Carta IEDI
Estagnação industrial no Mundo
O mais recente relatório trimestral publicado pela UNIDO (United Nations Industrial Development Organization) mostra que a indústria mundial concluiu a primeira metade de 2023 em um quadro de estagnação.
No 2º trim/23, tal como no 1º trim/23, a produção manufatureira global registrou variação de -0,1% em relação ao trimestre anterior, já descontados os efeitos sazonais. Juntos, estes dois trimestres anularam o pouco que o setor havia crescido no último quarto do ano passado (+0,2% no 4º trim/22).
Em comparação com o mesmo período do ano passado, a indústria de transformação mundial apresentou uma taxa positiva de crescimento, que chegou a +1,8% no 2º trim/23 depois da virtual estagnação do 1º trim/23 (+0,1%). Mas esta melhora na comparação interanual se deve basicamente a um efeito estatístico.
No 2º trim/22, uma onda adicional de contágio pela Covid-19 e a então política de tolerância zero do governo chinês comprometeram o desempenho da indústria na China, gerando, agora, uma base de comparação muito baixa, que ajudou na obtenção da alta de +6,8% no 2º trim/23.
As economias industrializadas de alta renda ainda são o principal freio da produção industrial no mundo, ainda que a situação não seja necessariamente das melhores nos demais países.
Frente ao período imediatamente anterior, a manufatura das economias industrializadas de alta renda não saiu do lugar: 0%, com ajuste sazonal, após dois trimestres seguidos de recuo. A rigor, nao há crescimento industrial neste grupo de países desde o início de 2022, quando eclodiu a guerra na Ucrânia. Frente ao mesmo período do ano anterior, o sinal foi novamente negativo: -1,5%.
Do ponta de vista regional, a evolução deste grupo de países condiciona a fraqueza industrial tanto na Europa como na América do Norte. A produção industrial dos europeus recuou mais uma vez na passagem do 1º trim/23 para o 2º trim/23: -0,4%, com ajuste sazonal, consistindo no pior resultado entre as regiões identificadas pela UNIDO.
Na América do Norte, não se pode afirmar que houve expansão industrial, mas ao menos evitou-se o terreno negativo, variando +0,2% em relação ao trimestre anterior, isto é, uma melhora em comparação com os períodos anteriores: 0% no 1º trim/23; -0,9% no 4º trim/22 e 0% no 3º trim/22, sempre com ajuste azonal.
Já no grupo de países industrializados de renda média, excluída a China, a produção manufatureira no 2º trim/23 ganhou um pouco de vigor, mas não passou de uma alta de +0,7% frente ao 1º trim/23. Embora baixo, este resultado foi o melhor desde o 1º trim/22. Na comparação interanual, o resultado também foi de +0,7%, mas neste caso só superou o recuo de -0,2% do trimestre anterior.
Embora o número de países deste grupo seja amplo, o recorte regional sugere que esta recente aceleração não se veio da América Latina e Caribe, cuja produção manufatureira variou somente +0,1% ante o 1º trim/23 e recuou -0,7% em relação ao 2º trim/22, muito em função do Brasil.
Cabe lembrar que a indústria de transformação brasileira, à exceção do imediato período após o primeiro choque da Covid-19 em 2020, quando um conjunto de medidas foram adotadas pelo governo para sustentar a atividade econômica, nem tem consigo crescer.
Desde a segunda metade de 2021, quando as bases de comparação deixaram de ser tão favoráveis, que os resultados do Brasil vêm ficando abaixo dos da indústria mundial. A defasagem se manteve agora no 2º trim/23 frente ao 2º trim/22, quando nossa produção manufatureira recuou -1,5% ante a alta de +1,8% no agregado mundial, como visto anteriormente. Na margem, também ficamos estagnados.
Com esse resultado, a indústria brasileira ocupou a 68ª posição no 2º trim/23 no ranking de 112 países que o IEDI construiu a partir da base de dados trimestrais da UNIDO. No trimestre anterior, o Brasil havia ficado na 64ª posição.
