Carta IEDI
A Indústria de Transformação por Intensidade Tecnológica: Semestre de Retração
Na primeira metade de 2022, a produção da indústria de transformação brasileira foi menor do que no mesmo período do ano anterior, mas como o IEDI mostrou anteriormente, a exemplo da Carta n. 1155, houve importante amenização das perdas nos meses de abril-junho. Na Carta de hoje, analisamos este desempenho agregando os ramos industriais segundo sua intensidade tecnológica.
Para isso, o IEDI recorreu à metodologia difundida pela OCDE que classifica a indústria de transformação em quatro grupos: alta, média-alta, média e média-baixa intensidade tecnológica. Nenhum ramo do setor é classificado como de baixa tecnologia, faixa composta por atividades primárias, como agricultura e pecuária; produção e distribuição de eletricidade, gás, água e limpeza urbana; e construção; e amplo conjunto de serviços.
No acumulado do primeiro semestre de 2022, a indústria de transformação como um todo recuou -2,1% em relação a igual período do ano anterior, mas muito disso deveu-se à evolução de janeiro a março, já que no 2º trim/22, embora não tenha de fato crescido, a produção do setor ao menos evitou o terreno negativo, ao registrar +0,4%.
Segundo o levantamento do IEDI, em jan-jun/22, três das quatro faixas por intensidade tecnológica da indústria de transformação não só ficaram no vermelho, como caíram mais que o agregado do setor. A indústria de média-baixa foi a única a crescer (+0,5%), evitando perdas maiores para o agregado, graças notadamente à produção de derivados de petróleo (+10,3%) e de alimentos, bebidos e fumo (+1,0%).
A maior queda coube à indústria de média intensidade tecnológica (-6,6%), com recuo acentuado em borracha e plástico (-10,0%), seguida pela de alta tecnologia (-4,8%), puxada pelo setor farmacêutico e farmoquímico (-9,1%), e pela média-alta (-3,4%), em que o ramo de máquinas e aparelhos elétricos foi quem mais regrediu (-14,6%).
A amenização do quadro geral da indústria de transformação no 2º trim/22 se deu em todos os grupos por intensidade tecnológica, sendo que apenas a média-baixa voltou a ficar no azul, registrando +3,1% ante o 2º trim/21, sob influência da produção de têxteis, que passou de uma queda de -17,9% no 1º trim/22 para um crescimento de +1,4% no 2º trim/22, e da alta de +14,3% em derivados de petróleo. O ramo de alimentos, bebidas e fumo andou na direção oposta, ficando virtualmente estável (+0,1%) em abr-jun/22.
A indústria de média-alta tecnologia também não se saiu mal, ao passar de um declínio de -6,0% em jan-mar/22 para uma variação de -0,8% no 2º trim/22. Isso se deveu notadamente à indústria automobilística, cuja produção de veículos, caiu -10,2% no 1º trim/22 e -0,6% no trimestre seguinte. Produtos químicos ficaram no azul (+1,2%) e máquinas e equipamentos e equipamentos (0%) evitaram região negativa no último período. Quem restringiu o resultado desta faixa em abr-jun/22 foi máquinas e aparelhos elétricos (-9,7%).
A indústria de alta tecnologia, por sua vez, reduziu seu patamar de queda para quase 1/3, ao passar de -7,3% para -2,4% do 1º para o 2º trimestre de 2022. Na origem disso, está o complexo eletrônico, que, após três taxas negativas, voltou a crescer no último trimestre em tela: +2,1%, graças a material de escritório e informática. O setor farmacêutico e farmoquímico, pela quinta vez seguida, assinalou variação negativa na comparação interanual e em um ritmo nada desprezível: -7,7%.
Já o grupo de média intensidade tecnológica, embora tenha caído bem menos do que no 1º trim/22 (-4,7% ante -8,5%) foi responsável pelo pior desempenho em abr-jun/22. Praticamente todos os seus segmentos ficaram no vermelho, com piora na metalurgia (-4,8% no 1º trim/22 e -6,0% no 2º trim/22) e nenhuma alteração no quadro de minerais não metálicos (-5,1% e -5,2%, respectivamente). O setor de borracha e plástico, em contrapartida, teve amenização importante, de -15,3% para -4,3%, respectivamente.
Um panorama da indústria geral e da indústria de transformação
Para a indústria geral e para a indústria de transformação, o primeiro semestre encerrou com retração na comparação entre acumulados de 2022 e 2021, a despeito do menor peso da pandemia sobre o cotidiano do país, mas com outros fatores internacionais adversos.
