência tenha continuado a cair, as taxas médias de juros já apontam elevação, na esteira da alta da Selic. O dinamismo creditício ainda se mostrou resiliente.

                           

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