Carta IEDI
Mais vigor na indústria de maior intensidade tecnológica no 3º trim/22
No 3º trim/22, a produção industrial voltou a ficar no azul, após quatro trimestres seguidos de perdas. As bases de comparação da segunda metade do ano passado estão ajudando o recente desempenho superior do setor. A variação registrada foi de +0,9%, tendo atingido o dobro disso na indústria de transformação (+1,8%), isto é, excluídas as atividades extrativas.
Apesar disso, tanto a indústria geral como a indústria de transformação seguiram em queda no acumulado de 2022, embora cada vez menor. No primeiro caso o resultado em jan-set/22 foi de -1,1% e no segundo caso, de -0,7%, sempre em relação ao mesmo período do ano anterior.
A Carta IEDI de hoje analisa esta evolução reagregando os ramos da indústria de transformação segundo sua intensidade tecnológica, tal como estabelecido pela metodologia divulgada pela OCDE. O setor abrange 4 grupos: alta, média-alta, média e média-baixa tecnologia. Não há, portanto, atividades da indústria de transformação no grupo de baixa tecnologia, composto por agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, produção e distribuição de eletricidade, gás, água e limpeza urbana; e construção e a maioria dos serviços.
O total da indústria de transformação acelerou seu crescimento de +0,5% no 2º trim/22 para +1,8% no 3º trim/22, na comparação interanual, puxado pela melhora da situação dos ramos de maior intensidade tecnológica, enquanto a média tecnologia manteve seu patamar de declínio e a média-baixa cresceu menos em jul-set/22.
O grupo de alta tecnologia progrediu de -1,3% no 2º trim/22 para +2,0% no 3º trim/22. Concorreram para isso uma expressiva amenização das perdas da indústria farmacêutica (de -5,8% para -0,5%, respectivamente) e uma aceleração do complexo eletrônico (de +2,3% para +3,4%), em grande medida devido a equipamentos de rádio, TV e comunicação.
Apesar deste ganho de dinamismo, a indústria de alta intensidade tecnológica registrou declínio três vezes mais intenso do que a indústria de transformação como um todo no acumulado de jan-set/22: -2,1% ante -0,7% ante jan-set/21. Cabe observar que esta parcela da indústria não cresce desde 2018, tomado igual período de comparação.
Uma evolução semelhante marca a indústria de média-alta tecnologia. Isso porque voltou a crescer no 3º trim/22, ao registrar +5,3% vis-à-vis -0,3% no 2º trim/22, mas ainda está no vermelho se considerarmos o acumulado jan-set/22: -0,2%. O que a diferencia é que é o único grupo com queda inferior ao total da indústria de transformação, bem mais próxima de um quadro de estabilidade.
O crescimento do 3º trim/22 para este grupo foi condicionado principalmente pela expansão da indústria automobilística, que após uma sequência de trimestres negativas e bastante adversos na virada de 2021 para 2022, registrou +13,3% ante o 3º trim/21. Outros ramos da média-alta que merecem destaque são instrumentos e materiais médicos, de ótica e precisão (+30,8% em jul-set/22) e químicos (+3,3%).
Já a indústria de média tecnologia reduziu mais uma vez sua produção física, algo que ocorre desde o final do ano passado, e praticamente não teve nenhuma amenização recente: -4,9% no 2º trim/22 e -4,1% no 3º trim/22. O principal obstáculo foi metalurgia, que caiu -6,5% e -6,2% nestes dois últimos trimestres, anulando a melhora do ramo de borracha e plástico (-4,2% e +0,2%, respectivamente).
No acumulado de jan-set/22, a indústria de média intensidade tecnológica é quem pior se sai ao apresentar variação de -5,8%, com retrocessos em todos seus ramos. Alguns destaques cabem a metalurgia (-5,8%), borracha e plástico (-6,7%) e bens diversos (-20,5%).
Por fim, a média-baixa tecnologia é onde houve perda de dinamismo no 3º trim/22 (+1,9%), mas isso é atenuado pelo fato de que já havia crescido no 2º trim/22 (+2,9%) e é o único grupo que não apresenta sinal negativo no acumulado jan-set/22 (+0,9%).
É uma exceção em grande medida devido ao ramo de derivados de petróleo e biocombustíveis, que perdeu dinamismo do 2º trim/22 para o 3º trim/22 (de +14,4% para +4,9%), mas é quem avança mais intensamente em jan-set/22: +8,3%. O ramo de alimentos também foi importante para a média-baixa, já que cresce no acumulado de 2022 (+1,7%) e ao ganhar vigor no 3º tirm/22 (+3,2%), evitou desaceleração maior desta parcela da indústria como um todo.