Um destacado fator por trás da diferença de desempenho da indústria de transformação do Brasil e do Mundo diz respeito aos ramos de maior intensidade tecnológica. A UNIDO pontua a liderança da alta e média-alta tecnologia no 2º trim/23, cuja produção avançou +3,5% ante o 2º trim/22, isto é, o dobro do agregado industrial no período, impulsionada pelo setor automobilístico e de equipamentos elétricos.
Já no Brasil, como mostra a Carta IEDI n. 1225 , a indústria de transformação de alta e média-alta intensidade tecnológica, juntas, recuaram -6,4% no 2º trim/23 frente ao mesmo período do ano anterior, notadamente sob a influência da média-alta (-7,6%), devido justamente a atividades que crescem no mundo, como veículos (-3,3%), máquinas e equipamentos (-8,2%) e máquinas e aparelhos elétricos (-14,7%), entre outros ramos.
A indústria de transformação mundial no 2° trim/2023
O relatório mais recente divulgado pela UNIDO (United Nations Industrial Development Organization), contendo dados do segundo trimestre de 2023 mostra estagnação da indústria de transformação mundial. Uma situação que vem se verificando desde final do ano passado.
De acordo com a análise da UNIDO, considerando o contexto socioeconómico desafiador, a indústria de transformação conseguiu manter uma resiliência relativa, porém nos últimos meses foi observado o aumento da incerteza.
Além do elevado nível de inflação mundial; recuperação lenta da demanda; persistentes interrupções na cadeia de abastecimento; ramificações do conflito na Ucrânia para as cadeiras produtivas e o crescente aumento de desastres naturais em todo o mundo, que as empresas industriais já vinham enfrentando, atrair e reter mão de obra qualificada tem sido uma dificuldade adicional.
No 2° trim/23, a produção industrial mundial recuou -0,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior, já corrigidos os efeitos sazonais, repetindo a variação do trimestre anterior.
Na comparação com o mesmo período de 2022, o avanço foi de +1,8%, foi resultado apenas de um efeito de baixas bases de comparação, de acordo com a UNIDO, e não sinaliza uma retomada do dinamismo industrial global.
Em termos regionais, o setor manufatureiro ficou virtualmente estagnado na maior parte do globo. As duas regiões no azul foram a América do Norte (+0,2% ante o 1º trim/23, com ajuste sazonal) e a América Latina e Caribe (+0,1%), que conseguiram se sair melhor do que no 1º trim/23, mas sem deixar a situação de quase inatividade.
Na comparação do 2° trim/23 com o mesmo trimestre de 2022, a região de Ásia e Oceania destacou-se poistivamente dentre todas as demais, crescendo +3,3%, devido ao desempenho da indústria chinesa.
A Europa, apesar de tímido, também assinalou crescimento na mesma base de comparação (+0,5%), enquanto África (-0,6%), América do Norte (-0,7%) e América Latina e Caribe (-0,7%) observaram encolhimento da produção manufatureira no período.
Embora a indústria de transformação na Ásia e na Oceania tenha registado a maior taxa de crescimento interanual (+3,3%), o setor permaneceu estável na comparação com trimestre imediatamente anterior (-0,1%), ou seja, deveu-se basicamente a bases deprimidas de comparação.
Tal desempenho refletiu, principalmente, o desempenho da indústria na China, que alcançou uma taxa de crescimento (+6,8%) semelhante àquelas do pré-pandemia na comparação interanual. Cabe lembrar, porém, que na China o 2° trim/22 foi marcado por medidas restritivas relacionadas à COVID-19 em muitas de suas regiões.
Quando comparada com o trimestre anterior, a produção da indústria chinesa não fugiu à regra mundial e apresentou resultado adverso: recuou -0,7%, o suficiente para anular a pequena expansão de +0,6% do 1º trim/23.
Já o desempenho industrial nos demais países da região foi variado no 2º trim/23. Índia e Indonésia cresceram +4,6% e +5,0%, respectivamente, ante o 2º trim/22, enquanto o Japão assinalou +1,0%, após queda de -2,0% no trimestre anterior. Na Arábia Saudita houve crescimento de dois dígitos (+10,3%). Em contrapartida, a Coreia do Sul registrou -6,7%, enquanto as indústrias de transformação de Taiwan e Vietnã recuaram -18,9% e -19,0%, respectivamente.