Ademais, o nível de produção física de janeiro-junho de 2022 da indústria geral ficou acima apenas para os mesmos períodos de 2020, de 2016 e do triênio inicial da série, enquanto o acumulado da indústria de transformação superou só seus equivalentes de 2020, 2017, 2016 e dos longínquos 2003 e 2002.
Junho último não trouxe alento: na série livre de efeitos sazonais, a indústria geral e a de transformação recuaram 0,4% e 0,3%, respectivamente, frente a maio.
Atendo-se à produção física da indústria geral (indústria de transformação e a indústria extrativa), a retração no contraste entre mês e mês imediatamente anterior (dados livre de sazonalidade) foi acompanhada de queda de 0,5% na comparação entre meses de junho de 2022 e de 2021.
Contrapondo os segundos trimestres de 2022 e 2021, o retrocesso foi menor, taxa de -0,2%. Os desempenhos tanto pelo acumulado do ano frente ao mesmo período de 2021, quanto em doze meses ainda continuam piorando: quedas de 2,2% e de 2,8%, respectivamente.
A indústria de transformação, por sua vez, até logrou variações positivas em junho e no segundo trimestre frente a seus equivalentes de 2021: 0,1% e 0,4%. Todavia, no primeiro semestre, produziu 2,1% menos do que no mesmo acumulado do ano anterior, evidenciando a performance ruim principalmente do trimestre inicial. Em doze meses, a retração de 3,0% da indústria de transformação puxou a queda da indústria geral.
Já a extração mineral produziu 1,9% a mais em junho relativamente a maio pela série dessazonalizada. Contrapondo meses de junho, porém, sofreu retração de 5,4%, puxando o declínio de 4,7% na comparação entre segundos trimestres. Tais variações concorreram para os retrocessos seja no confronto entre primeiros semestres de 2022 e de 2021 (-3,3%), seja em doze meses (-1,6%).
A indústria geral por intensidade tecnológica
A OCDE tem utilizado há algum tempo uma taxonomia para a indústria de transformação, classificando seus distintos ramos por intensidade tecnológica, baseada em gastos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Esse esforço foi aprimorado por Hatzichronoglou, em estudo publicado pela própria OCDE.
Este estudo de base para que o IEDI estruturasse os dados da indústria de transformação constantes da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), obtendo a produção por faixas de intensidade tecnológica, a saber, alta, média-alta, média-baixa e baixa.
Em 2016, Galindo-Rueda e Verger ampliaram o alcance dessa classificação, abarcando todas as atividades constantes da revisão 4 da Classificação Industrial Internacional Uniforme (CIIU). A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), adotada no Brasil segue a CIIU. Nesse esforço, com a atualização de indicadores de P&D, foram definidas cinco faixas de intensidade tecnológica: alta, média-alta, média, média-baixa e baixa.
A PIM-PF abrange duas das quatro seções da CNAE formadoras do setor industrial: a indústria extrativa e a indústria de transformação. Ambas compõem a chamada indústria geral. Pelo estudo de 2016, nenhum dos ramos cobertos pela PIM-PF faz parte da faixa de baixa intensidade tecnológica, composta pela agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura; pelas outras duas atividades industriais (produção e distribuição de eletricidade, gás, água e limpeza urbana; e construção); e amplo conjunto de serviços (alguns serviços compõem as faixas de alta, de média-alta e de média-baixa intensidade).
Logo todos os ramos da indústria de transformação se encontram nas faixas de alta, média-alta, média e média-baixa intensidade tecnológica, enquanto toda a extração mineral está na de média-baixa.
A tabela na sequência expõe as variações da produção física da indústria geral por intensidade tecnológica calculadas para junho, focando nas comparações entre mês, segundo trimestre, primeiro semestre e seus equivalentes de 2021, bem como nos doze meses terminados em junho e os doze meses anteriores.
Os quatro segmentos da indústria geral por intensidade tecnológica apresentaram em comum retração na produção física pelo comparativo entre primeiros semestres e em doze meses, com a faixa de média intensidade registrando a maior queda no acumulado do ano, enquanto a de alta intensidade, o maior recuo em doze meses. Aliás, esses dois segmentos sofreram retração nas quatro bases de comparação constantes da tabela.