Um panorama da indústria geral e da indústria de transformação
Para a indústria geral e para a indústria de transformação, o acumulado dos nove meses iniciais de 2022 registrou retração na comparação com seu equivalente de 2021. Ademais, o nível de produção física de janeiro-setembro último da indústria geral ficou acima apenas para os mesmos períodos de 2020, de 2016 e do triênio inicial da série, enquanto o acumulado da indústria de transformação superou só seus equivalentes de 2020, 2017, 2016 e dos longínquos 2003 e 2002. Ademais, no contraponto entre setembro e agosto pela série dessazonalizada, a indústria geral e a de transformação retrocederam 0,7% e 1,3%, respectivamente.
Atendo-se à produção física da indústria geral (indústria de transformação e a indústria extrativa), se, por um lado, houve retração no contraste entre mês e mês imediatamente anterior (dados livre de sazonalidade), por outro, na comparação entre meses de setembro e entre terceiros trimestres de 2022 e de 2021, as taxas foram positivas, 0,4% e 0,9%. Mas tais variações não conseguiram impedir as retrações de 1,1% no acumulado do ano e de 2,3% em doze meses.
A indústria de transformação também logrou expansão em setembro e no terceiro trimestre frente a seus equivalentes de 2021: 1,2% e 1,8%. No entanto, na passagem de agosto para setembro (série dessazonalizada), sua produção recuou 1,3%. Em janeiro-setembro, produziu 0,7% menos do que no mesmo acumulado do ano anterior, evidenciando a performance ruim principalmente do trimestre inicial. Em doze meses, a retração foi ainda maior, de 2,2%.
Já a extração mineral teve avanço de 1,8% em setembro em relação a agosto pela série dessazonalizada. Contrapondo meses de setembro, porém, sofreu retração de 5,7%, puxando o declínio de 5,5% na comparação entre terceiros trimestres. Tais variações concorreram para os retrocessos seja no confronto entre acumulado até o nono mês de 2022 e de 2021 (-4,0%), seja em doze meses (-2,9%).
A indústria geral por intensidade tecnológica
A OCDE tem utilizado há algum tempo uma taxonomia para a indústria de transformação, classificando seus distintos ramos por intensidade tecnológica, baseada em gastos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Esse esforço foi aprimorado por Hatzichronoglou, em estudo publicado pela própria OCDE. Este serviu de base para que o IEDI estruturasse os dados da indústria de transformação constantes da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), obtendo a produção por faixas de intensidade tecnológica, a saber, alta, média-alta, média-baixa e baixa.
Em 2016, Galindo-Rueda e Verger ampliaram o alcance dessa classificação, abarcando todas as atividades constantes da revisão 4 da Classificação Industrial Internacional Uniforme (CIIU). A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), adotada no Brasil segue a CIIU. Nesse esforço, com a atualização de indicadores de P&D, foram definidas cinco faixas de intensidade tecnológica: alta, média-alta, média, média-baixa e baixa.
A PIM-PF abrange duas das quatro seções da CNAE formadoras do setor industrial: a indústria extrativa e a indústria de transformação. Ambas compõem a chamada indústria geral. Pelo estudo de 2016, nenhum dos ramos cobertos pela PIM-PF faz parte da faixa de baixa intensidade tecnológica, composta pela agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura; pelas outras duas atividades industriais (produção e distribuição de eletricidade, gás, água e limpeza urbana; e construção); e amplo conjunto de serviços (alguns serviços compõem as faixas de alta, de média-alta e de média-baixa intensidade).
Logo, todos os ramos da indústria de transformação se encontram nas faixas de alta, média-alta, média e média-baixa intensidade tecnológica, enquanto toda a extração mineral está na de média-baixa.
A tabela na sequência expõe as variações da produção física da indústria geral por intensidade tecnológica calculadas para setembro, focando nas comparações entre mês, terceiro trimestre, acumulado do ano e seus equivalentes de 2021, bem como nos doze meses terminados em setembro de 2022 e os doze meses anteriores.
Os quatro segmentos da indústria geral por intensidade tecnológica apresentaram em comum retração na produção física pelo comparativo entre acumulados do ano e em doze meses, com a faixa de média intensidade registrando as maiores quedas em ambas as bases comparativas. Aliás, esse segmento sofreu retração nas quatro bases de comparação constantes da tabela.
A indústria de transformação alta intensidade tecnológica retrocedeu 2,1% no acumulado do ano, caindo para patamar de janeiro-setembro de 2004 e bem aquém para tal acumulado de 2014.