O crescimento da produção industrial europeia desacelerou por mais um trimestre, variando +0,5% no 2° trim/23 frente ao mesmo período de 2022, refletindo o desempenho moderado das suas principais economias industriais.
Na França houve expansão de +1,4%, seguida por Alemanha (+1,3%) e Suíça (+0,8%), enquanto Itália (-3,3%) e Espanha (-1,3%) perderam produção. O Reino Unido, cuja indústria tinha recuado por vários trimestres consecutivos, observou ganho de +0,8%. Bielorrússia (+12,1%), Dinamarca (+10,9%) e Rússia (+10,7%) assinalaram crescimento de dois dígitos.
Tanto na América Latina e Caribe como na América do Norte, a indústria desacelerou sistematicamente ao longo dos últimos trimestres na comparação interanual e mostrou uma queda de -0,7% no 2° trim/23 ante o 2º trim/22.
Entre as maiores economias latino-americanas, o México relatou um crescimento de +1,4% da produção industrial, Argentina permaneceu estável e o Brasil recuou -1,5%.
Na América do Norte, ainda na comparação interanual, a indústria dos Estados Unidos é quem freou o dinamismo da região: contraiu -0,8%, enquanto o Canadá, embora tenha registrado nova desaceleração, conseguiu ficar no positivo: +0,5%.
Nos países da África, a produção manufatureira apresentou variação de -0,6% no 2º trim/23, comparativamente ao mesmo período do ano anterior. Frente ao trimestre imediatamente anterior, a indústria dessa região também ficou em terreno negativo (-0,2%).
Na comparação interanual, o Egito, o maior fabricante industrial do continente, registou um recuo de -6,8%. Em contraste, outros países de peso na indústria africana conseguiram crescer, como a Costa do Marfim (+1,2%), Nigéria (+0,9%) e África do Sul (+3,8%).
O desempenho das economias industrializadas
O desempenho do setor manufatureiro nas economias industrializadas , na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, passou de uma estagnação (-0,1%) no 1° trim/23 para um crescimento de +1,7% no 2° trim/23.
Cabe lembrar que a UNIDO classifica como industrializados os seguintes países: Argentina, Austrália, Áustria, Bielorrússia, Bélgica, Brasil, Brunei, Bulgária Canada, China, Taiwan Colômbia, Costa Rica, Croácia, Rep. Tcheca, Rep. Dominicana, Egito, El Salvador, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Hungria, Indonésia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Jordânia, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malásia, Malta, Ilhas Maurício, México, Holanda, Nova Zelândia, Peru, Filipinas, Coreia, Polônia, Romênia, Rússia, Servia, Singapura, Eslováquia, Eslovênia, África do Sul, Espanha, Sri Lanka, Suécia, Suíça, Tailândia, Trinidad e Tobago, Turquia, Reino Unido, EUA e Uruguai.
O ganho de vigor da produção manufatureira deste grupo de países, porém, pode ser explicado pelo efeito de uma baixa base de comparação, sobretudo devido à China. Tanto é que, frente ao trimestre imediatamente anterior, a indústria de transformação desse grupo permaneceu estável (4° trim/22, +0,1%; 1° trim/22, -0,2% e 2° trim/23, -0,2%).
Dentre os demais países do grupo, cabe destacar o crescimento de +10,7% da produção industrial observado tanto na Rússia como nas Filipinas em relação ao mesmo período de 2022.
Com crescimento também positivo nesta comparação, mas moderado, ficaram: França (+1,4%), Alemanha (+1,3%), Japão (+1,0%), México (+1,4%) e Turquia (+1,0%). Por outro lado, a produção na Estônia (-14,2%), Letônia (-7,1%), Países Baixos (-9,4%), República da Coreia (-6,7%), Cingapura (-7,2%), Taiwan (-18,9%) e Vietnã (-19,0%) sofreu perdas significativas.
Entre outros atores importantes neste setor, o Reino Unido registrou crescimento de +0,8%, após 6 trimestres de queda na comparação internanual, enquanto que a produção industrial dos Estados Unidos registou recuo de -0,8%.
Entre os indústrializados, houve queda na atividade manufatureira nos de alta renda (-1,5%), enquanto o grupo de economias industriais de rendimento médio (incluindo a China) atingiu avanço da produção de +5,1%. Este último grupo acompanha de perto a trajetória da China (+6,8% ante o 2º trim/22), dada a grande dimensão de sua indústria.