A indústria de transformação alta intensidade tecnológica retrocedeu 4,8% no acumulado do ano, caindo para patamar de 1º sem./ 2004 e bem aquém do ápice no 1º sem./2014. A produção da indústria de transformação de média-alta recuou 3,4%, mas ficou ainda acima do primeiro semestre de 2020, primeiro ano da pandemia da covid-19 – seu primeiro semestre de maior produção foi em 2013.
A indústria de média intensidade teve seu ponto culminante para janeiro-junho em 2011. Já a indústria geral de média-baixa e o conjunto de ramos da indústria de transformação dessa faixa de intensidade tecnológica atingiram seus máximos para acumulado até o sexto mês em 2010.
O segmento de alta intensidade sofreu retração 10,2% no confronto entre meses de junho, puxada principalmente pela queda da indústria farmacêutica, além do recuo na produção do complexo eletrônico, mesmo com a fabricação de aviões agindo em sentido contrário. Tal performance em junho concorreu para o declínio de 2,4% da faixa em questão pelo contraponto entre segundos trimestres, por conta do ramo farmacêutico, mesmo com os demais crescendo.
A retração da faixa de alta intensidade no acumulado do ano foi ainda maior, de 4,8%, declínio puxado também pela produção farmacêutica, contando ainda com recuo do complexo eletrônico, mesmo, conforme o IBGE, a indústria aeronáutica, obtendo desempenho positivo. Em doze meses, a produção física do segmento diminuiu 7,2%, dessa vez tendo à frente o complexo eletrônico, com a indústria farmacêutica também caindo.
A faixa de média-alta intensidade produziu 0,6% a mais no confronto entre meses de junho. No segundo trimestre, porém, esse segmento sofreu queda de 0,8%. As retrações no acumulado do ano e em doze meses foram mais contundentes: quedas de 3,4% e de 1,8% respectivamente. A indústria automotiva apresentou os mesmos sinais de variação que a faixa como um todo, puxando junto com a fabricação de máquinas e materiais elétricos, as retrações no segundo trimestre, no acumulado do ano e em doze meses. Aliás, a produção de máquinas e materiais elétricos diminuiu em todas as bases de comparação da tabela.
Outro ramo ligado a bens de capital, o de máquinas e equipamentos não especificados noutras atividades (M&E), cresceu em junho e em doze meses, mas com taxas negativas no segundo trimestre e no primeiro semestre. A indústria química cresceu no segundo trimestre, mesmo caindo em junho, porém sem conseguir levar a taxas positivas no semestre e em doze meses.
A indústria de média intensidade retrocedeu 5,2% em junho, concorrendo para a queda de 4,7% no segundo trimestre. Foi ainda mais forte a retração no acumulado até junho, -6,6%, levando ao recuo de 3,3% em doze meses. Quase todos os ramos apresentaram sinais de variação alinhados com os do segmento como um todo.
O que mais destoou foi a manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos, crescendo nas quatro bases comparativas. Metalurgia, atividade de maior peso dessa faixa, concorreu para os declínios em junho, no segundo trimestre e no primeiro semestre, apresentando estabilidade em doze meses. A produção de bens minerais não-metálicos, a fabricação de produtos de borracha e de material plástico e a de bens diversos retrocederam em todas as bases comparativas em tela, com o último ramo registrando taxas negativas de dois dígitos nas mesmas.
A faixa de média-baixa intensidade cresceu 1,0% em junho e 1,5% no segundo trimestre. Esses números não impediram as retrações de 0,3% no primeiro semestre e de 2,8% em doze meses. A extração mineral produziu menos em todas essas bases de comparação, como observado anteriormente, puxando inclusive a queda dessa faixa no acumulado do ano.
Já o conjunto dos ramos da indústria de transformação cresceu 2,6% em junho e 3,1% no segundo trimestre, levando a um incremento de 0,5% em janeiro-junho. Ainda assim, teve retração de 3,1% em doze meses, puxando esse segmento de intensidade tecnológica como um todo. A fabricação de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis foi o único ramo a crescer nas quatro bases de comparação.
A fabricação de alimentos, bebidas e fumo – ramo de maior peso na média-baixa – teve performance alinhada aos sinais de variação da indústria de transformação dessa faixa. Outro grupamento de atividades intensivas em recursos naturais, a indústria madeireira, de móveis, papel, celulose e de impressões, só logrou expansão em junho. Já o ramo têxtil, de vestuário, calçados e artigos de couro cresceu bem em junho, puxando o resultado do segundo trimestre, mas sem impedir retrocessos nas demais bases comparativas.