A produção da indústria de transformação de média-alta ficou praticamente estável no acumulado do ano, variação de -0,2%, porém ainda acima de seu equivalente de 2020, primeiro ano da pandemia da covid-19 – o acumulado até setembro de maior produção foi em 2013.
A indústria de média intensidade teve seu ponto culminante para janeiro-setembro em 2011, contrastando bastante com o resultado para seu equivalente de 2022, declínio de 5,8% frente a 2021.
Já a indústria geral de média-baixa e o conjunto de ramos da indústria de transformação dessa faixa de intensidade tecnológica atingiram seus máximos para acumulado até setembro em 2010, com janeiro-setembro de 2022 sendo praticamente estável para a indústria geral de média-baixa, taxa de -0,1%, e com a indústria de transformação crescendo 0,9%. Ou seja, a variação negativa da indústria geral dessa faixa decorreu do desempenho da extração mineral.
O segmento de alta intensidade avançou 6,1% na comparação entre meses de setembro, uma expansão disseminada, com o complexo eletrônico crescendo a taxa de dois dígitos e, segundo o IBGE, a fabricação de aviões se destacando. Tal performance em setembro concorreu para a expansão de 2,0% da faixa em questão pelo contraponto entre terceiros trimestres. Nesse caso, a indústria farmacêutica destoou, variando -0,5%.
Já no acumulado do ano, o segmento de alta intensidade sofreu retração de 2,1%, puxada pelo recuo no ramo farmacêutico, mesmo com a maior produção de aviões apontada pelo IBGE. Em doze meses, a produção física dessa faixa caiu ainda mais, 4,6%, devido às retrações no complexo eletrônico e principalmente na indústria farmacêutica.
A indústria de média-alta intensidade ampliou em 8,8% sua produção no contraponto entre meses de setembro, puxando a performance no terceiro trimestre, aumento de 5,3%. Tais avanços não impediram variações negativas no acumulado do ano e em doze meses: retrações de 0,2% e de 1,5%, respectivamente.
A indústria automotiva cresceu dois dígitos no nono mês e em julho-setembro, contribuindo para as expansões citadas da média-alta, logrando até taxa positiva no acumulado do ano, mais ainda se retraindo em doze meses. A fabricação de máquinas e equipamentos não especificados noutras atividades (M&E) só logrou crescer no confronto entre meses de setembro, recuando nas demais bases comparativas em questão. Já a produção de máquinas, aparelhos e materiais elétricos se retraiu nas quatro bases. A indústria química, por outro lado, cresceu nas quatro comparações expostas na tabela.
A faixa de média intensidade retrocedeu 6,1% em setembro, concorrendo para a queda de 4,1% no terceiro trimestre. As retrações nos acumulados foram ainda mais fortes: queda de 5,8% em janeiro-setembro e recuo de 5,9% em doze meses. Três ramos apresentaram também variações negativas nas comparações tabuladas: a fabricação de bens diversos (exceto instrumentos e materiais médicos, de ótica e precisão, a indústria de produtos de minerais não-metálicos e a metalurgia.
No caso da produção metalúrgica, o ramo de maior peso do segmento de média-baixa, registrou declínio de dois dígitos em setembro. A fabricação de produtos de borracha e de material plástico só não apresentou queda no contraponto entre terceiros trimestres.
A faixa de média-baixa intensidade declinou 2,0% em setembro, mas com taxa positiva de 0,4% no terceiro trimestre. Pelos acumulados, as variações foram negativas: ligeiro recuo de 0,1% em janeiro-setembro e queda de 1,5% em doze meses. A extração mineral produziu menos em todas essas bases de comparação, como observado anteriormente, puxando as quedas dessa faixa.
Já o conjunto dos ramos da indústria de transformação de média-baixa retrocedeu 1,0% em setembro, mas sem impedir o incremento de 1,9% no terceiro trimestre. Com tal desempenho em julho-setembro, tal conjunto avançou 0,9% no acumulado do ano, porém ainda registrando queda em doze meses (-1,1%). A fabricação de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis foi o único ramo a crescer nas quatro bases de comparação. A fabricação de alimentos, bebidas e fumo – ramo de maior peso – logrou expansão em setembro, no terceiro trimestre e no acumulado do ano. Os demais ramos – a indústria madeireira, de móveis, papel, celulose e de impressões; a fabricação de têxteis, artigos de vestuário, couro e calçados; e fabricação e produtos de metal – sofreram retração em todas as bases comparativas expostas.