Entretanto, quando a UNIDO exclui a China desse grupo, o crescimento das outras economias industriais de renda média é bem mais tímido: +0,7% na comparação interanual, com grande variabilidade entre os países. Frente ao trimestre anterior, a produção manufatureira desss países assinalou alta de +0,7% no 2º trim/23.
Na comparação interanual, cresceram Bielorrússia (+12,1%) e África do Sul (+3,8%), por exemplo, enquanto Malásia (+0,2%) e Argentina (0,0%) mal saíram do lugar, e Egito (-3,8%), Jordânia (-5,3%), Tailândia (-5,4%) e Vietnã (-19,0%) tiveram perdas.
Desempenho das outras economias em industrialização
No 2º trim/23, as demais economias em industrialização apresentaram um crescimento de +2,9% frente ao 2º trim/22 e de apenas +0,5% frente ao trimestre imediatamente anterior.
Cabe destacar que este grupo, de 55 países, é extremamente heterogêneo, incluindo, por exemplo, Chile, Hong Kong, Dinamarca, Taiwan, Grécia, Portugal, entre outros.
Os países de renda alta desse grupo registraram um aumento interanual de +5,1% que, apesar de significar uma desaceleração em relação a variação do 1°trim/23 (+8,6%), ainda se manteve expressivo. Frente ao trimestre anterior, a indústria de transformação desse grupo de países decresceu -0,8%, já descontados os efeitos sazonais.
A produção dos países de renda média cresceu +2,2% frente a abr-jun/22, variação similar à registrada no trimestre anterior (+2,1%). Comparativamente ao trimestre anterior, o índice de produção desses países variou +0,9%, com ajuste.
O grupo de países de baixa renda pela definição da UNIDO (Burkina Faso, Burundi, Madagascar, Moçambique, Ruanda, Togo e Uganda) teve o pior resultado no 2º trim/23 dentre os países em industrialização: queda de -0,7% em comparação com o mesmo trimestre de 2022 e de -0,5% frente ao trimestre imediatamente anterior.
Desempenho das Economias Emergentes
O grupo das economias industriais emergentes, de acordo com a definição da UNIDO, inclui países de baixa e média renda, cujos setores industriais demonstraram significativo dinamismo em anos recentes. O grupo também inclui economias em estágios anteriores de desenvolvimento industrial, mas que igualmente apresentaram forte crescimento.
Este grupo de economias vem registrando desempenho positivo na produção industrial, superando a média mundial. No 2° trim/23, sua produção cresceu +6,0% em comparação com o 2° trim/22.
Dentre os destaques, a Indonésia cresceu de forma sustentada (+5,0% ante o 2° trim/22), devido, segundo a UNIDO, à estabilidade econômica alcançada neste país nos últimos dois anos. O setor manufatureiro da Índia, por sua vez, registrou aumento interanual de +4,6%, enquanto a produção da Malásia ficou estável (+0,2%).
Por outro lado, embora a manufatura vietnamita rendesse resultados robustos durante o período crítico de 2020-2021 e tivesse registrado taxas de crescimento de dois dígitos ao longo de 2022, se mostrou vulnerável a fatores externos adversos, sofrendo perda significativa no período abr-jun/23 (-19,0%).
Análise setorial
De acordo com a UNIDO, as indústrias classificadas como média-alta e alta tecnologia não só superaram os desafios provocados pela pandemia dos últimos anos, como permaneceram com robusto dinamismo. É um padrão que vem marcando a indústria já há um bom tempo, como mostra a figura a seguir, mas que se acentuou no pós pandemia.
Em média, esses setores continuaram a superar os demais, crescendo a uma taxa interanual de +3,5% no 2° trim/23. Ao mesmo tempo, as indústrias de média-baixa tecnologia ficaram virtualmente estagnadas (-0,1%), enquanto as de baixa tecnologia recuaram -2,0% no mesmo período.
A performance das indústrias de média-alta e alta tecnologia se beneficiou da recuperação em curso dos setores automobilístico e de equipamentos elétricos. Cabe lembrar o período recente de desorganização de cadeias, sobretudo pela escassez de chips, e a tendência de digitalização e descarbonização das economias, que ensejam a demanda destas atividades.