Indústria de transformação de alta intensidade tecnológica
Em junho de 2022, o segmento de alta intensidade tecnológica retrocedeu 10,2% frente a igual mês de 2021, mesmo com a fabricação de aviões tendo crescido segundo o IBGE. Essa queda de junho puxou o declínio de 2,4% no segundo trimestre. No acumulado até o sexto mês frente ao mesmo período do ano anterior, a retração foi de 4,8%, também com a produção aeronáutica agindo em sentido contrário. Em doze meses, a faixa de alta intensidade teve retração de 7,2%.
A fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos esteve à frente de quase todas essas quedas. No comparativo entre meses de junho, o declínio foi de 19,6% concorrendo para os declínios de 7,7% no segundo trimestre, de 9,1% no acumulado do ano e de 6,7% em doze meses.
Quanto ao complexo eletrônico, sua produção diminuiu 0,9% em junho, mas sem impedir o incremento de 2,1% no segundo trimestre. Mesmo assim, no primeiro semestre experimentou retração de 1,8%, devendo-se, portanto, à performance de janeiro-março. Em doze meses, sua produção recuou 8,6%, puxando a retração da faixa como um todo nessa base comparativa. Na passagem de maio para junho, sua produção retrocedeu 2,8% (série livre de efeitos sazonais), como apontado pelo IBGE.
Dentro do complexo, a produção de equipamentos de áudio, vídeo e comunicação, que inclui a fabricação de componentes eletrônicos, muitos dos quais usados noutras atividades, declinou 4,5%, concorrendo para o declínio de 1,4% no segundo trimestre. As retrações foram ainda maiores tomando-se quer o primeiro semestre, -5,1%, quer em doze meses, -15,7%.
A fabricação de material de escritório e informática teve desempenho positivo nessas mesmas bases de comparação. Cresceu 2,6% em junho, com desempenho ainda melhor no segundo trimestre, 12,0%, respondendo pela taxa positiva do complexo eletrônico no contraponto entre abril-junho de 2022 e de 2021. Esse avanço no segundo quarto de 2022 também puxou os resultados positivos do primeiro semestre, 9,9%, e em doze meses, 11,3%.
Quanto à fabricação de equipamentos médico-hospitalares, instrumentos de precisão e material ótico, sua produção até aumentou em junho, 9,6% em junho, mas não foi o suficiente para propiciar expansão nas demais bases comparativas: recuo de 2,2% no segundo trimestre, com retrações ainda maiores no acumulado do ano (-10,4%) e em doze meses (-8,6%).
Indústria de transformação de média-alta intensidade tecnológica
A faixa de média-alta intensidade tecnológica até cresceu em junho, 0,6%, todavia sem conseguir fazer com que o segundo trimestre de 2022 registrasse expansão, redução de 0,8% frente ao mesmo período de 2021. A retração no acumulado até junho foi ainda maior, queda de 3,4%, puxando o recuo de 1,8% em doze meses.
A fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, em junho, avançou 5,9% frente ao mesmo mês de 2021, tendo também crescido vis-à-vis maio último, 6,1% (série dessazonalizada). Só que não impediu a variação negativa de 0,6% no contraponto entre segundos trimestres. Na primeira metade do ano, a retração em relação ao mesmo acumulado de 2021 foi ainda maior, queda de 5,4%. Assim, em doze meses a produção automobilística retrocedeu 4,5%.
Os dois ramos mais associados à indústria de bens de capital, fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos; e fabricação de máquinas e máquinas e equipamentos (M&E), tiveram em comum as taxas negativas nos confrontos entre segundos trimestres e entre primeiros semestres. Em junho, enquanto a fabricação de M&E registrou variação positiva de 0,3%, a de máquinas, aparelhos e materiais elétricos recuou 6,3%. No contraponto entre segundos trimestres, a fabricação de M&E ficou estável, enquanto a produção de máquinas e aparelhos elétricos declinou 9,7%.
No contraponto entre janeiro-junho de 2022 e o de 2021, a produção de M&E e a de máquinas e aparelhos elétricos recuaram 1,3% e 14,6%, respectivamente. No desempenho em doze meses, os dois ramos se distinguiram bem: a produção de M&E aumentou 4,7%, enquanto a fabricação de produtos elétricos retrocedeu 12,8%, puxando a queda da faixa de média intensidade tecnológica como um todo.
A indústria química registrou retração de 1,4% em junho, mas conseguindo crescer 1,2% pelo comparativo entre segundos trimestres. Esse último resultado não foi suficiente para taxas positivas no acumulado do ano, nem em doze meses: quedas de 0,5% e de 0,6%, respectivamente.