Indústria de transformação de alta intensidade tecnológica
Em setembro último, a faixa de alta intensidade tecnológica cresceu 6,1% em relação ao mesmo mês de 2021, expansão disseminada entre seus ramos. Esse avanço puxou o aumento de 2,0% no terceiro trimestre. No acumulado até o nono mês frente a igual período do ano anterior, no entanto, sua produção diminuiu 2,1%, mesmo com a fabricação de aviões tendo crescido segundo o IBGE. Em doze meses, o segmento de alta intensidade retrocedeu 4,6%.
A fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, embora tenha crescido 1,6% na comparação entre meses de setembro, registrou declínio de 0,5% no terceiro trimestre. No acumulado do ano e em doze meses, esse ramo puxou o desempenho da faixa como um todo, caindo 5,5% e 5,9%, respectivamente.
Quanto ao complexo eletrônico, pelos dados dessazonalizados, sua produção cresceu 1,3% na passagem de agosto para setembro, conforme o IBGE. Na comparação entre meses de setembro, houve de aumentou 10,0%, o que puxou a performance no terceiro trimestre, 3,4%, e contribuiu para que, no contraponto entre acumulados até o nono mês, ficasse estável. Todavia, em doze meses, o complexo registrou queda de 4,5%.
Dentro do complexo, a produção de equipamentos de áudio, vídeo e comunicação, que inclui a fabricação de componentes eletrônicos, muitos dos quais usados noutras atividades, cresceu 16,1% no contraponto entre meses de setembro, puxando a expansão de 5,3% no terceiro trimestre. Apesar dessas expansões, no acumulado do ano e em doze meses, sofreu quedas de 1,5% e de 7,6%, respectivamente.
A fabricação de equipamentos médico-hospitalares, instrumentos de precisão e material ótico, seguiu tal padrão. Sua produção avançou 16,1% em setembro, puxando o resultado do terceiro trimestre, 5,3%. Entretanto não foi o suficiente para propiciar expansão nas demais bases comparativas: recuo de 1,5% no acumulado do ano e queda 7,6% em doze meses.
No tocante à fabricação de material de escritório e informática ficou estável em setembro vis-à-vis igual mês de 2021, com o terceiro trimestre registrando declínio de 0,9%. No caso desse ramo, ocorreu o inverso dos demais do complexo eletrônico: a queda no trimestre não impediu que sua produção crescesse 6,2% no acumulado do ano e 4,7% em doze meses.
Indústria de transformação de média-alta intensidade tecnológica
A faixa de média-alta intensidade tecnológica cresceu 8,8% em setembro, o que puxou a performance no terceiro trimestre de 2022 frente a seu equivalente de 2021, 5,3%. Apesar desses aumentos, a produção registro taxas negativas quer no acumulado do ano (-0,2%), quer em 12 meses (-1,5%).
A fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, embora tenha observado taxa de -0,1% na passagem de agosto para setembro (série dessazonalizada), cresceu 20,3% na comparação entre meses de setembro de 2022 e de 2021. Esse último resultado não só puxou a expansão de julho-setembro, de 13,3%, após três quedas seguidas na comparação trimestre versus igual trimestre do ano anterior, como também levou o acumulado do ano a registrar variação positiva, 0,7%. Todavia, em doze meses, a produção do ramo ainda registrou retração de 2,6%.
Os dois ramos mais associados à indústria de bens de capital, fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos; e fabricação de máquinas e máquinas e equipamentos (M&E), tiveram em comum as taxas negativas nos confrontos entre terceiros trimestres, entre acumulados até setembro e em doze meses.
Em setembro, enquanto a fabricação de M&E aumentou 4,0%, a de máquinas, aparelhos e materiais elétricos retrocedeu 9,2%. Contrapondo os terceiros trimestres de 2022 e de 2021, a fabricação de M&E declinou 1,3%, enquanto a produção de máquinas e aparelhos elétricos sofreu retração de 9,7%.
Na comparação entre acumulados do ano de 2022 e o de 2021, a produção de M&E e a de máquinas e aparelhos elétricos recuaram 1,5% e 11,7%, respectivamente. No desempenho em doze meses, a produção de M&E recuou 0,6%, enquanto a fabricação de produtos elétricos retrocedeu 13,0%, puxando a queda da faixa de média intensidade tecnológica como um todo.
Tanto a indústria química quanto a fabricação de instrumentos e materiais médicos, odontológicos e de precisão lograram expansão nas quatro bases comparativas em foco. No ramo químico, pelo contraste entre meses de setembro, sua produção cresceu 5,0%, puxando as demais taxas. Assim, no confronto entre terceiros trimestres, o aumento foi de 3,3%, no acumulado até setembro, 1,6% e, em doze meses, 1,2%.