Ambos os setores relataram melhor desempenho na comparação interanual, com aumentos de +17,1% em automóveis e de +8,4% em equipamentos elétricos.
Por outro lado, a fabricação de computadores e eletrônicos refluiu e apareceu entre os os setores com pior desempenho com uma queda de -3,5%, devido à menor produção em grandes fabricantes como China, Japão, Coreia do Sul e Taiwan.
Voltando ao setor automotivo, além da alta de +17,1% frente ao 2º trim/22, sua produção também teve bom resultado na passagem do 1º trim/23 para o 2º trim/23: +5,0%, sempre com ajuste sazonal. A análise regional mostra que os principais produtores mundiais de automóveis assinalaram expansão robusta: China (+23,3% ante 2º trim/22), Estados Unidos (+9,9%), Japão (+23,0%), Alemanha (+18,5%), Coreia do Sul (+18,6%), México (+14,4%), Reino Unido (+13,7%), Índia (+8,2%), França (+18,7%) e Indonésia (+9,7%).
As economias em industrialização, por sua vez, registaram uma produção visivelmente mais elevada no setor farmacêutico, com um aumento de produçao de +16,7% no 2° trim/23 em relação ao mesmo período de 2022. A Dinamarca contribuiu significativamente para este resultado, em grande parte graças ao sucesso da empresa dinamarquesa Novo Nordisk, agora a empresa mais valiosa da Europa.
Ranking Indústria de Transformação Mundial
A partir da base de dados da UNIDO, o IEDI elaborou rankings internacionais de crescimento da produção da indústria de transformação com 112 países para o acumulado de jan-jun/23 e para o 2º trim/23, em particular.
As séries empregadas pela UNIDO possuem ajuste sazonal, embora usualmente o IBGE use dados sem ajuste nas comparações frente ao mesmo período do ano anterior. Por esta razão, pode haver pequena alteração em relação aos resultados divulgados pelo IBGE.
No 2ºtrim/23, o desempenho divulgado pela UNIDO com ajuste sazonal para a indústria de transformação do Brasil aponta para uma variação negativa de -1,5% frente ao mesmo período de 2022, isto é, bem abaixo do resultado para o agregado do setor no mundo, que, como vimos, foi de +1,8% nesta comparação.
Cabe observar que do 2º trim/22 para o 2º trim/23, o ritmo de produção industrial brasileira involuiu, passando de +0,5% para -1,5%, mas não fomos só nós que passamos por isso. O resultado do agregado mundial passou de +2,1% para +1,8% no período e o número de países no vermelho cresceu de 21% para 53%.
De todo modo, a assimetria de resultados entre nós e o mundo colocou a indústria de transformação do Brasil na 68ª posição no ranking construído pelo IEDI para o 2º trim/23, isto é, na metade inferior da amostra, entre as que menos cresceram neste período. Apesar desse resultado, ficamos à frente de economias como Itália (79ª posição) e Coreia do Sul (97ª posição).
Considerado ainda o desempenho trimestral frente ao mesmo período do ano anterior, o Brasil apresentou melhora significativa em relação à posição ocupada no 2º trim/22, quando a maioria dos países do ranking assinalavam expansão. Subimos 18 posições nestes últimos doze meses. Em um período mais curto, entretanto, regredimos 4 posições, já que ocupávamos a 64ª colocação na virada de 2022 para 2023.
No acumulado do 1° sem/23 frente a igual período de 2022, o Brasil ficou na mesma posição do ranking trimestral: 68ª posição, com recuo de -1,4%. Ficamos em posição superior a outras economias importantes como Itália (-1,8% no ano, ficando na 71ª posição) e Coreia do Sul (-9,1%, ocupando a 104ª posição), tal como no ranking trimestral.
Entre as primeiras posições ficaram Macau, Dinamarca e Arábia Saudita. A Rússia destacou-se com crescimento da indústria de +5,6%, a despeito dos embargos ocidentais, e ocupou a 14ª posição no ranking. Entre as últimas posições encontram-se, por exemplo, Vietnã e Taiwan.