A fabricação de instrumentos e materiais (I&M) de uso médico e odontológico e artigos óticos foi o único ramo dessa faixa a crescer nas quatro bases de comparação em foco. No contraste entre meses de junho, sua taxa foi de 0,7%, crescendo bem mais no segundo trimestre, 15,7%. No primeiro semestre, sua produção cresceu 21,8%, puxando a expansão de 8,8% em doze meses.
Indústria de transformação de média intensidade tecnológica
A produção física da faixa de média intensidade retrocedeu 5,2% em junho, puxando a queda de 4,7% no segundo trimestre. No primeiro semestre, a retração foi ainda maior, de 6,6%. Com tal desempenho, em doze meses, sua produção diminuiu 3,3%.
A manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos se constituiu no ramo dissonante, crescendo nas quatro bases de comparação em foco. Logrou expansão de 18,5% em junho, puxando o crescimento do segundo trimestre, 12,6%. Esses resultados contribuíram para a ampliação de 5,9% da produção no primeiro semestre, bem como para o aumento de 3,5% em doze meses.
A metalurgia, ramo mais expressivo dessa faixa de intensidade tecnológica, sofreu retração de 8,3% no contraponto entre meses de junho, concorrendo para as quedas de 6,0% no segundo trimestre e de 5,4% no acumulado do ano. Em doze meses, a produção metalúrgica ficou estável.
A fabricação de produtos de minerais não metálicos experimentou retração nas quatro bases comparativas em foco. Em junho, sofreu queda de 6,9%. Tanto no segundo trimestre, quanto no primeiro semestre, sua produção caiu a mesma taxa de 5,2%. Já em doze meses, o recuo foi de 2,2%.
A fabricação de produtos de borracha e plásticos e a produção de bens diversos (exceto instrumentos médicos, de ótica e precisão) também se retraíram nessas bases de comparação. A fabricação de produtos de borracha e de material plástico diminuiu 3,4% no confronto entre meses de junho, enquanto, no contraponto entre segundos trimestres, o recuo foi de 4,3%. No primeiro semestre, a queda foi mais pronunciada, de 10,0%. Em doze meses, o recuo foi de 9,3%. A produção de bens diversos caiu 14,5% em junho e 19,4% no segundo trimestre. No acumulado do ano, a retração foi de 24,4%, a maior queda dentre todos os ramos considerados. Essa queda puxou o recuo de 13,7% em doze meses.
Indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica
O conjunto de atividades da indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica cresceu 2,6% no contraponto entre meses de junho e 3,1% no segundo trimestre. A performance em abril-junho levou à taxa positiva no primeiro semestre, dada a queda observada no trimestre inicial frente ao mesmo período de 2021. Em doze meses, todavia, a produção caiu 3,1%.
O agrupamento mais expressivo dentre os ramos dessa faixa, o das indústrias de alimentos, bebidas e de fumo, apresentou esses mesmos sinais de variação da faixa de média-baixa intensidade. Na comparação entre meses de junho, cresceu 0,9%, ficando praticamente estável no segundo trimestre, 0,1%. No primeiro semestre, sua produção avançou 1,0%, mas, em doze meses sofreu retração de 5,1%.
A produção dos ramos madeireiro, de papel e celulose, gráficas e afins, registrou aumento de 1,2% em junho, mas com retração de 0,5% no segundo trimestre. As retrações no primeiro semestre e em doze meses foram ainda maiores: quedas de 3,8% e de 2,1%, respectivamente. O agrupamento das indústrias de têxteis, artigos de vestuário, couro e calçados logrou produção maior em junho, 3,2%, e no segundo trimestre, 1,4%, porém sem levar a expansões no primeiro semestre (-9,0%), nem em doze meses (8,7%).
A fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis foi o único ramo a crescer nas quatro bases comparativas em questão. No contraponto entre meses de junho, avançou 8,6%, com taxas ainda maiores no segundo trimestre, 14,3%, e no acumulado do ano, 10,3%. Em doze meses, sua produção aumentou 4,5%.
Já a fabricação de produtos de metal (exceto M&E e equipamentos bélicos, armas e munições) sofreu retração nas quatro bases de comparação. No contraste entre meses de junho, teve recuo de 6,7%, enquanto, no segundo trimestre a queda foi de 8,2%. No primeiro semestre, sua produção retrocedeu 12,4%, concorrendo para o declínio de 11,2% em doze meses.