A fabricação de instrumentos e materiais (I&M) de uso médico e odontológico e artigos óticos, por sua vez, avançou 19,9% na comparação entre meses de setembro, enquanto no terceiro trimestre, cresceu 30,8%. No acumulado do ano, produziu 24,9% a mais do que em igual período de 2021, puxando a expansão em doze meses, de 18,8%.
Indústria de transformação de média intensidade tecnológica
A produção física da faixa de média intensidade tecnológica declinou 6,1% em setembro, puxando a queda de 4,1% no terceiro trimestre. No contraponto entre janeiro-setembro e igual acumulado de 2021, a retração foi de 5,8%, enquanto, em doze meses, sua produção diminuiu 5,9%.
A metalurgia, a fabricação de produtos de minerais não metálicos e a produção de bens diversos (exceto os médicos, odontológicos e de precisão) apresentaram os mesmos sinais do segmento de média intensidade como um todo. O ramo metalúrgico, o mais expressivo da faixa de média intensidade, retrocedeu 10,3% na comparação entre meses de setembro, concorrendo para as quedas de 6,2% no segundo trimestre, de 5,8% no acumulado do ano e de 5,5% em doze meses.
A fabricação de produtos de minerais não metálicos registrou declínio de 3,9% em setembro, puxando a retração de 3,5% no terceiro trimestre. No acumulado até setembro, sua produção retrocedeu 4,6%. Já em doze meses, diminuiu 4,2%.
A produção de bens diversos registrou as maiores quedas dessa faixa. Em setembro, caiu 10,9%, enquanto no terceiro trimestre, o recuo foi de 12,3%. No acumulado do ano, a retração foi de 20,5%, o que puxou a retração de 18,1% em doze meses.
A fabricação de produtos de borracha e plásticos, por sua vez, observou queda de 2,0% na comparação entre meses de setembro, mas com o terceiro trimestre ficando praticamente estável, 0,2%. Em janeiro-setembro, sua produção declinou 6,7%, enquanto, em doze meses, o recuo foi ainda maior, de 8,1%.
A manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos sofreu retração quer na comparação entre meses de setembro (-3,9%), quer entre terceiros trimestres (-5,3%). No entanto, tais quedas não impediram as taxas positivas de 2,2% no acumulado do ano e de 2,1% em doze meses.
Indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica
O conjunto de atividades da indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica retrocedeu 1,0% no contraponto entre meses de setembro, mas ainda crescendo 1,9% no terceiro trimestre. No acumulado do ano, também logrou expansão, de 0,9%. Porém, em doze meses, sua produção diminuiu 1,1%.
O agrupamento mais expressivo dentre os ramos dessa faixa, o das indústrias de alimentos, bebidas e de fumo, ampliou sua produção em 0,7% no contraponto entre meses de setembro e em 3,2% na comparação entre terceiros trimestres. No acumulado dos três primeiros trimestres, também logrou expansão, de 1,7%. Entretanto, em doze meses sofreu retração de 1,2%.
A produção dos ramos madeireiro, de papel e celulose, gráficas e afins, por sua vez, sofreu retração nessas quatro bases de comparação. Em setembro, o declínio foi de 5,0%, puxando a queda de 1,8% no terceiro trimestre. Quanto às retrações no acumulado do ano e em doze meses, foram de 3,2% e de 3,0%, respectivamente.
O agrupamento das indústrias de têxteis, artigos de vestuário, couro e calçados e a fabricação de produtos de metal (exceto M&E e equipamentos bélicos, armas e munições) também se retraíram nas bases de comparação em questão. Contrapondo meses de setembro, o conjunto das atividades têxtil, de artigos de vestuário, couro e calçados retrocedeu 3,2%, puxando a queda de 1,9% no terceiro trimestre. As retrações foram ainda maiores no acumulado do ano (-6,3%) e em doze meses (-9,7%).
A fabricação de produtos de metal de média-baixa intensidade experimentou recuo de 6,6% em setembro, com retração de 6,7% no terceiro trimestre. No acumulado do ano, produziu 10,9% a menos, enquanto, em doze meses, a retração foi ainda maior, queda de 11,8%.
Por fim, a fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis foi o único ramo a crescer nas bases comparativas em tela. No contraponto entre meses de setembro, cresceu 0,6%. Suas taxas foram mais pujantes nas demais comparações: aumento no terceiro trimestre de 4,9%, no acumulado do ano de 8,3% e, em doze meses, de 6,8%.